CAP. O7 - ESCOLA

Quem não consegue AMAR a escola? Um lugar onde várias pessoas da sua idade irão para aprender um monte de coisas que nunca precisarão na vida e que logo serão esquecidas, além de, é claro, pessoas mais velhas que pensam que mandam em você só pelo fato de que SÃO mais velhas que você. Escola rocks. E pior ainda, em toda escola em todo o mundo existe o pior inimigo de uma garota excêntrica – essa seria eu – : as panelinhas. Sim, é verdade. Os nerds, as líderes de torcida, os skatistas, as bandas, as patricinhas, os estrangeiros e é claro os malucos e doentes mentais. Cada um no seu mundinho. Mas eu ainda tenho um grupo em especial para adicionar a essa conta: O fã clube de adoradoras de Sasuke-kun. Pronto, agora sim é que eu não fazia amizade naquela escola nova e idiota mesmo. Pois, como todos sabem, Sasuke-kun é meu namorado faz mais ou menos um mês, e estaria tudo lindo e perfeito se não tivesse que me preocupar seriamente com o risco de vida que estou correndo nesse momento, preocupação vinda de todas as garotas neuróticas e apaixonadas que, segundo Shikamaru e Naruto, não ficarão muito alegres em saber que eu ‘roubei’ – não roubando – o futuro (?) namorado delas. Vai entender...

Só sei que preciso de uns guarda-costas urgentemente. Tenso.

— Você entendeu não é Sasuke-kun? – perguntei ansiosa para ele, enquanto caminhávamos para a escola; que não ficava distante de casa – quer repassar o plano?

— Não, Sakura... – ele respondeu suspirando – você já repassa esse seu plano comigo desde ontem à tarde, eu já sei de cor.

— Não fique bravo, Sasuke! – eu o olhei com uma expressão extremamente preocupada – que era exatamente como eu me sentia – só estou juntando os fatos. Quando chegar naquela escola, vão tentar me matar, MATAR!

— Não, não vão – ele segurou minha mão e me levou para mais perto de si – elas não chagarão a ponto de querer machucar você Sakura, é simplesmente sensacionalismo do Naruto e do Shikamaru, e você caiu porque foi ingênua.

Dei uma tossidinha e olhei para ele de canto. Ele olhou de volta e suspirou de novo.

— Não, eu não acho que você é ingênua – e dizendo isso ele beijou minha testa – só acho que você está se preocupando com uma besteira.

— Humpf. Então ta, se você está dizendo... – amarrei a cara e continuei andando, mas ainda pensando no que me esperava – mas, só para garantir... se você ver uma movimentação estranha vinda de qualquer parte da escola, ou muitas meninas correndo na mesma direção o que você vai fazer? – no fim das contas, não adiantou nada, eu estava repassando o meu esquema de segurança com ele, DE NOVO.

— Eu irei lá e te salvarei de todas as garotas diabólicas que querem te matar – ele respondeu com um tom irônico e desacreditado – Sério que vai querer passar o esquema DE NOVO, Sakura? – ele me olhou já irritado.

— Por favor, não me deixe – eu sorri sem jeito e abracei ele, que me abraçou de volta – mas não me culpe por estar nervosa, eu sou novata.

— Mas você já conhece muita gente, não é possível que vá ficar sozinha – ele disse tentando me acalmar.

— Bom, mas isso não impede que eu sofra um atentado – eu continuei, encarando o prédio onde nós entraríamos e onde o meu sofrimento começaria.

— Pelo amor de Deus mulher, relaxe... – ele disse passando o braço pela minha cintura.

— Falar é fácil, Sasuke... falar é fácil... – e nós entramos.

Não posso nem explicar como foi estranho quando nós dois – juntos – entramos na escola, pareceu que, sei lá, nós estávamos sem roupa ou com sapatos trocados... alguma coisa bem estranha mesmo, tipo aquelas que acontecem quando estamos tendo aqueles pesadelos medonhos sobre passar mico na escola, mas... deixa pra lá. Porque desde o segundo em que pusemos os pés lá, ninguém, eu disse NINGUÉM tirou os olhos de nós dois, o que inicialmente me deixou com muito medo, mas depois, me deixou completamente constrangida. Sasuke parecia nem se incomodar com todos aqueles olhares indiscretos. Como podia ser tão fácil para ele? Oh God.

Percebendo que eu estava incomodada, ele sussurrou em meu ouvido:

— Fique calma... são só um bando de curiosos – uau, Sasuke sabe como acalmar alguém..., bla esqueçam.

Entramos na sala, e graças a uma força maior, lá estavam Hinata, Shikamaru, Ino e Naruto, todos sentados num canto. Arrumamos duas carteiras e fomos onde eles estavam.

— Oi pessoal, tudo bem? – perguntei, totalmente aliviada por estar entre pessoas amigas – e menos interessadas na vida dos outros.

— Tudo – todos responderam em uma só voz.

— E então, como vai o casal mais novo e bonito da escola? – perguntou Ino. Já que ela fora uma das últimas de todos nós a saber da novidade. O seu momento de encanar com o casal ‘estranhamente’ recém-formado ainda não tinha passado.

— Estamos ótimos, Ino – respondi mostrando a língua para ele, já cansada desse tipo de brincadeira por parte deles, meus amigos - se diziam.

— Não liga, Sakura – Hinata olhou para mim e sorriu – uma hora a Ino vai se tocar que isso já não tem mais graça.

— Hum, deixa eu pensar... – a loira mordeu o lábio inferior e sorriu – EU ACHO QUE NÃO! Parece que a graça não vai acabar nunca... – ela terminou com lágrimas saindo dos olhos.

— Meu Deus o que eu fiz para merecer essa loira? Me diz! – eu revirei os olhos e tentei contar até 1OO para não avançar nela – primeiro um tapa, e agora isso... ai ai, acho que não agüento.

— Você ficará ótima! – ela respondeu gargalhando (da minha cara).

Ficamos uns bons minutos conversando sobre idiotices – o que fazíamos todo santo dia – todos me dando as últimas instruções, e eu as ouvindo atentamente como se minha vida dependesse totalmente disso, e Sasuke, parecendo chateado com todo aquele cuidado que estavam tendo comigo e que ele teimava em dizer que era desnecessário.

— Bom meninos, se nos dão licença – Ino levantava-se e vinha na direção de Hinata e eu – é hora de um momento feminino. Garotas, vamos ao toalete.

Os meninos olharam e ficaram falando e imitando o modo de Ino falar. Isso quando digo, me retrato à Naruto e Shikamaru. Maturidade è flor da pele hein?

Caminhamos pelos corredores, quase carregadas pelo vulcão Yamanaka. E várias pessoas nos paravam no caminho e perguntavam quem eu era. E sinceramente, Ino não deu muitas atenções a nenhuma delas. Chegando no banheiro, ela pegou uma vassoura e prendeu a porta pelo lado de dentro.

— Dã, claro que foi pelo lado de dentro Sakura idiota!

— VAI PRO INFERNO, GODOFREDO! – agora não era uma boa hora para isso.

— Calma, eu só passei para ver como está o seu primeiro dia de escola, não posso? – perguntou, querendo se fazer de vítima. Nem vem meu bem.

— Não, não pode. Não ta vendo que eu to pra suar sangue? Meu primeiro dia de escola e eu já to fugindo como se minha cabeça estivesse à prêmio! E você e seus comentários inutéis não ajudam em NADA nesse momento, com licença.

— Não procura briga que eu dou a Madonna! – o estúpido começou a fazer um monte de gestos (deu pinta, na verdade) – e eu acho que é melhor vir à noite, quando a TPM já tiver melhorado...

— Boa idéia, vá pela sombra!

— Cara, Sasukesinho deve ser um santo...

— O QUE?

— Nada. Estressada. Fui.

— SAKURA! Pode deixar de sonhar acordada e prestar atenção? – Ino gritava em meu ouvido.

— O que, o que? Desculpa é que eu tava... é, eu tava, pensando em como eu já estou com saudades do Sasuke... – ótima desculpa, Sakura. Sua bocó.

— Que fofo, Sakura-chan – claro, com essa coisas Hinata nem desconfia de nada.

— Tá, tanto faz, presta atenção agora, por favor – continuou Ino sem dar muita atenção – você tem que ter noção do que vai fazer aqui na escola, você sabe, para não enfurecer as fãs do Sasuke – ele disse calmamente enquanto penteava o seu longo cabelo.

— Você também? – já não bastava uma dupla de amigos intimidadores?

— É claro, Sakura! – ela me olhou como se aquilo fosse óbvio – elas vão ficar loucas!

— Sasuke me disse que elas não tentariam fazer nada comigo – eu disse tentando me manter calma.

— E não vão! A Ino e os garotos estão exagerando demais, não é? – Hinata concordou comigo e fez cara feia para Ino, tentando repreendê-la.

— Quel é galera? – ela continuou – ta na cara que elas não vão deixar isso barato. Bom, na boa, até que nem todas vão fazer algo, mas tem uma com a qual você vai ter que ficar ligada, dormir com um olho aberto e outro fechado.

— Que seria... – perguntei curiosa, e Hinata suspirou derrotada ao me ver cair de novo na nóia da Ino e dos garotos.

— A Karin, óbvio – ela respondeu rindo – ela é a fundadora do fã clube do Sasuke eu acho, e é a mais obsessiva por ele também – ela me olhou com um olhar sério – capaz de fazer tudo para ficar com ele... TUDO.

— Tudo até... – não me atrevi a terminar a frase.

— MATAR! – Ino sorriu diabolicamente, e eu quase desmaio naquela hora, fiquei sem cor, o sangue me fugiu...

— Ma- matar? – gaguejei apavorada.

— Meu Deus Ino, não exagera! – Hinata me pegou pelo braço, tirou a vassoura da porta e me levou de lá.

— Mas eu não exagerei, Hinata! Sakura! Ei meninas, não vão!

Cheguei naquela sala de aula mais branca que lençol lavado, Sasuke me olhou e Hinata o chamou para conversar comigo. Ele sentou-se ao meu lado e passou o braço pelo meu ombro.

— Sakura o que foi? O que aconteceu? – ele perguntou preocupado.

— A Ino disse... ela disse que... – eu gaguejava, mas como eu estava nervosa Meu Deus.

— Disse o que? – ele já farejava intriga quando ouviu o nome Ino.

— Que ela queria me matar! – eu disse engolindo o choro e me agarrando na camisa dele.

— Ela quem? – ele perguntou me abraçando.

— A sua futura namorada!

— Minha o que? Mas minha namorada é você! – ele já não entendia aonde eu queria chegar.

— Não depois que ela me matar... – eu sussurrei, olhando para todos os lados... procurando o lobo que queria me comer.

— ELA QUEM? – ele já estava muito sem paciência comigo, desde cedo eu fiquei no pé dele por causa das histórias que me contaram. É, realmente ele não estava lá muito alegre comigo não...

— Desculpe interromper o casal, mas queria dar os parabéns a vocês – uma voz fina foi ouvida e uma sombra nos encobriu. Quando levantei o olhar vi aquela figura conhecida. A puta do hotel! Quero dizer... a acompanhante do certeza teria muitos motivos para não se cheirar comigo...

— O que você quer, Karin? – Sasuke perguntou sem dar a ela muita atenção.

— Só quero conhecer sua namorada melhor – ela cuspiu praticamente, quando usou a palavra ‘sua’.

Meu Deus, ela vai me matar com tantas testemunhas? Estou perdida...

— Bom, esse não é um bom momento se você não está percebendo... – ele falou sem olhar para ela – estamos ocupados – ele disse ocupados bem devagar e audível.

Ela olhou por uns segundos para mim, depois olhou para o Sasuke e sorriu ainda não derrotada.

— Tudo bem, ainda temos muito tempo para nos conhecer não é, Sakyo? – cara ela NUNCA vai dizer o meu nome certo? É a vagabunda mais burra que eu já vi na minha vida. Fato.

— O nome dela é SAKURA – Sasuke falou tranqüilamente – e não sei se você me entendeu quando disse antes que queremos ficar sozinhos... mas queremos ficar sozinhos agora – ele terminou olhando para ela com displicência.

— ‘Wow! Toma sua VADIAAAAA!’ – fiquei mais do que de boca aberta quando vi ela ir embora sem palavras, sair da sala e dar piti no corredor. Lindo. Mas o que foi mais lindo, perfeito, maravilhoso foi o Sasuke me defendendo.... ai ai, morre de inveja vaca, ele é meu.

— Viu? Eu disse que ela não ia te incomodar, assim como todas as outras – ele disse me dando um beijo na testa – você se preocupou à toa, Sakura.

— É, pode ter sido... – eu disse sorrindo por dentro – mas isso foi incrível!

— Não foi nada... – ele disse sem mostrar a empolgação que eu tinha. Mas é claro que eu estava empolgada. TODOS viram a cena e a vergonha que ela passou, e agora sim eu tinha certeza de que nenhuma delas iria mexer comigo de novo. É tão bom ser feliz, ai ai.

— O que foi aquilo, hein? – Naruto chegava com a comitiva de perguntas.

— Não foi nada, palhaço – Sasuke respondeu com desinteresse – pode deixar de ser curioso? Por acaso você trabalha em revista de fofoca é? – eu vi Naruto ficar vermelho de raiva, mas ele respirou, contou até 1OO e voltou a falar todo moleque.

— Não, é claro que não Sasuke... – ele disse com um sorriso vitorioso no rosto, o que claramente pertubou Sasuke-kun – se eu fosse fofoqueiro não acha que já teria tempos que a Sakura-chan saberia que você teve um caso com a Karin?

— O QUE? – não entendi. Não peraí, tudo bem que eu vi ele no hotel com ela, mas pensei que era a trabalho no fim das contas, ele nem dava bola pra ela... mas também podia ser só na minha frente. NÃO CREIO QUE ISSO ESTEJA ACONTECENDO! A Karin já beijou o Sasuke-kun antes de mim? Ela abraçou ele, e agarrou ele? Meu Deus, eu acho que peguei o resto da baba dela... NHECA!

Sasuke-kun deu um chute em Naruto, que gemeu baixinho e depois piscou aina sorrindo para ele. Naruto: O1 / Sasuke: OO.

— Sasuke-kun... – eu disse me levantando da cadeira e encarando ele, ainda sem acreditar – isso é verdade?

Ele me olhou, esperou para ver se uma resposta realmente boa (talvez para livrá-lo) aparecia. Mas nada. Então ele falou tudo o que ele sabia mesmo.

— Aconteceu faz muito tempo Sakura... – não deixei ele terminar.

— Oh Meu Deus! – eu sussurrei para que apenas ele fosse capaz de escutar – você desinfetou sua boca depois de ter beijado ela?

— Não seja exagerada – ele me olhava – não foi nada sério. Quem eu quero de verdade é você.

Apesar dele ter feito essa declaração muito bonitinha e tudo... não me confortava, porque EU PEGUEI CUSPE DELA! E nem todas as declarações mais lindas do mundo superam o nojo que eu senti com essa bombástica revelação.

— É, ta bom, eu sei... – olhei para ele com desapontamento. Afinal, o que ele viu nela? Sério cara, carência nos leva a fazer loucuras. Uma delas é beijar a Karin, eca – mas não sei se ainda vou te beijar hoje... sabe, espera eu superar essa notícia.

Ele me olhou como se dissesse: ‘Sério mesmo? Você vai fazer isso?’ mas não disse nada na verdade. Ele assentiu com a cabeça e começou a conversar comigo de novo, tranqüilamente, como se NADA tivesse acontecido.

— Então, você vai lá em casa assistir um filme comigo? – ele perguntou enquanto mexia no celular – mas, é claro, eu vou colocar a focinheira antes, pra impedir que chegue perto de você e faça algo que você não quer... – ele me olhou e arqueou as sobrancelhas.

— Ah... por favor não fique zangado comigo, Sasuke-kun – eu disse fazendo biquinho – o que você faria se soubesse que eu já tinha sido namorada de alguém que você odiasse? Você não ficaria tão alegre o quanto eu estou agora?

— Acho que não... – ele disse ainda olhando pro maldito telefone celular – eu sou muito maduro para ficar zangado com uma coisa dessas?

— O que? Então agora eu não sou madura? – perguntei cruzando os braços.

— Não é que você não é madura – ele respondeu olhando pra mim rapidamente – é só que você não é tão madura quanto eu.

— Mas era só o que me faltava mesmo... – comecei a bater os pés no chão, não sei se vocês sabem, mas quando uma mulher começa a bater os pés no chão é melhor os homens prestarem atenção – então, já que eu não sou madura o suficiente para você, Sasuke, porque não assiste o seu filme idiota com uma banana podre de madura!? – saí enraivecida com o que ele tinha me falado, e ele voltou atenção para mim, finalmente, depois de eu ter dado todos os sinais de quem iria dar a louca, como diz o Godofredo – e só pra você não ficar na dúvida... eu me referi à Karin! – tinha esquecido de dizer isso, então voltei e então saí pelos corredores com raiva.
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— Vamos por aqui, rapidinho – ele disse me puxando pelos corredores – é bem aqui.

— Do que está falando, Naruto-kun? – eu perguntei confusa, afinal, saímos de fininho enquanto Sauske e Sakura discutiam, mas ele não me disse para onde íamos...

— Eu estou falando do cantinho, Hinata! – ele me levou para baixo da terceira escada à direita da cantina – estou morrendo de vontade de te beijar!

— Como você sabia disso aqui? – perguntei jogando verde, então ele vinha muito aqui?

— Todos na escola sabem, Hinata – ele respondeu sorrindo – mas agora eu é vou poder aproveitar com você – ele me abraçou e me deu um beijo no pescoço. Mas tenho que admitir o quanto fiquei aliviada ao ouvi-lo dizer aquilo, então ele não tinha vindo com ninguém aqui, a não seu eu.

Nós sentamos em umas almofadas que tinham lá. Parece que realmente vinha muita gente para ‘aproveitar’ ali.

— Não imagina o quanto eu estava com vontade de pular por cima de todo mundo e te dar um beijo lá na classe mesmo – Naruto disse depois de me beijar.

— Mas você pode fazer isso, Naruto-kun... – eu disse sorrindo abobada – é só a gente contar para eles que a gente ta namorando, que você pode me beijar onde você quiser – falei, tentando convencê-lo.

— Mas e todas as provocações, Hinata? – ele perguntou me olhando com uma cara pesarosa.

— Eu sei que haverão muitas provocações e piadinhas Naruto-kun... mas o que importa não é que nós nos amamos e estamos juntos? Quem liga para o que eles disserem? – eu falei decidida, cansei de me esconder pelos cantos de todo mundo.

— Bom, se você já se decidiu, não tem porque continuar escondendo não é? – ele disse coçando a cabeça – se o que você quer, é o que eu quero também.

— Obrigada, Naruto-kun! – nem posso dizer o quanto fiquei feliz e aliviada em ele dizer isso.

— QUEM ESTÁ AÍ? – uma voz grossa perguntava lá fora. Era o supervisor, senhor Takamura.

— Meu Deus! Se nos verem aqui, estamos suspensos Naruto-kun, é proibido namorar nas dependências da escola! – eu sussurrei nervosa.

— E você acha que eu não sei? Espera eu to pensando... – ele respondeu e eu continuava com os olhos esbugalhados sem poder nem respirar.

— EU VOU ENTRAR AÍ, É BOM QUE ESTEJAM APRESENTÁVEIS, HEIN! – e os passos foram escutados de fora da escada.

— Hinata, se esconde atrás daquelas vassouras e baldes, depressa! – ele sussurrou me empurrando para um lugar empoeirado e sujo.

Corri o mais rápido que pude e me meti lá dentro, quase que no mesmo instante em que o senhor Takamura chegou e viu Naruto deitado nas almofadas como se estivesse dormindo.

— O que está fazendo aí, Uzumaki? – ele perguntou emburrado.

— Cara, você me pegou – Naruto respondeu tentando fingir uma voz sonolenta – eu só queria tirar uma soneca, só isso. Dormi pouco ontem e eu to cansadão.

— Sei, é claro que foi isso não é? – ele disse com deboche – quem está aqui com você? Responda!

Senti um frio na espinha e prendi a respiração, rezando mentalmente para que ele não me encontrasse.

— Como assim? Eu estou sozinho, inspetor – Naruto respondeu tranqüilamente – porque estaria com alguém?

Ele olhou para Naruto, como se esperasse algum sinal de mentira. Mas grunhiu e disse:

— Tem razão. Nunca tinha te visto por aqui antes. E além do mais, que garota estaria aqui com você, não é? – ele disse rindo da própria piada.

— O QUE? – Naruto ficou vermelho de raiva, mas deixou passar daquela vez.

— Anda, vamos. Você vai para a direção, por matar aula – ele disse pegando Naruto pelo braço.

— Mas, mas... não senhor Takamura, que é isso? – eu ouvi a voz dele se distanciar, até que não pude ouvir mais. Estava suja e cansada.

— CHEGA DE ESCONDER ISSO!

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Já era noite. Eu estava em casa, sozinha, emburrada, deprimida e assistindo a novela das seis. Trágico. Não me entrava na cabeça nem me descia na garganta o que o Naruto me disse hoje que Sasuke-kun tinha feito. A Karin? Justo a Karin? Com tantas vacas venenosas no mundo, porque ele foi tirar leite logo daquela? Eles já estiveram juntos, e isso era o que dava a ela tanta liberdade, de ir a eventos junto com ele, de falar com ele quando ela bem entender, de ligar para ele, pois ela com certeza ainda tem seu telefone, e quem duvida, de ir até a casa dele, se oferecendo? Que raiva, que ódio. Mais raiva ainda eu tinha que ter de mim mesma, que fui ingênua de pensar um dia talvez, que o Sasuke nunca teve alguém (vamos ser francos, essa foi difícil até de dizer, de tão idiota que foi) e que ele estava só esperando por mim. Lindo. Lindo e falso! Nunca isso iria acontecer, acorda.

Só me restava ficar sozinha e gastar milhões de frascos de enxaguante bucal. Eca, cuspe da Karin, eca. E para piorar o que já está na merda, ainda briguei com Sasuke-kun, e acho que ele não vai querer falar comigo tão cedo. Ele ficou chateado quando disse que não queria mais beijá-lo. Também pudera, se ele beijou a Karin, o que mais ele pode ter colocado naquela boquinha linda? Que pecado. Que desperdício. Que filho da mãe.
Não sei o que vou dizer quando ver ele amanhã. Mas espero que as coisas se acertem de novo. Apesar dele não saber onde colocar a boca, eu ainda o amo, e não posso querer esquecê-lo só por isso. Vou dar um jeito de deixar as coisas do jeito que estavam. Nós dois felizes como um casal que acabou de ir em lua de mel, e só eu sendo a pessoa a poder beijar a boca dele. Pronto.

— Mas o que eu vou dizer? – sussurrei para mim mesma, mas a campainha tocou e me cortou da minha profunda(?) reflexão.

Quando abri a porta era ele.

— Sasuke? – falei sem eu mesma acreditar que era ele.

— Eu mesmo – ele disse sério – porque? Estava esperando alguém? – ele indagou, curioso sim que eu sabia.

— Na verdade... – eu brinquei, mas ele não levou na brincadeira, me olhou zangado – quero dizer... bem, na verdade não esperava ninguém. Por isso tanta surpresa, senhor investigador da FBI. Ainda mais porque acho que você está chateado comigo, ou não está?

Ele me olhou, ainda sério. Entrou em casa logo e foi se acomodando no sofá – educado não? – e eu fiquei na porta, com uma cara de quem não estava acreditando naquele homem.

— Não, ainda estou chateado com você – ele disse mudando o canal da TV.

Eu o olhei incrédula. Mas então o que era que ele estava fazendo? Fechei a porta e fiquei entre ele e a TV, ele cruzou olhares comigo, como se não tivesse aprovado o que eu tinha feito. Grande coisa.

— Então, eu acho que você entrou no apartamento errado por engano – eu disse bem seca, o mais seca o possível – o seu é o 70 caso lhe falte a memória – e eu apontei para a parede que nós dividíamos.

Nenhuma palavra saiu de sua boca. Depois de uns segundos nos encarando, ele mexeu nos cabelos e deitou a cabeça sobre os braços, que estavam jogados para trás, fechou os olhos.

— Tudo bem, eu não vou dizer mais nada – me rendi. Aja paciência pra ficar nesse jogo de nervos com o Sasuke, por favor – se você não sai, eu vou embora. DA MINHA PRÓPRIA CASA – e eu saí da sala e fui em direção ao meu quarto. Quando estava no corredor, ouvi ele dizer:

— Não vai não.

Fiquei feliz em ouvi-lo dizer isso, não vou mentir. Mas ele também merecia um castigo, então fiquei na parede e contei até 20 – deixá-lo esperar e pensar que eu não ligava para o que ele tinha dito – fingi que nada aconteceu e caminhei para a saída.

— Não vai Sakura – ele disse de novo, dessa vez em voz alta e clara – quero falar contigo.

Virei de costas e ele estava olhando para mim agora, com um olhar sereno e calmo.

— Comigo? – apontei para mim mesma – pensei que não estava falando comigo, Sasuke.

— Não tente me fazer pedir desculpas, isso não vai acontecer – ele disse coçando a cabeça – mas também não quero que fiquemos nessa situação.

— Então já está tudo resolvido? Assim? Você chega, se instala no meu sofá, não fala comigo e então do nada, você resolve que as coisas ficarão bem e pronto? as coisas não funcionam desse jeito não – eu disse com uma cara emburrada – devíamos conversar e nos entender de uma vez.

— Eu não sou bom nessas coisas... – ele sussurrou, ainda com aquele olhar calmo.

— As pessoas aprendem... – eu sussurrei de volta.

— O que você quer de mim? – ele perguntou, tirando seu olhar de encontro do meu.

— Quero que você seja sincero, é tão difícil? – perguntei. Ele não respondeu.

— Sabe Sasuke, para mim não é difícil ser sincera – eu suspirei encostada na parede – eu sei que exagerei quando disse que não queria mais te beijar, e fui grossa ao sair daquela maneira... – eu procurei as palavras certas para dizer o que eu pensava – mas sabe o que mais eu penso? Que não acredito até agora que você já tenha ficado com aquela garota a quem eu não vou me referir, que você já a beijou, já abraçou... Eu tenho ciúmes, eu gosto de você... Eu te amo.

Mordi meu lábio inferior e baixei o olhar ao chão. Era muito constrangedor admitir os ciúmes.

— Então, só não quero que me peça coisas que para mim são realmente difíceis – continuava – simplesmente não suporto a idéia de te ver com ela. É comigo que você tem que estar...

Senti a mão dele puxar meu queixo para cima, para que pudesse ver onde ele estava. Bem a minha frente. Pertinho de mim. Sentia sua respiração, sentia-o ofegar, podia até sentir seu coração batendo. Ele chegou a centímetros de mim e sussurrou: “É que eu não sou bom com as palavras...” E então ele me beijou. Eu deixei, claro. Aquilo era a melhor coisa de que já experimentara, era impossível controlar o impulso, a vontade, o amor. Foi um beijo terno, suave e breve demais, como todos eram. Ele me abraçou e continuou a sussurrar em meu ouvido.

— Não há motivo algum para ciúmes... eu sei que você sabe... eu sou só seu, completamente e irrevogavelmente. Eu te amo, e não sei porque ainda não tem certeza disso.

— É que você nunca deixa claro o suficiente... – eu sussurrei de volta, apertando as mãos em suas costas.

— Então teremos que mudar isso – ele disse olhando fixamente para mim, e sorrindo. O sorriso mais encantador e derretedor que eu já vi na minha vida. Podia ficar o dia inteiro olhando para ele.

— Também acho – respondi sorrindo de volta e ficando corada – mas nós temos tempo, não temos?

— Sim, o tempo que você quiser – ele respondeu me abraçando de novo.

— Ótimo, porque eu posso querer demorar muito, e não quero que você acabe se cansando, ou desistindo...

— Porque eu faria isso, irritante? – ele disse sorrindo e mexendo insistentemente em uma mecha do meu cabelo – logo agora, que eu já estou me perdendo... Porque não me perderia por completo para depois então tentar achar meu caminho? – tudo bem, o que foi isso um enigma? Fale como pessoas do século 21 Sasuke, por favor!

— Tudo bem... Eu não entendi nada do que você falou – eu disse gargalhando – mas eu acho que foi uma coisa boa, então vou fingir que entendi e que achei lindo... – eu me desprendi do seu abraço e peguei em dois dedos da sua mão, fiquei balançando de um lado para o outro – mas, sabe? Agora eu estou com vontade sabe de que? – perguntei.

— De ver o filme que nós combinamos... – ele respondeu instantaneamente.

— Isso mesmo, meu caro – eu sorri – o convite ainda está de pé?

— Obviamente – ele respondeu sorrindo.

— Então eu vou pegar um suéter e te encontro no seu apartamento – eu disse me desprendendo da sua mão agora.

Ele me puxou de volta e me abraçou por trás.

— Mas o filme ainda estará lá em uns 15 minutos... Não é? Podemos ficar aqui um pouco também... – ele sugeriu.

— Hum, me deixaeu pensar Sasuke... não acho que é melhor vermos o filme mesmo – eu disse tentando parecer entediada, ele me olhou, riu e me apertou bem forte, fiquei até sem respirar... – mas... Pensando bem, vamos ficar aqui só mais um pouquinho, não vai fazer mal...

— Não, não vai... – ele continuava me abraçando – 20 minutinhos não matam ninguém...

— 15, seu trapaceiro!

— 25...

— 10, não tente me enrolar!

E foi mais simples do que eu imaginei. Logo nós dois estávamos como antes... Se duvidar estávamos melhores do que antes, posso me atrever a dizer. Mas era incrível, como era tão impossível ficar separada dele?

                                                                Continua x3 ~