O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 26
Os homens serão fortes. Serão soldados.


Notas iniciais do capítulo

Oe! Mais um capítulo fresquinho (e atrasado) para vocês.
Não consegui tempo para editá-lo na terça, mas na quinta feira o site saiu do ar para a manutenção e blá blá blá... não consegui postar. Mas agora cá estou trazendo um mega capitulo que é dedicado a Mriara por recomendar maravilhosamente bem.

Boa leitura



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Os homens serão fortes. Serão soldados.

“Os homens serão fortes, serão soldados.

Mas nunca conseguirão viver

Sem o calor do coração de uma mulher

(John Mayer).

As semanas passaram e os meses foram embora, em um ritmo rápido demais para quem aproveita, porém lento o bastante para quem agoniza. O inverno chegou feroz e rápido – congelando riachos e cobrindo as pastagens de neve –, porém partira com a mesma rapidez que chegara, dando oportunidade a primavera – que com um toque mágico do destino transformou neve em água e campos secos e mortos em grandes pastagens cobertas pelas mais diversas flores – que confortou a todos com seu calor aconchegante e seus perfumes presentes nas flores.

O tempo de plantar fora, mas de colher viera.
O tempo de chorar partira, mas de sorrir chegara.
O tempo de chegar havia passado, porém era à hora de ir embora.

Olhar para seu relógio havia se tornado uma estranha mania de Carlisle. Sempre que podia ele olhava para os ponteiros e – quase com pesar – estalava a língua em desaprovação, pois o tempo para ele nunca pareceu correr como agora.

_ É a sétima vez que o vejo consultar as horas. _ Afirmou Esme enquanto caminhava na direção do marido.

_ Estou vendo se não há a probabilidade de possíveis atrasos. _ O Barão mentira, causando risos em sua esposa.

_ Não há atrasos, querido. As carruagens já estão prontas e com todos os nossos pertences, o navio está ancorado no litoral e o espera para assim partir. Devo também mencionar que nossos filhos e suas esposas já estão começando a se irritarem com sua demora.

_ Já estamos prontos? _ Indagou tentando ao máximo esconder o pesar em sua voz.

_ Sim querido. Todos estão a sua espera. _ Esme anunciou enquanto entrelaçava suas mãos as de Carlisle, os conduzindo para fora do Palácio.

Ao sair, o Barão olhou atentamente para tudo ali, despedindo-se mentalmente, guardando na memória a visão de seu paraíso

 Chegando ao pátio ele avistou cinco carruagens – todas elas repletas de malas e outros utensílios –, alguns muitos soldados que os escoltariam durante todo o percurso de volta, uma fila formada por todos os criados daquela propriedade e seus filhos juntos ao Duque que – supostamente – o esperavam para assim partirem.

_ Tens certeza de que não queres o Palácio para ti? _ O Barão indagou, aproximando-se de Edward e Bella – ambos afastados de todos, para assim poderem beijar e abraçar sem o constrangimento.

_ Sim, pai. Minha esposa e eu já encontramos e compramos uma propriedade próxima ao Condado de Desmond. _ Confessou Edward enquanto abraçava a esposa. _ Não há mais como voltar atrás. _ Carlisle retribuiu o sorriso do filho e os chamou para embarcarem, no caminho Isabella se separou de Edward, caminhando em direção contrária – onde seu pai e Marlene estavam.

_ Já é a hora de irmos, meu pai. Vim despedir-me de vocês.

_ Mon Petit, meu convite para a França ainda está de pé. Fique conosco, você e seu marido acostumar-se-iam ao idioma e ao lugar. _ Convidou Charlie pela sexta vez. _ Venha conosco.

_ Deixe Isabella ficar, Charlie. _ Ralhou Marlene com a voz séria, mas um suave sorriso em seu rosto. O francês suspirou.

_ Vou visitá-los em cada estação do ano, meu pai. _ Bella riu ao ver a carranca de seu pai. _ Sentirei falta de vocês. _ Confessou baixinho.

_ Vamos sempre escrever cartas umas para as outras, querida. A saudade passará longe. _ A quase-mãe tranqüilizou a mulher, dando um passo à frente e abraçando Bella fortemente.

_ Não se esqueça de escrever, Mon Petit. _ O Duque murmurou logo depois, abraçando sua filha; a carranca em seu rosto era o aviso de que o homem estava segurando as emoções.

_ Não esquecerei, meu pai. Adeus. _ Isabella partiu com lágrimas nos olhos.

Todos os outros se despediram e, depois de muitas lágrimas e promessas de voltar, embarcaram cada um em sua carruagem, todos partindo em direções opostas e destinos diferentes. Cada um voltando para a vida que deixara fora do Condado de Longford.

Porém, instantes depois que todos foram embora, uma pequena e velha carruagem também partira, com um número maior de soldados. Nela estava James, partindo para a corte irlandesa onde lá receberia sua sentença, deixando de vez a vida da família Cullen.

Aquela pequena carruagem partiria para nunca mais voltar.

**** **** ****

Bella estava aconchegada nos braços de Edward, desfrutando de todo o conforto que aquele homem oferecia para ela. Somente a ela.

As mãos do soldado limpavam qualquer vestígio de lágrima que os olhos de Bella poderiam ter enquanto a confortava.

_ Não chores, Bella. Nós poderemos ir visitá-los a hora que quiseres. _ Murmurou enquanto beijava-lhe a testa e limpava mais um rastro de novas lágrimas.

_ Sentirei falta de meu pai. _ Murmurou a mulher.

_ Todos nós sentiremos. Mas pense no lado bom, amor: agora o Duque tem a Marlene. Ele não ficará sozinho. _ Isabella assentiu. _ E você tem a mim. Não ficarás mais sozinha e nem sofrerás mais. _ Edward confortou-a para logo depois beijá-la suavemente nos lábios.

Durante alguns minutos o silêncio fora o único som a preencher todo o espaço da cabine enquanto os cavalos trotavam na pequena estrada de terra.

_ Vamos viajar por quanto tempo? _ Indagou Isabella em meio a um bocejo.

_ Um dia e meio. _ Edward bufou ao responder, o tédio evidente e sua voz. _ Estás com sono?

_ Um pouco, soldado. _ O homem gargalhou ao ouvir a confissão de sua mulher seguida de outro bocejo. _ Estás rindo do que?

_ Depois de tudo o que fizemos na noite anterior é mais que normal que sintas sono. _ Afirmou ainda rindo. _ Durma amor, a acordarei quando os cavalos pararem. _ Sussurrou já sem rir.

Os lábios se uniram em um beijo lento e – cedo demais – se separam. Isabella repousou sua cabeça no peito de Edward e instantes depois adormecera. Em sua face um leve sorriso carregado de amor.

**** **** ****

Algumas horas dentro de uma carruagem poderiam ser até suportáveis, porém viajar o dia todo e noite toda não era lá algo confortável para Edward e Bella. Às vezes era preciso parar em algumas pequenas cidades que interceptavam o caminho, mas mesmo assim controlar o nervosismo era algo difícil.

Os cavalos trotavam rapidamente sob o nascer do sol, descansados e alimentados. Pequenos raios de sol adentravam pela cabine da carruagem e atingiam a face de Edward, chamando-lhe a atenção sutilmente, despertando-o para um novo dia.

O soldado despertou, coçando os olhos e resmungando algo sobre colunas e calos. Um pequeno corpo feminino repousava sobre o seus; os braços da mulher enrolados na cintura masculina; o delicado e sereno rosto descansando sob o peito do homem.
Aquela era uma cabine pequena para os dois, mas de algum modo eles encontraram uma maneira de dormirem juntos, abraçados – ignorando o fato que suas costas estariam rijas no dia seguinte.

Edward afastou a fina cortina da janela da cabine, olhando para o horizonte e abrindo um pequeno sorriso em sua face ao avistar a estrada que os levaria para casa. Acariciando os cabelos rebeldes de sua mulher, Edward murmurou que despertasse.

_ Acorde amor. Nós já estamos chegando. _ Murmurou passeando os dedos pela face de Isabella, desfrutando de toda maciez e calor que ela poderia lhe oferecer.

A mulher aos poucos fora despertando, ciente da carícia de seu marido. Sussurrando um bom dia, Bella o beijou da barriga até a boca, sorrindo enquanto os lábios se juntavam por poucos instantes.

_ Bom dia, esposa. _ Respondeu o soldado ao cumprimento. _ Olhe lá. _ Apontou para o horizonte detrás da janela enquanto Isabella se sentava e observava com olhos sonolentos.

Mas eles perderam todo o sono ao focarem na paisagem diante de si.

_ Aquela é a nossa casa? _ Perguntou a mulher animadamente, um enorme sorriso estampado em sua face. Edward assentiu. _ Céus! Parece uma pintura! _ Exclamou Bella, voltando a fitar a janela.

Era possível avistar a estrada que os levaria até a propriedade mesmo de longe; árvores a adornavam o caminho de terra que possuía curvas angulosas. A pastagem de lá possuía o mais intenso verde e, no alto da colina, cercavam a casa. Uma enorme casa.

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Isabella permaneceu animada – esquecendo-se das dores nas costas – durante todo o trajeto até a casa, jamais tirando os olhos da janela.

No instante em que a carruagem parou diante da casa, a mulher fechou os olhos, orando e pedindo para jamais acordar se aquilo fosse um sonho.

O cocheiro abriu a porta da cabine e Edward foi o primeiro a descer, estendendo a mão para a esposa esperando para descê-la com segurança dali. Quando a mulher pôs os pés no chão e olhou em volta, fora inevitável conter a forte emoção que se apoderou de si ao saber aquele cantinho seria o seu refúgio pelo resto da vida.

A casa era feita de tijolos e possuía dois andares. Flores a rodeavam e as árvores em volta dela estavam repletas de pássaros cantando alegremente, servindo como trilha sonora. Isabella olhou para Edward que – enquanto envolvia os braços ao redor do corpo feminino – sorria com os olhos, pois os lábios estavam ocupados sobre a testa da mulher.

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_ É perfeito. _ Sussurrou Bella.

_ É nosso, Bella. Espero viver aqui até o último dia de minha vida. _ Edward prometera.

As mãos do homem infiltraram-se pelo sedoso cabelo de sua esposa e os musculosos braços a puxaram para si, colando corpo com corpo. Isabella ergueu as mãos até a nuca de Edward e lá ficaram se embrenhando nos cabelos bronze do marido; os olhos jamais perderam o contato. O soldado acariciou a pele sensível atrás da orelha de Bella, apercebendo-se do arrepio que a mulher não pôde conter.

_ Diga para mim, Isabella. Diga que me amas. _ Sussurrou rouco. Os lábios perigosamente próximos.

_ Não é preciso dizer, Edward. _ A voz de Bella falhava. _ Olhe nos meus olhos e verás._ O soldado sorriu, aproximando-se mais, aumento o contato dos lábios.

_ Sempre vi amor nos teus olhos, é inútil procurar. _ E então ambos os olhos no momento exato em que selaram os lábios.

No ar a promessa de uma nova vida.

Os lábios sorriam um contra o outro quando eles se separaram ofegantes. O homem, sem dizer nada, entrelaçou sua mão a da mulher e a levou para dentro da casa, ouvindo com prazer suas exclamações sobre a quão linda ela era.

A casa possuía decoração simples, porém elegante e feita sob encomenda. A sala de entrada possuía uma enorme lareira, os móveis de lá foram feitos por artesões e todos os detalhes esculpidos a mão, criando um contraste perfeito com o chão de madeira. As cadeiras e sofás eram de couro e as paredes estavam enfeitadas com os mais diversos quadros.

Porém, por mais simples que a decoração fosse sempre haveria um vestígio da nobreza que Edward e Bella faziam parte.

Sala de Entrada: http://decoracao-interiores.net/wp-content/uploads/2010/04/e1.jpg

_ O que achas de um longo banho quente? _ Edward se aproximou por trás de Bella que, distraída, olhava tudo a sua volta. As mãos másculas pousaram sobre os ombros da mulher e massagearam levemente a área tensa. A cabeça de Isabella encostou-se ao peito do soldado, aproveitando o toque.

O homem ergueu Isabella em seus braços e subiu as escadas lentamente, pouco sentindo o peso da mulher. As escadas deram acesso a um grande e extenso corredor, adornado por inúmeras portas.

_ Quantos quartos, soldado. Qual desses é o nosso? _ Indagou Isabella.

_ Todos. _ Edward brincou fazendo sua esposa revirar os olhos. _ No final do corredor. _ Indicou com a cabeça para uma grande porta dupla de madeira que estava entreaberta._ Os criados estão lá com nossos pertences.

_ Temos criados?

_ Criados, guardas, mensageiros, cozinheiros... _ O homem completou enquanto seguia o caminho oposto para o quarto, subindo outra escada que o levou até o terceiro andar, onde estava o lavatório.

Já este – diferente de todos os cômodos – era pequeno e menos ostentoso. Possuía uma banheira feita em porcelana branca que ficada frente à janela, concedendo total vista sobre a propriedade.

Lavabo: http://banhomix.com.br/uploads/2010/09/country-french-bath.jpg

O soldado pôs sua esposa no chão e fechou a porta, trancando-a por dentro. Isabella caminhou até a banheira apercebendo-se de que já estava cheia com água morna; um claro convite ao deleite.

Mãos femininas desfizeram as amarras do vestido, o deixando cair em seus pés enquanto retirava a camisa de baixo. No momento em que foram para o cabelo – remover as presilhas e desfazer o penteado – mãos másculas a pararam.

_ Deixe-me fazer isso. _ Sussurrou Edward, colando seu corpo ao de Isabella, olhando satisfeito para o arrepio que provocara. Suas mãos infiltraram-se no cabelo da esposa e retiraram cada grampo com delicadeza para logo depois retirarem as jóias que adornavam o pescoço alvo de Bella.

O cabelo caiu como cascata sobre os ombros e costas da mulher, liberando o aroma de morangos que o soldado tanto gostava.

Bella virou-se para Edward e começou a desfazer o nó de sua gravata, os botões e o cinto de sua calça. Olhando para o homem de maneira amorosa e desejosa, observando o quão excitado ele estava.

Ao ficarem nus ambos adentraram na banheira, relaxando os músculos sob a água morna enquanto se abraçavam e faziam amor de maneira lente e amorosa, como sempre fora.

Bella estava sentada na banheira entre as pernas de Edward. Suas costas estavam apoiadas em seu peito rijo e as mãos – às vezes – apertavam a coxa musculosa do homem, provocando-o com diversão.

Já as mãos de Edward permaneciam lentas e naturalmente provocantes enquanto ele as passava pela barriga de Bella. Somente ali. Como se aquela carícia escondesse algo.

Porém Isabella infelizmente não percebera.

_ Soldado? _ Sussurrou no silêncio do cômodo.

_ Hmm? _ Edward resmungou com a face nos cabelos de Bella.

_ A água está fria. _ Sussurrou novamente, divertida. Ambos se saíram da banheira e se secaram, vestindo-se com as roupas que vieram. Ao abrirem a porta eles se depararam com um homem baixo e gordo de cabelos vermelhos como o fogo, um típico irlandês.

_ Senhor Cullen, permita-me me apresentar: sou Cornélio, seu mordomo e criado. _ O corpo pequeno do criado fora inclinado em uma reverência ao seu senhor. Edward assentiu – sua típica fachada má humorada estampada em sua face. _ Qual o horário em que desejas almoçar?

O soldado hesitou por um segundo antes de responder que o horário não possuía importância, e vendo isso Isabella reprimiu algum sorriso ou risada diante da sua falta de habilidade como o senhor de uma terra.

_ Cornélio? _ Chamou a mulher enquanto o mordo se retirava. Ele imediatamente voltou.

_ Sim, senhora Cullen?

_ Diga para começarem com o almoço e avise-nos quando ficar pronto. _Bella sorriu. _Essa refeição será feita sempre neste horário. Já podes ir. _ O pequeno homem fez, novamente, uma reverência e se retirou apressadamente dali.

A mulher fitou seu marido enquanto sorria para ele.

_ O horário não possui importância? _ Riu, entrelaçando sua mão a dele enquanto desciam as escadas. Edward bufou, revirando os olhos, mas nos lábios o começo de um sorriso.

**** **** ****

As janelas estavam abertas deixando que a brisa noturna perpassasse pelas cortinas e saudasse o casal que ali estava. Ambos estavam acordados, deitados sob a cama, fitando o outro enquanto as mãos acariciavam o corpo do outro de maneira amorosa, como sempre fora. As de Bella no rosto e cabelos de Edward que, por sua vez, passeava as suas pela barriga da esposa.

Quarto: http://www.grandfurniture411.com/images/bedrooms/liberty_Toscana_Bedroom.jpg

 _ Será sempre assim. _ Sussurrou a mulher, com os olhos fechados, mas as mãos em movimentos.

_ Sempre. _ Prometeu ele.

_ Até os nossos cabelos perderem a cor e não tivemos mais forças para andarmos pelo jardim. _ Ela sorriu para ele.

_ Até os dentes caírem e a carne ser muito dura. _ Ele gargalhou junto a ela, porém, de repente, a face masculina tornou-se séria. _ Até nos sentarmos na varanda e contarmos aos nossos netos histórias de dragões e piratas. _ Isabella dessa vez não sorriu, sentindo e apercebendo-se do toque em sua barriga.

As mãos femininas o pararam.

_ Diga o que você quer soldado. _ Não havia a necessidade, porém a mulher queria ouvir de sua boca àquilo que as másculas mãos insistiam em dizer através de carícias.

_ Quero vê-la grávida. _ Os orbes verdes eram abrasadores sobre ela.

A mulher aproximou-se mais do marido – guiando as másculas mãos até a barriga – nunca deixando de fitá-lo.

_ Então olhe com atenção. _ Sussurrou deixando que as mãos de Edward sentissem o que estava ali há poucos meses.

Mesmo que a escuridão da noite a impedisse de enxergar com perfeição, nada ali seria capaz de impedi-la de avistar os brilhos nos olhos de Edward. As palavras não saíram da boca do homem mesmo se ele as desejasse, por isso ele se ajoelhou na cama espaçosa e sem pudor ergueu a camisola de Bella até os seios, revelando a barriga que – aos poucos – parecia ganhar forma.

Os lábios do soldado beijaram aquele lugar com paixão e entrega. No coração, preenchido de alegria, governava um único sentimento:

Amor.

**** **** ****

As semanas se passaram. As folhas caíam das árvores e as flores não mais existiam. A primavera estava chegando ao fim assim como o tempo de alguns já estava se acabando.

Edward estava cortando lenha em frente à casa, preparando-se para o clima frio que já anunciava sua chegada. Os botões da camisa abertos e os cintos laterais puxados para baixo, fora do corpo. Uma fina camada de suor fazia sua pele brilhar sob a luz do sol forte. Às vezes ele parava e fitava Isabella – sentada em uma mesa debaixo da arvore – sempre sorrindo e mexendo os lábios de tal forma que o “Eu te amo” fosse completamente perceptível.

Ao longe um cavalo cinza galopava rapidamente na pequena estrada de terra que levaria a casa. Dois guardas o pararam na entrada da propriedade, ordenando que o homem aguardasse, enquanto um destes se retirava e ir até Edward.

_ Senhor Cullen? _ O homem saudou, o soldado parou seu afazer e o fitou, de modo que continuasse. _ Há um homem com o selo real da Inglaterra solicitando falar com vossa senhoria. _ Edward franziu o cenho enquanto jogava o machado no chão e abotoava sua blusa.

_ Deixem-no passar. _ Ordenou e o guarda se retirou. Logo o cavalo cinza parou diante de si e um homem vestido como a nobreza o desmontou. Isabella, apercebendo-se do visitante, aproximou-se do marido e assistiu junto a ele o momento em que o cavaleiro abriu um pergaminho e começou a lê-lo.

_ Vosso rei da Inglaterra, soberano supremo, solicita seu retorno imediato ao exército, afim de servir e honrar seu país nos campos de batalha contra os franceses liderados por Henry VI, sucessor da dinastia. _ O cavaleiro guardou o pergaminho fitando Edward de maneira arrogante, sem reverências ou apresentações e respeito para com Bella. _ Há uma embarcação o esperando no porto senhor. Ela partirá na semana que vem.

As mãos de Bella começaram a tremerem somente com o pensamento de perder Edward em um campo de batalha. Ela sabia que o marido era soldado e que, de alguma forma, seria convocado a voltar para a guerra. Mas ela contava com a influência de Carlisle na corte inglesa, com o pedido que ele prometera fazer a corte para livrá-lo do exercito.

Talvez o rei inglês fosse arrogante o suficiente para querer o filho do maior barão em um campo de batalha, correndo riscos de ser morto, iniciando uma batalha interna contra os barões que, certamente, estariam ao lado de Carlisle. 

Talvez Carlisle não tivesse tempo para falar com o rei.

Talvez Edward voltasse para a guerra, deixando-a sozinha carregando seu filho no ventre.

Os braços do soldado abraçaram Isabella pela cintura e ele, respirando em seu cabelo, pensava na melhor maneira de fugir daquilo.

O exército não era mais a sua vida. A mulher em seus braços recebeu esse titulo.

Lutar em um campo de batalha já não era mais de seu querer.

_ Eu não vou. _ Edward dirigiu-se ao homem a sua frente, a expressão mais arrogante que o nobre e a mandíbula tensa.

_ Pois o senhor irá sim, ao menos que queria ver sua esposa separada de ti para sempre.

_ Estás me ameaçando? _ Rugiu o homem, os olhos mergulhados em fúria, enquanto avançava contra o cavaleiro, os braços não circulando o corpo de Bella.

Mas a esposa o impediu de lutar contra o cavaleiro – sabendo que isso seria considerado crime – colocando-se entre os dois.

_ Edward me escute. _ Pediu a ele, impedindo-o de avançar. _ É crime bater neste homem. Não dê motivos para ser preso.

_ Ouça sua mulher, soldado. Devo lembrá-lo de que uma negação perante o exército é motivo para ser condenado a execução. _ O cavaleiro montou em seu cavalo e, antes de partir, disse a Edward: _ Ou embarcas naquele navio ou serás morto, deixando sua esposa para os abutres. _ E então partiu.

_ Como ele se atreve? _ O soldado explodiu, andando de um lado para outro. _ Não voltarei para lá. Não a deixarei! _ Exclamou.

Isabella se aproximou do marido com lágrimas nos olhos, segurando a face do homem, preparando-se para o que diria.

_ Escute-me querido. _ A voz de Bella era baixa, controlada. Mais lágrimas passeavam em sua face. _ Seu pai está na corte lutando por você. O rei há de ouvi-lo e não deixará que parta para a guerra. Enquanto... Enquanto isso... _ Respirou fundo. _ Vá para Londres e se junte ao exército.

_ Não Bella. Eu não...

_ Escute-me! _ Implorou soluçando baixo. As mãos do homem limparam as lágrimas. _ Se não for serás condenado à morte! Obedeça o rei e quando voltares serás um homem livre. Livre Edward! _ Soluçou. _ Ficarei bem... Posso suportar. _ O soldado envolveu sua mulher em seus braços, abraçando-a no silêncio aflito de quem não poderia chorar.

_ Voltarei para ti, meu amor. _ Juntou os lábios brevemente, selando a promessa. _ Prometo a você. _ A abraçou novamente, escondendo o rosto no cabelo da esposa, não a deixando ver o quanto aquilo o machucava.

Ele teria de ser forte.

Por sua mulher, por ele, por seu filho.

Voltar vivo não era uma promessa. Era um dever, uma obrigação.


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Notas finais do capítulo

E agora? Será que o Edward vai conseguir manter-se vivo durante a batalha?
Espero que tenham gostado. Comentem e deixem a opínião de vocês.

Agradeço o apoio de Vick Robsten.

Beijos e até o próximo.

P.S.: Alguém aí gostou da mudança do site?