O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 20
Essa armadura de ferro.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Eu deveria ter postado ontem, mas fiquei sem internet. Agora tenho um capitulo fresquinho aqui para vocês. Capitulo esse, dedicado a: Teh_P, Sandrinhahp e Paloma_Masen... Cara, vocês me surpreendem com palavras lindas.

Boa leitura.



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Essa armadura de ferro.

“Contra as armas da beleza
Não vale a externa defesa
Dessa armadura de ferro”.
(Tomás Antônio Gonzaga).

O Barão Cullen raramente era visto cavalgando pela cidade – os habitantes estavam acostumados em avistar sua luxuosa carruagem –, mas a raridade tornara-se fato, pois Carlisle Cullen galopava em seu magnífico alazão pelas ruas da cidade.

Seu cavalo parou bruscamente em frente a um pequeno edifício. Sem se importar muito, o Barão deixou seu cavalo com um simples criado que estava na calçada. O cabelo loiro caía-lhe a testa e seus apressados passos denunciavam sua pressa. Com um empurrão abriu a porta do prédio e lá encontrou Fréderick.

_ Senhor Cullen...

_ Eu lhe disse que enviaria uma carta, mas cá estou. _ Cortou Carlisle, decidido e apressado.

_ Não entendo o...

_ Sem mais delongas Butter. Vamos, pegue papel e caneta e ponha-se a escrever o que eu mandar.

_ Para quem, Senhor Cullen?

_ Charlie Swan. _ Foi notório o espanto do pequeno homem. Fréderick mais que depressa pôs se a escrever a carta de Carlisle. _ Diga a ele que Isabella Swan não está morta e permanece sob meus cuidados. Escreva que o assassino de sua mulher Renée está vivo e fora descoberto. _ O historiador parou por alguns instantes – decifrando a informação –, porém a ordem de Carlisle o fez voltar a carta.

_ Sele a carta e a envie imediatamente a ele. _ Proferiu o Barão.

_ Senhor Cullen, peço-lhes que explique o que está acontecendo. _ Pediu o homem, um tanto temeroso pela reação de Carlisle graças a sua curiosidade. Mas ao invés de ralhar, o Barão explicou a Fréderick o que estava acontecendo.

_ E o que vais fazer Senhor, mediante a essa informação? _ Inquiriu o historiador, surpreso e satisfeito por saber que seus palpites e afirmações realmente estavam certos.

_ O certo a se fazer, Fréderick, é esperar pela resposta de Charlie. Mas não ficarei parado esperando por uma ordem. Irei atrás de James. _ Respondeu com tal convicção que o historiador não teve como contestar. Carlisle Cullen exalava poder, e ir contra ele era assinar a própria sentença.

A figura imponente de Carlisle se retirou do escritório depois de deixar uma sacola com moedas de ouro para Fréderick – o pagamento por seus serviços.

**** **** ****

Havia um grande lago na propriedade dos Cullen’s, mas quase ninguém o conhecia – devido a sua localização. Edward e Isabella estavam lá. Sentados e abraçados sob a sombra de um imenso pinheiro que margeava o rio, desfrutando do silêncio e da calma que aquele pequeno esconderijo proporcionava.

_ Diga novamente... _ Pediu ele, pela milésima vez, arrancando um suave riso de Bella.

_ Esqueci-me das palavras. _ Provocou ela da mesma maneira em que era provocada.

_ Então terei de lembrá-la. _ Respondeu o soldado a provocação, enquanto distribuía beijos molhados no pescoço da mulher. Isabella arfou com a carícia, erguendo a mão para encontrar os cabelos de Edward e puxando-os logo em seguida.

_ Estás me provocando, soldado?

_ Estou beijando você. _ Murmurou no pescoço de Isabella. _ Não é uma provocação. _ E ele riu quando uma ousada mordida fora dada no pescoço alvo de Bella.

A grande mão do soldado puxou Isabella para si fazendo-a encostar as costas em seu peito, apercebendo-se de como o pequeno corpo da mulher encaixava-se perfeitamente ao seu. E naquele momento nada mais havia importância, pois Isabella estava ali em seus braços e nada mudaria isso.

Beijos e afagos eram distribuídos por Edward e risadas abafadas eram emitidas por Isabella.

_ Não vais falar? _ Indagou ele no momento em que inspirava o doce aroma dos cabelos de Bella.

_ Eu amo você, soldado. Dizer uma vez não basta para ti? _ A voz da mulher era afável e carregada de uma felicidade contida. Ela não esperou a resposta. _ Amo-te, soldado. Dizer isso não é um problema para mim.

_ Não diga mais nada. Não quero ouvir mais nada. _ Retrucou ele, puxando-a mais e mais até que o seu calor misturou-se ao dela, tornando-se um só. _ Quero apenas sentir você aqui... É tudo o que eu preciso agora. _ Repousou o queixo no ombro da mulher e lá eles ficaram, absortos no próprio amor, mas no fundo indagando-se até quando isso iria durar.

**** **** ****

Montpellier, França.

Não existia castelo mais luxuoso ou grande nas redondezas. Charlie Swan era o dono desse e de muitas outras terras, distribuídas por toda a Europa. Porém, apesar de todo o poder aquele homem nunca sentiu-se tão só como agora. Desde a morte de sua mulher e filha, Charlie mergulhou em um mar de solidão. Não havia mais dinheiro para ele, não havia mais sorrisos.

Sentado em seu pomposo trono o poderoso francês ouvia com calma as mensagens que recebera.

_ Uma carta da Irlanda meu senhor, assinada pelo Barão de Longford. Desejas ouvi-la?_ Perguntou o lacaio.

_ Sim. Dê início à leitura. _ Ordenou Charlie com a voz carregada de tédio. O lacaio pigarreou e sua voz proclamou em alto e bom tom a boa nova de que sua filha “supostamente morta” Isabella estava viva e residia no palácio do Barão. Informava-lhes também o descobrimento do assassino e seqüestrador.

No final da leitura, o poderoso francês possuía lágrima nos olhos.

Sua ação fora muito rápida. A notícia da falsa morte de Bella trouxe uma onda de alegria que deixou Charlie em júbilo.

Sem medir esforços ou calcular os riscos o francês levantara de seu trono e proclamara com a voz mais alta e poderosa que possuía:

_ Selem os cavalos, preparem minhas tropas e ponha meu navio em alto mar! Vamos para a Irlanda, homens. Iremos atrás de minha filha Isabella!

**** **** ****

Longford, Irlanda.

_ Não fizestes isso, pai! _ Esbravejou o soldado furioso, sem se importar com sua mãe ou mulher que a tudo ouviam, apavoradas.

_ Diminua o tom de voz. _ Avisou o Barão com uma calma e precisão inacreditáveis, logo depois olhou para as duas mulheres que a tudo assistiam e dirigiu-se a elas com a voz afável. _ Perdoem Edward. Não precisaram ouvir mais isso. _ Sorriu antes de se voltar para seu filho. _ Conversaremos em um lugar mais privado. _ Ordenou sutilmente, enquanto caminhava calmamente para fora da sala.

Antes de acompanhá-lo Edward lançou um ultimo olhar a Isabella, pressentindo que quando voltasse da conversa as coisas não seriam as mesmas.

O Barão guiou o filho até a biblioteca, onde o som de seus gritos e rugidos jamais seria ouvido por Esme ou Isabella.

_ Como pode?

_ Fiz isso pelo bem dela, sabes bem disso.

_ Não pai. Não percebes que isso irá me separar dela. _ Condenou o soldado, enquanto andava de um lado a outro. _ Seu pai Charlie provavelmente virá buscá-la e não nos veremos mais. Entendestes?

_ Deixe de drama, Edward. Será a escolha de Isabella com quem permanecer.

_ Duvidas de que ela o escolherá? Pai, Isabella não lembra-se do pai e a dias atrás mal sabia quem era. Não achas que Isabella pertence a Charlie, seu pai? _ Edward suava frio quando tirou o paletó e ergueu as mangas de sua blusa.

_ Isabella ama você, apesar de ser o direito de Charlie levá-la consigo. Porém, há uma maneira de fazê-la ficar com você e poder nenhum separá-los. _ O sorriso do Cullen surpreendeu Edward. Como ele poderia sorrir em momento como esse?

_ E qual seria a salvação?

_ Case-se com Isabella. Coloque meu sobrenome naquela mulher e torne-a sua por direito.

Edward parou subitamente, olhando espantado para o pai. A palavra casamento enchera sua mente e ele já não tinha mais a certeza de que seu pai falara aquilo.

_ Qual é surpresa? _ A diversão de Carlisle fora mal disfarçada.

_ Não posso... Casar-me com ela. _ Balbuciou o soldado.

_ É medo que ouço em sua voz, Edward?  Case-se com ela e seus problemas sumirão.

_ Não temos a benção de seu pai.

_ Não há problema para isso. Eu voz concedo a benção.

_ Não há moradia.

_ Possuo um Palácio na França, Inglaterra e Itália. Escolha o que mais o agrada.

_ Charlie não aprovará... _ O desespero de Edward era cômico para Carlisle.

_ Filho, não há o que temer. Você a ama e ela retribui a esse sentimento.

Não havia nada mais embaraçoso para Edward do que tocar no assunto “casamento”. Ele amava Isabella – isso era fato –, mas unir-se a ela e manter-se atado a tal era o obstáculo mais difícil que ele encontrara. Para ele, o amor não era sinônimo de prisão.

O soldado nunca fora pego em tal momento de fraqueza, porém nunca se encontrou tão vulnerável como agora, diante do pai.

Mas ele precisava dela e o simples pensamento de perder Isabella despertava em si uma angustia jamais sentida. O sentimento de solidão nunca mais visitara o coração de Edward desde que a pequena e frágil mulher adentrara em sua vida. E nesse caso, o amor era o sinônimo de libertação.

Os conflitos internos eram muitos, mas o toque sutil do Barão o despertou.

_ O deixarei só, porém sabes que Charlie está vindo ao nosso encontro e tempo é o que lhe vai faltar. Não há tempo para hesitação Edward. _ A face séria pôs um fim a toda diversão. Carlisle deixou, sob uma pequena mesa, uma caixinha aveludada que continha o brasão dos Cullen’s. _ Caso não use essa aliança, devolva-a para mim. _ Avisou o Barão, instantes depois, retirando-se da biblioteca.

E Edward ficou lá parado, absorto nos próprios pensamentos, fitando a pequena caixa que guardava seu destino. A coragem, que sempre esteve tão presente em sua vida, tornara-se escassa.

_ Edward? _ Chamou a voz tão conhecida e desejada por ele. _ Posso entrar? Atrapalho algo? _ Bella estava parada diante da grande porta de madeira, hesitante.

O soldado engoliu o temor e tentou emitir a voz mais confiável que possuía.

_ Entre Bella. Estava a sua espera. _ Enquanto se aproximava Isabella notou o quanto seus cabelos estavam bagunçados e a ausência do paletó de Edward.

_ Aconteceu algo?

_ Não é nada. _ Afirmou rapidamente. _ Venha até aqui. _ Abriu os braços para Isabella e ela prontamente se encaixou neles, notando a fina camada de suor que iluminava o pescoço de Edward.

_ Estás suado...

_ Faz calor.

_ Não faz não. Faz tanto frio que Esme suspeita de uma possível geada esta noite. _ Ele não a olhava, mas Bella mudou isso no momento em que segurou o rosto do homem e o forçou a olhá-la. _ Conte-me Edward... Talvez eu possa ajudar.

Isabella o fitava de maneira tão afetuosa que fora impossível para Edward imaginar-se sem ela. Ele a desejava para si. Ele a queria de todas as formas... E a única coisa que garantia isso a ele era o casamento.

Não houve mais hesitação.

Edward libertou-se de Isabella e pegou a pequena caixa de veludo. Por mais contraditório que aparentava ser, não havia momento mais propício para aquilo.

_ O que é isso em suas mãos? _ Indagou a mulher. Edward riu.

_ Como és curiosa! _ Riu novamente, eliminando um pouco da tensão.

_ É porque faz mistérios demais. E além... _ Edward fora mais rápido e a silenciara, aproximando os corpos o suficiente.

_ Shh... Não dificulte as coisas. _ Sussurrou o homem; a voz rouca provocando arrepios em Isabella.

Uma grande quantidade de ar fora inalada por ele.
A escassa coragem havia voltado e o temor fora embora.

Aquele era o momento, e – aumentando a voz consideravelmente – pôs-se a falar com Isabella.

_ O certo era pedir a permissão de seu pai. Deveria levá-la para aquele pequeno lago, que fomos mais cedo, e fazer o pedido terna e docemente... Não irritado e suado como estou agora. _ Os olhos chocolates fitaram Edward, a dúvida sendo substituída por algo maior. _ Mas é entre os livros que eu o farei a você.

E então ele se separou, ajoelhando-se na frente de Isabella, fitando-a de um jeito abrasador. As mãos másculas abriram a caixinha e duas grossas alianças de ouro – com o símbolo dos Cullen’s – apareceram.

As pernas de Bella tremeram; ela sabia o que estava por vir.

_ Senhorita Swan, aceite este anel como prova de meu amor. Aceite meus sentimentos e conceda a mim a exclusiva vitória de tê-la como companheira para o resto da vida. E eu a amarei até que as estrelas caiam do céu. Aceitas o meu pedido? _ Edward engoliu em seco, amaldiçoando-se por proclamar o pedido mais vazio que já fizera.

Isabella Swan tremeu da cabeça aos pés, engoliu em seco e sentiu falta do ar. Mas em meio a tantas reações seu coração respondeu por si, e ela se viu sorrindo e dizendo em alto e bom tom:

_ Sim.

Isso bastou para o que Edward desse o melhor sorriso.

E ele a beijou na mão, no pescoço e na face até que finalmente chegasse aos lábios, para logo em seguida beijá-la da maneira mais amorosa que o momento permitia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... É impressão minha ou vejo um lemon mais a frente?
Comentem e recomendem.
Próximo capitulo sai na terça ou segunda.
Beijos.