Apenas Um Olhar escrita por Dih_dangerous


Capítulo 12
Capítulo 05 - Parte dois.


Notas iniciais do capítulo

Os personagens citados aqui pertecem á Masashi Kishimoto. A história pertence no entanto a minha amiga Rafa que meu deu autorização para poder posta-la !Boa leitura x3



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Finalmente o grande dia!

Vamos para o hotel, lalala.

Vamos para o hotel na praia, lalala

Vamos para o hotel de luxo na praia, lalala.

Godofredo em seus dias de TPM

CHEGA DESSA PORRA, SAKURA! TIRA ESSA SUA BUNDA CHEIA DE CELULITE DA MINHA FRENTE E VAI LOGO PRA ESSE SEU FINAL DE SEMANA DE MERDA NESSA PORCARIA DE HOTEL!

Godofredo pega uma metralhadora...

Sakura do pensamento: Oh não! Godôo... NÃOO!

MORRA.

TARARARARARARARARARARARARARARARARARA.

Sakura morre ensangüentada no chão. -.-

PLANTÃO:

E hoje, na cidade de Tókio, na delegacia central foi feito um boletim de ocorrência, segundo alguns moradores de um prédio na região leste da cidade, foram ouvidos gritos, de uma mulher, que habitava no quarto 71. Minutos depois, a polícia decidiu invadir o apartamento, e a condômina, menor de idade, de identificação Haruno Sakura, de aparentes 18 anos de idade foi encontrada morta. Segundo as autoridades, com o resultado da biópsia, a garota cometeu suicídio, lutando contra si própria. Talvez resultado de um distúrbio mental sub-aparente. Em seguida, veja com exclusividade, fotos do ET que apareceu no panamá!


-> Voltando à sua programação normal.


Cara, quando o Godofredo ta naqueles seus dias ‘sensíveis’ é um saco sinceramente. Pior do que Cinderela quando perde o sapatinho de Cristal – em um dos casos, foi o próprio que roubou – tira a alegria de qualquer menina sonhadora que vai realizar um sonho de ficar dois dias no lugar mais perfeito, com os amigos perfeitos e sem o seu vizinho perfeito que me tira o sono.
Malas arrumadas, não esqueci de nada, eu acho. Escova de dente, escova de cabelo, fio dental, perfume, maquiagem, calcinhas, e tudo mais que se precisa. Ok, vamos viajar!

— To tão animada! Nem acredito Hinata, me belisca – disse toda louca, dentro do ônibus, detalhe, todo mundo olhando para mim, fantasiando obviamente.

Hinata me olhou com aquela cara de quem não quer nada, sabe?

AII!

— Mas você pediu para eu beliscar... – falou ainda com aquela cara, ai que ódio.

— Força de expressão, minha querida – disse esfregando meu braço onde ela deu um puta de um beliscão.

— Desculpe... – falou sem graça, é que é difícil entender quando você não está brincando e quando você fala sério.

— Puxa, obrigado. Agora você ainda diz que eu não tenho personalidade – falei fingidamente ofendida – hoje, eu acho que deveria ficar brigando só com o Godofredo mesmo.

— Quem é Godofredo? – perguntou confusa.

— Anh? – eu gelei por um instante, é que ninguém sabe da existência do Godô. Como já se não bastasse todos os problemas que eu já consigo sozinha, colocar ele em evidência assim para todo mundo, não, prefiro me jogar do parapeito do 12455 andar, obrigada – eu não disse nada, porque falou isso hein? – gritei tentando me safar da situação – ótima amiga você, hein.

— Por favor, desculpaa! – implorou Hinata, que é uma das únicas pessoas ingênuas o suficiente para acreditar nessa minha lábia, mas eu amo ela.

— Dessa vez passa, mas só porque eu te amo muito viu! – disse de canto – se fosse outra pessoa, você já teria levado um bog na cabeça.

— Obrigada – suspirou aliviada.

— É aqui que a gente desce, vamos! – cutuquei ela e peguei minhas malas que estavam comigo no banco – anda, Hinata – eu praticamente voei entre a calçada e a escada do ônibus, coisa de cinema, e que sempre só eu vejo. Dá uma raiva, porque sempre que eu faço uma coisa do tipo amazing ninguém vê.

— Ali está a casa dela – falou Hinata apontando para uma casa, nada modesta, mas, era a casa da Temari então não me surpreendia – vamos, porque isso está pesado.

Deixa eu dar a descrição da casa pra você logo aqui: uma casa de andar, lilás, com as portas e janelas brancas, um jardim muito bem cuidado na frente, e dois carros na garagem, que segundo ela, um era do irmão que sempre ficava lá por um tempo, Kankurou, e o outro dela mesma. Não vou descrever mais nada porque eu não entrei lá gente. Parem de ser curiosos.

— Oi, gente! – falei toda animada-excitada-louca-frenética, foi mal pela empolgação, não achei o maracugina hoje, então me agüentem!

— Oi! – responderam num coro, Temari, Naruto, Shikamaru, Ino, Sai e Ten Ten.

— Vocês demoraram! – disse Temari aborrecida – mas não tem problema, acho que a gente vai acabar perdendo a cerimônia de apresentação, que peninha – falou com um biquinho – tomem, aqui estão os passes de cada um, não percam, pois tem que apresentar na recepção, e eu não tenho mais nenhum – completou olhando diretamente para o nosso amigo Naruto, que creio que sentiu uma certa desconfiança geral.

— Eu vou guardar! – gritou alto para que todos escutassem.

— Vamos dividir, não dá pra todo mundo ir num carro só – falou Shikamaru sonolento, apesar de já passarem das 1O da manhã – tirar palitinhos?

— Que seja, vamos, logo senão não vai ser só a abertura que vamos perder – reclamou Temari.

Cada um pegou seu palitinho e foi para um dos carros. A viagem era de uns 1h45min, então não ia ser tão rapidinho. Eu aproveitei e dormi no ombro da Hinata. Sim, ela estava no carro comigo, junto com o Shikamaru e a Ino.

E, uma hora e meia de viagem depois...

— WE ARE HERE!
Cara, caraaa, o hotel é tipo 1O vezes o que o tinha pensado. Deixou o hotel que eu tinha imaginado no chinelo. Era uma extensão de uns 15 km, em frente à praia, que era reservada, com quadras de tênis, vôlei, futebol... piscinas e-n-o-r-m-e-s, spa, centro de beleza, era praticamente um mini-shopping, onde eu adoraria morar, claro como se isso fosse possível. Só no dia que eu ficar famosa como atriz e fizer um filme de vampiros com o Robert Pattinson, tudo de bom, claro como se isso também fosse acontecer. E eu tenho que me conformar em só dois dias nesse paraíso. Porque eu não nasci filha da Madonna? Que ódio. Eu acho que não vou nem dormir pra aproveitar tudo ao máximo do máximo que for possível. Cheguei na recepção, a maior idiota babona e impressionada e peguei a chave do meu quarto, suíte 35, cara, não to acostumada com isso, e to amando. A Hinata ficou no quarto ao lado, já que ela não vive sem mim. Os garotos ficaram com quartos vizinhos também, só que mais distantes dos nossos.

Uns 1O minutos para descansar, esfriar a cabecinha, tomar um banho quente e pirar no meu quarto gigantesco!
Porque tipo, meu quarto é maior do que meu apartamento. Triste, mas verdade. Uma cama que daria pra umas 2O pessoas se acomodarem, mas só eu vou ficar nela. E uma varanda com uma rede, que eu amo, e uma vista M-A-A-R-A.

O que mais uma garota poderia querer?
Sentei um minutinho numa poltrona que me fez até adormecer de tão confortável, e me acalmei, porque eu estava parecendo uma idiota-infantil-que-nunca-saiu-de-casa. Respirei fundo e quase que, comecei a planejar meu weekend. Desde que saí de casa estou com um plano na cabeça que creio, será infalível: tenho que arrumar um namorado, tipo, urgentemente.
Porque ficar pensando no Sasuke, não é bem a minha definição de ‘final de semana dos sonhos’. Então o que é melhor pra esquecer a paixão que você descobriu que tem pelo seu vizinho nojento do que arrumar um outro gostosinho pra encher de beijos? Sou um gênio eu sei, não precisa falar. E não é só porque o Godofredo tem uma queda pelo Sasukesinho – exatamente, descobri que todo esse sentimento inesperado, provém de uma onda hormonal extremamente alta liberada por meu gay amigo Godofredo, o que me fez sentir essas coisas que eu normalmente não sentiria. Só pelo Robert Pattinson e meu Orlando Bloom – que eu vou ficar louca por ele. Não eu, queridinho.

Então, endireita o sutiã e vamos lá fora ver os garotos bonitinhos!

Sai do quarto, caminhei por aquele hall maravilhoso, olhando para homens maravilhosos também é claro. E era só ver quem era o homem perfeito para ficar comigo nesse fim de semana, e é claro fazer o GODOFREDO esquecer o...

SASUKE!

Ainda bem que meu grito foi mental. Senão agora todas essas pessoas estariam olhando para mim, inclusive ele, ai que merda. Fui me esconder atrás de uma palmeirinha lá, muito fofa. E olhei aquela maldição na minha vida. Ele estava lá na recepção com o seu cartão VIP, se cadastrando, creio. De terno, ai porque ele não me mata logo? Ficou muito mais sexy com essa pose de executivo poderoso. Não adianta, eu bem que tento me livrar, mas ele fica me puxando de volta. Malditos sejam dotes masculinos perfeitos de Uchiha Sasuke. E, espera, tem uma mulher com ele? Meu Deus, seqüestraram o Sasuke e colocaram um clone em seu lugar? Ou será seu irmão gêmeo legal? Ele está com uma mulher...

Morri.
Nem sei se era mulher, vai ver era uma mulher, com uma tromba. Sei lá, aparenta. Tem uns cabelos ruivos mais chamativos do que uma playboy no chão da rua. uma roupa super discreta, com seus seios quase saltando para fora. LIBERDADE! Sentir um ar fresco, não sei. Mas uma coisa é certa, ou a mão dela era igual a do Homem-Aranha, ou ela passou super cola. Não desgrudava do braço dele. Piranha de fato. Bem que eu desconfiei que ele era um dono de granja: só andava correndo atrás de galinha. Palmas para mim, dedução correta!
Depois de se registrar, os dois entraram no elevador, se bem que pareciam uma pessoa só, ela tava pendurada nele igual bicho preguiça. Quer saber? Deixa os dois se comerem pra lá. Tenho que aproveitar, APROVEITAR os meus dois dias.

Dei uma volta para conhecer o hotel todo, e nem vi tudo. Quando eu parei num lugarzinho muito aconchegante, cheio de incensos, velas, redes, uma área grande só para relaxar e ficar de bem com a vida, na sua, de boa.

E quem eu vejo lá?

— Não acredito, você é inacreditável! – falei pasma – agora, não sei dizer se inacreditavelmente idiota ou lesado!

— O que é sua louca? – resmungou Shikamaru que estava em uma das redes DORMINDO, como sempre. Mas lá, ele não devia perder tempo, como eu, vai ser preguiçoso assim lá no inferno vai – me deixa em paz.

— Você, como pode? – perguntei ainda incrédula – está perdendo tempo do seu final de semana nesse hotel simplesmente demais, dormindo! – bati nele para ver se os neurônios voltavam a ocupar o lugar certo e ele me entendia.

— Pára, sua idiota – falou ainda resmungando – estou aproveitando do meu jeito, não vê? – bocejou ainda sonolento.
— Mas... – sentei na pontinha da rede, com a mão no ombro dele – não quer ver tudo no hotel, ir à praia, jogar tênis, como os outros?

— Não, não... – falou – isso dá muito trabalho, prefiro ficar aqui mesmo se não se importa, sossegado.

— Meu Deus, você não tem jeito, sabia? – disse relutante – dormiu a viagem inteira e ainda assim vai dormir aqui também, bom, fazer o que? – dei um beijo na bochecha dele, como já fazíamos um com o outro, porque apesar de muito preguiçoso, ele era um amigo muito legal, engraçado e pasmem... maduro. Sai daquele lugar e fui me encontrar com a Hinata, lá na quadra de tênis.

— Oi meninas – falei acenando, para Temari e Hinata que assistiam a um jogo, animadas.

— Oi, flor do dia – falou Temari com gracinha – senta aqui e vê o jogo com a gente. Olha aquele ruivo ali é o meu irmão, Gaara.

Olhei rapidamente para um homem que jogava. Gente, pasmei. Era um gatinho, ruivo de olhos verde água  e com uma forma de dar inveja. E jogava tênis que era uma beleza.

— Nós vamos a um jantar hoje que será oferecido pelos sócios majoritários do hotel, Sakura – falou Temari procurando alguma coisa em sua bolsa – não vai ser algo que te deixe sem sono, mas depois que a gente faltou na cerimônia de abertura, meu pai me deu maior bronca e disse que não era pra faltar lá – continuou, achando o que queria, chiclete, ela abriu a embalagem e colocou na boca.

— Não, tudo bem, eu vou sem problema – falei sorrindo.

— Eu também vou – disse Hinata aparentemente animada, vai entender.

— Ótimo, então vamos todos – falou o irmão de Temari, que vinha da partida que já havia acabado – prazer Sabaku no Gaara – disse sorrindo para mim, morri.

— Ah... prazer, Haruno Sakura – falei toda boba, me derreti com aqueles dentes brancos que faziam uma linha reta, formando aquele sorriso.
— Esses eventos não são uma boa escolha, mas são quase obrigatórios para mim e Temari – disse sorrindo meio sem jeito olhando para Temari, que assentiu com uma cara de quem não agüentava isso.

— Mas, já devem estar acostumados, não é Gaara-san? – falou Hinata sorrindo.

— Podemos dizer que sim, mas acho que nunca nos acostumamos com todas aquelas pessoas, que só ficam falando de negócios, e bebidas, carros, ações na bolsa. É cansativo – falou com Hinata.

— Bom, nos vemos a noite, não é? – disse pegando uma garrafa de água e saindo da quadra – a gente se vê, Sakura.

— A gente se vê – respondi totalmente sexy, mas sexy que isso, só a Dona Clotilde tentando seduzir o Seu Madruga.

— Sakura! Gaara deu maior olhada em você! – falou Temari toda animadinha.

— Cala a boca Temari – disse emburrada.

— Meu maninho ta afim de você – falou com aquele jeito dela altruísta – olha não tem razão para dar o fora nele viu.

— Sério, cala a boca Temari – disse já puta da vida com ela.
E lá estava eu, me arrumando, nessa noite de sábado. Para um jantar que nem tinha vontade de comparecer, afinal, talheres, taças, copos e pratos de cristal não devem ficar no mesmo aposento que eu se eles ainda quiserem continuar inteiros. Mas, eu tinha de ir, ainda mais agora. Temari apareceu no meu quarto um pouco antes da hora e me perguntou se eu gostaria de fazer companhia ao seu irmão, o modelo-executivo-gostosinho Gaara. Eu aceitei, senão eu acho que ela explodiria, já que ela parece uma bombinha acesa, eu não ia diminuir o pavio. Além do mais, pelo menos já tinha uma ótima companhia para ficar comigo nesse hotel de ricaços, e claro, esquecer o Sasuke. E quem melhor do que aquele ruivo de olhos azuis e corpo definido? Já estava quase pronta. Vestia um vestido tomara-que-caia preto, simples, sem detalhe algum, amarrei meu cabelo num coque frouxo, coloquei um colar de strass e uma sandália com um salto médio – ninguém quer me ver cair igual jaca mole, né – e me maquiei de leve. Não iria chegar lá parecendo uma drag queen. Bom, está na hora. E apenas uma coisa me preocupa de verdade. Os talheres. Não entendo, tem um pra sopa, outro pro arroz, outro pra sobremesa, outro de enfeite, e um pra coçar a barriga... eu como é de COLHER tá ligado?

Antes de ir até o saguão, passei no quarto da Hinata pra pegar ela, ela não queria ir sozinha. E quando chegasse lá, provavelmente Ten Ten lhe diria as novidades, ou seja, ela ficaria ocupada por um bom tempo. Tadinha. Bati na porta três vezes e não demorou muito até ela abrir. Ela também estava com um vestido simples, azul bebê, os cabelos soltos e pouca maquiagem. Ela saiu e caminhamos até o elevador.

— Então, você vai com o Gaara-san né? - perguntou entusiasmada.

— É, Temari me ’enviou’ o convite, lá no quarto – respondi desconfortável, uma hora dessas, eu queria era estar com meu pijama velho, minha calça moletom e uma blusa de flanela. Comendo sorvete, sentada no sofá e assistindo o pica-pau. Mas eu iria era naquela bendito jantar.

— Está ansiosa? – perguntou sorrindo.

— Um pouco – respondi pesadamente – eu não sou acostumada com esses jantares chiques, e nem gosto de quem vai neles, só aquelas pessoas egocêntricas, milionárias, que usam dinheiro até como papel higiênico. Me sinto deslocada no meio dessa gente – suspirei desnorteada, encostei as costas no elevador e olhei para ela com sinceridade em cada palavra que eu dizia.

— Eu sei, também me sinto assim – consolou-me – na verdade, eu preferiria estar agora no cinema ou na praia com todos os meus amigos – falou sorrindo – mas, um esforçozinho não faz mal de vez em quando – mas, sabe... não era disso que eu estava falando Sakura.

— E de que era então? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

— Está ansiosa, pelo seu encontro com Gaara? – perguntou sorrindo como se soubesse de algo que eu não sabia.

Pisquei algumas vezes para computar a pergunta e elaborar uma resposta que automaticamente excluísse futuras perguntas.
— Bom, considerando que estaremos em meio a um monte de gente com quem ele fará negócios e conversará aqueles assuntos que empresários conversam. Não estou não. O máximo que eu vou conseguir vai ser um elogio e um beijo na bochecha. Só estou levando numa boa, é cedo demais para me importar com isso – respondi convincentemente, e o mais importante, o suficiente para que aquela conversa sobre relações, assunto totalmente desagradável, terminasse por ali. O elevador chegou ao térreo e nós saímos. Fomos procurar por Temari e Gaara.

— Eles estão ali, conversando na recepção, Sakura – cutucou-me Hinata, enquanto eu procurava por eles na outra direção.

Quando Temari nos viu, deu um sorriso de quase não coube em sua boca, e acenou alegremente para nos aproximarmos.

— Boa noite – falei muito menos animada com aquela situação do que os demais.

— Boa noite – respondeu Gaara, lindo obviamente naquele traje executivo, sério quando olhei deu vontade de... morder. E eu nem sou dessas coisas. SÉRIO, não sou.

— Esperaram muito por nós? – perguntou Hinata rindo.

Não, nós também acabamos de chegar – respondeu Temari, que já tinha visto outro alguém e acenava de novo.

— Oi gente, e aí? – disse Ten Ten – Hinata, estava te procurando, tenho que te contar uma coisa! – acho que ela comeu muito açúcar hoje, ela nem piscava.

— É claro que você tem... – suspirou Hinata sorrindo sem graça.

— Eu vou com vocês, meninas. Também quero saber – desviou Temari, ela queria era deixar eu e Gaara a sós, mas cara, qualquer coisa é melhor do que ouvir o que aquela garota eufórica iria falar. Eu amo ela. Mas ninguém merece. Eu acho que prefiro me jogar do 1095 andar e cair numa bicicleta sem assento. E olha que deve doer.

— E então, quer ver como está o saguão? – perguntou Gaara passando à minha frente.

— Claro – respondi tentando mostrar um pouco mais de alegria, ele não tinha culpa de eu odiar essas ocasiões.

— Desculpe por não ter ido convidá-la pessoalmente – falou sorrindo de lado – Temari deve ter quase a forçado a vir, a conheço muito bem. Seu gênio é terrível.

— Concordo com a parte do gênio da sua irmã, mas por outro lado, ela não forçou a nada – falei enquanto caminhávamos pelo hall – eu quis vir por livre e espontânea vontade.

— Isso me deixa muito feliz – disse sorrindo de um jeito... ai.

— Chegamos – falou.

É nós chegamos, e era pior do que jamais imaginara. Todos aqueles homens, em pé com taças de champanhe, conversando e rindo como se não existissem problemas no mundo. As madames, com todas aquelas jóias, que ofuscavam a visão ao longe, aqueles chapéus que eu considero brega e uma horda de olhares femininos ao seu redor, olhares de cobiça, de inveja e egocentrismo. Tudo naquele lugar fazia com que eu me sentisse, uma caipira, eu devia ter trazido um poodle me entrosaria legal. Uma ’banda’ tocava apenas músicas clássicas, jazz e instrumentais, chato, chato. O sono ia chegar antes do que eu imaginava. Como essas pessoas agüentavam ir a essas FESTAS praticamente todo dia? Acho que é por isso que muitos que nascem com fraldas de ouro e diamantes, acabam ficando depressivos ou rebeldes. É loucura.

— Eu sei que não é a festa das mais animadas, desculpe – disse sem jeito, até ele parecia perceber que não me sentia confortável naquele ambiente. Mas não era o único, TODOS olhavam para mim quando entrei com ele no salão. Será que tinha papel higiênico no meu pé?

— Não... tudo bem – respondi meio obsoleta – seria muita grosseria não vir, ainda mais depois de perder a cerimônia de abertura, eu estou bem.

— Ótimo, tenho que falar com uns sócios, se não se importa... – falou olhando para um grupo de homens e mulheres que tagarelavam numa mesa enorme. Deviam estar falando quantas ações ganharam na bolsa hoje, ou quantas mansões eles têm em Malibu.

Nós chegamos à mesa, ele me introduziu e todos me olharam com uma cara estranha, ui, nojinho. sentei-me ao seu lado e ouvi, por metade da noite, aquela conversa que para mim parecia mandarim. Eu queria chorar.

— Vamos pegar uma bebida, Sakura? – perguntou Gaara olhando para mim.

— Sim, por favor – implorando baixinho e levantando daquela mesa, pior do que isso, só ver um homem feio pelado dançando.

Nós chegamos no bar e pedi um refrigerante. Minha cabeça estava rodando. Não queria saber mais nada de ações, festas, empresas, negócios, jogatina e outras porcarias que aquelas pessoas faziam.

— Você não devia estar ouvindo esse tipo de conversa, desculpe – disse Gaara, preocupado com minha provável aparência desagradável.

— Como você consegue? – perguntei mentalmente acabada.

— Depois de um tempo, você acostuma, vira hábito. Mas, se quer saber, na maior parte do tempo, não escuto nada do que eles falam – disse sorrindo.

— E deve mesmo, senão vai acabar ficando igual a eles – falei tomando um gole de refrigerante – louquinho, louquinho.

Ele deu uma risada maravilhosa, e olhou para mim e disse:

— Você é tão diferente, tão mais espontânea do que as mulheres que conheço. Acho que tenho que admitir, isso me deixa nervoso.

Eu engoli meio litro de refrigerante de uma vez só, e depois olhei para ele. Só para ficar completamente corada e sem jeito perante a situação.

— Bom... é que... deve ser porque você só convive com garotas daquele jeito – apontei para uma garota na mesa onde estávamos, rindo até com o vento, o chapéu ridículo, que enquanto estava na mesa só falava de como sua nova manicure fez um ótimo trabalho, como seu cabeleleiro exclusivo fez seu cabelo parecer o de uma atriz de Hollywood, e com quantas plásticas ela conseguiu ficar com aquele seu rosto esculpido a mão, quanta merda numa boca só - Se ficar um pouco mais com sua irmã, não ficará nervoso. Ficará é assustado com tanta espontaneidade.

— Talvez tenha razão – falou – mas devido a empresa, quase não tenho tempo para ficar em casa com ela e nosso irmão, isso ocupa praticamente todo o meu tempo.

— Entendo, deve ser difícil – disse, já melhor de estado. O que uma Coca-Cola não faz?

— Não, pior que não é... – sorriu um tanto tristonho – espere um pouco, aquele é outro sócio majoritário, tenho que falar com ele.

— Pra quê? Saber quantos iates ele comprou essa semana? – falei sarcástica.

— Não, talvez o outro sócio majoritário seja AMIGO dele. Já pensou nisso, Sakura? – falou aquela voz, conhecida e irritante.

— Sasuke!? – qual é, ta me seguindo?

— Sasuke! Pensei que não viria – disse Gaara alegremente.

— Como vai Gaara? – falou ele normalmente – desculpe a demora.

— Tudo bem, não estava sozinho – sorriu para mim, e quando eu pensei que não podia piorar... – também não posso reclamar.

Eu fiquei numa BELA situação. Os dois eram amigos, muito bom. E quando eu me viro pra fingir que estava feliz demais, eis que vejo o travesti que acompanhava o Sasuke hoje cedo. Agarrada no braço dele, acho que desde aquela hora, credo. Pior do que cachorro quando fica grudado. E ela simplesmente me olhou com um cara de uma puta sem vergonha. Me controlei. Era hora de inventar uma dor de cabeça e vazar dali.

— Essa é Sakura – apresentou-me Gaara – ela é amiga de Temari.

— Nós já nos conhecemos – falou ele sem me olhar – ela é minha nova vizinha – ao ouvir isso, a traveco me olhou de lado. Tipo com superioridade. Era só o que me faltava, essa Rogéria ainda vai levar uma porrada na orelha.

— Pois é, Gaara – disse – ele é meu vizinho – continuei sem esperança de uma noite melhor.

— Então, já deve conhecer a Karin também – sorriu.

— Não nos conhecemos, Gaara – falou Rogéria – o apelido “carinhoso da traveco do Sasuke, só para esclarecer - , com sua voz de gralha fanha.

— Creio que não – sussurrei entre dentes – meu nome é Sakura, prazer – soou tão falso como foi de verdade?

— É todo seu – sorriu a cretina – meu nome é Karin – e agora vaca tem nome de gente também?

Era a última coisa que me faltava acontecer. Só rezava para que eles não se sentassem conosco. Seria o limite máximo de travestis da mesa.

— Vocês gostariam de nos fazer companhia? – perguntou INFELIZMENTE Gaara – parece que você não muda jamais, não é Sasuke meu amigo.

— Se você está dizendo – respondeu sorrindo, o vagabundo.

— E então, como está sendo a direção geral da empresa? – perguntou bebendo um gole de vinho – agora que fiquei com as negociações, mal fico naquele lugar. Prefiro mil vezes as viagens ao exterior – falou como se ele fosse à França como eu vou à padaria da esquina comprar pão doce.

— Bom, tudo está do mesmo jeito de quando eu assumi – respondeu desanimado – nada acontece naquele lugar.

— É pura modéstia, Gaara. Graças à incrível direção que Sasuke-kun está fazendo a empresa não podia estar num momento melhor! – posso dizer? Vomitei. Sasuke-kun? Pior que isso, só chamar de meu chuchuzinho, uma conversa muito interessante rolava na minha mesa, sobre ações e viagens e iates e blá blá blá.

Ele ouviu o que a secretária-prostituta disse, e pareceu não aceitar o eufemismo. Mas não se pronunciou em nenhum momento, parece que o assunto se tornara agora, a vida executiva de Sasuke e como ele era bem sucedido e como era tão jovem e tão inteligente e tão lindo e tão irresistível e tão PORCARIA! Só queria achar uns canudinhos pra enfiar nos meus ouvidos até furar os meus tímpanos. Qualquer coisa. Não demorou pra Rogéria querer arrumar uma bela confusão comigo, ela não sabe, mas comigo o negócio é mais embaixo.

— Então, Sakyo né? De onde você veio? Não parece ser da cidade grande – falou, ou melhor, cuspiu o veneno, a cobra cascavel. Mas eu já era mais do que preparada para essas coisas.

— É Sakura – pronunciei cada sílaba com uma forte entonação, enquanto isso ela apenas sorriu descaradamente e pediu desculpas, a vaca – e não sou, mas o que me entregou? A plaquinha na testa dizendo: “Sou caipira, por favor falem a minha língua” – tentei ser racional o máximo possível naquele momento. Eu sabia muito bem o que ela estava tentando fazer. Estava debochando indiretamente, e queria que eu caísse no seu joguinho maldoso e sem escrúpulos.

— Não imagina, é que você parece desconfortável conosco – jogou isso na minha cara, tipo dizendo VOCÊ É FAVELADA, CAI FORA! – então, foi só um palpite de sorte.

Os rapazes, que antes conversavam entre si, agora viraram sua atenção para a nossa pequena conversação amigável.

— Pois eu já não notei isso, Karin – disse Gaara olhando para mim mais de perto (só espero que ele não esteja procurando a placa) – desde que a vi pela primeira vez, achei que ela era uma mulher muito interessante.

É rapaz... depois de ouvir essa, quase engasguei com o refrigerante. Que fofo *-* e eu SOU uma mulher interessante. Mas não sou uma mulher que ouve isso e não fica com vergonha. Fiquei no estado Hinata. Vermelhinha, vermelhinha.

— Puxa, obrigado Gaara – respondi sem graça.

Nessa hora, ela olhou tipo dizendo: “O meu é melhor que o seu!”. Quem liga? E na verdade, Gaara não perde para o Sasuke não sabia? E acho que ele realmente sentia algo por mim. Nada a perder, creio eu. Então vamo cair pra dentro! Hehe.

— Você não concorda, Sasuke? – perguntou – ainda bem que meti o olho na sua vizinha antes de você – ai, merda agora ferrou tudo.

Eu pensava no que ele diria. Poucas palavras maldosamente planejadas para me deixar mal, os comentários idiotas e muito cavalheiros de sempre, ou se simplesmente depois de ouvir isso ela cairia na gargalhada instantaneamente.

— Certamente – respondeu sério.

Eu olhei para ele com a maior cara de WFT. e ele me olhou de volta, calmo, tranqüilo e deslumbrantemente sedutor. Não era nada do que eu esperava ouvir. Nadinha.

—Vocês não mudam – falou a travesti avulsa na conversa – mal conhecem a garota e já estão brigando pra ver quem vai levá-la para cama? Não estão cansados disso, rapazes?

Mas quando ela falou isso, todos olharam-na com uma certa displicência, e eu com um profundo desejo de matá-la, esfolá-la, esquartejá-la e depois jogar os restos para os porcos comerem. Filha de uma puta. Quer dizer que só porque quando ela os conheceu - provavelmente num prostíbulo – ela logo foi a prostituta que ela é na verdade não quer dizer que eu vá ser também. Eu olhei aquela Rogéria e me deu vontade de falar tudo que eu pensava dela de verdade, mas com tanta gente de testemunha, não ia ter como fazer isso sem ser presa por atentado ao pudor. Ela iria se livrar dessa, mas o que era dela tava guardadinho, guardadinho.

Os rapazes ficaram ligeiramente irritados com essa prepotência. Entreolharam-se e viraram-se para falar com ela rigidamente:

— Karin, se falar assim, Sakura vai pensar que eu e Sasuke andamos por aí conhecendo garotas apenas para levá-las para a cama. Retire isso – disse Gaara, quase engasgado.

— Puxa, rapazes – respondeu com uma vozinha de criança insuportável – não sabem sequer reconhecer uma pequena brincadeira inocente? Creio que a minha amiga Sakyo não levou a sério não é? – olhou para mim e sorriu falsamente.

— É Sakura – respondi séria – e não, não levei a sério – conclui tranqüila – vocês devem relaxar mais meninos. Foi uma brincadeira e ficam aí, como se acabassem de receber uma péssima notícia.

— Não achei nada engraçado – falou Sasuke com reprovação – falando assim na frente das pessoas você denigre nossa imagem Karin, é inaceitável – continuou, e eu parei só pra olhar e segurar o riso – da próxima vez, pense não duas, mas vinte vezes no que vai dizer se for com respeito a mim e Gaara, estamos entendidos?

— S-sim, Sasuke-kun. Desculpe por favor – choramingou a traveco que levara um belo de um fora – ela entendeu o recado. Ele tava dizendo: ’Hoje você vai dormir do lado de fora, idiota’

Eu me imaginei lá em cima, olhando a cena hilária que se passou. A Sakurinha que estava vendo gargalhava da Karin e dizia: ’Você é tão estúpida!’ e de repente eu ouvi a voz conhecida do meu companheiro também às gargalhadas melodiantes. Godofredo tava se divertindo às custas daquela mulher que chama mais atenção do que rainha de escola de samba. Então eu voltei para o lugar onde devia ficar, na mesa, sentada com todas aquelas figuras que estavam constrangidas, raivosas e incrivelmente engraçadas. Tive de segurar uma lágrima de riso que queria descer no canto do meu olho, mas era bandeira demais. Dei uma olhada rapidinha no relógio de parede e vi que eram 1O:45, hora perfeita para escapulir e ir encontrar os amigos para fazer algo DIVERTIDO de verdade.

— Psiu, Gaara – cochichei seu nome para falar com mais privacidade – posso falar com você em particular? É rapidinho, por favor.

— Claro – respondeu solidário – nós já voltamos, por favor fiquem à vontade.

Rapidamente nós nos deslocamos até o bar, perto dali no mesmo lugar aonde antes de Sasuke chegar nós estávamos. Eu já sabia o que ia falar e estava muito agradecida por poder sair daquele lugar cheio de ricaços que limpam até suas necessidades com uma nota de cem dólares. Mas não antes de dar uma espiada sorrateira para a mesa e ver que Sasuke e Rogéria agora discutiam discretamente. Beleza, isso sim é coisa boa de se ver, afinal depois de passar o jantar inteiro querendo claramente debochar e me humilhar, era bom ver quem era que tava se dando mal. Sakura – O1 Rogéria – O.

— Não me leva a mal, Gaara – falei com um pouco de vergonha e um certo medo de não ser compreendida – mas agora eu acho que tenho que ir, combinei com todo mundo que íamos à praia. Não queria faltar, é muito importante.

— Eu sinto muito pelo que acabou acontecendo – disse lamentando-se – eu sei que esse não devia ser o programa mais animado para a noite, mas acabou se transformando em algo desagradável no fim das contas.

— Não, imagina. Se não saísse agora daquela mesa, aí você iria ver algo desagradável. Iria rir tanto, que sairia refrigerante até pelo meu nariz – falei dessa vez sorrindo sem o auto controle de antes – achei essa situação mais engraçada do que constrangedora, acredite.

— Ainda bem, mas essa secretária de Sasuke realmente não sabe medir as suas palavras – completou.

— Então tudo bem, né?

— Sim, tudo ótimo.

Nós voltamos até a mesa, e eu peguei a bolsa que tinha ficado na minha cadeira. Olhei para Rogéria totalmente sem graça depois de ter levado uma bronca do seu cafetão. Depois, olhei para ele e o vi normalmente com seu jeito implícito.

— Bom, eu vim só dizer tchau para vocês, já estou indo – sorri para todos à mesa – vou encontrar com os outros no saguão e depois vamos sair.

— Boa noite – disseram Gaara e Karin num coro, um por um lado animado e outro aborrecido, adivinha quem era?

Já Sasuke, não disse nada. Achei que era normal ele nunca falava mesmo. Mas segundos depois, eu o vi se levantar da mesa e dizer com todos aqueles dentes:

— Espere, eu vou com você.

Ai, me mata com a faca do pão.
                                   

                                             Continua ~


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Notas finais do capítulo

Bom ai está mais uma parte do capítulo. ~ Espero que tenham gostado :DEnfim, terá mais partes porque a Rafa fez esse capítulo imeeeeeeeeeeeeenso e não tem como eu postá-lo de uma vez, peço desculpa por isso.Espero que continuem acompanhando e mandando reviews!~Próximo post : Quinta/sexta ^^Beijos e Ja ne