Apenas Um Olhar escrita por Dih_dangerous


Capítulo 24
Capítulo 08² - Parte dois.


Notas iniciais do capítulo

Os personagens citados aqui são de autoria de Masashi Kishimoto. A história pertence a minha querida amiga que eu gosto muito Rafa. Repetindo, a história não é minha, só estou postando-a.Boa leitura x3



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                               The one with all that happening last night.

 —O que? Onde… Onde estou? – Crispava os olhos ao sentir um feixe forte de luz. Sentia-me enjoada, com dor de cabeça e nauseada.

 —Como se sente? – Era a voz de Sasuke, ela parecia-me tão... Bem humorada.

 —Depende... O que me aconteceu? – Perguntei ainda de olhos fechados, sem me mexer, com a esperança de que aquela dor incômoda passasse; nada.

 —Você não lembra? – Perguntou. Senti a sua mão tocar minha face e só então fiz um esforço maior para abrir os olhos. E ele estava lá, sorrindo de uma forma tão doce e gentil que eu me senti estremecer por um momento. Que bela visão para se ter ao acordar.

 —Lembrar? – Perguntei ainda obsoleta, pelo simples fato de ainda estar caindo de sono – Mas de quê? – Sentei-me e respirei fundo. Uma brisa fresca passou por meu rosto e me arrepiei – Está tão frio... – Os braços de Sasuke me aconchegaram em seu peito, e pude perceber que foi assim que eu tinha adormecido.

 —Não se preocupe... – Ele disse colocando sua jaqueta preta sobre meus ombros. A mesma jaqueta que ele usava na noite passada – Está na hora de irmos para casa.

Quando ele disse “Irmos para casa” me senti eletrizar. O que ele estava dizendo? Então foi que percebi a situação em que me encontrava. O que eu imaginava ser uma cama macia não passava de grama, sim grama. Olhava ainda sem acreditar para tudo a minha volta, nós estávamos num parque... O mesmo parque de ontem à noite. EU DORMI AQUI? JURA? Apalpei aquele chão verde e até puxei alguns ramos do chão. Via as pessoas que saiam cedo de casa para trabalhar ou caminhar, todos estavam nos encarando, os dois que dormiram lá – Como dois mendigos – E não era difícil imaginar o que se passava na cabeça daquelas pessoas. Mas eu mesma não sabia o que tinha acontecido, e isso era mal, muito mal. Será que o Sasuke me drogou?

Pra ter uma última certeza, belisquei bem forte a minha bochecha. E a minha força foi tamanha que senti lágrimas descerem automaticamente pelos meus olhos.

 —Ai! – Massageava o local onde tinha inferido o beliscão – Doeu, doeu... – Não, não foi um sonho. Estava acontecendo, era real.

 —Porque está se torturando? – Sasuke perguntou, tirando minha mão da bochecha e massageando ele mesmo – Eu pensei que você tinha dito que não gostava de sadomasoquismo, mas pouco a pouco vejo que você estava me enganando – Sorriu.

 —Não tem graça, seu bobo – Eu ri da expressão que via no seu rosto. Sasuke estava tão contente... Mais do que isso, estava radiante; nunca em nosso tempo de namoro o vi sorrir tanto.

 —Claro que tem – Sussurrou – Anda, vamos pra casa, eu quero tomar um bom banho quente, e acho que você também.

Aquilo era mais que verdade. Sentia-me como um verdadeiro saco de pipoca amassado. Meu cabelo deveria estar horrível – Emaranhado, com gravetos e folhas, embaraçado, com frizz e nem preciso dizer que eu acordo parecendo a Whitney Houston de Black Power – minha cara deveria estar pior que lutador de vale tudo – Banguela, que não consegue mais respirar de um lado do nariz e que só abre a boca o suficiente para colocar uma colher de sopa com um comprimido de vitamina (Sério, eles existem. E eu tenho medo deles) – e a minha roupa estava suja de lama. Por um momento tive pena das pessoas que esperavam ter uma bela visão no parque pela manhã cedo e encontrou-me por acaso no parque – Não me processem pelos pesadelos – mas então eu percebi que não devo nada para nenhum desses estranhos, e fiquei na maior onda, sem dar a mínima para o que estavam pensando.

 —Por favor... Estou nojenta – Choraminguei e me agarrei a ele, caminhando em direção ao carro, que estava estacionado do outro lado da avenida.

Assim que pus os pés naquele carro, logo quis começar as perguntas. Mas o que eu ia dizer? Ei Sasuke me diz aí o que a gente fez ontem à noite, porque eu não me lembro de porra nenhuma! – O quão insensível isso soaria? E se ele tivesse feito ou dito alguma coisa realmente linda e memorável? O quão chateado ele ficaria por eu não lembrar? QUE COISA! Mas eu sou uma pessoa tão saudável! Não fumo, bebo ou me drogo – Ou seja, para muitas pessoas eu não vivo. Mas enfim... – e como isso foi acontecer? Será que estou com indícios de um latente Alzheimer? Tão jovem? Com a minha sorte, não duvido.

 —Ei Sasuke, me pergunta alguma coisa do primeiro dia em que nós nos vimos... – Disse colocando minhas costas no vidro do passageiro, para poder olhar diretamente para ele, mesmo que a sua atenção estivesse no trânsito.

 —Por quê? – Perguntou curioso.

 —“Porque eu tenho a impressão de que tenho Alzheimer e estou com um pouco de medo de esquecer o número da minha conta bancária!” – Acho que não seria uma boa idéia dizer isso... – Apenas me diga, por favor... – Supliquei.

 —Tudo bem então – Ele disse, tentando fazer parte do que eu planejava – Qual foi a sua primeira impressão sobre mim? – Perguntou. Agora ele desviara olhar do tráfego e me olhou com a sobrancelha arqueada.

Que pergunta para se fazer. Pensei por uns 5 segundos, e quando a resposta veio a minha mente eu falei, quase que inconscientemente:

 —Idiota, egocêntrico, babaca, hermafrodita! – Fui tonta, falar a primeira impressão que você teve de alguém não é algo que se possa fazer. Ainda mais quando ela não foi boa... Mas tenho que dizer, estava aliviada por não ter que escrever em bilhetes onde guardo minhas calcinhas – Lembro de ter falado algo sobre você ter um pinto atrofiado...

 —CAHAM! – Tossiu, com uma cara fechada. Certamente para me calar... Não precisava ser menos direto.

 —Mas o importante é que com o tempo você me mostrou que não é nada disso... Que é um homem maduro, inteligente, carinhoso, atencioso, lindo e fofo – Tentei contornar a situação. E que bela situação que eu fui me meter! Sakura sua anta – Por favor, não me abandone... –Olhei para ele pesarosa, com as mãos unidas cobrindo a boca. Quem sabe assim eu parava de falar besteiras...

 —Não abandonei até hoje... – Ele disse suspirando.

 —É porque eu te amo – Eu sorri nervosa.

 —Não, é porque eu te amo – Ele sorriu sozinho, sussurrando.

 —Mas eu te amo também – Falei com um bico.

 —Não se pode nem comparar a diferença – Ele dizia melancólico – Você é a única pessoa que eu consegui amar desse jeito... Depois do que aconteceu... – Ele me olhou por um segundo com o olhar triste, e aquilo me partia o coração.

 —E o que aconteceu? – Perguntei com a voz falha.

Ele suspirou pesadamente e fechou os olhos. Parecia estar sofrendo. Mas o que ele escondia de mim? O que o fazia sofrer tanto? Eu o vi desviar a vista de mim, agora sua atenção estava totalmente no trânsito – Que nem se encontrava tão tumultuado.

 —Ah, Sasuke... – Tentei puxar assunto de novo.

 —Você se lembra do que você fez noite passada? – Perguntou, com um tom de voz sério.

 —O-O quê? – Então ele sabia que eu não lembrava de absolutamente nada? Agora me preocupei, de verdade.

 —Não era isso que você queria me perguntar esse tempo todo? – Ele me deu o seu mais presente e menos adorável sorriso sarcástico – Por isso ficou me enrolando não é?

Ótimo, então ao menos ele sabia sobre a minha situação. Não era mais preciso enrolar tanto.

 —E o que foi que eu fiz? – Perguntei curiosa.

 —Eu digo depois que chegarmos em casa e tomarmos nosso banho quente – Disse calmamente.

 —Porque não agora? – Fiz uma careta e puxei a camisa dele.

 —Porque agora estou desconfortável, sujo e preciso muito mesmo de um banho – Falou me olhando com uma expressão cética – Ou pode ser que eu apenas goste de te ver apreensiva, porque acho que você fica extremamente sensual – Meu deu um sorriso malicioso.

  —SASUKEEE! – Dava batidinhas no ombro dele – Isso é maldade, maldade! Me diz por favor – Suplicava. Olhei para ele, fazendo um pedido silencioso com o olhar, mas nunca vi homem mais determinado e centrado que aquele meu namorado.

 —Não, espere – Ele só disse isso, e virou a cara para o outro lado – Olha, já chegamos em casa, vá tomar seu banho, quando terminar vá a minha casa para tomarmos café juntos, depois então eu satisfarei todas as suas dúvidas – Terminou, estacionando o carro.

 —Porque não me diz logo de uma vez? – Disse emburrada – Sei que tem algo de errado.

 —Porque haveria? – Ele perguntou em tom de brincadeira.

 —Estou com a sensação de que algo aconteceu e que você está me escondendo isso só pra me deixar apreensiva – Falei saindo do carro – E você faz isso para que eu dependa da sua boa vontade.

Ele saiu do carro também e caminhava junto a mim para dentro do prédio, entramos no elevador, ainda em silêncio.

 —Em certa parte você tem razão – Disse, já quando estávamos nas portas de nossos respectivos apartamentos – Eu realmente gosto que você me agrade para ter o que deseja, e eu também estou escondendo coisas de você... Mas isso não passa de uma maneira para que você venha me procurar. Suas reações surpreendentes simplesmente parecem muito atrativas aos meus olhos.

 —Você é muito malvado... Falando coisas assim, para que eu fique sem palavras e não possa discutir com você – Sussurrei envergonhada.

 —Exatamente – Sorriu torto e entrou na casa dele. Ai que vontade de beijá-lo.

Entrei em casa, e parecia que carregava duas toneladas em cada ombro. Mas nada estava mais pesado do que a minha consciência. Sabia que tinha feito algo – Sasuke afirmara – só me restava saber o que eu tinha feito, e também qual era o motivo dessa minha falta de memória repentina.

Tomei um banho demorado e procurei relaxar, melhorar minha mente, eu estava exausta. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo, já que não estava disposta a tentar arrumá-lo, coloquei um short jeans surrado e uma camisa xadrez, meti uma rasteira nos pés e fui logo a casa dele. Já fui entrando logo, nem bati, nem pedi licença – Olha a educação da pessoa.

 —Sasuke? – Chamei por ele baixinho.

 —Estou na cozinha – Ouvi sua voz, me convidando para ir até ele.

 —E então? O que foi que eu fiz? – Perguntei, assim que coloquei os pés na entrada da cozinha.

 —Que pressa, Sakura – Ele disse me corrigindo – Eu tinha dito que após tomarmos nosso café da manhã eu contaria, então por que não senta e aproveita? – Disse colocando um pedaço de bolo na boca.

Sasuke estava com os cabelos molhados e mais bagunçados que o normal, só estava usando uma calça tactel preta. Uma visão.

 —Você fez o grande favor de me deixar ansiosa, Sasuke – Sentei-me a sua frente – E ainda fica me enrolando... Quer que eu implore, é isso? – Perguntei.

 —Não seria má idéia – Ele sorriu; se divertindo – Mas é claro que não é isso que quero. Se não, já teria pedido mais do que a sua companhia no desjejum, concorda?

 —Claro, você é um santo não é? – Olhei para ele emburrada – Mas depois do café você me contará tudo não é, Sasuke?

 —Sim – Ele respondeu, e me pareceu sincero – Mas tenho que dizer... Quando me chamou de Sasuke-kun ontem, fiquei bem mais feliz. Essa sua formalidade me chateia.

 —Ontem eu te chamei de Sasuke-kun? – Perguntei, com o rosto avermelhado – Por quê?

 —Termine seu café mulher e pare de fazer perguntas – Ok, agora ele falou como se fôssemos casados há dez anos – Vou te esperar na sala.

 —Não me deixe sozinha, Sasuke – Pedi, sem olhá-lo nos olhos.

 —Pra que continue me fazendo perguntas e esqueça de comer? – Disse suspirando – Não obrigado, te espero na sala.

                                      Sasuke 1 x Sakura 0

Comi tudo bem rápido, não tive sequer a oportunidade de aproveitar um café da manhã feito por ele. Estava com milhares de dúvidas e nenhuma resposta. Corri para a sala e topei na quina da parede. Sufoquei um xingamento e limpei as lágrimas que caíam. Quando cheguei à sala, ele estava zapeando os canais. Assim que me viu lá, rapidamente desligou a televisão e me chamou para sentar ao seu lado.

 —Você não conseguiu esperar não é? – Ele disse tocando em algumas mechas de meu cabelo – Como você é impaciente, Sakura... – Fiquei corada quando ele sussurrou meu nome, era algo tão simples que ele fazia, mas ao mesmo tempo se tornava tão único ouvi-lo dizer meu nome.

 —Por favor? – Foi a única coisa que consegui dizer.

 —Tudo bem o que quer saber? – Ele disse pacientemente, me puxando para mais perto de si, num abraço aconchegante.

 —Tudo – Fui direta – Eu não me lembro da nada, Sasuke – Falei pra ele, com uma cara assustada – Porque dormimos no parque?

 —Bom isso foi uma casualidade – Ele sorriu – Apenas não consegui te trazer pra casa no estado em que você estava... Você me deu muito trabalho.

 —Por quê? – Perguntei, apoiando minhas mãos no peito nu dele.

 —Você não se recorda mesmo não é? – Ele me olhou com compreensão nos olhos.

 —Não Sasuke! Me conta... – Pedi desesperada.

 —Tudo bem, vou te contar tudo desde o início, já que parece que você não se lembra de nada mesmo.

Eu acenei com a cabeça e ele respirou fundo, enquanto eu prendia a minha respiração e fechava o punho de tanto nervosismo.

 —Eu a levei para aquele parque onde acabamos passando a noite, porque queria te mostrar o quão bonitas eram as cerejeiras de lá, já que estamos na primavera e todas estão floridas – Ele começou. Eu me concentrava em suas palavras e buscava assimilar tudo; aos poucos pude me lembrar das cerejeiras, realmente estavam lindas, lembrei também de que fomos a um restaurante – Nós jantamos em um restaurante que ficava próximo ao parque, não me recordo o nome precisamente, mas isso também não é importante...

 —Continue... Eu me lembro das cerejeiras – Sussurrava. Ele sorriu para mim e continuou.

 —Você ficou maravilhada com a beleza do parque, eu lembro – Ele sorria enquanto falava – Seus olhos tinham um brilho maravilhoso, magnífico – Ok, fiquei sem graça – Mas você estava tão distraída olhando para as árvores que acho que não percebeu quando o garçom perguntou o que queríamos – Falou mordendo o lábio inferior.

 —Porque Sasuke? – Perguntei, arregalando os olhos.

 —Bom, porque quando ele perguntou o que beberíamos, eu disse que queria um Blueberry Night... Mas quando ele perguntou para você... Você disse: “O mesmo!” – Ele me olhava com uma cara eu diria que meio preocupada com minha reação.

 —Sim Sasuke, e daí? – Disse com uma cara de quem não estava entendo nada – Minha mãe me dava Blueberry Night o tempo todo.

  “Só se ela quisesse que você se tornasse uma alcoólatra, Sakura. E eu duvido que essa seja a questão” – Sasuke suspirou e mexeu nos cabelos, ainda molhados. Ele me olhou com pesar e disse, tentando ser cauteloso (?) – Tem certeza?

 —Tenho sim – Eu afirmei, sem entender ainda qual era a importância daquele fato.

 —Sério? – Continuou – Será que o que a sua mãe te dava não era Flamberry, Sakura? Aqueles sucos artificiais de uva? Que não contém álcool? – Ele disse vagarosamente.

A ficha caiu.

 —OH MEU DEUS! – Levantei-me num pulo e levei minhas mãos para cobrir minha boca – ENTÃO QUER DIZER QUE EU... QUE EU...

 —Você ficou completamente bêbada depois de dois copos – Chupa essa. Eu nunca tinha posto uma gota de álcool em meu organismo.

 —MAS EU NUNCA, EU NUNCA... – Eu estava prestes a dar um ataque, baixar o Godofredo e dar piti. Mas me controlei e comecei a andar de um canto ao outro da sala.

 —Você nunca tinha bebido não é? – Ele disse compreensivo – Mas era de se notar... – Sussurrou colocando a mão no queixo, pensativo.

 —PORQUE, O QUE EU FIZ? – Choraminguei.

 —Você quer saber mesmo? – Ele perguntou. Considerando que talvez, já que ele tinha feito aquela pergunta, eu no fundo não quisesse saber o que fiz; tomei a posição de um ser racional e responsável por seus erros (Desde quando?) e afirmei com a cabeça.

 —Tudo bem, então deixa eu me lembrar de tudo... – Ele disse pensando.

TUDO? ERA TANTA COISA ASSIM?

 —Bom você tentou comer a toalha da mesa, correu atrás do garçom, subiu na mesa e dançou algo que eu não conhecia, mas foi engraçado – Ele sorriu lembrando-se da minha tragédia e eu o fuzilei com o olhar, mas ele nem ligou – Entrou no banheiro masculino e saiu correndo pelo restaurante com papel higiênico... Acho que você pensava que estava voando... – Ele me olhou alegre e eu fechei a cara – Então você tentou agarrar um homem loiro que estava no bar, e ele deixou... Então eu o soquei e saí correndo atrás de você.

 —VOCÊ SOCOU UM HOMEM? – Eu disse sem acreditar.

 —Claro, era óbvio que você não estava em seu juízo perfeito. Ele queria se aproveitar! – Disse inconformado – Bateria mais se você não tivesse saindo correndo pelo parque dizendo que queria banhar de rio – Ele disse cansado – Sabe o trabalho que me deu te fazer desistir de pular pelada lá dentro? A água estava um gelo.

 —EU IA PULAR LÁ PELADA? – Disse com os olhos arregalados.

 —Sim, e apesar de ser uma visão que me agradaria muito – Fiquei rubra ao ouvi-lo dizer isso – Tive que te parar, mesmo você se debatendo e me dando um soco na cabeça – Ele mostrou um galo roxo na cabeça, fiz uma cara de arrependida dos meus pecados – Te deitei na grama e te segurei pelos braços, foi quando você começou a choramingar e implorar: “Sasuke-kun, por favor”, “Venha comigo, Sasuke-kun” , você dizia.

 —Só conseguir fazer você se acalmar quando concordei em ficar ali contigo, te abraçando, sem soltar – Ele sorriu sem jeito e me olhou. Já eu estava estática, morta de vergonha – Mas acabei adormecendo contigo em meus braços lá. Bom, basicamente essa é a história.

Eu o olhei com o queixo no chão, a desilusão de uma desafortunada e a coragem de uma bêbada que não sabe o que faz. Joguei-me de qualquer jeito naquele sofá, e ele carinhosamente me puxou para seus braços, beijando meu pescoço.

 —E agora? – Perguntei ainda aérea.

 —Eu acho que não devemos mais aparecer por lá, ou seremos trucidados – Falou brincalhão.

 —Não é isso... Como você conseguiu? Me agüentar bêbada... – Sussurrei ao pé de seu ouvido.

 —Já é difícil agüentar sóbria não é? – Ele brincou de novo, mas eu dei um leve tapinha no peito dele.

 —É sério, Sasuke... Como você teve tanta paciência? – O olhei com o olhar perdido.

 —Que tipo de namorado estúpido eu seria se te abandonasse naquele estado? Além do mais, fazia tempos que não me divertia tanto! Ontem foi uma noite muito melhor do que eu esperava – Ele me dizia sorrindo, e eu correspondi com um sorriso tímido – Assim como cada dia, cada hora e cada minuto que passo com você é sempre uma surpresa. E eu amo viver esses momentos com você, porque é com você que eu quero vivê-los – Ele disse me olhando nos olhos.

Eu me derreti toda quando ele falou aquilo, e dei o meu sorriso mais radiante.

 —Eu te amo, Sasuke-kun – Sussurrei carinhosamente, afagando o rosto dele.

Ele me olhou surpreso e sorriu sem graça. Ele ficou tão lindo...

 —Mas tenho que admitir, esperava que você quisesse passar a noite comigo ontem, foi tão decepcionante! – Ok, agora quebrou clima, Sasuke.

 —Pára seu pervertido! – Sorri e bati nele de novo.

Ele agarrou minhas mãos que batiam nele me puxou e me roubou um beijo.

 —Você me ama? – Ele perguntou sussurrando em meu ouvido.

 —Amo – Eu sorri.

 —Então repete – Ele me beijou no pescoço mais uma vez.

 —Eu te amo, Sasuke-kun – E nós nos beijamos apaixonadamente.

Amor em diferentes ângulos

                          ~End of the flashback



O meu trabalho era fácil. Organizar tabelas, documentos, pastas e orçamentos. Coisa fácil para mim, na verdade. O que me preocupada mesmo era o segundo motivo por eu estar ali, por eu aceitar este emprego e me tornar um homem tão canalha. Eu tinha de espionar a Konan para Temari. Passei um almoço inteiro com ela, e não tinha visto o que de tão ruim existia nela. Mas como não posso comparar meu ponto de vista com o de uma psicopata – Temari, só para pequenos esclarecimentos – Não sou apto a dar opiniões.

Mas posso dizer com certeza que não a vi tentar me derreter com sua visão de calor ou controlar a minha mente e ainda me transformar num pedaço de isopor... Ela parecia ser uma boa pessoa. Porque mesmo eu tinha de fazer isso com ela? Não me lembro bem agora...

UM DIA INTEIRO COM A TEMARI EM MINHAS MÃOS! – Nunca mais se esqueça disso seu idiota com trombose nos múltiplos órgãos encefálicos (?).

Eu tinha de espionar a Konan.

Vou repetir isso várias vezes... Talvez aí então comece a fazer algum sentido. Quem sabe eu consigo convencer a mim mesmo... Ou não.

Na empresa


 —Shikamaru pode vir aqui, por favor? – Konan aparecia na porta de sua própria sala.

Acenei atentamente e levantei-me, seguindo para o caminho dos pecadores, mentirosos e infelizes bastardos.

 —Sim senhora? – Perguntei colocando-me em pé a sua frente.

 —Senhora? – Ela disse me olhando com reprovação.

 —Konan! – Gritei exasperado – Konan! Desculpe-me! – Eu me imaginei apontando uma arma para minha própria cabeça. E por um momento desejei que aquele gatilho explodisse meus miolos lentos por todo o carpete da sala.

 —Calma, não é o fim do mundo! – Ela sorriu elegantemente. Na verdade, tudo ela fazia com elegância. Konan tinha traços de mulher adulta, madura e refinada... Tão diferente da Temari... – Com o tempo você se acostuma.

 —Sim – Sorri, sem graça e desajeitado – Mas, o que você queria...?

 —Ah sim é verdade! – Ela mexeu em uns papéis, pegou um deles e estendeu, dando a entender que eu o pegasse.

 —Pode levar isso para a senhorita Temari? – PARA QUEM? Porque ela não me pediu algo mais fácil e menos mortal? Como por exemplo: Andar com um símbolo nazista num bairro judeu ou simplesmente me arriscar a comer aquela gororoba não confiável que a Sakura chama de pavê de espinafre? Uma palavra descreve: NOJENTO. Não contem para ela... – Ela precisa assinar esse documento para que eu possa enviá-lo.

Hesitante e temeroso internamente, peguei o papel da mão dela, com o meu melhor sorriso falsificado. Não precisava de ajuda, de ninguém... Eu já sabia onde a sala dela ficava.

 —Pode entrar – Ouvi o sinal que ela mandava. Depois de dar as singelas e necessárias batidas na porta.

 —Temari... – Falei desinteressado, mas ela me deixou concluir? Deixou? Como sempre... NÃO.

 —O que está fazendo aqui, boboca? – Sussurrou irritada – Se souberem que nós já nos conhecemos, acaba o plano!

Suspirei extenuado. Aquela mulher sim, um dia iria me deixar com vontade de tomar cicuta; fazer roleta russa com metralhadora; virar torcedor de um time que o nome seria muito complicado para que eu pudesse pronunciar enquanto eu estivesse totalmente bêbado, com meus senhores 30 anos, barrigudo, careca e com 3 filhos duvidosos que roubam dinheiro escondidos da minha carteira e escondem minhas pílulas azuis (Incrível como um adulto fica ranzinza quando escondem as suas coisas).

Respirei profundamente, apagando de minha mente pensamentos tão mundanos e infelizes como esses. Fechei a porta pela qual tinha acabado de entrar e joguei o papel em sua mesa, sentando-me numa poltrona disposta de costas para sua mesa. Deixando-a provavelmente, mais louca da vida ainda.

 —Não vai falar nada? Cadê sua enorme e insistente língua? – Falava batendo a caneta insistentemente na mesa.

 —Você quer que eu fale ou que te beije? – Perguntei sem encará-la – Porque se fica perguntando coisas sobre o que eu faço ou deixo de fazer com minha língua, sinto que você só faz isso pra me provocar, mulher.

 —COMO É QUE É SEU PEDAÇO DE ESTRUME? – Gritou ficando enrubescida – Não fique aí sentado como se fosse o dono do último pão de queijo de Minas Gerais (?) e pare de me enrolar! Como foi lá com o cabelo de tinteiro velho?

 —Com quem? – Perguntei me fingindo de desentendido.

Ela me encarou, furiosa. Não posso descrever em como colocá-la em tal situação pode ser divertido. Talvez por que eu era um tolo, ou talvez porque a felicidade está nas pequenas coisas da vida... MAS QUEM ACREDITA NISSO? Eu acho que vi essa frase num rótulo de leite condensado... Enfim.

 —KONAN, seu estúpido petulante – Cuspiu entre dentes.

 —Ah, a minha nova chefe Konan, você quer dizer? – Falei sorrindo – Sim, ela é uma linda mulher... – Continuei, lembrando-me severamente dos detalhes, do desenho e das feições da mulher que eu tinha de espionar.

 —Assim como as prostitutas européias... – Temari disse emburrada – Se bem que não se pode distinguir uma das outras – Continuava com o punho cerrado.

—Mas que língua afiada Temari! – Disse virando-me para poder encarar aquele rosto raivoso. No mínimo excitante eu tenho que dizer – Mas não se preocupe, eu ainda só tenho olhos para você – Terminei piscando.

 —SEU ESTÚPIDO PREPOTENTE! – Levantou-se abruptamente e ficou rondando a sala, mexendo em coisas e procurando algo para fazer. Tradução: Nervosa – COMO SE ISSO ME INTERESSASSE!

Suspirei procurando transparecer para ela um imenso cansaço, mas por dentro não conseguia me sentir mais alegre... A ponto de explodir eu diria... Sim, eu causava ciúmes nela, ou seja, propositalmente ou não ela sentia sim algo por mim. Admitir era outra questão, mas eu cuidaria disso com mais cautela e cuidado depois.

 —Se bem que... Konan parece ser uma mulher muito mais madura, sabe? – Sussurrei – Afinal, até agora ela não mandou nenhum amigo te espionar...

 —CALE-SE! – Gritou enraivecida, a face rubra como um tomate – Quem pediu a sua opinião? Apenas cumpra sua parte calado e sem dar palpites idiotas!

Ouvi as suas palavras calado, ainda sentado. O que fazer de agora em diante tinha que ser muito bem pensado e articulado, pois um passo em falso me faria perder o trabalho duplo e, conseqüentemente, o dia tão esperado de poderoso chefão.

Levantei-me vagarosamente, enquanto ela me observava inquieta. Virei-me de costas para ela e respirei fundo, certamente ela estranhou minha atitude.

Pus-me ao seu encontro e cheguei cada vez mais perto dela. Da sua boca não saía nenhuma palavra nenhum suspiro; e em seus olhos eu não podia ver a certeza e a coerência de antes... Ela não estava centrada. Quando me posicionei a centímetros de distância dela, eu a vi esmorecer, mesmo que por um segundo... A não ser que minha mente se encontrasse em um frenesi tão grande que estivesse me pregando peças. Não, aquilo não era uma ilusão ou fruto da minha mente... Ela queria sim, que eu me aproximasse mais. Posso ser até mais atrevido em afirmar tal coisa, mas eu vi em seus olhos que ela queria sentir o meu toque, como seria a sensação de desfrutar das minhas carícias e do meu beijo.

E eu não vou negar que sentia sim, a mesma necessidade, curiosidade... Que ela sentia.

Então eu deixei minha boca chegar perto da dela esperando sua reação, e sim, foi uma reação mais do que bem vinda, pode ter sido involuntário, mas a boca dela estava entreaberta, apenas esperando que eu fizesse o que tinha de fazer, por assim dizer. E apesar de extremamente tentador e prazeroso... O meu orgulho vinha um pouco antes disso, e um pouco depois da minha vergonha na cara.

 —Você tem que assinar isso... – Estendi o papel em sua cara, espantando-a – Caso contrário, não poderei voltar à companhia de minha adorável chefe, sabe?

Ela me encarou estática e pela primeira vez na história dos meus 18 anos de vida eu pude presenciar um momento único, mágico e especial: Temari no Sabaku ficou sem palavras. Nenhum xingamento ou palavras ásperas. Eu tinha ganhado... E que gosto bom tinha a minha vitória, mesmo que fosse uma em um milhão.

E eu sei que eu perdi algo MUITO bom, mas isso na verdade nem sequer me preocupava... Tinha um dia inteirinho para fazer isso e mais até se esse fosse o meu desejo. O que me deixava em órbita era ver que eu tenho sim algum efeito sobre a senhorita “Quem precisa de homens? Eles são estúpidos, idiotas, inúteis e me farão engravidar e perder minha carreira... Virarei lésbica aos 30 e serei mais feliz assim”. Mesmo depois de todos os foras, humilhações e vergonhas públicas que ela me fez passar... Ela sentia algo por mim.

Eu aspirava que aquela era a minha hora, entendem? A minha vez de fazê-la vir atrás de mim, de querer a minha companhia. E pode parecer que é muito egoísmo, mas não é! Eu simplesmente cansei de manter a mesma postura positiva e de bom moço de sempre! Porque eu tenho que agüentar o modo dela ma tratar? Se eu posso fazê-la vir correndo atrás de mim? Sim, esse era meu novo plano. E ela não iria resistir.

Eu a vi pegar o papel e morbidamente assiná-lo, com a expressão ainda surpresa.

Sem esperar por nenhuma reação da parte dela, saí da sala com o papel assinado em mãos e me dirigi ao escritório de Konan.

Sem escapatórias e sem segundas opções. Temari, você está no meu beco sem saída.
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Tinha um compromisso inevitável hoje. E estava angustiada, mas não sei dizer ao certo o porquê. Quando acordei hoje e vi a mensagem de meu pai na secretária eletrônica senti aquele arrepio frio e o sentimento ruim que te invade a boca e te deixa com ânsia. O senhor Hiashi não me chama tão formalmente assim faz anos.

O pior é que isso me deixou o dia inteiro inquieta. Sabe quando não se consegue esquecer uma coisa e ela fica martelando na sua cabeça? Era assim que me sentia... Mas o meu sinal não parecia boa coisa, eu pressentia... A notícia que me seria dada, não me deixaria feliz.

O recado deixado dizia as exatas palavras:
“Quero que me encontre hoje ao meio dia no meu escritório na matriz da empresa Hyuuga. Temos assuntos irrevogáveis a tratar. Não quero desculpas, e qualquer outro compromisso pode ser adiado. Hiashi.”

A seu tom de voz era tão gélido que meu coração sentia as finas agulhas de orvalho perfurar-no. O que poderia ser tão importante a ponto de meu pai perder toda a informalidade que tinha comigo? A ponto de nem sequer perguntar se estou bem, ou me chamar de “Filha querida” como ele sempre faz? Sim, eu estava desassossegada. Temia ouvir seus sermões... A desaprovação que sempre estava lá.

A primeira coisa que me passava pela mente era logo saber o que ele queria. Nada me faria esquecer os assuntos irrevogáveis que teríamos que tratar.

Cheguei à empresa e corri para sua sala.

 —Papai, posso entrar? – Cochichei, esperando a sua resposta do lado de fora da sala.

 —Sim – Ouvi sua voz, com o tom duro e gélido que pude perceber na mensagem de voz.

 —O que você queria falar comigo? – Disse em pé a sua frente, como uma estátua.

 —Eu tomei uma decisão – Falou olhando-me com as mãos encobrindo a sua boca, os cotovelos apoiados na mesa – Você vai para casa de sua tia Chiba, nos estados unidos. Já conversei com ela e não há nenhum problema, você morará lá.

Senti meu corpo paralisar. Mas o que ele estava dizendo? Era loucura!

 —Como assim, pai? – Perguntei sem entender de onde ele tirara tal idéia -Toda a minha vida está aqui em Tókio! Minha escola, minha família, meus amigos...

 —Está se referindo ao garoto Uzumaki, não é? – Disse encarando-me com os olhos cerrados – Responda-me, Hinata! É por causa desse seu namoradinho, não é?

 —Não, não só por ele pai! – Exaltei-me – Minha vida é aqui!

 —Sua vida está onde eu acho que será melhor para você – Continuou batendo a mão na mesa violentamente – Eu ainda sou seu pai!

 —Mas...

 —Nada de mas! Você ainda não completou sua maioridade, quem toma as suas decisões ainda sou eu!

 —NÃO É JUSTO! – Gritei com todas as minhas forças, não conseguindo controlar as lágrimas.

Corri o mais rápido que pude para a casa de Naruto. Precisava vê-lo, precisava dele. O seu cheiro, sua voz, seu calor... Tudo me confortava tanto.

Quando cheguei à sua porta, quase não estava mais em mim de tanta angústia no peito. Assim que o vi, sorrindo para mim e me dando boas vindas, não agüentei... Abracei-o com todas as minhas forças, como se quisesse que ele levasse embora todos os meus temores e consternações, como se fosse possível unir nossas almas apenas por aquele gesto desesperado e impensado. Mas não era possível... Infelizmente.

 —O que aconteceu, Hinata? – Perguntou preocupado. Claro, afinal, ontem mesmo eu aparentava estar tão feliz ao seu lado e hoje chego assim.

 —Naruto-kun... O meu pai, ele... Ele... – Cochichava com a voz fanha e embargada pelo choro de momentos antes.

 —Ele o que, meu amor? – Perguntou novamente, acariciando meus cabelos e beijando o topo de minha cabeça. Que difícil.

 —Ele quer me mandar para os estados unidos! – Gritei desesperadamente, e não fui capaz de abrir os olhos para ver a sua reação.

 —Eu vou embora, Naruto-kun.

 —NÃO VOCÊ NÃO VAI! – Olhei-o desorientada e tonta, seu rosto parecia estar em chamas – Ninguém vai tirar você de mim! EU TE AMO!

 —Mas eu não tenho escolha... – Sussurrei morbidamente – Ele é meu pai, e ainda decide por mim...

Senti o abraço ficar mais apertado. Naruto me abraçou com tanta força quanto eu tentara anteriormente. Quisera eu que o tempo parasse ali, naquele instante. Naquele perfeito instante. Em que eu me encontrava com ele e podia senti-lo, podia ficar com ele. O quanto eu esperei por isso? E mais uma vez, ele me estava sendo tirado...

 —Eu te amo, Hinata – Ele disse isso e me beijou com sofreguidão. Nada me pareceu tão conveniente e ao mesmo tempo tão melancólico.

-"Eu te amo também Naruto. Mais do que a mim mesma" – Pensei.

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 —Eu não vou fazer isso! – Disse emburrada.

 —Nem que você não queira! – Respondeu fazendo bico – Não é uma escolha, Sakura!

 —E desde quando você manda em mim mesmo? – Falei cruzando os braços.

 —Vamos, me deixe colocar isso logo, sem reclamar! – Ele dizia irritado.

 —NÃO! ISSO DOI, SASUKE! – Berrava tentando me desvencilhar de seus braços.

 —Não seja bebê chorona! – Ele dizia segurando meus braços – Isso vai entrar aí, por bem ou por mal.

 —NÃO! – Gritei desesperada.

 —Lá vai... – Ele disse abrindo meu olho direito com o dedo polegar e o indicador – Pronto... Não seja tão birrenta! É só um colírio. pensasse nisso antes de ir mexer naqueles livros velhos e deixasse que caíssem ciscos em seu olho.

 —Mas você já me conhece, eu tenho pavor, neura e simplesmente não consigo que ninguém encoste em meu olho, é tão difícil entender? – Disse choramingando.

 —Nem se for pra dar um beijo? – Perguntou liberando-me das prisões de seus braços musculosos.

 —Porque alguém daria um beijo no olho? – Exclamei e perguntei ao mesmo tempo.

 —Pode ser porque é romântico – Disse sentando-se na minha cama.

 —Num mundo de oftalmologistas... Talvez – Cochichei com uma vozinha fina.

 —Não seja chata e venha aqui – Ele disse me chamando para deitar-me ao seu lado.

 —Não posso. Nós já ficamos grudados o dia inteiro. Tenho dever pra fazer e matérias para estudar... Assim como você – Falei enquanto arrumava a roupa que tivera ficado amarrotada e os cabelos que tinham se bagunçado em nossa pequena batalha corpo a corpo.

 —Você se cansa de ficar comigo? – Perguntou com um tom de voz baixo – Porque se pudesse, eu ficaria com você todos os minutos de cada dia, e nunca me sentiria extenuado.

Uma gota de remorso me atingiu por ter dito aquelas palavras. SAKURA BURRA! BURRA E IDIOTA! PENSE ANTES DE FALAR SUA ANTA!

 —Você sabe que não foi isso que eu quis dizer... – Tentei reverter a situação, virando-me para ele e encarando com um bico, sem graça.

 —Pareceu – Disse, sendo direto.

 —Mas não foi então, não fique bravo.

Ele ficou me encarando por algum tempo, muito tempo eu digo! O que está escrito em minha testa Sasuke?

 —Eu desejo a sua companhia – Ele sussurrou numa voz rouca e sensual.

 —Eu também desejo a sua companhia – Disse, parecendo ser o mais sincera possível. E eu estava sendo.

Ele sorriu torto e fechou-se em torno de seu sorriso. Os olhos se fecharam por questão de segundos e, quando ele os abriu, eu pude vê-lo levantar-se da cama e vir caminhando lentamente em minha direção.

Sim minha gente, tinha até câmera lenta!

O que eu faria? Sair correndo? Não era nem sequer uma alternativa. Meus pés agora se fincavam ao chão como se lá estivessem fincados. Minha respiração descompassou-se ao vê-lo chegar tão próximo de mim que cheguei a pensar que ele leria os meus pensamentos – Nem digo que X-men Foi uma má influência para mim, dã.

 —Você não me entende, não é? – Ele disse prendendo-me, pois seus dois braços agora apoiavam-se na parede atrás de mim – Eu quero mais que algumas horas, mais do que a escola e mais do que passeios noturnos... Sabe que se pudesse te raptaria e levaria para uma ilha deserta, onde tudo que eu faria seria ficar contigo. Ouvir tuas reclamações inoportunas, mexer no teu cabelo, te deixar envergonhada, sentir seu rosto corar toda vez que fico perto de você – Ele sussurrava em meu ouvido – Estudar todas as suas reações, sentir a sua pele macia – Ele roçou o rosto de barba mal feita em meu pescoço, e eu me odeio por ter soltado um gemido abafado – Poder te beijar até meu fôlego acabar e te chamar de minha, só minha para sempre – Ele beijava agora a extensão de meu pescoço e ombro.

 —Mas que idiotice... Eu já sou sua Sasuke – Sussurrei segurando-o com força e aproximando seu corpo do meu.

 —E eu sou seu... Então nada mais falta.

 —Sim, você tem razão. Nós pertencemos um ao outro.


Fim do capítulo


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Notas finais do capítulo

OK DESCULPA, ATRASEI ALGUNS DIAS :{Não vou me prolongar muito.. a única desculpa que eu tenho é: Escola.Enfim, espero que gostem e deixem reviews hihiobrigado pra quem deixou no capítulo anterior ♥Eu particularmente adoro esse capítulo e espero que vocês também gostem heheÉ isso ae ta no finalzinho..Bom, sem previsão pro próximo post, mas eu pretendo que seja em breve..Beijos e até mais ♥