Apenas Um Olhar escrita por Dih_dangerous


Capítulo 26
Capítulo 09 - Parte dois


Notas iniciais do capítulo

Os personagens citados aqui são de autoria de Masashi Kishimoto. A história pertence a minha querida amiga que eu gosto muito Rafa. Repetindo, a história não é minha, só estou postando-a.



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CAP 09 – Love you until the end

“Isso não vai acontecer. Mesmo que para tê-la, eu tenha que esquecer de mim.”

Não posso perder a coisa mais importante e maravilhosa que me aconteceu, mas eu já estava exausto. Passaram-se duas horas desde que me sentei aqui e me dispus a achar uma solução para conseguir ficar com Hinata. Nada. Não consegui pensar em nada convincente ou eficiente o bastante para convencer o senhor Hiashi – Empresário reconhecido internacionalmente, em suas horas de folga gostar de destruir sonhos, relacionamentos, partir corações e roubar agasalhos de órfãos sem teto. – A deixá-la aqui. Onde pudesse vê-la todo dia, e abraçá-la... Beijá-la... AAAAAAAAAAH!

— Porque está se descabelando todo, loiro babaca? – Shikamaru perguntou enquanto adentrava na cozinha e pegava um copo de água, sentando-se ao meu lado.

— É que... Eu não te contei não? – Perguntei enquanto massageava minha testa.

— Se tivesse contado eu não estaria aqui, perdendo meu tempo e minha boa vontade, esperando para que você me diga o que aconteceu... – Ele disse cético, bebendo um gole do líquido, que por um momento eu juro, desejei que fosse soda cáustica.

— O pai da Hinata, quer que ela se mude para os Estados Unidos, e eu to aqui pensando numa maneira de não deixá-la ir... Mas minhas idéias são patéticas... Eu sou patético! – Batia na minha cabeça, que era vazia, lá só existiam duas coisas: Um neurônio gordo, fedorento, preguiçoso, lesado e idiota que me controlava e outro neurônio, que só fica dentro da minha cabeça para rir do outro, lembrá-lo de como ele é estúpido, perdedor e estúpido novamente. Eu os batizei de neurônio-Naruto e neurônio-Sasuke, respectivamente.

— Pode me dizer uma dessas idéias patéticas? Estou com tempo... – Ele dizia calmamente, como se o meu desespero nada representasse.

Bufei para ele com uma cara feia. Mas então percebi de que para alguma coisa ele poderia me ajudar. Pior do que eu estava não dava pra ficar ainda. Suspirei pesarosamente e me coloquei a ler alguns pontos que havia colocado em uma caderneta velha e empoeirada.

— “Tentar Suborná-lo” – Lembrei-me que ele é multimilionário – “Abordagem direta e violenta” – Seria preso e não teria chance de falar com ele... Vários seguranças mais um Naruto magrelo e desnutrido é igual a... Meses na fila do SUS, até morrer – “Sequestro” – Ideia idiota, ele pode colocar a FBI atrás de mim, e como eu sei que eles implantam microchips no umbigo das pessoas quando elas nascem não ia funcionar de qualquer maneira – “Hipnose” – A única que ainda me dava esperança, mas uma seta me levava até o rodapé da página, onde estava escrito – “Aprender hipnose primeiro”.

— Acabou. E sou burro, vou perdê-la e quando ela for embora, vou ficar deprimido e viciado em salgadinho de queijo que vem em garrafas, vender todos os meus gibis de coleção e virar um adulto bêbado, amargurado, com um cachorro obeso e uma vizinha que futuramente me achará um cara muito suspeito – De ladrão ou pedófilo, supostamente.

Shikamaru me encarava estático. Surpresa era emoção pouca para descrever a expressão que ele fazia. Ele balançou a cabeça negativamente duas vezes, respirou fundo, espantou as imagens – Perturbadoras – e me falou:

— Mesmo estando totalmente traumatizado neste momento com as barbaridades que acabou de sair da sua boca, eu vou te dizer algo – Ele me olhava com os olhos arregalados e a boca cerrada – VOCÊ É BURRO SIM – Puxa agora me ajudou pra caramba, Shikamaru. Quase não aumentou minha vontade repentina de suicídio – Mas de uns tempos pra cá, nunca te vi mais concentrado em fazer as coisas do jeito certo, em não errar, em tentar melhorar, eu até arriscaria dizer... E eu sei que tudo isso você tem feito por ela, pela Hinata.

Eu o ouvia falar, e não podia deixar de dar razão às suas palavras. Com exceção é claro na parte no burro né...

— E é por isso, que eu vou entrar nessa – Falava, culpando a si mesmo, como se considerasse aquilo uma loucura – Porque sim, eu vou me ferrar junto com você... Mas no fim das contas não vai poder falar que não sou seu amigo.

— É sério Shikamaru? – Acho que fiquei animado com isso. Droga!

— É – Ele respondeu relutante, em contraposição à minha animação repentina e desnecessária. – Eu só ando me ferrando ultimamente, mais uma vez não vai me tirar a vontade idiota de me meter nos problemas dos outros.

Fazia tempo desde que não o via com disposição para algo. Afinal, ele sempre não demonstrou interesse em nenhuma das atividades que fazíamos em grupo. E tudo o que ele sempre me dizia era: “Você vai morrer morando no meu sótão se não arrumar um emprego”. Era surpreendente vê-lo agora se empenhar para me ajudar. Mas era impossível que um dia tivesse passado por minha cabeça que ele não era meu amigo. Venhamos e convenhamos.

— O que faremos então? – Perguntei, já controlando a agitação.

— Ainda não sei – Respondeu coçando a cabeça e apoiando a mão no queixo – Esse é um caso mais sério a se lidar. Mas não se preocupe, pensarei em algo.

Ele se levantou, colocou o copo de água na pia e ia em direção à porta.

— É isso? Essa é a sua grande ajuda? – Perguntei perplexo... De irritação.

— Acredite... – Ele se virou com um olhar sarcástico – Se você cogitou em hipnose, a minha ajuda será bem vinda. Mas ao contrário de você, eu preciso de tempo para raciocinar e consequentemente ter idéias... Boas.

Fulminei-o com um olhar mortal, mas depois me acalmei e comecei a pensar novamente.

— AAAAH, ISSO É MAIS DIFÍCIL DO QUE COLOCAR A LÍNGUA EM MEU PRÓPRIO COTOVELO! – Bati na mesa com raiva e atirei a caderneta longe, ela acabou caindo na pia – Cheia de água.

— Você sabia que ela era minha né? – Shikamaru falou olhando a minha reação, com uma expressão que eu não conseguia ler, mas eu tenho a autodenominação de “Quebrou, pagou”.

— Sabia... – Respondi com os olhos cerrados – Mas vamos fingir que eu não sabia? – Terminei com um sorriso amarelo.

— “Office, 196 folhas” Pode comprar de outra cor, não preciso de mais nada tão formal quanto essa cor preta que já me irrita – Ele dizia... Maldito.

— Chega à sua mão em dois dias – Mauricinho boiolinha. “Já me irrita...”.

Sorri sem graça.

— Ótimo.

— Ei, pense em algo infalível, ok? – Sussurrei, coçando a cabeça, sem graça.

— Na verdade, não sei se quem precisa de ajuda sou eu... – Ele sussurrou batendo a porta e saindo.

— O quê? – Gritei, na esperança de alcançá-lo. Nada.

Ai cara, preciso muito, MUITO MESMO, de ajuda...

~~

Ajudá-lo. Oras quem precisava de ajuda era eu. Já que eu estava a ponto de morrer num fogo cruzado, no meu próprio local de trabalho. Mas isso acontece porque eu tenho a mania de me intrometer nos problemas dos outros – Leia-se Temari.

Agora eu tinha de encontrar uma maneira de sair dessa confusão com a menor quantidade de hematomas possível, já que nenhuma das duas era uma moça “delicada e gentil”. Penso com nervosismo no que Konan vai fazer ao saber de tudo. Que eu procurei o emprego apenas para espioná-la, para encontrar algo que favorecesse Temari.

Instantaneamente me veio à mente um dos apetrechos que embelezava a sala dela: Um relógio antigo de pêndulo. Um frio me atravessou a espinha ao pensar nas possibilidades que ela teria para aplicar aquele relógio como uma máquina assassina. Eu com certeza era um homem morto. Dos dois lados. Porque assim que contasse a Temari que eu delatei o plano à Konan... Tenho pena do que acontecerá comigo, e receio que meu seguro de vida não cobrirá os danos.

O lado bom da história era que... Era que... PORRA, NÃO TEM NENHUM LADO BOM!

Eu vou morrer em plena flor da idade, só pelo simples fato de não controlar as minhas decisões, de ser mais um alienado de merda, que só quer agradar a todos e nunca consegue agradar a si próprio!

Meu Deus estou virando emo?

Preciso mesmo terminar com essa história, antes que ela acabe com a minha vida.

Entrei naquele escritório com uma vontade imensa de desistir, não dar mais a mínima para isso, fugir, encontrar um cambista e me mudar para o Paraguai para vender bilhetes de loteria vencidos e cigarros de grama. Viram? Estou perdendo o juízo! Estou tendo alucinações, e de noite eu juro... Escuto vozes... E... Não.

Acabando com o momento “O Sexto Sentido”.

Então, eu entrei naquela sala disposto a esclarecer tudo. A verdade e nada mais que a verdade. Konan estava sentada com as pernas cruzadas e aquela saia curta com as pernas à mostra – Que é? Sou homem... Se quiserem descrição melhor do ambiente, chamem um design de interiores ou o gay que a Sakura diz ser seu subconsciente. Sim eu sei dele, acho que o nome dele é Alfredo... Descobri porque em um dia comum e qualquer de quarta-feira ela fez o favor de cochilar no meu sofá e discutir com ele enquanto dormia... Algo sobre o Jhonny Deep ser “mais gato” que o Orlando Bloom... Depois dizendo que a saga Twilight era uma bosta e que filme de verdade era de piratas no Caribe... Nem sei. Depois que ouvi sair da boca dela: “Você só fala isso porque seu pinto é comparado ao de um anão quando ELE está com frio.

Fiquei com medo – Traumatizado – E desde então, nunca mais comi feijão, e... Não.

Quando me sentei na cadeira de visitas e limpei a garganta para falar com ela, senti que ali se acabava minha vida social – Leia-se sexual – até meus senhores 28 anos. No mínimo, ela espalharia boatos sobre mim – Todos falsos, diga-se de passagem, e para bem de entendimento.

— Preciso te dizer algo – Falei baixo e com o tom de voz sério – Mas não sei por onde começar...

— Não sabe? – Ela me olhou interrogativamente.

— É que... Para mim é um assunto delicado, mas ao mesmo tempo não quero que você seja enganada por nenhum segundo mais. Te conheci melhor desde que fui admitido aqui e sei que você não é uma má pessoa, só queria deixar claro que...

— Tudo isso só pra dizer que você é um espião da Temari? – Ela disse, gargalhando.

— O QUÊ? – Fudeu... CORRA, CORRA PARA O ABRIGO DE FURACÕES!

— Seu bobinho – Ela não conseguia parar de gargalhar – Ficou preocupado comigo de verdade? Muito fofo de sua parte... Mas não acredita mesmo que eu tenha sido enganada não é? Porque se sim... Essa deve ser uma situação constrangedora e tanto para você.

Como ela adivinhou?

— Sabe Shikamaru, essas brigas entre Temari e eu sempre aconteceram – Ela dizia enquanto desembrulhava uma barra de cereais – E seus motivos sempre são futilidades, coisinhas insignificantes... – Colocou um grande pedaço na boca – Faz muito tempo que me tornei imune a isso – Falou de boca cheia.

— Mesmo assim, eu... Eu lhe devo um pedido de desculpas – Gaguejei sem jeito.

— Ficamos quites pelo susto que lhe dei agora a pouco – Ela continuava bem humorada – Você quase teve um ataque, hã? – Sorria.

— Me desculpe a forma chula de palavreado, mas... – Eu ri da minha situação – Senti meus testículos se encolherem.

Ela gargalhou mais uma vez e me disse:

— Agora eu acho que você vai pedir demissão.

— Certamente.

— Pena, eu gostava de você – Disse aborrecida – E não suporto das entrevistas de emprego.

— Eu entendo – Falei no meu tom normal agora – Mas não seria um ambiente de trabalho bom, se é que entende o que quero dizer...

— Muito bem até... Mas só não espere que as coisas com Temari terminem tão bem – Terminou olhando-me com aflição (Dó talvez, por me ver pela última vez em pleno estado de saúde).

— É... – Suspirei cansado e pensei ao vento por um instante – Quer fugir? Já pensei nisso mesmo, não me custa mais nada...

Ela sorriu mais uma vez e eu não pude deixar de também achar graça da minha posição tão... Desafortunada.

— Já vou indo – Disse abrindo a porta.

— Boa sorte – Ela me deu uma piscadela.

— Precisarei de mais que sorte... Precisarei de milagre.

~~

— Aonde você quer ir? – Perguntou me levando até o fim da rua.

— Não sei... Vamos tomar sorvete? – A resposta para todas as perguntas sempre tem que ser: SORVETE!

— Pode ser – Disse, me abraçando por trás e apoiando o queixo em meu ombro.

Estava tudo tão diferente. O modo como Sasuke-kun estava me tratando... Com mais carinho, mais meiguice. Era tão bom.

— Vamos à cafeteria onde Tenten trabalha, lá tem sorvete né? – Ele sussurrava. Senti o seu hálito em meu pescoço e me arrepiei.

— É... Vamos – Respondi baixinho.

Enquanto caminhávamos em direção à cafeteria, uma coisa me veio à cabeça. Agora, ali, naquele momento, naquela situação... Eu e Sasuke-kun parecíamos um casal – Dã – Não, mas tipo, um casal “casal” sabe? De verdade. Abraçados assim, cochichando coisas no ouvido um do outro... Parecemos até outras pessoas. Porque assim, sempre que andávamos na rua juntos era mais assim: “Sasuke, blé, blé, blé...” ou “Sakura blá, blá, blá”. Ok admito. Estou delirando e falando coisas sem sentido.

Chegamos à cafeteria, nos sentamos numa mesa do lado de fora e pedimos o meu amado sorvete de chocolate com cobertura de morango.

— O que aconteceu? Vocês estão diferentes... – Tenten perguntava enquanto trazia aquela taça que estava me chamando... Tão bom tão bom.

Engoli seco por um segundo, virei-me para Sasuke sem dizer nada, simplesmente porque nada me vinha à mente agora. O que eu ia dizer? Ele ao contrário de mim, parecia se divertir da situação, como pode? Com aquele sorriso torto... E eu aqui com meu pâncreas derretendo por dentro!

— Ahnn... Bem, é que... – Será que eu gaguejei? Quase nada não é... Percebi.

        — Nós estamos assim porque hoje a noite nós vamos a um lugar muito especial – Sasuke respondeu, ainda com aquele sorriso estampado na cara.

— Nós vamos? – Perguntei sem nada entender... Nervosa. Quando Tenten se virou para mim e sorriu eu imediatamente disse: - É nós vamos! – E dei uma risadinha suspeita... Sabe aquelas que te entregam no ato? Pois é...

 — Boa resposta! Eu sei que se continuasse assim, logo eu diria que...

 — Que nós ficamos ontem à noite? – Ele perguntou, roubando-me uma colher de sorvete – Qual seria o problema de dizer? Nós somos namorados isso é normal.

 — Mas... Mas eu tenho vergonha! – Cochichei, ficando avermelhada. Ele riu.

— Só não precisa ter... – Disse e pegou o celular, estava mandando uma mensagem de texto – Então, que horas você vai estar pronta? – Perguntou sem tirar os olhos da tela.

— Pra quê? – Perguntei com a colher de sorvete na boca e a sobrancelha arqueada.

        — Nós vamos sair pra jantar... Você na estava pensando que o que eu disse a Tenten era um blefe, não é? – Ele sorriu sarcástico. Ai, arranco suas tripas Sasuke!

Não respondi. Peguei mais uma colher com MUITO sorvete e coloquei na boca. Virei meu rosto e comecei a olhar umas pessoas que passavam pela rua. O que Sasuke-kun estava aprontando agora? Sempre cheio de segredinhos e blé. Fico noiada com essas coisas – Afinal, eu tenho probleminha – E ele sempre se aproveita para tirar graça comigo. Suspirei. Quando olhei para outro lado, vi um casal de velhinhos sentados num banco, perto do vendedor de algodão doce. Eles estavam tão fofos. Não sei porque, mas vendo aquele casal, eu comecei a pensar besteira... Mentalmente, eu me desliguei de tais pensamentos. Porque ultimamente, eu ando tão pensante que me assusto. Quando voltei o meu olhar para Sasuke ele estava me encarando com um sorriso bobo na face.

— Que foi? – Perguntei desconfiada.

— Você fica linda quando está aborrecida, amor – Ele colocou a mão na maçã do meu rosto e eu ruborizei. Então aproximou seu rosto do meu. Eu fechei os olhos, esperando que ele fosse me beijar, mas ele apenas depositou um beijo na minha testa. Abri os olhos rapidamente e fiquei ainda mais vermelhinha. Que raiva! Argh, porque ainda fico assim? Como uma adolescente boba? AAAAAAAAAAAAAAH, DESESPERO!

       — Estava esperando que, Sakura? – Perguntou com aquele sorriso torto.

       — Eu? Anh, é que... – Fiquei sem jeito. De novo.

        — Se quer um beijo na boca, eu vou te dar um – Sorria. Ele estava mesmo era se divertindo às minhas custas.

— Pára Sasuke-kun – Falei tirando ele de campo de visão com um bico – Você sabe que eu fico sem graça, faz isso de propósito.

— Pode ser... – Ele cochichou – Terminou? – Perguntou, olhando para mim.

— Sim.

— Vou te deixar em casa, para que você se arrume – Falou olhando o relógio – Se eu for lá te pegar às 19 horas está bom? – Perguntou.

— S-sim... Mas, pra onde você vai me levar Sasuke-kun? – Perguntar mais uma vez não me custava nada.

Ele me olhou sorriu e me deu uma piscadela.

— Segredo.

— Não é para um restaurante de novo? Por favor me diga que não... – Suspirei com o olhar pesaroso.

— Não, não é... Mas isso é o máximo que vai conseguir tirar de mim, segredo é segredo. Não tente me fazer estragar a surpresa.

Ótimo. Você sabe como eu amo segredos.

— Nem uma pista? – Continuei enquanto andávamos no caminho de casa.

— Não.

— Pequenininha... – Implorei mostrando com os dedos fechados o tamanho que a pista poderia ser.

— Não.

— Por favor, Sasuke-kun... – Choraminguei.

— Se continuar não vou te dar aquele beijo.

— Hunf, chantagista – Fiz um bico, emburrada.

— Eu já disse que amo te ver emburrada? – Ele se divertia.

— Já, já disse – Terminei a conversa.

~~

Que coisa mais idiota. Porque estou me sentindo assim, POR QUÊ? Eu nunca, nunca pensei que isso me incomodaria tanto... Que me tiraria a concentração, o meu foco e as minhas noites de sono. Nem um beijo aquilo foi... Foi mais para assédio sexual isso sim. Aquele retardado. Shikamaru retardado. Como pôde fazer aquilo comigo? Fingir que iria me beijar... E me deixar plantada... MAS PORQUE EU ESTAVA ESPERANDO POR AQUILO? POR QUÊ?

Eu nem pude dizer nada – Ofendê-lo como sempre – Mas na verdade, nada convincente me vinha à mente mesmo para respondê-lo. Ele me parecia tão confiante... Quando chegava perto de mim, que me senti intimidada. Quando olhei nos olhos dele, eu vi que ele me desejava e por um segundo fiquei “feliz”... Não. Nem sei ao certo como me senti, foi tão estranho. Ele sempre foi tão persistente, tão inabalável – Como aquilo me aborrecia – Parecia que nada no mundo que eu fizesse seria o suficiente para fazê-lo me deixar em paz e esquecer de uma vez por todas a idéia idiota de que um dia poderíamos ficar juntos.

Ficar junto com ele... Como seria a sensação?

QUE MERDA! Porque agora eu me pego pensando tanto nele? Porque sinto meu coração acelerar e minha respiração falhar quando ele chega perto... Até o som de sua voz se tornou algo tão... Tão... Irresistível!?

Nunca senti essas coisas estranhas por ninguém. Ninguém mesmo. As garotas até me chamam de “Boquinha de cemitério” – Pelo simples fato de eu não andar por aí enfiando a língua no boca de garotos. Mas porque justo agora eu estava sentindo aquelas coisas estranhas e bobocas, e porque justo por ele? Justo o Shikamaru?

O quão injusto e traiçoeiro pode ser o destino? Armando sua teia de sentimentos e ligações... Essas coisas só confundem!

Talvez eu não esteja – Palavra pesarosa de se pronunciar – Apaixonada... Pelo Shikamaru... É só que... Ele fica me provocando e... Estou chateada porque não quero que a Konan me vença em nada! Absolutamente nada! Por isso é que estou tão paranóica sobre esse assunto, porque não quero que ela fique com ele...

Não quero mesmo que ela fique com ele...

Meu Deus isso realmente quer dizer que... Sinto algo? Medo.

Ouvi batidas na porta e - Sem a mínima vontade – Fui atender. Não podia me conter ao ver que era ele, fiquei surpresa... E pior... Demonstrei estar surpresa! Ele percebeu, eu sei que sim. Então me encarou com uma olhar que eu classificaria como: “Não quero brigar, então seja legal comigo”. Abaixei o olhar e fitei-o por entre os fios de cabelo que caíam.

— O quê?

— Posso falar com você? – Pediu. Ele estava diferente... Com medo, era isso mesmo?

— Já está falando – Tentei ser eu mesma, sabe? A Temari dura e ríspida de sempre. Quem sabe ele nem percebe.

— Não preciso entrar – Disse determinado. Apoiou-se na porta e começou a falar num tom de voz mais elevado – O que você precisa saber é que... Pedi demissão – O quê? Ele se demitiu? – E que além disso já contei para Konan todo esse seu plano maluco e idiota, ela entendeu e por incrível que me pareça, já esperava também – Ele coçou sua bochecha com o dedo indicador – Eu sei que vai ficar muito irritada, querer xingar, bater... Mas eu não ligo. Cansei de servir somente de capacho seu, Temari – Ele sussurrou, desviando o olhar de mim. Para minha sorte, pois senti minha face esquentar – Eu acho, não, eu tenho certeza de que mereço mais que isso, por isso nada de planos e idéias malignas de agora em diante... Mas se mudar de idéia em minha relação, eu vou estar onde sempre estive... – Ele sorriu sem jeito e colocou a mão em meu rosto - Na sua discagem rápida número 4, para problemas e armações, não é? – Quando fixei meu olhar no dele, ele parecia tão sereno, tão em paz... Parecia que ele só estava me contando algo que eu mesma já deveria saber, ou já sabia. – Eu não me incomodo de ser seu quebra-galho, de verdade... – Sussurrava mais perto de mim – O que me incomoda de fato, é que eu não quero ser apenas seu quebra-galho, mas você é birrenta demais para ver... – Ele beijou minha testa, MAS PORQUE A TESTA? ARGH; deu uma piscadela e se retirou da sala.

Estava ofegante, e meu coração ainda estava acelerado. Ele me deixava assim, que raiva.

E tudo aquilo que ele disse... Ele quer, aliás, ele sempre quis algo mais... O problema é que... É que... Eu tenho medo?

Mas e se tudo que me causar medo eu evito? Como faço com ele... Pode ser não é? O problema é que... Eu não sei se ainda quero evitá-lo.

Eu... Eu acho que quero... Acho que eu o quero.

                            Fim do capítulo


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Notas finais do capítulo

Eae galerinha! capítulo quentinho hein.. espero que gostem ;)
Espero reviews ♥ E desculpem a demora, mas tentem entender que não tenho mais tanto tempo livre como antes, minha vida teve uma mudança drasticamente e ando mais ocupada também mas tá dando pra levar e postar pra vocês então relaxem =)
Bom o próximo capítulo será o ultimo Aaaahhhhhhhhhhhhh mas calma, eles terá várias partes porque é MUITO extenso ;D
Beijo beijo e se cuidem gatinhas



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