O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 5
Cortando lenha.


Notas iniciais do capítulo

Oe! Mais um capitulo fresquinho pra vocês! Obrigada a todos que comentaram no capitulo anterior e bem vindos leitores (as) novos!

Boa leitura.

ps: Capitulo... er... tenso.



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Cortando lenha.

 

 

“Os outros eu conheci por acaso. Você eu encontrei porque era preciso.”

                                                                                                   Anônimo.

 

 

Passara-se uma semana desde o “incidente” com Bella. Seu braço esquerdo permanecia enfaixado e a mesma possuía certo receio de retirar as bandagens e fitar os imensos cortes que sofrera. Ela já estava bem melhor, já conseguia mexer ambos os braços quase que perfeitamente, o Conde não demonstrou preocupação alguma para com ela e três dias após a monstruosidade que cometera, viajou para muito longe e sem previsão para voltar.

 

Bella estava incapacitada de realizar suas obrigações diárias e não gostava nenhum pouco de ver Marlene cuidar de suas tarefas e das dela, fazendo-a ficar cada vez mais cansada e incapaz. Marlene era uma senhora de idade e tanto esforço não ajudaria.

 

Mas havia uma única coisa que não prenderia Bella na cama nem se suas duas pernas estivessem quebradas. Era a grandiosa que tinha.

Havia uma capela não muito longe dali, aonde Bella sempre ia para orar pelos pais, pedir proteção e agradecer por mais um dia viva e pelo sol ainda brilhar em sua vida. Apesar de tudo, ela sempre agradecia.

 

Com um suspiro cansado e entediado, Isabella se levantou – com certa dificuldade – da cama, espiou pela janela a procura de Marlene e – como não a viu – caminhou sorrateiramente pela saída dos criados da Grande Casa. Seu braço esquerdo estava imobilizado e ela fazia de tudo para não o mexer.

 

Depois de cinco minutos caminho na estrada de chão pouco movimentado, já era possível avistar a pequena e simples capela, porém muito aconchegante.

 

Capela: http://turismo.bicodocorvo.com.br/blog/wp-content/gallery/fotos-da-irlanda/fotos-da-irlanda-1.jpg

 

Um enorme sorriso iluminou o rosto de Bella, seus passos tornaram-se lentos e preguiçosos e ela inspirou profundamente e prazerosamente o ar frio da manhã, seu corpo relaxou conforme o canto dos pássaros ecoava pelo pequeno bosque e ela quase esqueceu seus machucados. Ela amava aquilo, ela amava do dom da vida.

 

Bella encontrou a pequena capela enquanto fugia do Conde e de suas perversidades, ela se lembra de ter chorado diante do altar e também de ter implorado a Deus por uma vida melhor. A capela estava há anos abandonada, mas isso mudou quando Bella a descobriu e passou a cuidar da mesma; a capela não possuía um padre, porém – para Bella – isso não fazia a menor falta. 

 

As portas rangeram anunciando a entrada da mulher, o cheiro de poeira ali era forte e Bella se zangou com o braço machucado que a impossibilitou de limpar o local; a capela possuía quatro bancos no total – dois de cada lado –, e ela escolheu o primeiro do lado direito e se sentou diante da cruz e pôs-se a orar.

 

Naquele momento ela pediu por proteção, pediu saúde a Marlene que se encontrava cada vez mais cansada do trabalho servil, ela agradeceu por tudo... Porém, no final de sua oração, Bella sentiu o vazio no peito aumentar consideravelmente, naquele momento desejou que aquilo sumisse e que o vazio fosse preenchido por algo bom, algo puro e verdadeiro, algo intenso e delicado, desejou que o amor preenchesse cada poro do seu ser, desejou ter filhos, netos, bisnetos... desejou poder acordar abraçada a quem lhe roubara o coração... Isabella Swan desejou ser amada incondicionalmente.

 

Ao terminar a oração Bella se espantou ao ver que inúmeras lágrimas banhavam sua face e se assustou com o soluço que emitiu. Logo o susto foi substituído pela dor que viera do peito. Ela sabia o que era isso, sabia que a solidão estava ali, mais forte do que nunca. Ela nunca havia se sentindo tão só em toda sua vida.

 

Levantou-se suspirando e se retirou a passos bem lentos da pequena capela, seu coração ainda doía, mas logo foi ignorado por Bella que não se deixaria vencer por algo tão banal.

 

Estava de manhã, o sol não era forte e os pássaros cantavam em júbilo, Bella não estava com pressa de voltar para a Casa Grande e receber uma bronca daquelas de Marlene, sua quase-mãe. Por isso pegou o caminho mais longo até a casa, o caminho pela mata, o caminho que – coincidentemente – ficava perto da nova casa de Edward.

 

Seus passos eram lentos e preguiçosos, o vento era forte e gélido – mas, chegava a Bella como uma carícia passageira –, seus olhos estavam atentos aos menores movimentos e seu nariz inspirava com prazer a doce fragrância de terra molhada produzida pela manhã. Os pés descalços sentiam a terra fofa, tudo estava na santa paz, porém tudo desapareceu no momento em que um baque alto ecoou pela floresta. Bella se assustou com o barulho e logo veio mais outro e outro. Ela teria feito como qualquer outra pessoa e dado meia volta, mas sua curiosidade não a deixou mover um milímetro sequer para a direção oposta, pelo contrário, curiosa, Bella seguiu para a origem do som.

 

Os poucos segundos de caminhada revelaram a fumaça branca que saia do alto de uma chaminé, era possível ver a casa e os barulhos estavam cada vez mais altos, eles vinham da lateral da mesma, e foi por lá que Bella seguiu silenciosamente. As arvores se distanciaram revelando a Bella uma pequena clareira repleta de troncos de arvores cortados, mas não foram exatamente os troncos que a petrificaram.

 

Havia um homem alto e sem camisa a sua frente, de costas; seus cabelos eram de um peculiar bronze e brilhavam com a luz do sol, as costas eram fortes e bem definidas e sua pele brilhava com o suor. Bella estava petrificada, olhando com fascínio o corpo do homem a sua frente.

 

Edward estava tão distraído com a lenha que não ouviu os passos e nem sentiu a presença feminina a poucos metros. Seus braços – musculosos por sinal – levantavam o machado sem dificuldade alguma e logo depois, acertava em cheio o pequeno pedaço de madeira, partindo-a ao meio.

 

Bella teria ficado ali o resto do dia, mas se lembrou de que seu ‘sumiço’ poderia ser facilmente confundido com uma tentativa de fuga por Marlene e logo se viu temerosa em voltar para a Casa Grande, mas ela reconhecia que era preciso. Com um suspiro se afastou cada vez mais mata adentro, não sem antes olhar mais uma vez para o homem e admira-lo uma ultima vez.

 

Edward continuava cortando lenha quando o cheiro forte e doce de morangos – trazidos pelo vento – o fez parar. Seu corpo enrijeceu e seus sentidos ficaram aguçados, o machado mudou de mão e foi colocado em forma de ataque, ele se virou lentamente, mas seus olhos nada viram. Com um resmungo e um palavreado Edward voltou ao seu serviço, não sem antes inspirar a fragrância – guardando-a na memória – uma ultima vez e sob o doce aroma seu corpo relaxou.

 

Os braços doíam com os bruscos movimento de Bella, ela corria mata adentro preocupada com o que Marlene poderia fazer caso interpretasse mal seu sumiço.

 

_ Graças a Deus, Bella! Onde esteve, menina? _ Marlene exclamou um tanto alto enquanto corria ao encontro de Bella que acabava de passar pelos grandes portões de madeira. Bella se limitou a olhar para a quase-mãe com um pequeno sorriso nos lábios. _ Eu deveria dar-lhe umas boas palmadas! Olhe só para o seu braço! _ Com muito cuidado pegou o braço esquerdo de Bella, causando uma careta na mesma. _ Vamos, menina. Tem uma boa xícara de chá a sua espera... _ Murmurou com a voz baixa, conduzindo Bella casa adentro, sua voz estava mais calma e sua face já não aparentava mais o nervosismo de antes.

 

******

 

_ Hei capretto*! Vattene*! Tire as mãos das minhas maçãs! _ Gritava Miguel furioso com um garoto que quase roubara suas maçãs. O centro do pequeno condado estava cheio, hoje era dia de feira e praticamente todos os habitantes estavam lá incluindo Edward e Bella.

 

Crianças corriam e sorriam umas para as outras, o sorriso com covinhas ou sem; as pessoas conversavam animadamente entre si – esquecendo-se momentaneamente do frio –, os vendedores sorriam satisfeitos com o lucro que obtinham e riam ruidosamente de alguma piada mal contada pelo novo forasteiro, a feira era um ótimo lugar para ir.

 

Os passos de Edward eram apresados, ele queria sair o mais rápido possível dali, era muita gente para um lugar só, pensara ele. Porém, os passos de Bella – que continuava descalça – eram lentos e suaves, no braço direito – o menos machucado – carregava uma cesta de frutas e ela sorria a cada cumprimento que recebia. A mesma já havia dado o “sorriso do dia” para Miguel há instantes atrás.

 

Eles ainda não haviam se encontrado.

 

Edward parou na pequena, porém organizada, barraca de Miguel; sua postura era rígida e os olhos fitavam com intensidade qualquer um que ousasse olha-lo. Sua atenção estava voltada para os suculentos morangos recém colhidos que estavam a venda na pequena tenda.

 

_ Em que posso ajudar, signor*? _ Indagou Miguel amigavelmente á Edward que se limitou em fazer um gesto com as mãos para que esperasse.

 

O motivo que o fez parar ali não era porque ele estava com vontade de comprar os morangos, era a doce fragrância que não lhe saia da mente – semelhante ao aroma de morangos –, nessa manhã Edward havia inspirado o aroma mais doce de toda sua vida e o mesmo buscava a “coisa” que exalava a fragrância. Ele queria senti-la mais uma vez.

 

Por fim, decidiu levar alguns poucos morangos para a casa.

 

_ Fez una bela escolha, signor. Estão doces e suculentos. _ Miguel comentou sorrindo enquanto lhe entregava um pequeno pacote com todas as frutas, Edward assentiu ligeiramente.

 

_ Obrigada.

 

_ Ha una buona giornata*. _ Edward levantou o chapéu minimamente e logo depois deu as costas para o simpático homem.

 

Roupa do Edward: http://allaboutt.files.wordpress.com/2010/03/robert-pattinson-bel-ami-gay-porn.jpg

 

Ele caminhava apressadamente em meio à multidão, logo estava fora da feira e praguejou baixinho quando uma criança o empurrou, seguida de outra e mais outra.

O caminho mais curto até sua casa era a pequena estrada de chão que ficava próximo à praça, Edward se encaminhava para lá, mas parou quando escutou altas risadas masculinas vindas de alguma parte da pequena praça.

 

Curioso, se aproximou mais e mais da origem das risadas e parou quando se deparou com moça ajoelhada no chão tentando pegar as frutas que estavam espalhadas enquanto um alto rapaz loiro ria ruidosamente, nos pés uma maçã que fora acabada de ser esmagada.

 

_ O que está havendo? _ Perguntou ao rapaz, sua voz era grossa e autoritária, fazendo o jovem parar de rir e fita-lo com arrogância.

 

_ Essa criada acha que pode me corrigir. Deve aprender onde é o seu lugar. _ Avisou com desdém.

 

O olhar de Edward passou do rapaz para a criada e notou que ela o fitava com a face vermelha e a testa franzida, ela percebeu seu olhar sob o dela e o fitou. Nesse momento, o mundo de ambos parou de girar.

 

“É ele!”, pensou Bella enquanto mergulhava na profundeza verde nos olhos do homem, ele estava ainda mais bonito que dá ultima vez que o vira. Os olhos a fitaram tão intensamente que dessa vez ela corou de vergonha e não de raiva. Seus olhos – do mais profundo castanho – percorreram seu corpo e ela notou o quão belo seu corpo era.

 

A face de Edward suavizou no momento em que seus olhos fitaram a moca, sua face – de pele branquinha que aparentava ser tão macia como pêssego – estava vermelha e isso a fazia ainda mais bela, sua pequena, porém farta boca estava ainda mais rosa e ele controlou o impulso de juntar seus lábios aos dela; seus cabelos caiam livres pelas suas costas e estavam avermelhados com o sol.

 

Os olhares duraram segundos, mas o suficiente para que o mundo de ambos parasse de girar.  

 

Edward voltou seu olhar – novamente adquirindo a raiva – ao rapaz que o fitava, ergueu o queixo e perguntou numa voz tão arrogante e seca que o rapaz se sentiu inferiorizado pela postura firme do militar diante de si.

 

_ É o senhor dessa mulher? _ Apontou ligeiramente para Bella, que ainda estava ajoelhada. O rapaz engoliu em seco – o que não passou despercebido de Edward.

 

_ Não, mas estou...

 

_ Então vá corrigir os seus criados e pare de se intrometer no que não é seu. _ Cortou Edward. O rapaz vacilou por um momento, mas reassumiu a pose fraca de arrogância, lançou um ultimo olhar para Bella e saiu a passos rápidos de lá, deixando o soldado e a criada a sós.

 

Ignorando todo o machismo que possuía, Edward caminhou a passos lentos até onde Bella estava ajoelhada e lhe estendeu a mão, fitando-a suavemente a espera que seu pedido fosse atendido.

 

A mão áspera do soldado estava voltada para a criada – de mãos suaves, porém machucadas – que o olhava tão maravilhada que quase chegou a recusar o convite, só para o olhar por mais algum tempo.

Mas no momento certo ela estendeu sua mão, e quando a pele áspera tocou a suave uma nova explosão aconteceu.

 

Correntes elétricas passeavam no corpo dos dois, era a sensação mais maravilhosa que Bella já havia sentido. Edward estava espantado com a reação que um simples toque o proporcionou, aquilo ultrapassava o prazer de um beijo Ele percebeu o quão frágil e delicada a mão da mulher a sua frente era, ele a apertou um pouco mais – desejando protege-la – e a ergueu, fazendo-a ficar em pé.

 

Eles se fitaram intensamente, Bella corou com o olhar que recebeu de Edward e separou suas mãos – sentindo no mesmo instante a falta do toque quente do homem – para ajeitar a barra do vestido. Quando se voltou novamente para o homem, percebeu que ele estava segurando o cesto com suas frutas já lá dentro.

 

Foi inevitável não sorrir com a atitude do cavalheiro diante de si. Era um meio sorriso, que a fazia ainda mais bela, que deixou Edward mais encantado. Bella acenou com a cabeça agradecendo e pegando o cesto, Edward levantou o chapéu e revelou a ela resquícios de uma cabeleira cor de bronze... estranhamente familiar.

 

 Ele sentiu a necessidade de se apresentar a ela e novamente lhe estendeu a mão.

 

_ Permita-me que eu me apresente: sou Edward Cullen. _ Sua voz não era mais áspera e seca, pelo contrário, tornava-se suave e rouca quando dirigida a Bella. Ela pousou sua mão na de Edward novamente – compartilhando das mesmas sensações de antes – e corou fortemente quando um beijo fora depositado nela. _ Por qual nova devo chamá-la, senhorita?

 

_ Bella! _ Exclamou Marlene, interrompendo a intensa troca de olhares e os fazendo assustar, a face de Edward voltou para sua forma rude. _ Menina, você sumiu, Miguel não a viu e... _ A velha senhora interrompeu a sua fala para fitar – embasbacada – Edward. _ Oh Senhor, me desculpe, não era a minha intenção...

 

_ Não se desculpe senhora, eu já estava em retirada. _ Avisou frio. Marlene fez-lhe uma pequena reverência e ele levantou o chapéu novamente. Seu olhar encontrou o de Bella uma ultima vez e deu as costas, caminhando para longe, um tanto frustrado por não ouvir a voz da mulher... Que acabara de lhe roubar o coração.

 

*****

Capretto: Moleque.

Vattene: Vá embora.

Signor: Senhor.

Ha una buona giornata: Tenha um bom dia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *Marlene estragando os momentos...* Continuem comentando...

Até o proximo capitulo que se possivel será postado no sabado.

Beijos