O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 13
Não demonstrar não significa não sentir.


Notas iniciais do capítulo

Oe! Esse capitulo é dedicado a SALANDER e FLANELA que escreveram recomentações maravilhosas que me motivam - assim como os comentarios - a escrever.

Boa Leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/93184/chapter/13

Não demonstrar não significa não sentir.

 

 

Não espere demais de mim, eu costumo a fugir quando fazem isso.
Enquanto eu não deixo a angustia transbordar, desligue o fogo.
Faça nunca parar de ferver
Queime
comigo 

 

 

Edward poderia ser descrito – no momento – como um leão. O nervosismo tomava conta de seu ser, fazendo-o andar para lá e para cá, com as mãos no cabelo, murmurando coisas desconexas.

 

Isabella permanecia sentada, calma, esperando o momento em que aquilo cessaria e ele lhe contasse o que realmente estava acontecendo ali. Pois a desculpa esfarrapada que dera de nada adiantou.

 

O rosto do homem possuía alguns poucos hematomas e um corte no lábio que insistia em sangrar. Edward pouco se importava com isso, sua tensão estava voltada para Carlisle Cullen, que certamente apareceria na porta da pensão antes do amanhecer, a procura do filho.

 

Edward não queria seu acolhimento, seu abraço ou suas palavras tranqüilizadoras; a única coisa que desejava do Barão Cullen era distância... E de seus irmãos também. Pois suas companhias não eram mais necessárias desde o dia em que o abandonaram, para viver com suas respectivas esposas.

Esposas... Amor... Eram as coisas que ele mais evitava. Para ele as mulheres eram associadas a prazer carnal, nunca emocional... Mas ele odiava admitir que isso estivesse mudando, pois desde que Bella havia entrado em sua vida os conceitos de amor e prazer andavam juntos e, às vezes, tornava-se difícil defini-los. Como ele odiava essa confusão!

 

Só então se lembrou de Bella e de que devia explicações a ela. A viu sentada sob a cama e foi até lá, ajoelhando-se e fitando os incríveis orbes que, agora, o olhavam curiosos e espantados.

 

— Devo explicações a você. _ Começou ele, meio inseguro por onde começar. Isabella assentiu. _ Aquela... Confusão que vistes lá fora não foi nada. _ Bella o olhou desafiadoramente e negou, mostrando a ele que a mentira não havia funcionado. Edward coçou a cabeça, atrapalhado, percebendo que ela era mais esperta do que ele havia imaginado.

 

— Er... Desculpe-me... Mentir não é a melhor opção. _ Confessou visivelmente envergonhado por ser pego no flagra. Respirou fundo e desatou a contar a verdade. _ Aquele bastardo é meu irmão, Emmett Cullen. Ele e meu outro irmão Jasper, batalharam comigo, durante anos e... depois... simplesmente me abandonaram quando Rosalie e Alice entraram em suas vidas... _ Isabella o ouviu atentamente, apertando sua mão nas vezes em que ele se excedia e soltava um palavrão. _ Eu não sei o que deu neles. Mas eu não vou esquecer isso que fizeram _ Avisou já alterado.

 

Bella percebeu o rumo que a conversa estava tomando e, simplesmente, segurou o rosto do homem e afagou sua face, tentando acalmá-lo. Ele a olhou, procurando conforto na mulher, e depois a abraçou apertado.

 

Ambos desfrutaram do calor de seus corpos, mesclados em um só, perfeitamente encaixados – como peças de um quebra-cabeça. A raiva mínima de Edward foi sumindo na medida em que as mãos de Bella apertavam suas costas, procurando acalmá-lo. Ele se afastou a olhando nos olhos.

 

Está tudo bem... _ Mexeu os lábios, sorrindo para ele. Edward não resistiu – mesmo com a boca machucada – a puxou para mais perto e colou seus lábios ao dela, num beijo leve e terno.

 

O beijo durou poucos segundos, Edward se separou de Isabella – que estava ofegante – e a beijou na testa.

 

— Não deveria ter gosto de sangue. _ Comentou divertido. _ Era para ser doce. _ Bella o acompanhou no sorriso. _ Troque de roupa. Estarei lá fora, se precisar. _ Afastou-se dela e saiu do quarto, dando á ela privacidade.

 

Lá fora todos os seus temores e raivas voltaram intensos, decididos a ficar.

 

**** **** ****

 

Era madrugada, a iluminação era escassa, mas nada disso atrapalhou Emmett em sua corrida. Seu cavalo corria o máximo que podia, mesmo assim não era o bastante. Mas teve de puxar as rédeas quando dois guardas irlandeses se coloram em sua frente, impedindo sua passagem, diante do portão principal do palácio.

 

— Abra o portão! _ Ordenou furioso para um dos homens. _ Sou Emmett Cullen, idiotas! _ Isso bastou para que um dos guardas praticamente corresse para abrir o grande portão – que possuía o brasão dos Cullen’s. Emmett avançou quando sua passagem fora permitida, mas não sem antes ouvir as desculpas dos guardas que negaram a sua entrada.

 

Ele mal os ouviu.

 

Nenhuma luz se via acessa no palácio, já era tarde e todos estavam repousando. Emmett parou o cavalo na portaria do palácio e empurrou as portas com força, às fazendo abrir.

 

Um mordomo – de pijamas – estava parado próximo às escadarias, segurando um candelabro repleto de velas acessam, assim iluminando seu rosto velho e enrugado. Ao ver o filho de Carlisle praticamente correr até ele, espantou-se.

 

— O que fazes aqui Senhor? Pensei que estivesse repousando com sua Senhora. _ Perguntou, notando o quão ofegante e zangado estava o homem.

 

— Thomas faça o favor de acordar o Barão. Diga que solicito sua presença com urgência. _ O mordomo continuou o olhando. _ Vá logo, homem! _ Como se despertado do sono, o mordomo se moveu e, com certa dificuldade, subiu as escadarias principais do palácio.

 

Os minutos se passavam e Emmett – que possuía o mesmo gênio do irmão soldado – já estava se enfurecendo com a demora do pai. Os pés batiam frenéticos no chão e ele se controlou para não subir e acordar ele mesmo o Barão.

O tempo de espera teve o seu fim quando Carlisle apareceu em seu campo de vista, trajando um hobby branco de seda. Sua mulher, Esme, veio logo atrás.

 

— O que houve Emmett? _ Perguntou o pai e ele, um tanto sonolento por ter sido acordado.

 

— Céus! Olhe o seu rosto! O que aconteceu com você? _ Exclamou Esme, sua mãe, correndo em sua direção logo após ver os ferimentos na face bela e jovem e seu filho.

 

— Mãe, deixe-me a sós com meu pai. Por favor. _ Ela notou algo diferente em seus olhos. Como mãe ela pode enxergar algo a mais. Um brilho misterioso estava nos olhos do filho. Deu-lhe as costas e subiu as escadas, avisando que voltaria.

 

Quando estavam sozinhos, Emmett liberou todo o nervosismo e contou tudo a Carlisle, seu pai.

 

— O irmão que negou a mim e a Jasper, o filho que o negou está aqui, pai! _ Sua raiva era palpável, mas não foi párea para o espanto de Carlisle.

 

— O que estás dizendo, meu filho? _ Pediu com a esperança de tudo ser uma simples ilusão de sua mente sonolenta.

 

— Disse que Edward Anthony Cullen está aqui em Longford! _ Para Carlisle, o choque fora tanto que ele precisou se sentar em uma poltrona de veludo, pois suas pernas estavam bambas e sua respiração calma tornou-se ofegante.

 

— Edward...? Meu filho? _ As palavras não passaram de murmúrios.

 

— Sim pai. Foi ele quem fez isso... _ Apontou para o rosto coberto de hematomas. _ Eu e Rose o encontramos num restaurante com uma mulher silenciosa que ele diz ser sua esposa.

 

— Esposa? Ele... Ele se casou sema minha benção? Ele veio até o meu Condado e ninguém me avisou de nada?! _ A raiva já se apossava dos olhos verdes– antes bondosos – do homem. _ Onde ele está? Traga-me um cavalo! _ Ordenou ao mordomo. _ Se ele não vem a mim, eu irei até ele!

 

**** **** ****

 

Aos poucos o sol aparecia por detrás das montanhas, revelando toda a sua imponência. Os moradores após poucos se despertavam e iniciavam uma nova jornada, novos afazeres. Um novo dia se iniciava.

 

E eles estavam lá, deitados, abraçados no pequeno espaço da cama estreita. O cobertor durante a noite não fora necessário, pois o calor que ambos emitiam fora o suficiente para que o frio não os perturbasse.

 

Isabella acordou primeiro e graças a isso pode observar a face serena de Edward. Seus pequenos dedos acariciavam a face do soldado, despertando-o para um novo dia. Repleto de surpresas.

 

Ao ver que o homem despertava aos poucos, Bella procurou retirar sua mão do rosto de Edward, mas ele a deteve – ainda de olhos fechados, segurou sua mão – levando-a até os lábios beijando-a. Isabella corou com a pequena caricia e Edward riu.

 

— És tão pura que sentes vergonha de um simples beijo. _ Murmuro sonolento.

 

Aproximou-se mais dela e depois beijou seus lábios delicadamente, um beijo curto, sem línguas ou desejo. Era só a sua maneira de dizer “bom dia”.

 

Uma pequena feira estava sendo montada a poucos metros da pensão. Havia de tudo lá, desde pequenos vendedores a mágicos baratos que tinham truques velhos. Isso ajudou Bella a lembrar-se de Marlene, sua quase-mãe, que agora estava muito distante.

 

Pequenos burburinhos passeavam de boca em boca dos moradores. Alguns olhavam de esguelha para Edward e Bella – que caminhavam lado a lado na pequena rua da feira. O assunto principal, envolvendo os forasteiros, era a briga com o filho do Barão. Para alguns, era suicido fazer aquilo, ainda mais quando o próprio se encontrava no Condado, em repouso.

Edward, em algum momento durante o passeio, escutou dois homens conversando em voz baixa. O assunto era ele e a briga com Emmett. Percebeu que deveria sair dali o mais rápido que podia, pois o Barão, seu pai, certamente já estava a sua procura.

 

— Bella... _ A chamou, mas a mulher estava entretida com as flores de uma banca. _ Bella... _ Chamou novamente e ela o olhou. _ Precisamos ir, escutei dois homens conversando e soube que meu irmão está a minha procura. _ Mentiu a ela, Edward não queria que soubesse que, na verdade, era o seu pai.

 

Ela o olhou, indignada por ter que ir embora, sinalizando que não iria sair dali. Edward respirou fundo, controlando a vontade de jogá-la no cavalo e ir embora.

 

— Nós vamos sim. Sem discussões ou objeções. _ A face de Bella se fechou em uma carranca e ela fez novamente o gesto indicando que não sairia dali. _ Mas que mulher teimosa! _ Esbravejou um pouco alto. _ Meu irmão está vindo e se conseguir nos alcançar nos levará a força para a corte do Barão, para que sejamos julgados pela briga de ontem! Ou você vem, ou irá ser condenada! _ Era exagero, Edward sabia, porém com Bella as coisas eram diferentes. Faltou falar que Emmett Cullen viria montado em dragões, para fazê-la acreditar.

 

Isabella suspirou revoltada por ter de partir, e se juntou a Edward – que caminhava com pressa para a pensão.

 

Mas já era tarde demais, pois ao entrarem no pequeno quarto da pensão Edward estacou – em choque – ao ver a figura imponente de seu pai – o Barão – dentro do quarto, a sua espera. Isabella também ficou atordoada ao ver o belo homem que se encontrava no seu aposento. Ele era muito belo, possuía cabelos loiros e os olhos verdes de Edward, trajava um terno na cor bege, e calçava luvas brancas – usava uma bengala como apoio. Ela notou o intenso brilho do broche de outro – que estava em seu paletó – e reconheceu ali a imagem de um brasão.

 

O homem possuía uma postura rígida, os olhos faiscando. Aparentava ter poder.

 

— O que você está fazendo aqui? _ Edward se dirigiu ao homem com a voz áspera, fria e rude – da maneira que Bella nunca havia o ouvido falar. E – para a sua surpresa – o homem sorriu carinhosamente para Edward, desviando minimamente para olhá-la.

 

— Um pai não pode visitar seu filho?— Indagou tranquilo ainda sorrindo. Edward engoliu em seco e Bella empalideceu com a revelação.

 

“Esse homem, com voz afável e olhos carinhosos, é pai de Edward?” perguntou a si mesma. O homem se voltou a ela e sorriu – os olhos brilharam com algo estranho.

 

— És a bela mulher que meu filho se casou? _ Deu um passo a frente, sem esperar respostas. _ Sou Carlisle Cullen, Barão de Longford, pai de Edward. _ Estendeu a mão a ela, mas Edward o impediu, colocando-se entre ele e Bella.

 

— Não ouse envenena-la com suas palavras falsas!

 

— Minhas palavras soam falsas para você filho, que há muito tempo deixou de ouvi-las. _ O homem ficou sério – os mesmos olhos intensos de Edward – e fitou o filho, levantando o queixo e desafiando-o. Aquela, com toda a certeza, era a única pessoa que não tinha medo de Edward, e enfrentava-o.

 

— O que fazes aqui? _ Indagou novamente. _ Já não deixei bem claro que não sou seu filho?

 

— Serás meus filho até que seu coração deixe de bater! Como és insolente! _ As vozes aumentavam o tom, e Bella já via à hora em que ambos estivessem gritando. _ Engula esse orgulho tolo! A maldade em seu coração não faz só mal a você! _ A bengala bateu fortemente no chão de madeira e pela primeira vez Isabella viu Edward se calar perante alguém.

 

— És sim o meu filho! Tens o meu sobrenome! Se me negas diante de tua mulher, negarei você a todos! _ Esbravejou alto o suficiente para todos ali ouvirem, inclusive Edward. O homem estava furioso – isso era evidente – e ofegante, os louros cabelos lhe caiam pela face, mas ele se recompôs e reassumiu sua postura de poder. Enquanto Edward e Bella permaneciam parados, atônitos, ainda na porta.

 

Os olhos de Edward estavam mergulhados no ódio, ele nunca desejou matar alguém como estava desejando seu pai. As mãos fechadas em punho denunciavam isso.

 

— Senhora _ Carslisle se dirigiu a Isabella. _ Perdoe essa discussão, não precisavas ter ouvido isso. _ A calma com que se dirigiu a ela, a espantou. Mas seu olhar voltou frio para Edward. _ Enquanto a você, filho, arrume sua bagagem. Eu os esperarei na porta da pensão. _ Saiu do quarto a passos calmos e lentos.

 

— Esperas que eu vá até sua casa? _ Edward o fez parar.

 

— Não espero, tenho a certeza. Caso contrário possuo dois guardas de minha frota que o fará mudar de idéia. _ Apesar da ameaça, o homem sorriu amigavelmente a ele. _ Sua mãe e irmãos desejam a sua companhia. _ Deu as costas novamente voltando a caminhar tranquilamente pelo corredor sujo da pensão.

 

Bella encontrou o olhar de Edward – que chamuscava de ódio – e ergueu levemente a sobrancelha. Afinal de contas, aquele era o pai de Edward e, apesar de estar com raiva, Isabella viu em seus olhos um secreto desejo de ir ate lá. Ergueu sua mão e apontou para a porta onde Carlisle havia passado e se contentou em mover somente os lábios, em uma afirmação muda:

 

É o seu pai, Edward.

 

— Eu sei. Esse é o único motivo que está me fazendo ir até a sua casa. _ Murmurou entre dentes, enquanto fechava a porta – batendo-a com força – e pegava sua bagagem. Bufando e xingando como ninguém.

 

Isabella sorriu. Edward poderia não admitir, mas sentia a falta do pai e da família.

 

**** **** ****

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O Nyah nao me deixou postar o resto - que está muuito melhor que isso.
Tentarei postar com calma para que nada de errado aconteça.
Por favor, desculpem-me com essa demora e enrolação, mas o site está me dando nos nervos!

Comentem