O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 19
Posso ver um amor contido.


Notas iniciais do capítulo

Oe! Mais um capitulo fresquinho pra vocês. Capitulo esse dedicado a YezaDutra que recomendou a fic.

Boa leitura.



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Posso ver um amor contido.

Quando olho nos seus olhos,

Posso ver um amor contido.

Mas querida, quando te abraço

Você não sabe que eu sinto o mesmo?

(November rain).

~ ~ X ~ ~

Uma chuva torrencial caía lá fora e carruagem dava a impressão de que tombaria com o próximo vento. As mulheres que nela estavam aparentavam estar amedrontadas, isso era fato, porém a pequena Swan era a única que engolia seu medo e tentava demonstrar força perante a mãe, que mal a olhava.

_ Já estamos chegando, mamãe?

_ Isabella, perguntastes isso nos últimos três minutos. Não. Nós ainda não chegamos._Respondeu a mãe de Isabella, Renée Swan. Ela era jovem e muito bela, mas em compensação possuía o humor de um idoso; Renée era conhecida por possuir pouca paciência.

_ O que vou fazer quando chegar a Paris? _ Indagou a garotinha, um tanto curiosa, esquecendo-se da chuva.

_ Irá para o colégio e quando saíres logo casar-se-á com o primeiro rapaz bem afortunado que apareceres.

_ Casar? Mamãe, não quero...

_ Tanto quer, como irá. És muito bela e importante para que tenha a vida desperdiçada. Um bom casamento com um bom rapaz fará de você uma boa moça._Encerrou a discussão decidida.

A pequena Swan permaneceu em silêncio. Por mais que não gostasse de seu futuro, aceitar-se-ia casar e satisfazer a vontade de Charlie e Renée. Ela era muito nova para entender algo relacionado ao amor, mas já possuía conhecimento suficiente para saber que um casamento por obrigação não levaria em nada. Seus pais serviam de exemplo.

A carruagem parou subitamente – assustando as Swan’s. Agora elas se encontravam no meio de uma pequena estrada que ficava no meio de uma grande floresta; qualquer barulho servia de alerta, ainda mais quando – sem motivo algum – a condução parava.

A carruagem encontrava-se protegida por seis fiéis soldados e mais um criado. Isabella e Renée estavam protegidas de qualquer ataque, menos de uma emboscada no meio da noite, debaixo da chuva.

_ O que houve? _ Perguntou a pequena Swan enquanto abria a porta para descer e olhar, mas a mão firme de Renée, sua mãe, a deteve.

_ Fique aqui! Se algo acontecer seremos avisadas. _ Sussurrou a mulher, mais amedrontada que Isabella.

Mas elas não foram avisadas.

Os gritos de batalha dos seis soldados despertaram-nas para a o combate. Parecia o inferno, concluíra Renée enquanto tampava os ouvidos. Mas algo dizia a ela que nada ali teria solução e num súbito pegou Isabella.

_ Escute-me... _ A voz embargada da mãe, aumentou o desespero da filha. _ Ao meu sinal correrás para a floresta e só sairá quando eu mandar. Entendeu?

_ Mas e a senhora...

_ Estarei logo atrás. _ Afirmou a mentira. _ Filha... Caso não me vejas ao seu lado, quero que corra até seus pés implorarem para parar. _ A voz agora já não passava de um sussurro. _ Eu te amo. _ Beijou-a na testa no mesmo instante em que abria a porta e a empurrava para fora.

A primeira coisa que Isabella viu – quando foi de encontro ao chão – fora a face ensangüentada de um soldado francês morto. Se pudesse ela teria gritado, mas o pânico fechara sua garganta. A única coisa que lembrou fora as ordens de sua mãe para correr o mais rápido que conseguisse; e a pequena Swan assim o fez.

A chuva era forte, porém isso não a impediu de ver a sangrenta batalha que acontecia ao redor da carruagem. Bella olhou para trás, mas não avistou sua mãe.

O pequeno corpo da Swan se embrenhou na mata a procura de refúgio, mas ela fora lenta o suficiente para que um homem a avistasse. Ele gritou algo numa língua estranha e logo se pôs a correr atrás dela.

Fora uma questão de instantes até que Isabella fosse capturada.

A pequena Swan gritou por ajuda, mas ninguém apareceu.

A pequena batalha já havia acabado nenhum soldado francês havia se salvado. Isabella e Renée eram as únicas.

Mesmo com a chuva e a escuridão, Isabella pode ver cada face asquerosa de cada sobrevivente. Eles riam e conversavam numa língua estranha, logo reconhecida como inglês.

_ Veja só Conde James! Estamos com as Swan’s! _ Exclamou o soldado, enquanto puxava Isabella rudemente. Ela olhou em volta, assustada, e avistou sua mãe caída sob a lama, às mãos de Renée se encharcavam com sangue.

_Swans? Ora essa! Isso renderá um bom dinheiro... _ E o Conde aproximou-se de Bella, segurando-a pelo queixo, obrigando a olhá-lo. _ Mas a mulher está velha e certamente será reconhecida pelos comerciantes de escravos.

_Fiquemos com a menina.

_Sim. Mas se deixarmos a mulher viva, certamente irá contar a Charlie e toda a tropa francesa estará a nossa procura.

_O que sugeres?

_Matemos a mulher. _ Sorriu James. Isabella o fitava e se entendesse sua língua certamente estaria aos berros e pedidos para que ele não a matasse.

Ela percebeu sua intenção tarde demais.

Renée fora morta em sua frente, olhando em seus olhos. No momento da morte, Bella gritou com toda sua força. Um grito infantil e agudo, um grito desesperado e aterrorizado; som suficientemente forte para penetrar nas entranhas obscuras do coração do soldado que a segurava.
Quando Renée tombou inerte Isabella fora libertada.

A pequena Swan, mais uma vez, retomou a corrida. Embrenhou-se na mata a procura de refúgio, mas fora pega.

A face sombria de James foi à última coisa que viu antes de desmaiar.

~ ~ X ~ ~

Os gritos de Isabella eram tão altos que foram ouvidos no escritório de Carlisle. Edward foi o primeiro a correr para a porta, desesperado o suficiente para ser o primeiro a chegar ao aposento.

Bella estava lá deitada, debatendo-se enquanto gritava com todas as suas forças. Ainda estava dormindo, pois seus olhos estavam fortemente fechados. Edward correu até ela – surpreso o bastante por ouvi-la gritar – e a ergueu, envolvendo-a num casulo protetor.

_ Bella! Abra os olhos. É um pesadelo. _ Chamou alto enquanto a imobilizava. Em meio aos gritos ela acordou assustada, a face vermelha e suada comprovavam todo o pânico.

_ Ela estava gritando? _ Perguntou Emmett enquanto adentrava no quarto carregando uma maleta.

_ Aparentemente, sim. _ A surpresa na voz rouca de Edward não foi suficientemente forte para impedir um leve sorriso seu. Ele segurou o pequeno rosto de Isabella entre as mãos e perguntou com a voz mais afável e suave que poderia ter: _ Podes falar, Bella?

Isabella fitou os orbes amorosos de Edward, sentindo-se tão livre para expressar-se, como nunca esteve antes.

Não havia mais o bloqueio em sua garganta e a vontade de falar nunca fora tão forte. Bella sabia que aqueles gritos eram seus. Possuiu-se a capacidade de gritar, também possuiria o poder de falar.

O medo não mais a dominava e a alegria de ter total capacidade de falar tomou seu corpo de maneira tão maravilhosa que seus lábios se abriram e um pequeno, mas audível, sussurro saíra deles.

_ Sim. _ Era baixo e rouco, mas soava como a mais bela sinfonia para Edward.

A maleta de Emmett caiu no chão, tamanho choque ele sentiu. E Edward gargalhou de forma tão bela que outro riso o acompanhou; o riso de Isabella. Ele a levantou da cama, rodopiando-a no ar, enquanto sorria da maneira mais bela que Isabella já viu.

Emmett ainda estava lá, mas instantes depois se retirou do quarto silenciosamente – dando privacidade ao casal –, carregando um suave sorriso. A barreira mais difícil para Edward e Bella havia sido quebrada.

Ele a trouxe para si novamente, apertando-a junto a ele, rindo no ouvido de Bella. E depois ele a olhou e o que viu ali derreteu as geleiras profundas de seu coração.

Céus, ele a amava!

Como pôde permanecer todo esse tempo sem se dar conta disso? Sem olhar nos olhos da sua mulher e perceber o quão especial ela era, já que havia roubado o seu coração?

Ele a queria. Queria seu corpo, sua boca, seu coração. Edward Cullen queria Isabella de todas as formas possíveis.

A repulsa, por saber que o amor havia chegado, não apareceu. Ao invés disso o soldado encheu-se de corarem e – a apertando ainda mais – sussurrou em seu ouvido.

_ Eu amo você. _ As três palavrinhas foram às faíscas para a explosão acontecer.

Isabella não poderia acreditar no que ouviu. Sonhara tanto com esse momento que vivê-lo parecia impossível, porém, a necessidade a fez fitá-lo. Olho por olho. Coração a coração. O que ela viu ali só fez com que o amasse mais.

Inspirou o ar necessário e – sem medo ou limite algum – respondeu a sua declaração:

_ Amo-te, Edward. _ Afirmou agora sem pudor ou temor pela rejeição e num instante colou seus lábios aos de Edward, entregando a esse sentimento único chamado amor.

O beijo era novo porque ambos agora se entregavam completamente. Novas sensações e caricias um pouco mais ousas foram feitas. Edward fora extremamente carinhoso com ela, apertando-a levemente e – após o beijo – sussurrando palavras doces no ouvido de Isabella.

_ Fale novamente... _ Murmurou ele com a voz mais rouca. _ Quero ouvi-la de novo...

_ O que queres ouvir? _ A voz de Bella era ainda mais bela do que Edward pensava – apesar de estar baixo o suficiente para só ele ouvir.

_ Quero ouvir tudo aquilo que me dizia com os olhos.

_ Mas eu já disse, Edward. _ O soldado gostou da forma em que seu nome fora pronunciado. As pequenas mãos de Bella seguraram sua face e ela se aproximou o suficiente para que seus lábios tocassem os dele. _ Eu amo você. _ Sussurrou junto a ele, enquanto roçava os lábios numa carícia íntima.

**** **** ****

_ Que notícia maravilhosa é a que recebo! _ Sorriu Carlisle. _ Diga-me Isabella, como conseguiu tal proeza? _ Indagou alegre. Todos os Cullen’s estavam na pomposa sala particular; cada um carregava um sorriso feliz por essa vitória.

Isabella sorriu para responder – agora falar nunca lhe pareceu algo tão prazeroso –, porém, quando flashes de seu ultimo sono invadiram sua mente, seu rosto se pôs sério e ela logo se lembrou do motivo que a fez falar.

_ Lembrei-me da morte de minha mãe. _ Começou em voz baixa. Os sorrisos se desfizeram e Edward apertou a mão de Isabella – como forma de passar conforto.

_ E o que aconteceu? _ Indagou Emmett, curioso, já que fora uma lembrança que a fez falar.

_ Estava chovendo... Minha mãe e eu íamos para Paris, para visitarmos alguns colégios... _ Começou Isabella, estremecendo com a lembrança; o olhar perdendo o foco à medida que voltava ao passado. _ Mas algo fez com que a carruagem parasse e os soldados de meu pai batalhar ali do nosso lado. Depois... _ Suspirou. _ Depois minha mãe ordenou para que eu corresse até a floresta, mas capturaram-me. _ Ela estremeceu novamente e Edward percebeu que aquela era a hora de parar.

_ Acho que já é o bastante Bella...

_ Não Edward. _ Interveio Esme. _ Deixe-a terminar, fará bem a ela. _ O homem consentiu – angustiado pela reação de Isabella – e todos os outros esperaram pacientes até que ela estivesse pronta para falar.

_ Não entendia nada do que falavam. Parecia-me inglês, mas eu não sabia definir. Até que me mostraram mamãe... Ensangüentada... _ Edward a abraçou fortemente. _ Foi muito rápido... Minha mãe fora morta. _ No final da confissão a pequena mulher já estava chorando. Carlisle e Edward se entreolharam, ambos com a mesma pergunta na mente.

_ Isabella, lembra-se de alguma pessoa? Algum rosto? _ Perguntou Carlisle de maneira terna.

Bella fechou os olhos e uma face masculina chamara-lhe a atenção.

_ Lembro-me de um inglês de nome James... Seus soldados o chamavam de Conde. _ Aquilo bastou para que a peça-chave do quebra-cabeça fosse encontrada. Enquanto Edward consolava Isabella, Carlisle levantou-se apressado, gritando ordens para que os criados preparassem seu cavalo.

_ Aonde vai, pai? _ Indagou Emmett. O Barão mal olhou para trás ao responder.

_ Irei atrás do historiador. Encontramos Isabella Swan e o suposto assassino de sua mãe.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Finalmente eles assumiram o amor que sentem! E agora? E o Charlie? E o James? E o casamento... CASAMENTO?! opa... falei demais.

Comentem e recomendem.

Beijos.