O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 7
As palavras que não saem de sua boca.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui estou novamente, trazendo um capitulo fresquinho para vocês.

Boa leitura.



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As palavras que não saem de sua boca.

 

 

“É como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz: ‘Você ainda não está preparado’, mas a outra metade diz: ‘A faça ser sua para sempre’.”.

                                                                                                          Remember me.

 

 

 

E eles ficaram assim, abraçados, pelo tempo que foi preciso. Apesar da confusão e do abraço repentino, ambos não queriam se separar... Tornou-se vital para cada um.

 

Os braços fortes do soldado foram afrouxando o aperto aos poucos, a camponesa encontrou espaço para rodear a cintura do homem e encostar sua cabeça no peito rijo dele, ela inspirou profundamente e sentiu sua fragrância mesclada com a de Edward; um pequeno sorriso brotou de seus lábios silenciosos.

 

O corpo de Edward relaxou de uma forma estranha e prazerosa quando viu que Bella retribuía seu abraço, ele sentiu cada curva da mulher se encaixar perfeitamente em seu corpo; era como se fossem as peças de um quebra-cabeça que há muito tempo estava abandonado.

Sua bochecha descansou na cabeça da mulher – que agora não aparentava mais fragilidade, pelo fato de estar em seus braços – e inspirou a doce fragrância de morangos. Um fato veio-lhe a mente, mas ele fez questão de chutá-lo para um canto qualquer; a ultima coisa de que precisava era de um pensamento fútil.

 

Ficaram assim por horas, dias, semanas... Minutos ou segundos e quando se separaram, fitaram-se com intensidade; ele procurava temores nos olhos da mulher e ela procurava a fúria de antes, mas sorriu levemente quando viu que aquilo não passava de um passado agora distante.

 

Edward não se conteve, levantou uma de suas mãos e a pousou na face delicada da mulher, controlou um suspiro quando a ponta de seus dedos ásperos sentiu o quão suave era sua pele. E lentamente – movido por uma pressa mínima – percorreu toda a face de Bella, a fazendo fechar os olhos.

 

_ Abra os olhos, senhorita. _ Pediu ele baixo – quase como um sussurro – fazendo com que Bella os abrisse. _ Quero-te com os olhos abertos, pois toda a palavra que não dizeres estarão neles. Cabe a mim procurá-las.

 

Bella – naquele momento – agradeceu em seu íntimo por ele a ter aceitado, ignorando todas suas limitações. Ela não podia dizer o quão feliz estava por isso sorriu abertamente para Edward e não se espantou quando o viu retribuir o sorriso com a mesma felicidade. Suas pequenas e frágeis mãos não ficaram imóveis, uma delas segurou a grande mão de Edward – impedindo-a de retirá-la de sua face – enquanto a outra parou nos cabelos acobreados do homem e lá o acariciou.

 

_ Eu não sei o que é isso... _ Começou ele, baixo e rouco, do jeito que Bella gostava. _ Mas vou lutar até o fim para que isso permaneça. _ E em resposta recebeu o aceno de Bella.

 

Mas então ela olhou para a porta do pequeno chalé, que estava aberta, e se voltou para Edward com o semblante contorcido em uma careta engraçada, mordeu os lábios e tirou a mão de seus cabelos, mas deixou a outra no mesmo lugar. E ele – sem dificuldade alguma – entendeu o que isso significava.

 

_ Voltará mais vezes? _ Indagou já ansioso por sua volta. Bella afirmou e retirou separou sua outra mão do homem, distanciando-se.

 

Edward a acompanhou até a porta e por lá ficou, mas antes que ela se distanciasse segurou-a pela mão – impedindo-a de continuar a andar –, e ergueu-a depositando ali um cálido beijo de uma breve despedida.

 

_ Volte antes do pôr-do-sol. _ Avisou ele, Bella sorriu e se afastou, caminhando para longe sem olhar para trás.

 

 

 ***

 

Ah a alegria ali era evidente! Até o mais cego dos homens seria capaz de sentir o peso do enorme sorriso que Isabella carregava em sua face, Marlene a observava – sorrindo junto – e se perguntava quem seria o homem que lhe roubara o coração – as hipóteses ali eram descartadas, pois só o amor em sua forma humana seria capaz de transformar um sorriso normal em um gigantesco sorriso sobrenatural.

 

_ Mas veja só, menina! Estás com seu melhor vestido, vai acabar por sujá-lo e assim não poderá se encontrar a escondida. _ Avisou Marlene as gargalhadas fazendo Bella corar ao extremo e logo tratar de tirar o vestido o substituindo pelo velho e sujo que tanto usa para trabalhar.

 

Os braços já estavam bem melhores, Marlene era uma especialista em feridas e sua pomadas “milagrosas” fizeram mágica em seus cortes que já estavam adquirindo o tom rosado que denunciava o quão rápido estava o seu processo de cura; os hematomas em seu braço direito já estavam adquirindo um azul-claro que outro novo sinal de cura.

 

Bella já podia trabalhar – fazer quase tudo que fazia –, mas às vezes tornava-se difícil concentrar-se no trabalho quando sua mente teimava em lhe mostrar um par de olhos verdes que tanto a intrigavam... Mas que a entendiam como ninguém.

 

Edward suspirava como um adolescente que viu – pela primeira vez – os seios de uma mulher, os cantos – antes imóveis – se sua boca curvou-se num pequeno sorriso quando se lembrou de como a mulher havia afagado os seus cabelos.

 

A mudez de Bella, para ele, não era um problema e sim um desafio que seria superado com ardor, pois nada não tem valor a não ser o que é superado. Mas infelizmente a deficiência da mulher não era o seu problema. O que ele sentia por ela, era o que mais o intrigava.

 

“Não, não poderia ser amor. Isso não” era o que sua mente repetia como um mantra – tentando em vão acalmar as batidas frenéticas de seu coração que galopava só com a lembrança da mulher. Edward almejava muitas coisas na vida, mas o amor nunca fora o seu desejo. Aquilo que sentia por Bella era atração, e ele tinha certeza que isso sumiria quando se deitasse com ela por uma ou duas noites. Ele não a usaria, só iria satisfazer os seus desejos e os dela também.

 

*** *** ***

 

O tempo é longo para os que esperam e com Bella não foi diferente. Desde que saiu do chalé de Edward – ainda pela manhã – começou há contar os segundos para que a tarde logo viesse; uma mistura de emoções estava em seu ser, mas a mais importante ali era a felicidade mesclada com algo mais que ela não soube definir. Estar na companhia daquele homem era a melhor coisa a se fazer, pois – pela primeira vez – as palavras não eram necessárias para que os dois se tornassem íntimos.

 

_ Querida, ande, venha comer. _ Chamou Marlene pela terceira vez – notando o quão desatenta estava Bella. _ Estás tão desatenta hoje, menina. Diga-me: o que houve? _ Apesar de ver que apesar de tudo Bella estava feliz, Marlene não deixava de se preocupar com a filha.

 

Isabella negou levemente com a cabeça – sentando-se a pequena mesa – tentando aquietar a curiosidade de Marlene que estava cada vez mais evidente.

 

Mas tudo foi por água abaixo quando um alto suspiro ecoou pela cozinha.

 

_ Céus! Estás suspirando! Suspirando! _ A velha mulher se levantou e veio até Bella, que balançava as mãos freneticamente tentando mostrar que não era o que ela estava pensando. _ Não faça essa cara inocente para mim, Menina. _ Começou a velha, brincalhona, enquanto recolhia a louça do pouco jantar. _ Da próxima vez colocarei menos mel na sua comida... Mas pensando bem, acho que não fora o mel na comida e sim o mel dos lábios de alguém... _ Marlene calou-se quando ouviu um baque alto vindo da mesa, era Bella que acabara de bater o punho direito com força – ignorando a dor – para mostrar que já estava ficando irritada com aquilo.

 

_ Oh, perdoe-me, querida. _ Começou ela, realmente arrependida pelas provocações. _ A felicidade é tão evidente em seus olhos, menina, que é impossível não ficar feliz também. _ Já mais calma, Bella se levantou da pequena cadeira e beijou a face enrugada de Marlene como modo de dizer que perdoava suas travessuras.

 

E lá ficou ajudando sua quase-mãe a recolher tudo e trancar a Casa Grande para que nada de valor fosse roubado. Porém, quando olhou para os vales que cercavam a casa assustou-se ao se dar conta do horário e também de que havia um homem a esperando. Praticamente correu até o chalé dos criados e – não tendo tempo para um banho – logo se pôs a tirar o vestido.

_ Sairá sem se banhar? _ Curiosa, a quase-mãe se aproximou de Bella – que atrapalhada e apressada caia e derrubava tudo a sua volta, enquanto tentava desabotoar o velho vestido nas costas. Em meio a pressa a menina acenou com a cabeça, antes de tropeçar e cair no frio chão de madeira.

 

_ Mas de jeito nenhum! _ Exclamou Marlene, alto o suficiente para chamar a atenção de Isabella. _ Podes se atrasar, mas chegar no horário suja e suada é imperdoável! _ Bella revirou os olhos com vontade e logo se encolheu ao pressentir o que viria a seguir.

 

...

 

Edward não esperava em casa, havia saído há algum tempo e agora caminhava de um lado para o outro ansioso pelo atraso da mulher.

Logo uma pequena silhueta apareceu em seu campo de visão, fazendo-o ter a plena certeza de que era Bella. Ela caminhava rapidamente em sua direção e ele teve que usar todo o seu autocontrole para não diminuir a distancia e envolve-la em um forte abraço, carregado de saudade.

 

Ao se aproximar suficiente, Edward conseguiu vislumbrar um gigantesco sorriso na face delicada da mulher; ele não sorriu, mas seus olhos brilhavam.

E então ele a pegou – novamente pela mão – e a beijou ali como sempre fez, mas agora se demorou um pouco mais não pele da mulher, ao beijá-la se separou minimamente para então inspirar a doce fragrância de morangos que provinha de todo o corpo da mulher.

 

... Ele queria beijar cada pedacinho que fosse ela...

... Inspirar a fragrância que o acalmava...

 

Céus! Como ele a desejava!

 

_ Boa tarde, senhorita Bella. _ Cumprimentou com a voz aveludada e rouca – do jeito que ela gostava – e em troca recebeu um aceno rápido. Era a primeira vez que ele pronunciava seu nome, e Bella gostou do modo em como seu nome soou pelos lábios – desejados – daquele homem.

 

Ele a guiou para dentro do pequeno chalé e a acomodou na sala e quando a mesma se sentou, fora impossível não notar seus pés descalços e repletos de arranhões. Edward franziu a testa enquanto se agachava – na altura da mulher – e a fitava intensa e provocante.

 

_ Senhorita... _ Começou ele, calmamente, fitando-a. _ Por que estás descalça? Seus pés estão machucados...

 

Bella sentiu vontade de bater na própria testa naquele momento, mas se controlou. Como era criada e não recebia pagamento por seus serviços, comprar vestimentas e calçados era algo praticamente impossível. Ela não possuía dinheiro para que seus pés não se machucassem ou ficassem sujos e roubar-lhe nunca lhe pareceu tão mais repulsivo como agora.

 

Olhando para Edward, limitou-se apenas em dar de ombros como se nada daquilo importasse.

 

_ É pecado uma mulher tão bela como ti andar com os pés desprotegidos do chão rude. _ Galanteou ele, enquanto – ajoelhado à frente de Bella – pegava-lhe um dos pés com extremo cuidado, eram pequenos e – de certo modo – delicados.

Suas mãos – felizmente – não se contentaram em tocar os pés da jovem. As grandes e ásperas mãos subiram por um caminho, até então, desconhecido por Edward; os dedos longos fecharam-se em torno do tornozelo da jovem.

 

Naquele momento o olhar era mais importante do que qualquer toque.

E não sabendo explicar como, Bella sabia o que ele iria fazer.

Ela não sentiu medo e nem receio, pelo contrário, ansiou por isso – em seu intimo.

De algum modo sabia que era o certo e o desejado por ambos.

 

Porém, todo o pensamento evaporou no momento em que os lábios – agora quentes – do homem, tocaram suavemente os de Bella.

 

“Eu te desejo, impotentemente, como homem.

Eu te quero, dolorosamente, como mulher”. (Jess).

                                                                        


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, obrigada pelos cometarios anterioes. Continuem comentando.

Hey... eu sei que tem muuita gente querendo saber se a Bella é REALMENTE muda, peço que esperem, pois todo esse mistério será explicado nos capitulos que estão por vir.

Beijos e até a próxima.