O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 24
Asas para voar.


Notas iniciais do capítulo

Oe! Mais um capítulo fresquinho para vocês!
Dedicado a TahTah B-P.

Boa leitura.



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Asas para voar.

“Dê a quem você ama:

Asas para voar,

Raízes para voltar

E motivos para ficar”.

(Dalai Lama)

Isabella estava em seu quarto juntamente com Marlene para escolher um belo vestido para agradar seu pai. A alegria ainda estava ali mesmo depois de seu pai lhe negar a benção.

_ Menina, olhe este. _ Marlene indicou um lindo vestido, presente de Esme. Ele possuía pequenos bordados dourados e alguns pequeninos cristais incrustados em sua saía. Era de cor dourada, suas mangas possuíam pequenos babados rendados e seu decote não era chamativo, mas acrescentava um pequeno volume aos seios.

Vestido: http://www.bustledress.com/aab/alethea/item.pics/0006-20090609-01.1.jpg 

_ É lindo. _ Admitiu Isabella. _ Mas não o achas chamativo? _ Perguntou hesitante, causando um pequeno riso em sua quase-mãe.

_ És uma nobre agora, menina. Vestidos chamativos e jóias caríssimas farão parte de seu cotidiano. Este vestido não é chamativo. É perfeito... _ A mulher parou no exato instante que Edward adentrou em seu aposento. Cumprimentando-o com um simples aceno, a mulher se retirou, deixando-o a sós com sua esposa.

_ O que achas deste vestido, Edward? _ Indagou Bella, sorrindo amorosamente para o marido.

_ Ficará lindo quando lhe trajar. _ Respondeu da melhor maneira, quase sem olhar para o vestido. O soldado retirou o paletó e desabotoou os primeiros botões de seu colete, removendo os sapatos no processo. Ele mal olhou para Isabella.

A mulher deixou seu vestido sobre a poltrona e fora até seu marido, sentando-se ao seu lado, analisando o cenho franzido e a expressão contrariada de seu rosto.

Aquela face seria comum a qualquer um, mas não para Bella.

_ O que há de errado? _ Perguntou suavemente, segurando a mão áspera do soldado. Edward bufou.

_ Não há nada. _ Edward passou a mão em seu cabelo, não olhando para Bella. Mas ela, ignorando toda a mentira, segurou o queixo do homem e o fez olhar-la nos olhos, onde nenhuma mentira jamais poderia ser dita.

_ O que há de errado? _ Perguntou novamente, acariciando suave e lentamente a face do homem. O soldado suspirou fechando os olhos, o rosto inclinado para a mão de sua mulher, depositando ali um suave beijo.

Mas, mesmo olhando nos olhos da mulher que ama, Edward não diria a verdade.

_ Teimosa... _ Sussurrou, os olhos abertos abrasadores sob Isabella. Na tentativa de fazê-la esquecer, Edward aproximou-se mais da mulher, deixando sua boca a centímetros de Bella. _ Aquele vestido ficará magnífico em ti._ Murmurou com a voz áspera – exatamente como Isabella gostava. _ Mas prefiro-te sem. _ E então, em uma atitude ousada, mordeu o lábio inferior de Bella, fazendo-a arfar.

Internamente o soldado sorria vitorioso por distraí-la.

E então, como quem aproveita algo que proporciona, Edward a beijou intensa e ousadamente.

As carícias – naquele momento – foram limitadas, porém mesmo assim, era quase impossível não excitar-se com tamanha intimidade adquirida. Apesar de tudo, Isabella ainda possuía a inocência que conquistara Edward. Ela ainda corava com algo mais atrevido ou mordia o lábio na incerteza se deveria ou não continuar. O soldado apenas ficava a admirar tamanha doçura em algo tão íntimo.


Ele amava aquela mulher. Com ou sem doçura. Com riquezas ou pobreza. Nos sorrisos e nas lágrimas.

**** **** ****

_ Com licença, Senhor. _ Pediu Thomas, adentrando no escritório de Carlisle. _ Duque Swan acordara. _ Anunciou.

_ Minha família já o conhece? _ Murmurou entretido com alguns documentos que sempre insistiam em atormentá-lo.

_ Sim Senhor.

_ Traga-o até aqui. _ O mordomo fez uma pequena reverência antes de sair. Carlisle retirou os óculos e massageou as têmporas, suspirando cansado e se perguntando quando tudo ali se resolveria. O Barão se recompôs antes do francês adentrar em seu escritório.

_ Tens uma bela esposa. _ Elogiou o Duque, sentando-se confortavelmente no sofá de couro. _ E boas noras.

_ Obrigada. _ Agradeceu simples e rapidamente. _ O chamei até aqui para discutirmos aquilo que escrevi na carta.

_ Sim, sim. _ Charlie endireitou-se e pôs uma expressão séria em seu rosto. _ Barão, meu único empecilho aqui é o raptor de minha filha e o assassino de minha mulher. Caso tenha informações sobre este sujeito, peço-lhes que me conte, pois há uma tropa de quarenta soldados pronto para iniciar a busca. _ Carlisle sorriu abertamente para o francês, contrariando-o. _ Estás rindo de mim?

_ De modo algum Duque, mas devo lhe informar que sua tropa não fará absolutamente nada. _ Respondeu calmamente.

_ Por que devo acreditar nisso?

_ Porque o Conde James, raptor e assassino, está preso em meus domínios. _ O choque na face do Duque incentivou ainda mais o sorriso de Carlisle. _ Gostaria de ir visitá-lo?_Propôs o Barão, sorrindo de maneira sombria.

Minutos depois os dois homens estavam de frente para James que – desmaiado – se encontrava fortemente amarrado em uma cadeira.

O cheiro de carne podre fez o Duque cobrir o nariz. Carlisle pouco se importou.

O prisioneiro estava em uma situação deplorável. Sua face estava manchada com o sangue velho de seus ferimentos. Moscas passeavam pelo seu corpo, atraídas pelo cheiro pútrido do homem. A falta de roupa deixava mais visível os enormes hematomas e machucados.

James poderia ser um homem morto, se não fosse à ruidosa respiração que saía de seus lábios machucados.

_ Acorde-o. _ Ordenou o Barão. Instantes depois um balde de água fria fora jogado no homem, despertando-o instantaneamente. Seu olho direito estava inchado a ponto de não conseguir ver com ele. _ Olá, James. _ Cumprimentou Carlisle, numa falsa animação. _ Apreciastes a estadia?

_ O que queres de mim? _ Rugiu o prisioneiro, horrorizado e temeroso. _ Já não tens o suficiente?

_ Acalme-se, James. Não há motivos para tanto medo. _ Respondeu o Cullen com divertimento em sua voz. _ Vim lhe apresentar o Duque Swan. _ O olho esquerdo de James arregalou-se, temeroso ele fitou o homem, assumindo o arrependimento no exato instante em que recebeu o gélido olhar, carregado de ira, do Duque.

O prisioneiro nada mais fez do que abaixar a cabeça e rezar por sua alma que há muito tempo já estava perdida.

**** **** ****

Isabela caminhava apressadamente até a cozinha, à procura de Thomas.

_ Não é prudente que estejas aqui, minha Senhora. _ Uma pequena criada afirmou, abaixando levemente a cabeça.

_ Não vejo mal algum em estar aqui. _ Bella sorriu levemente para a criada. _ Somos todos iguais, não será um cômodo que mudará isto. _ A criada fitou a nobre por um segundo, admirada pela liberdade de expressão que a mulher possuía.

_ Onde está Thomas? _ Indagou Bella, suavemente. A pequena criada fora para responder, mas o mordomo a interrompeu.

_ Desculpe-me, Senhora. Estava no estábulo com o Senhor Emmett e não me apercebi que me procuras. _ Isabella assentiu. _ Em quê posso ajudá-la, Senhora?

_ Não encontro meu pai em lugar algum desta casa. Sabes aonde ele foi? _ A boca do mordomo hesitou em responder – formulando uma rápida desculpa para a mulher.

_ O Senhor Cullen está mostrando seus domínios a ele. Creio que foram a cavalo.

_ Ah, sim. Obrigada Thomas. _ Agradeceu educada, retirando-se da cozinha. A mulher fora direta para seu aposento para se arrumar, para quando o Duque retornasse.

Tomara um longo e relaxante banho, perfumando-se com uma suave essência de morangos, penteando os longos cabelos e os arrumando de maneira elegante. Tudo isso para agradar seu querido pai; para mostrá-lo que – mesmo ela não gostando – sabia vestir-se com os mais belos vestidos e usar belas jóias.

Isabella não gostava de tamanha elegância, mas para deixar Charlie contente ela deixaria se lado os seus próprios gostos.

Após colocar o vestido sob o corpo, Bella estava com dificuldades de laçar o corpete em suas costas, onde sua pequenina mão não alcançava. A mulher já estava considerando a possibilidade de chamar uma das criadas para vir lhe ajudar, mas duas grandes mãos impediram que esse desejo se realizasse.

Edward envolveu a fina cintura de sua esposa e a puxou para si, encostando a delicada costa ao seu peito rijo. O homem inspirou profundamente nos cabelos da mulher, sorrindo ao notar a doce fragrância de morangos que ele tanto gostava.

Um cálido beijo fora depositado na cicatriz de Bella.

_ Estás tão cheirosa... _ Murmurou sob a suave pele do pescoço da mulher.

_ Obrigada. _ Bella sorriu enquanto levava as mãos até a nuca de Edward, descansando a cabeça em seu peito másculo. _ Poderias ajudar-me?

_ A tirar o vestido? _ Isabella riu. _ Farei isso quantas vezes quiseres. _ Mordiscou a orelha de Bella, causando arrepios em seu corpo.

_ Não Soldado._ As mãos de Isabella guiaram as de Edward até suas costas. _ Amarre o corpete para mim? Minhas mãos não alcançam o fecho. _ Edward praguejou.

_ Pensei que pedirias para tirá-lo... _ Reclamou o homem. Instantes depois o laço já estava feito. Isabella virou-se de frente para ele, enlaçando os braços na nuca de Edward, beijando-o suavemente como forma de agradecimento.

Quando Edward ansiou por mais, ela se separou. Porém grandes mãos a detiveram e o soldado pode acabar com sua ânsia.

A mão áspera do homem encontrara a nuca de Bella, puxando-a mais para si, acabando com a distância. A outra a puxara pela cintura, colando o delicado corpo ao seu, deixando-a saber o tipo de reação que causara nele. A língua do homem explorou a boca de Isabella, reivindicando para si, fazendo-a retribuir com o mesmo entusiasmo.

Instantes depois eles separaram ofegantes, mas sorrindo apaixonadamente para o outro.

**** **** ****

Charlie e Carlisle chegaram ao Palácio ao entardecer, os semblantes sérios e corpos levemente tensos. Isabella fora ao encontro dos dois com os olhos sorridentes, não notando as expressões sombrias dos senhores. O Duque a recebeu com um suave abraço, o Barão a cumprimentou com um pequeno sorriso, logo saindo, deixando-o a sós.

_ Aproveitastes o passeio com o Senhor Cullen? _ Indagou animada. Charlie franziu a sobrancelha. _ O procurei em seu quarto, mas Thomas disse-me que estavas cavalgando com o Senhor Cullen. _ O francês não vacilou ao percebeu que aquilo era mentira e que Thomas certamente a inventou para despistar a filha.

_ Sim, Mon Petit. É uma bela propriedade_ Sorriu a ela, enrugando os olhos. _ Estás magnífica neste vestido Mon Petit. _ Elogiou-a. Isabella sorriu agradecida.

_ Obrigada pai.

_ Lembra-me muito tua mãe. _ Acariciou o rosto da filha. _ Renée vestia-se com os mais magníficos vestidos. Certa vez um homem da corte francesa lhe falou que sua elegância poderia ser comparada a rainha. _ Charlie riu levemente. _ Lembro-me de seus olhos brilhantes e de como riu alegremente. _ O francês pôs as mãos na costa de Bella e juntos começaram uma lenta caminhada. _ Quando ficou grávida, sua beleza aumentou.

_ Recordo-me muito pouco de minha mãe, pai. _ Lamentou Isabella.

_ Não se preocupes com isso. Recordações são lembranças guardadas na memória e é comum que as esqueça. Mas se guardares com o coração jamais esquecerá, mesmo que a face da pessoa nunca mais seja lembrada. _ Os olhos da mulher brilharam com a forte emoção. _ Na minha ausência não lembre-se de mim, porém, sinta-me como me sentes agora.

_ Não haverá ausência para ti, meu pai... _ Murmurou Isabella com voz falha.

_ Isso só o tempo pode dizer. _ Sorriu para ela. _ Mas ainda quero lhe ver grávida de um neto meu. _ Brincou com a filha, rindo ruidosamente ao notar o rubor da mulher. _ O herdeiro Swan, por direito, correndo pela casa e quebrando vasos exatamente como fazias. _ Gargalhou. _ Edward já manifestou o desejo de ser pai?

_ Estamos casado há um dia, pai. _ Disse Bella, surpresa. Charlie parou a caminhada, a expressão agora séria.

_ Dias não são necessários para a pergunta que farei. _ Começou o Duque, fitando-a a procura de temor antes de continuar. Ele nada encontrou. _ És com este homem, Mon Petit?

Isabella, sem pestanejar, prontificou-se a responder o francês.

_ Sim, pai. Edward mostrou-me o significado de amor antes de nos casarmos. Eu o amo e para ele o sentimento é recíproco. _ A verdade preenchia cada palavra de Isabella.

_ Seu marido mostrou-me o contrário ao olhar-me com frieza. _ Confessou Charlie.

_ Este é o jeito dele, meu pai. Eu nada posso faze para mudá-lo, mas posso garantir que frieza nunca chegou perto do modo que me olha. _ Bella suspirou. _ Meu marido é um homem direito, meu pai, amar-me quando eu não era capaz de dizer isso, já é o bastante.

Charlie sorriu para a filha, sentindo a mais pura verdade nas palavras. Era fato que o Duque a amava e deixá-la ir com outra pessoa poderia ser um pouco difícil para ele, mas ver a felicidade e o amor irradiar de Isabella era a prova que precisara para ter certeza de que sua filha ficaria bem ao lado de Edward.

Conhecer o soldado o bastante para permitir sua união com Isabella não seria mais preciso, pois os olhos de quem tanto amava já lhe mostravam todo o necessário para conhecê-lo.

_ Mon Petit, chame seu marido. Eu gostaria de falar com vocês. _ Sorriu levemente para Bella que logo se dispôs ir chamá-lo.

Minutos mais tarde Edward e Bella estavam no aposento de Charlie, sentados no pequeno sofá que lá havia.

_ Eu o chamei aqui Edward, pois receio que o tenha julgado mal em relação ao seu relacionamento com minha filha. _ Começou o Duque. O corpo de Edward ficou levemente tenso com a possível resposta que receberia e Isabella, apercebendo-se disso, segurou-lhe a mão.

_ Mas Isabella disse-me tudo que precisava ouvir para interpretar-lhe melhor e, por isso, sou grato a você por resgatá-la e acolhe-la quando ela não tinha ninguém. _ Os olhos de Charlie sorriram para os dois.

_ Eu vos abençôo perante Deus e rogo a ele que nada possa ser capaz de separá-los. _ Concedeu o Duque, recebendo um suave sorriso de Edward. Ambos apertaram as mãos e Isabella sorriu em júbilo por tudo estar, finalmente, se resolvendo.

Mas segredos ainda não revelados poderiam roubar o sorriso de Isabella.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentem e deixem a opinião de vocês.

Beijos e até a próxima.

P.S.:Andei reparando que o número de Reviews caiu quase pela metade... eu ando escrevendo tão mal assim?