O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 17
Quando olho nos seus olhos.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Perdoem a demora, mas cá estou com mais um capítulo fresquinho para vocês.

Boa leitura.



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Quando olho nos seus olhos.

E quando seus temores se acalmarem

E as sombras ainda permanecerem

Eu sei que você pode me amar.

... Quando não sobrar mais ninguém para culpar...

                                                                                         (November Rain).

Dias se passaram desde a conversa que Edward teve com seu pai, Carlisle. Isabella já estava bem melhor – o corte já cicatrizara e os pontos mal eram vistos.

Edward sempre a encontrava no jardim do palácio, observando todas as flores que o adornavam, silenciosa como sempre, mas sempre se comunicando com o olhar. Quando a encontrava não fazia simplesmente nada, apenas parava para admirá-la até que ela percebesse sua presença e virasse sorrindo amorosamente para ele. E era ali, quando isso acontecia, que Edward a abraçava e beijava – pouco ligando para as regras ou olhares de sua família.

A família Cullen recebeu Isabella de braços abertos. Não houve rejeição por parte alguma e era meio difícil vê-la sem a companhia de Esme, Alice ou Rosalie – exceto quando fugia para o jardim afim de ficar só. Mas apesar de toda a alegria era inevitável não se lembrar de Marlene. Bella a desejava ao seu lado e era difícil esconder sua tristeza quando se lembrava do mal de que sua quase-mãe poderia sofrer nas mãos de James. Bella queria muito voltar para buscá-la, mas temia pela reação de Edward.

Edward... Aquele que fazia seu coração galopar com um simples olhar e as pernas bambear com o sorriso caloroso que ele lançava apenas para ela. Era absurdo o poder que mantinha sob ela, mas Bella pouco se importava, pois estava ocupada sendo loucamente feliz ao seu lado.

Ela o amava isso já era fato, porém temia a reação do homem se por acaso resolvesse contar. Era maravilhosa a sensação de estar completa ao lado de Edward. Porém o silêncio de seu coração a machucava, mas Isabella preferia isso ao ver o seu sorriso torto desaparecer e um par de olhos frios fitá-la com desprezo.

Ela estava disposta a sacrificar seus sentimentos por ele, mas não sabia se ele também faria isso.

_ Ah! Encontrei você. _ Anunciou Alice enquanto saltitava até Bella. _ Emmett e Edward estão duelando na esgrima! _ Exclamou ela. _ Vamos Bella! Levante-se e vá até lá apoiar Edward! _ Isabella não sabia o que era esgrima, mas a palavra duelando despertou seus sentidos e ela logo se pôs a caminhar ao lado de Alice.

A pequena Cullen a conduziu até um salão opulento – jamais visto por Isabella – onde uma enorme arena feita de madeira ocupava quase todo o local e era lá que dois homens empunhavam uma espada e duelavam ferozmente. Ambos possuíam uma roupa estranha na cor branca acompanhada de um capacete de ferro, também pintado de branco.

Todos os Cullen’s estavam lá, sentados em luxuosas poltronas, rindo e comentando do duelo.

_ Veja Bella: o que possui a faixa verde é Edward. _ Apontou Esme na direção da arena. Isabella assentiu, tentando a todo custo entender o que estava acontecendo ali.

Minutos de passaram até que o homem de faixa verde cair com o outro sob si. Carlisle bateu palmas enquanto ria da vitória de Emmett.

Os homens de armadura branca tiraram o capacete e Bella se surpreendeu ao ver Edward rindo de sua derrota. Ele se levantou e olhou para a pequena platéia, sorrindo ainda mais ao ver Bella.

_ Edward, fostes educado na melhor escola de esgrima da Itália, meu irmão! _ Zombou Emmett.

_ Dê-me uma arma que mostrarei quem é o melhor. _ Respondeu o soldado enquanto jogava o capacete e espada no chão e caminhava até Isabella. _ Não soube que estava aqui, caso contrário ganharia. _ Afirmou com veracidade fazendo Bella revirar os olhos.

_ Como és orgulhoso! _ Exclamou Rosalie com um olhar de diversão, recebendo um bufar de Edward.

A sala de jogos se esvaziava à medida que os minutos passavam, porém, só Edward e Bella permaneceram. Quando o local ficou completamente vazio Bella pegou uma das espadas para melhor analisar – mas precisou das duas mãos para isso, pois a arma era pesada em demasia.

_ Apesar de ser um passa-tempo feito só para os homens, posso lhe ensinar a manusear uma. _ Murmurou Edward no ouvido de Isabella, enquanto a envolvia por trás e aproximava os dois corpos; as mãos de Bella quase largaram à espada, porém as de Edward as seguraram, mantendo-as firmes.

Ele inspirou profundamente – inalando a doce fragrância de morangos – enquanto distribuía pequenos beijos na nuca da mulher.

_ É uma questão de habilidade. _ Disse roucamente no momento em que mexia a espada, guiando as mãos de Bella. _ E força. _ Apertou-a mais contra si, ouvindo com orgulho o arfar da mulher. _ Mas sempre mantendo a elegância... Estás me entendo? _ Indagou divertido. Isabella negou e jogou a espada no chão da arena, virando-se para ele e envolvendo seus pequenos braços na cintura máscula.

_ Você perdeu. _ Desafiou-o.

_ Mas mesmo assim a tenho como prêmio. _ Sussurrou de uma maneira sensual, causando arrepios em Isabella. Logo em seguida a beijou de uma maneira mais urgente, apertando-a fortemente em seus braços. O tecido de sua armadura ajustava-se em seu corpo, fazendo com que a mulher tivesse total noção da quantidade de músculos que ele possuía.

Quando se separaram Isabella estava decidida a contar que o amava, porém, vendo o brilho especial e único que habitava os incríveis orbes do homem, ela desistiu (graças ao medo da rejeição). Naquele momento seu coração se contraiu com a dor do anonimato fazendo com que seus olhos ganhassem lágrimas indesejáveis. Encostou a cabeça no peito de Edward e ficou a ouvir as batidas aceleradas de seu coração – desejando que ele pertencesse a ela, assim como ela era dele.

Pensou em se afastar quando um único soluço sacudiu seu corpo, mas os braços de Edward a prenderam ali.

_ O que houve? _ A angustia dominou a voz do homem e ele buscou o olhar da mulher, mas não encontrou nada. _ Bella, o que aconteceu? Por que estás chorando? _ Afastou-se minimamente e buscou o rosto da mulher, mas ela o tampou com das duas mãos. _ Eu a machuquei? Céus! Fale comigo! _ Esbravejou.

E então Isabella se lembrou de seu corte na cabeça e o usou como desculpa para o pranto estúpido que denunciava o machucado em seu coração.

_ Está doendo. _ Mexeu os lábios trêmulos e Edward logo tratou de verificar se havia algum sangramento, mas nada encontrou além da cicatriz. Por fim resolveu abraçá-la.

_ Shh... Está tudo bem. Logo vai passar... Eu prometo. _ Tentou tranqüiliza-la, mal sabendo que o motivo de tanta dor era justamente ele.

**** **** ****

Uma carruagem desconhecia adentrou no território de Carlisle e de lá saiu um homem baixinho e careca que carregava consigo um dúzia de papeis amarelados. Edward avistou o pequeno homem ser guiado por Thomas até o opulento escritório de seu pai e lá ficar durante intermináveis horas.

_ Conheces esse homem? _ Perguntou a sua mãe que, calmamente, desenhava algo em seu bloco de papel.

_ Querido, seu pai é um Barão, é mais que normal que pessoas como aquela apareça em nossa propriedade. _ Respondeu calmamente, dando mais atenção a seu desenho.

_ Mas meu pai não está na Inglaterra e não acho que ele possua pendências aqui.

_ Edward, _ Começou Esme num tom de advertência. _ Seu pai é um homem importante e ponto. Não faça mais perguntas e respeite sua privacidade. _ Por essa bronca ele não esperava, mas teve de morder os lábios para não rir de sua mãe. _ Onde está Isabella?

_ Em seu aposento. Ela alegou ter dores na cabeça, mas agora já está bem.

_ Desperte-a para o jantar. Há dois dias que ela não se senta conosco. _ Edward mal assentiu e se levantou caminhando preguiçosamente até a escadaria, mas Thomas – o mordomo – o chamou antes que pusesse os pés nela.

_ Senhor, seu pai deseja a sua presença em seu escritório.

**** **** ****

Ao adentrar lá Edward se deparou com inúmeros livros e pergaminhos de aparência antiga e amarelada. Ele estremeceu com a simples idéia de ter uma futura aula de história.

_ Edward, este é Fréderick Butter, historiador. _ Carlisle apresentou o pequeno homem a seu filho. _ Ele tem informações sobre o passado de Isabella.

_ É um prazer conhece-lo Senhor Cullen. _ Disse o homem com a voz polida.

_ Igualmente. O que descobriram? _ Indagou ansioso enquanto se sentava ao lado do pai. Carlisle lançou um rápido olhar a Fréderick, dando total poder de fala.

_ Senhores, Isabella Marie Swan é filha de Charlie Swan, um burguês poderoso de descendência francesa que governou Montpellier. Sua mãe Renné Swan fora assassinada enquanto viajava com Isabella para Paris. Desde então Isabella, a única descendente dos Swan’s, fora dada como morta. _ Ele fez uma pequena pausa para limpar a fina camada de suor que revestia sua face. _ Porém o Senhor Cullen confirmou que a descendente dos Swan’s está viva e reside aqui.

A revelação do pequeno homem causou espanto em Edward.

Como uma mulher humilde que pertencia à plebe poderia ser a única descendente de uma dinastia poderosíssima da França?

Perguntas como essa eram feitas no intimo Edward. Sua expressão era nula, mas sua mente revirava qualquer lembrança que lhe desse uma pista que se assemelhava com o relado de Fréderick. Mas a única coisa que vinha em sua cabeça era o simples fato da mulher saber escrever.

_ Esse... acidente que levantou a suspeita de morte de Isabella fora feito em que época?_ Indagou Carlisle.

_ Na época em que a jovem faria doze anos.

_ Há algum histórico de problemas físicos a Isabella Swan nessa época?

_ Não Senhor. Isabella era provida de uma inteligência surpreendente e fala aguçada. Se me permite, eu como historiador, gostaria de ver essa mulher que o Senhor afirma ser uma Swan.

_ Claro, claro. Acompanhe-me...

_ Ela está repousando. _ Cortou Edward, com sua voz fria e indiferente.

_ Então a acorde. _ Rebateu Carlisle.

_ Dê-me alguns minutos e irei trazê-la. _ Pediu já se levantando e passando pela porta, subindo as escadas rapidamente.

Ao entrar em seu aposento a primeira coisa que viu fora um delicado corpo deitado sob uma enorme cama.

_ Bella. _ Chamou alto o suficiente para despertar a mulher. _ Levante-se, tem alguém que deseja vê-la. _ Os olhos comprimidos pelo sono se fecharam novamente e ela balançou a cabeça algumas vezes.

Edward suspirou e se sentou ao seu lado, acariciando-a na face.

_ Precisas levantar. A pessoa veio de muito longe só para vê-la. _ Murmurou suavemente e depois a beijou na testa e nos lábios. _ Ou você levanta ou eu te carregarei até ele. _ Ameaçou enquanto mantinha a voz num tom falsamente sério. Isso foi o bastante para que Isabella pulasse da cama.

**** **** ****

_ Deus do céu! És realmente Isabella! _ Exclamou o homem diante da figura assustada de Bella. _ Preciso informar a guarda francesa que ela realmente está viva. Sir Swan virá pessoalmente a seu encontro e...

_ Um momento... _ Pediu Carlisle de olhos fechados e massageando a têmpora. _ Vocês poderiam me deixar sozinho com o Senhor Butter? _ Perguntou ele a Edward e Bella. Instantes depois o escritório fora deixado por eles.

_ Senhor Cullen...

_ Fréderick, por favor, não informe o cônsul da França sobre a descoberta de Isabella.

_ Mas isso é um pedido que terei de negar.

_ Preste atenção Senhor Butter, pois eu falarei somente uma vez. _ O estresse de Carlisle era perceptível até mesmo para um cego; o modo como caminhava apressadamente e fechava os olhos eram as provas disso. _ Isabella está debilitada e uma revelação como essa certamente agravaria o seu estado. E devo lembrar-lhe de que és muda, por tanto, não tire conclusões precipitadas, pois ela pode não ser uma Swan.

_ Senhor, isso é evidente! Os cabelos, o rosto, os olhos... Esta é Isabella Marie Swan!

_ Contestarei o contrário até que uma pessoa enviada por Sir Charlie venha e comprove isso que estás falando. _ A face zangada do Barão calou o pequeno homem. _ Não quero ouvir nenhuma objeção de sua parte até que essa revelação seja realmente verídica. Estás me ouvindo?

_ Perdoe-me Senhor.

_ Não há problema. Enviarei ao Senhor uma carta com a minha permissão, mas não faça nada antes disso. _ Ao soar o sino, Thomas adentrou no escritório. _ Meu mordomo o acompanhará até a porta. Tenha um bom dia Senhor Butter.

**** **** ****

Ambos estavam sentados sob o imenso tapete verde que cobria o jardim. Edward procurava as palavras certas para contar a Isabella a descoberta de sua origem, porém algo o dizia que, apesar das calmas palavras, a mulher ficaria assustada. E era isso o que ele mais temia.

_ O que aconteceu? _ Indagou ela pela milésima vez.

_ Já disse para ter calma. No tempo certo você saberá. _ Respondeu ele, mas sem olhar nos olhos da mulher.

_ Quero saber agora. _ Insistiu ela, batendo as mãos na grama como modo de demonstrar toda a frustração que sentia.

_ Bella... _ Reclamou enquanto a puxava para si, aninhando-a em seu peito. _ Será que não podes esperar? _ Ela negou com a cabeça fazendo-o rir levemente.

As pequenas mãos da criada passeavam suavemente pelo peito do soldado e, de tempos em tempos, sua cabeça se erguia somente para beijá-lo nos lábios.

Edward era capaz de sentir a tensão deixar o corpo de Bella. Contar tudo a ela enquanto estivesse suficientemente calma era a melhor opção.

Alguns minutos se passaram e eles permaneceram ali, em silêncio, desfrutando das caricias ao máximo. Porém havia se passado tempo demais e Edward sentia a necessidade de contar tudo.

_ Estás mais calma? _ Sussurrou, obtendo como resposta um leve acentir. _ Vistes aquele homem no escritório de meu pai. Por acaso sabes quem ele é? _ Isabella separou-se de Edward para fita-lo.

_ Não.

_ Bom... confesso que não me dei ao trabalho de saber seu nome. _ Riu levemente, sendo acompanhado por Bella. _ Mas sei que é um historiador famoso e que veio da Inglaterra especialmente para te ver.

_ Por quê?

Nesse momento, Edward respirou fundo – buscando em si mesmo a força para continuar. E num súbito de coragem declarou:

_ Porque és Isabella Marie Swan, filha de Charlie e Renée Swan... Descobrimos o seu passado.

No começo Bella não demonstrou reação, mas as palavras de Edward ainda ecoavam em sua mente.

...E então tudo de se encaixou...

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem e deixem a sua opinião.
Obrigada pelos MEGA comentários que tanto me motivam. Recomendem e Indiquem... Façam a fic valer a pena!

No próximo capítulo teremos quase todo o passado da Bella revelados. Também uma possível explicação do porquê ela ser muda. Não percam.

Beijos.