O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen
Notas iniciais do capítulo
Olá! Aqui estou novamente, trazendo um capitulo fresquinho para vocês.
Boa leitura.
As palavras que não saem de sua boca.
“É como quando alguém entra na sua vida e metade de você diz: ‘Você ainda não está preparado’, mas a outra metade diz: ‘A faça ser sua para sempre’.”.
Remember me.
E eles ficaram assim, abraçados, pelo tempo que foi preciso. Apesar da confusão e do abraço repentino, ambos não queriam se separar... Tornou-se vital para cada um.
Os braços fortes do soldado foram afrouxando o aperto aos poucos, a camponesa encontrou espaço para rodear a cintura do homem e encostar sua cabeça no peito rijo dele, ela inspirou profundamente e sentiu sua fragrância mesclada com a de Edward; um pequeno sorriso brotou de seus lábios silenciosos.
O corpo de Edward relaxou de uma forma estranha e prazerosa quando viu que Bella retribuía seu abraço, ele sentiu cada curva da mulher se encaixar perfeitamente em seu corpo; era como se fossem as peças de um quebra-cabeça que há muito tempo estava abandonado.
Sua bochecha descansou na cabeça da mulher – que agora não aparentava mais fragilidade, pelo fato de estar em seus braços – e inspirou a doce fragrância de morangos. Um fato veio-lhe a mente, mas ele fez questão de chutá-lo para um canto qualquer; a ultima coisa de que precisava era de um pensamento fútil.
Ficaram assim por horas, dias, semanas... Minutos ou segundos e quando se separaram, fitaram-se com intensidade; ele procurava temores nos olhos da mulher e ela procurava a fúria de antes, mas sorriu levemente quando viu que aquilo não passava de um passado agora distante.
Edward não se conteve, levantou uma de suas mãos e a pousou na face delicada da mulher, controlou um suspiro quando a ponta de seus dedos ásperos sentiu o quão suave era sua pele. E lentamente – movido por uma pressa mínima – percorreu toda a face de Bella, a fazendo fechar os olhos.
_ Abra os olhos, senhorita. _ Pediu ele baixo – quase como um sussurro – fazendo com que Bella os abrisse. _ Quero-te com os olhos abertos, pois toda a palavra que não dizeres estarão neles. Cabe a mim procurá-las.
Bella – naquele momento – agradeceu em seu íntimo por ele a ter aceitado, ignorando todas suas limitações. Ela não podia dizer o quão feliz estava por isso sorriu abertamente para Edward e não se espantou quando o viu retribuir o sorriso com a mesma felicidade. Suas pequenas e frágeis mãos não ficaram imóveis, uma delas segurou a grande mão de Edward – impedindo-a de retirá-la de sua face – enquanto a outra parou nos cabelos acobreados do homem e lá o acariciou.
_ Eu não sei o que é isso... _ Começou ele, baixo e rouco, do jeito que Bella gostava. _ Mas vou lutar até o fim para que isso permaneça. _ E em resposta recebeu o aceno de Bella.
Mas então ela olhou para a porta do pequeno chalé, que estava aberta, e se voltou para Edward com o semblante contorcido em uma careta engraçada, mordeu os lábios e tirou a mão de seus cabelos, mas deixou a outra no mesmo lugar. E ele – sem dificuldade alguma – entendeu o que isso significava.
_ Voltará mais vezes? _ Indagou já ansioso por sua volta. Bella afirmou e retirou separou sua outra mão do homem, distanciando-se.
Edward a acompanhou até a porta e por lá ficou, mas antes que ela se distanciasse segurou-a pela mão – impedindo-a de continuar a andar –, e ergueu-a depositando ali um cálido beijo de uma breve despedida.
_ Volte antes do pôr-do-sol. _ Avisou ele, Bella sorriu e se afastou, caminhando para longe sem olhar para trás.
***
Ah a alegria ali era evidente! Até o mais cego dos homens seria capaz de sentir o peso do enorme sorriso que Isabella carregava em sua face, Marlene a observava – sorrindo junto – e se perguntava quem seria o homem que lhe roubara o coração – as hipóteses ali eram descartadas, pois só o amor em sua forma humana seria capaz de transformar um sorriso normal em um gigantesco sorriso sobrenatural.
_ Mas veja só, menina! Estás com seu melhor vestido, vai acabar por sujá-lo e assim não poderá se encontrar a escondida. _ Avisou Marlene as gargalhadas fazendo Bella corar ao extremo e logo tratar de tirar o vestido o substituindo pelo velho e sujo que tanto usa para trabalhar.
Os braços já estavam bem melhores, Marlene era uma especialista em feridas e sua pomadas “milagrosas” fizeram mágica em seus cortes que já estavam adquirindo o tom rosado que denunciava o quão rápido estava o seu processo de cura; os hematomas em seu braço direito já estavam adquirindo um azul-claro que outro novo sinal de cura.
Bella já podia trabalhar – fazer quase tudo que fazia –, mas às vezes tornava-se difícil concentrar-se no trabalho quando sua mente teimava em lhe mostrar um par de olhos verdes que tanto a intrigavam... Mas que a entendiam como ninguém.
Edward suspirava como um adolescente que viu – pela primeira vez – os seios de uma mulher, os cantos – antes imóveis – se sua boca curvou-se num pequeno sorriso quando se lembrou de como a mulher havia afagado os seus cabelos.
A mudez de Bella, para ele, não era um problema e sim um desafio que seria superado com ardor, pois nada não tem valor a não ser o que é superado. Mas infelizmente a deficiência da mulher não era o seu problema. O que ele sentia por ela, era o que mais o intrigava.
“Não, não poderia ser amor. Isso não” era o que sua mente repetia como um mantra – tentando em vão acalmar as batidas frenéticas de seu coração que galopava só com a lembrança da mulher. Edward almejava muitas coisas na vida, mas o amor nunca fora o seu desejo. Aquilo que sentia por Bella era atração, e ele tinha certeza que isso sumiria quando se deitasse com ela por uma ou duas noites. Ele não a usaria, só iria satisfazer os seus desejos e os dela também.
*** *** ***
O tempo é longo para os que esperam e com Bella não foi diferente. Desde que saiu do chalé de Edward – ainda pela manhã – começou há contar os segundos para que a tarde logo viesse; uma mistura de emoções estava em seu ser, mas a mais importante ali era a felicidade mesclada com algo mais que ela não soube definir. Estar na companhia daquele homem era a melhor coisa a se fazer, pois – pela primeira vez – as palavras não eram necessárias para que os dois se tornassem íntimos.
_ Querida, ande, venha comer. _ Chamou Marlene pela terceira vez – notando o quão desatenta estava Bella. _ Estás tão desatenta hoje, menina. Diga-me: o que houve? _ Apesar de ver que apesar de tudo Bella estava feliz, Marlene não deixava de se preocupar com a filha.
Isabella negou levemente com a cabeça – sentando-se a pequena mesa – tentando aquietar a curiosidade de Marlene que estava cada vez mais evidente.
Mas tudo foi por água abaixo quando um alto suspiro ecoou pela cozinha.
_ Céus! Estás suspirando! Suspirando! _ A velha mulher se levantou e veio até Bella, que balançava as mãos freneticamente tentando mostrar que não era o que ela estava pensando. _ Não faça essa cara inocente para mim, Menina. _ Começou a velha, brincalhona, enquanto recolhia a louça do pouco jantar. _ Da próxima vez colocarei menos mel na sua comida... Mas pensando bem, acho que não fora o mel na comida e sim o mel dos lábios de alguém... _ Marlene calou-se quando ouviu um baque alto vindo da mesa, era Bella que acabara de bater o punho direito com força – ignorando a dor – para mostrar que já estava ficando irritada com aquilo.
_ Oh, perdoe-me, querida. _ Começou ela, realmente arrependida pelas provocações. _ A felicidade é tão evidente em seus olhos, menina, que é impossível não ficar feliz também. _ Já mais calma, Bella se levantou da pequena cadeira e beijou a face enrugada de Marlene como modo de dizer que perdoava suas travessuras.
E lá ficou ajudando sua quase-mãe a recolher tudo e trancar a Casa Grande para que nada de valor fosse roubado. Porém, quando olhou para os vales que cercavam a casa assustou-se ao se dar conta do horário e também de que havia um homem a esperando. Praticamente correu até o chalé dos criados e – não tendo tempo para um banho – logo se pôs a tirar o vestido.
_ Sairá sem se banhar? _ Curiosa, a quase-mãe se aproximou de Bella – que atrapalhada e apressada caia e derrubava tudo a sua volta, enquanto tentava desabotoar o velho vestido nas costas. Em meio a pressa a menina acenou com a cabeça, antes de tropeçar e cair no frio chão de madeira.
_ Mas de jeito nenhum! _ Exclamou Marlene, alto o suficiente para chamar a atenção de Isabella. _ Podes se atrasar, mas chegar no horário suja e suada é imperdoável! _ Bella revirou os olhos com vontade e logo se encolheu ao pressentir o que viria a seguir.
...
Edward não esperava em casa, havia saído há algum tempo e agora caminhava de um lado para o outro ansioso pelo atraso da mulher.
Logo uma pequena silhueta apareceu em seu campo de visão, fazendo-o ter a plena certeza de que era Bella. Ela caminhava rapidamente em sua direção e ele teve que usar todo o seu autocontrole para não diminuir a distancia e envolve-la em um forte abraço, carregado de saudade.
Ao se aproximar suficiente, Edward conseguiu vislumbrar um gigantesco sorriso na face delicada da mulher; ele não sorriu, mas seus olhos brilhavam.
E então ele a pegou – novamente pela mão – e a beijou ali como sempre fez, mas agora se demorou um pouco mais não pele da mulher, ao beijá-la se separou minimamente para então inspirar a doce fragrância de morangos que provinha de todo o corpo da mulher.
... Ele queria beijar cada pedacinho que fosse ela...
... Inspirar a fragrância que o acalmava...
Céus! Como ele a desejava!
_ Boa tarde, senhorita Bella. _ Cumprimentou com a voz aveludada e rouca – do jeito que ela gostava – e em troca recebeu um aceno rápido. Era a primeira vez que ele pronunciava seu nome, e Bella gostou do modo em como seu nome soou pelos lábios – desejados – daquele homem.
Ele a guiou para dentro do pequeno chalé e a acomodou na sala e quando a mesma se sentou, fora impossível não notar seus pés descalços e repletos de arranhões. Edward franziu a testa enquanto se agachava – na altura da mulher – e a fitava intensa e provocante.
_ Senhorita... _ Começou ele, calmamente, fitando-a. _ Por que estás descalça? Seus pés estão machucados...
Bella sentiu vontade de bater na própria testa naquele momento, mas se controlou. Como era criada e não recebia pagamento por seus serviços, comprar vestimentas e calçados era algo praticamente impossível. Ela não possuía dinheiro para que seus pés não se machucassem ou ficassem sujos e roubar-lhe nunca lhe pareceu tão mais repulsivo como agora.
Olhando para Edward, limitou-se apenas em dar de ombros como se nada daquilo importasse.
_ É pecado uma mulher tão bela como ti andar com os pés desprotegidos do chão rude. _ Galanteou ele, enquanto – ajoelhado à frente de Bella – pegava-lhe um dos pés com extremo cuidado, eram pequenos e – de certo modo – delicados.
Suas mãos – felizmente – não se contentaram em tocar os pés da jovem. As grandes e ásperas mãos subiram por um caminho, até então, desconhecido por Edward; os dedos longos fecharam-se em torno do tornozelo da jovem.
Naquele momento o olhar era mais importante do que qualquer toque.
E não sabendo explicar como, Bella sabia o que ele iria fazer.
Ela não sentiu medo e nem receio, pelo contrário, ansiou por isso – em seu intimo.
De algum modo sabia que era o certo e o desejado por ambos.
Porém, todo o pensamento evaporou no momento em que os lábios – agora quentes – do homem, tocaram suavemente os de Bella.
“Eu te desejo, impotentemente, como homem.
Eu te quero, dolorosamente, como mulher”. (Jess).
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Espero que tenham gostado, obrigada pelos cometarios anterioes. Continuem comentando.
Hey... eu sei que tem muuita gente querendo saber se a Bella é REALMENTE muda, peço que esperem, pois todo esse mistério será explicado nos capitulos que estão por vir.
Beijos e até a próxima.