O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 30
Amar é mais que um sonho realizado.


Notas iniciais do capítulo

Antes de me matarem pela ausência e atraso. Leiam o capítulo.

Dedicado especialmente a LindaFerrari e danete. Obrigada pelas recomendações.

Obrigada a todas que esperaram e que, agora, estarão sendo recompensadas.

Boa leitura.



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Amar é mais que um sonho realizado.

Amar-te é fácil porque és lindo.

Fazer amor com você é tudo que quero fazer.

Amar-te é mais que um sonho realizado.

E tudo que faço, é pelo amor que sinto a você.

(Minnie Riperton – Adaptação).

O grito de Isabella fora ouvido por toda a casa. Criados corriam até o andar superior carregando baldes de água morna e dúzia e dúzias de lençóis e toalhas. Eles estavam assim há quatro horas.

A algumas criadas e uma velha senhora fora concedida a permissão para estarem no quarto, porém para Edward uma rígida e clara ordem fora dada: que ele não ousasse subir as escadas.

E então o homem estava ali, andando de um lado a outro na sala, com as mãos no cabelo e ouvidos atentos, enquanto os gritos de sua esposa preenchiam o ambiente – deixando-o assustado e angustiado com o que poderia estar se passando no outro andar, em seu quarto.  

Porém toda essa tempestade começara com uma ligeira calmaria.

~ ~ X ~ ~

_ Não há necessidade. _ Resmungou Isabella pela milésima vez ao marido que, divertido, acrescentava alguns travesseiros ao lado da mulher.

_Reclamas a noite toda sobre quão frágil sua coluna está. _ Contra argumentou Eward. _ Seus tornozelos incham e não consegues manter-se de pé por algum tempo. _ O homem ergueu a sobrancelha para a esposa. _ Achas mesmo que não há necessidade?

Bella bufou.

_ Ficarás nessa cama, esposa, até que seus tornozelos voltem ao normal. _ Edward disse com a voz séria, dando a impressão de que aquilo não era um pedido. Logo depois se sentou ao lado da mulher, puxando-a para si e lhe beijando a face enquanto as mãos acariciavam a protuberante barriga.

Já havia se passado um mês e quatro manhãs desde que Edward voltara da guerra. Todas elas desfrutadas ao lado de Isabella e de seu filho.

_ Deseja o café da manhã agora? _ Indagou Edward; os lábios sobre o cabelo da mulher.

_ Estou sem fome. _ Murmurou Bella, entretida, enquanto suas mãos passeavam pelo fino tecido da vestimenta do homem.

Eles permaneceram naquele agradável silêncio durante toda a manhã – apenas desfrutando da companhia um do outro.

Ate que um ligeiro movimento mudara tudo.

As costas de Isabella fincaram de dor, fazendo-a se contorcer entre os braços de do marido.

_ O que houve? _ Indagou preocupado, fitando a face contorcida em uma careta de Isabella.

_ Minhas costas estão doendo. _ Reclamou ela.

_ Pegarei mais travesseiros. _ Avisou ele enquanto saia da cama e caminhava até o armário, do outro lado do quarto.

Ao ficar sozinha Isabella sentiu um imenso calor – insuportável ao ponto de fazê-la suar instantaneamente – que a fez afastar as cobertas e subir a barra de sua camisa até os joelhos.

Ao olhar para sua vestimenta, ela se assustou.

Havia uma grande mancha no tecido branco de sua camisa, suas coxas estavam molhadas e o lençol também. Ela franziu o cenho quando a dor em suas costas voltara, impedindo-a de formular algo considerável para o que vira.

Mas a dor não se fora.

_ Edward. _ Chamou o marido em meio a um gemido de dor.

_ Já estou indo, amor. _ Respondeu ele ainda de costas enquanto procurava os benditos travesseiros.

_ Edward! _ Chamou mais alto, agarrando o lençol e o puxando, tamanha era a dor que sentira.

O homem se virou, pousando os olhos em sua mulher, porém logo em seguida colocando-os nas pernas de Isabella, fitando a enorme mancha que ali estava.

_ O que...? _ O ex soldado tentou formular; ele correu até Isabella, sentando-se ao lado e segurando o rosto dela – que mantinha os olhos fechados em uma careta de dor.

Bella suava frio.

_ É a criança, Edward. _ Afirmou Bella entre dentes, as mãos sob a barriga.

~ ~ X ~ ~

O grito agudo de sua mulher despertara Edward que – aflito – começou a súber as escadas que o levaria até seu aposento, onde Bella estava. Alguns criados foram empurrados no caminho e nenhum pedido de desculpas fora ouvido.

O silêncio reinou por alguns minutos, até que outro grito abafado fora ouvido.

A enorme porta de madeira fora aberta abruptamente pelo chute de Edward que, apavorado, procurava sua mulher por todo o quarto, encontrando-a deitada sob a cama envolta de alguns poucos lençóis manchados e rodeada por mulheres que colocavam panos úmidos em sua testa e seguravam sua mão. Uma velha senhora estava de frente para Bella, as mãos enrugadas sob o joelho da mulher e a cabeça abaixada.

_ Senhor Cullen! Não podes entrar aqui! _ Exclamou uma criada, saindo do lado de Isabella e bloqueando a visão do homem.

Edward a empurrou sem muito esforço, voltando a fitar sua esposa de face suada e olhos vermelhos. Ela parecia exausta.

A criada não se abalou pelo empurrão e voltou a interceptar o caminho do homem. Desta vez, empurrando-o de volta.

Até que um grito agudo fora ouvido, seguido por soluços também agudos, fazendo todos que estavam no cômodo pararem.

E antes que Edward pudesse ver, outro grito e outro choro preencheram seus ouvidos – dando total certeza de que aquilo eram crianças, filhos seus, que choravam em comemoração a vida.

Era agudo e alto.

Melodia perfeita para os ouvidos que tanto ansiavam, fazendo com que mãe e pai fechassem os olhos para melhor ouvir.

A criada não ficou mais no caminho.

Pés vacilantes seguiram até a cama onde uma mulher suada e ofegante se deleitava em sorrisos e suspiros, de braços e abertos envoltos de dois minúsculos seres que ainda choravam.

O corpo trêmulo se curvou sobre a cama. Olhos brilhantes fitaram o fruto verídico de sua imaginação e os lábios imóveis, sem indícios de sorrisos ou palavras.

Mas os olhos ostentavam um brilho tão intenso capaz de transformar qualquer magnífico sorriso em nada.

Os lábios não sorriam, porém os olhos preenchiam toda a falta que um sorriso faz.

E então o castanho encontrou o verde, fazendo com que lágrimas se misturassem ao suor.

_ São meninos Edward. _ A voz rouca de Isabella fez o corpo do homem se arrepiar. As grandes mãos foram para o cabelo molhado da mulher e lá ficaram.

O homem mordeu os lábios, uma rápida maneira de segurar a emoção, quando seus olhos pousaram nas pequenas criaturas que, gritando, mostravam-se fortes e famintas.

Enrolados em cobertores brancos repousavam dois meninos. Um possuía poucos cabelos escuros – molhados e com resíduos. O outro não tinha pelo algum, mas as pequenas mãozinhas chacoalhavam revelando longos dedos. Dedos de pianista.

_ Tem de alimentá-los minha senhora. _ Sussurrou uma voz desconhecida, ignorada pelo casal.

Com um pouco de ajuda os bebes encontraram os fartos seios de sua mãe – mãozinhas os envolvendo – e os choros cessaram, dando lugar a pequenos barulhos de sucções.

_ Esposa. _ Chamou Edward após alguns minutos de observação. Isabella o fitou, aguardando algo. _ Eu te amo. _ Os lábios se encontraram em um terno e breve beijo salgado. _ Céus, não há palavras. _ Sussurrou o marido nos cabelos de sua mulher.

_ Então não diga, meu amor. Apenas sinta.

**** **** ****  

Edward não precisou de muita força para sustentar os dois filhos nos braços – eles eram maleáveis e leves como uma pluma. Os olhos do homem brilhavam para os dois pequenos seres, fascinados, apaixonados, paternos.

Se Isabella não estivesse dormindo, Edward faria questão de dizer novamente os quão amados eles eram.

Seus dois pequeninos garotos.

Suas duas pequeninas vitórias.

Logo após o nascimento o padre do Condado de Desmond veio para abençoá-los – dizendo o quão sortudo Edward era por ser abençoado com dois meninos. Depois o velho homem partira juntamente com a parteira e os criados – após reorganizarem tudo – também partiram, assim deixando o ex-soldado a sós com sua mulher e, agora, filhos.

_ Precisamos de nomes. _ Murmurou Isabella enquanto alimentava os bebês deitada em sua cama. O marido lhe beijou os lábios mais uma vez. _ Pensei que seria menina, pensava em Caroline... _ Suspirou contra o peito de Edward. _ Mas são meninos. _ Concluiu.

_ Peter é suficiente para mim. _ Manifestou o marido. Bella riu.

_ São duas crianças, querido.

_ Eu sei. _ Murmurou contra os cabelos de Bella. _ Mas este aqui. _ Acariciou o rosto da criança com o cabelo castanho. _ Se chamará Peter. _ Afirmou em conclusão. _ Há alguma objeção de tua parte, amor? _ A mulher negou.

_ Peter é mais que suficiente. _ Suspirou. _ Meu pequeno Peter Cullen.

_ Mas ainda há outro...

_ Edward.

_ Sim? _ Isabella riu.

_ Referia-me ao outro, querido. Este terá o mesmo nome que o teu porque quando os olhos se abriram por poucos instantes, querido, eram os seus olhos. _ Justificou aninhando-se mais ainda no abraço forte do marido. Quando falou, Isabella apercebeu-se do sorriso na face do marido.

_ Edward Philip Cullen e Peter Cullen. _ Respirou no cabelo da esposa. _ Parece perfeito. _ A esposa concordou com um bocejo. _ Estás cansada, meu amor, durma. Cuidarei das crianças. _ Edward propôs enquanto ajeitava os travesseiros de sua mulher e a cobria com lençóis limpos. Philip e Peter dormiam ao lado da mãe.

_ Preciso de um banho. _ Resmungou Isabella.

_ Nós precisamos. _ Sorriu o homem. _ Agora descanse. _ Os lábios moveram-se junto aos de sua esposa e as línguas se tocaram brevemente. _ Eu te amo. _ Sussurrou. Instante depois Isabella adormeceu.

Desde então Philip e Peter não saíram do colo do ex-soldado. Durante toda à tarde.

Eles eram meninos calmos, quase não choravam na ausência da mãe.

Ate Bella acordar.

E então os dois pequenos seres gritaram e soluçaram para ela, exigindo o alimento que só ela poderia conceder. E depois se calaram e apreciaram – com audíveis barulhos de sucções – o leite que Bella forneceu a eles.

Depois dormiram tranqüilos, sem mais gritos ou soluços, no pequeno berço construído por um simples artesão.

De pé, ao lado do berço, Isabella sentiu as grandes mãos de seu marido em sua cintura e, logo em seguida, um peito rijo junto a ela. A respiração tranqüila de Edward – próxima a orelha sua orelha – provocou cócegas.

_ Estou pegajosa, Edward. _ Praguejou Bella quando sentiu o marido inspirar profundamente em seus cabelos. _ Suada e desorganizada.

_ Estás linda mesmo assim. Deixe de besteiras. _ O homem beijou o ombro da esposa. _ Mas se quiseres, posso ajudá-la com o banho. _ As mãos procuraram pelo laço da camisa e o desfizeram aos poucos.

_ Edward... _ Choramingou Bella. _ Não podemos...

_ Eu sei. _ Respondeu ele, já certo das palavras da mulher. _ Mas podemos nos banhar juntos ou há alguma problema nisso? _ As mãos despiram a mulher e logo em seguida envolveram-na em uma toalha.

Sem esperar ele a ergueu em seu colo, sorrindo quando Isabella gritou, e a levou até o lavabo, no andar superior. Ao chegar lá ambos se depararam com a banheira cheia com água morna e os objetos íntimos já preparados.

_ Como...? _ Balbuciou Isabella.

_ Pedi aos criados que arrumassem tudo enquanto dormias. Os pequenos irão acordar em breve, se não me engano. _ Respondeu Edward a pergunta mal formulada enquanto colocava Isabella em pé, para assim poder se despir. Ao perceber que sua mulher o fitava mordendo o lábio inferior, ele sorriu arrogante. _ Sugiro que entre na banheira, querida, a água pode esfriar.

Bella corou e, vacilante, fez o que Edward pediu.

Tempos depois ambos estavam na banheira, em silêncio, desfrutando da companhia e do prazer que uma simples carícia era capaz de provocar. Eles estavam ali por algum tempo e em momento algum fora anunciado que os bebês acordaram.

Até que uma suave batida os despertou.

_ Podes dizer Cornélio. _ Edward falara algo para que o criado ouvisse do outro lado do cômodo, barrado pela grosa porta.

_ Seus filhos estão a chorar, senhor Cullen. Creio que é hora de alimentá-los. _ Isabella saiu rapidamente de sua posição, sentada entre as pernas do marido, e – apressadamente – enxugava-se em sua toalha.

_ Céus, que descuido do meu. _ Murmurou para si mesma enquanto vestia-se com a roupa deixada pelos criados. Edward a observava divertido, fazendo o mesmo que ela, porém em uma pressa mais lenta.

Com os cabelos ainda pingando Bella abriu a porta do lavabo e descera as escadas sem esperar pelo marido.

Os seios da mãe arderam em protesto pela primeira vez ao sentir as sucções que seus filhos exerciam. Os seios enchiam-se rapidamente de leite e Bella pôde concluir que sempre haveria ardência caso se não mantivesse nenhum controle sobre a amamentação.

Minutos depois Edward juntou-se a ela, deitado ao seu lado na grande cama, e ficou a observar, fascinado, aquela pequena ação que seus filhos exerciam para ganhar o alimento. Às vezes um de seus filhos cessava com as sucções e abria os olhos castanhos, fitando sua mãe por alguns poucos segundos. Observando. Memorizando a face bela da mulher que, com um magnífico sorriso, os observava.

_ Estás com fome, querida? _ Indagou Edward.

_ Faminta. _ Bella respondeu sorrindo no exato instante em que Philip soltara seu seio esquerdo, satisfeito.

_ Providenciarei algo para ti. _ Dito isso o marido beijou os lábios da esposa e saíra do quarto.

Ao perceber que estava a sós com seus pequenos filhos, Isabella se pôs a fitá-los, sentindo o peso de um par de olhos sobre si. Ela sorriu.

Philip a olhava com as duas mãozinhas apoiadas sobre o rosto, soltando um pequeno bocejo. Sua pele macia e cheirosa fora um convite a sua mãe que, sem resistir, lhe beijou a testa – murmurando uma canção inventada para os dois filhos. Philip não sorriu ou esboçou qualquer outra reação – assim como Peter que, sereno, ainda se alimentava – mas os orbes intensamente verdes continuaram a fitar Isabella.

Apesar do pouco tempo desde que nasceram Isabella reconheceu em cada um os traços do Edward – principalmente em Philip que herdara a intensidade do olhar, mesmo tão cedo.

Ela reconheceu que ali em seus braços repousavam as partes de seu coração, as partes de seu amor, a sua vida. Apercebeu-se também de que era impossível deixar de venerar aqueles dois pequenos seres, tranqüilos, serenos em seus braços.

Isabella percebeu que só o infinito amor que nutria por Edward seria capaz de gerar outros dois amores. Intensos, magníficos aos olhos e coração.

Compreender não era o bastante para conseguir viver com tanta paz e alegria.

Sentir a plenitude de um sentimento tão belo como o amor era algo com o que seu coração se acostumara.

Mas por mais simples e intensos que seus sentimentos fossem, nunca haveria palavras ou idiomas que transmitissem, decifrassem, compreendessem a magnitude de algo tão abstrato e tão vivenciado como o amor.

Porém, no exato momento em que os olhos castanhos de Bella encontraram com os verdes de Edward, a necessidade de compreender e aceitar tornara-se tão vã como a luz de uma vela debaixo do sol.

Pois ali os olhos brilhavam juntos, compartilhando o mesmo sentimento, e os corações cavalgaram na mesma sincronia.

Os lábios se afastaram e dois sorrisos esplendidos foram formados.

Palavras ali eram vãs.  


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não deixem de comentar por um atraso e falta de compromisso de uma escritora.

Bom, é agora que vem o pedido de desculpas.

Eu estou atolada em provas e estudos - porque meu feriado não será comemorado com nada além de livros e apostilas. Estive sob pressão com esse capitulo e essa fanfic. Não consegui escrever.

Dei um tempo a ela e realizei todas as avaliações antes do feriado. Nesse final de semana eu voltei e retomei a escrita, não deixando nunca o roteiro original - já preparado antes mesmo de colocar a fic aqui no Nyah!.

Peço desculpas por esse atraso - Incompetência pessoal.

Espero todas vocês no próximo capítulo.

Beijos.