O Soldado da Rosa Vermelha escrita por Mari_Masen


Capítulo 10
Quem tem o mais doce dos frutos, quer prová-lo.


Notas iniciais do capítulo

Oe! Mais um capitulo fresquinho para vocês! Agradecendo novamente a todos que comentaram e indicaram a fic. Fiquem atentos aos seus comentários, costumo responde-los e deixo muitas dicas do que vai acontecer na fic.

Capitulo dedicado a BellaV que indicou a fanfic. Obrigada! :D

Boa leitura.



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Quem tem o mais doce dos frutos, quer prová-lo. 

 

 

algumas coisas sobre as quais não falamos

Melhor continuarmos assim

E simplesmente segurar o sorriso

Apaixonando e desapaixonando

Envergonhado e orgulhoso

Juntos todo tempo.

...

Never say never – The fray

 

 

A cabeça pesava mais do que qualquer tonelada, os olhos teimavam em fechar e o galopar do cavalo reproduzia um som estranho e ao mesmo tempo insuportável. Mas, por ele, ela agüentaria. Enfrentaria todo o inferno se fosse preciso... Mal sabendo que ele também faria o mesmo.

 

Lutar para manter-se acordada havia se tornado impossível, mas toda vez que fechava os olhos, sentia a mão grande de Edward apertar sua cintura, avisando-a para não se entregar. Era daquele pequeno e simples aperto que ela tirava sua força e não se entregava ao cansaço e dor.

 

O cavalo corria em sua máxima velocidade, porém, isso não era o bastante para Edward. Ele queria mais, queria estar longe dali, levar a mulher – que repousava fraca sob seu peito – para um lugar seguro e aconchegante, tirar todos os pesadelos que ocupam o coração dela e – quem sabe – prende-la junto a si e nunca mais deixa-la escapar. Ele não sabia mais o que fazer diante da situação; um lado o mandava abandonar a mulher numa estrada qualquer, enquanto o outro lutava para que isso não acontecesse.

 

As batalhas internadas – travadas por seu ser – não o perturbavam tanto, graças a um pequeno corpo que roubava toda a sua atenção e bloqueava qualquer idéia maluca e sem nexo que passava por sua mente.

 

O cavalo estava muito cansado, os galopes foram reduzidos pelo animal – que ignorou todas as chicotadas que recebia de Edward – e suas patas tremiam, ele ofegava, assim denunciando que havia chegado ao seu limite. Para o homem, isso era o que de pior poderia acontecer. Forçou o cavalo a trotar rápido e o guiou pelo pequeno bosque até chegar ao pequeno chalé que, durante muito pouco tempo, habitou.

 

A grande e áspera mão direita repousava na cintura perfeita de Bella, mantendo-a junto a ele e evitando que o corpo mole desabasse sob o chão; às vezes era necessário aperta-la levemente para que a mulher não desmaiasse e, quem sabe, entrasse em coma. O corte ainda sangrava.

 

Edward desceu do cavalo e, com cuidado, retirou Isabella da cela e a carregou novamente até a casa, onde a depositou no pequeno e velho sofá da sala.

 

_ Bella, está me ouvindo? _ Perguntou segurando, com as duas mãos, o rosto da mulher. Ela assentiu muito levemente. _ Preciso vê-la de olhos abertos, entendeu?  Eu sei que está doendo, mas seja forte e isso logo irá passar. Preciso de você acordada. _ Acariciou muito brevemente a face da mulher, que mantinha uma careta de dor no rosto, e a deitou melhor no sofá para logo após deixá-la sozinha e correr em direção a cozinha, onde pegou um pequeno pano e o molhou, voltando para a sala e puxando um banco velho para o lado do sofá, para se sentar nele.

 

Limpou novamente todo o sangue que sujava o pescoço e testa de Bella, firmou o pano sob o corte e acariciou o rosto da mulher quando a mesma se contorceu de dor. Murmurou palavras tranqüilizadoras, que até ele desconhecia, e apertou fortemente a mão da mulher que, novamente, se contorcia.

 

Ficou ali por horas, tranqüilizando-a e sussurrando palavras doces – e desconhecidas – que tanto acalmavam a mulher que logo sentia a dor passar. Não sabia fazer isso – sequer cogitou a idéia de, um dia, tranqüilizar uma mulher –, mas sentia que aquilo era tudo que ele poderia dar a ela... Por enquanto.

 

Quando viu que o corte já não mais sangrava, retirou o pano ensangüentado do machucado e o colocou num canto qualquer, instantes depois voltou para o lado de Bella que o fitava agradecida.

 

_ Escute com atenção, pois só falarei uma vez. _ Começou ele, e Bella sentiu um friozinho na barriga com o tom sério da voz do homem. _ Eu estava enganado, o Conde não morreu e, quando se recuperar, virá atrás de nós. Precisamos fugir, o mais rápido e longe que conseguirmos, para que nada aconteça a você... e a mim. _ Edward observou a face de Isabella mudar drasticamente e temeu pela opção que ela escolheria. _ Nós... Vamos sair do Condado por alguns meses e retornaremos para buscar Marlene que se encarregou da tarefa de retardar as buscas do Conde. Porém, _ Respirou fundo, como se tivesse adquirindo coragem _ Preciso saber se irás comigo ou se desejas permanecer aqui.

 

Ele aguardou pacientemente pela resposta muda de Bella, por fora calmo, mas por dentro explodindo de ansiedade. Não gostava de esperar, porém, perto de Isabella, isso era o que mais fazia.

 

A face delicada de Bella se contorceu em uma careta quando se sentou – sendo amparada pelos braços de Edward – e fitou melhor a face máscula diante de si, procurando entender ao máximo as palavras, antes ditas, por ele.

 

Fugir das torturas do Conde sempre fora um sonho vago que ela e Marlene possuíam, mas tudo não passava de um simples devaneio e, agora entender que o que desejou estava acontecendo, tornava-se um pouco difícil. Fugir parecia-lhe uma ótima escolha – ainda mais com Edward –, porém deixar sua quase-mãe para trás era o que a perturbava. Não poderia simplesmente virar as costas a mulher que tanto a amou e, simplesmente, ir embora.

 

O soldado notou as mudanças bruscas na face da criada e logo percebeu que aquilo era um claro sinal de que a idéia de permanecer passava por sua mente. Apressou-se em esclarecer tudo.

 

_ Nada de ruim acontecerá à mulher, Bella. Ela é esperta o suficiente para saber manter-se viva e esperar por nós. Escute, não estou lhe dizendo que irás embora e nunca mais voltará, pelo contrário, ficarás “desaparecida” por tempo indeterminado e, quando as buscas por você diminuírem, voltaremos e buscaremos Marlene, para depois fugirmos definitivamente. _ O silêncio que se seguiu foi à resposta que Edward esperava. Bella afirmou brevemente – a dúvida ainda nos olhos. O homem segurou a pequena e delicada mão e a apertou, transmitindo toda a confiança de que a mulher precisava.

 

**** **** ****

 

Edward arrumou a única mala que trouxe – para as roupas –, arrumou os mantimentos da casa e pegou a quantia razoável de dinheiro que havia trazido para se manter durante as férias. Durante todo o processo, Bella permaneceu deitada na cama do quarto do homem, proibida de mover um músculo sequer para o bem de sua melhora; Edward já havia a imaginado ali, deitada e nua, porém, machucada e frágil era o que ele menos esperava.

 

O cavalo foi alimentado com pequenas maçãs a muita água, para aguentar a corrida até o Condado de Longford que até então era o lugar mais seguro para estarem – levando em consideração a grande distância e a população mínima. Com sorte, chegariam lá em menos de dois dias, cavalgando dia e noite.

 

Edward precisou ir até o vilarejo do condado para pagar o aluguel do pequeno chalé e anunciar que não mais voltaria. A mulher, que apesar de velha era bastante esperta, estranhou a quebra antecipada do contrato, mas ao contestá-lo recebeu uma boa dose de palavras ásperas e frias, fazendo-a calar a boca e nada reclamar. As noticias corriam rápido pelo vilarejo e quase todos já sabiam do estado crítico do Conde e também de que sua criada muda havia desaparecido; ainda não tinham pistas características do homem que havia o agredido, isso deu o tempo necessário para Edward sair do vilarejo.

 

Ao chegar ao chalé, escutou um barulho estranho, como se algo houvesse caído. Apressou seus passos até o quarto e se deparou com Bella caída no chão e arfando de dor.

 

_ Você é surda? Disse-lhe para não levantar! _ Esbravejou um tanto furioso pela ignorância da mulher perante o seu pedido. Foi até ela e, por mais que estivesse com raiva não a levantou de modo rude, pelo contrário, pegou-a com delicadeza, porém não deixando a raiva de lado. A cabeça de Bella estava baixa e a careta de dor ainda estava ali, quando ele levantou seu queixo para que ela o olhasse. _ Nunca mais faça uma idiotice dessas novamente! Escutou? Já basta o corte em sua cabeça, quer terminar com um braço ou perna quebrado?! _ A face de Edward estava vermelha e uma veia saltava de sua testa; uma das coisas mais odiadas por ele era quando o desobedeciam, no exército isso era resolvido com punições severas.

 

Mas Isabella não era nenhum militar e muito menos algum subordinado seu que obedecia todas as suas ordens. Trata-la mal havia se tornado um grande erro de Edward.

 

A dor da mulher fora substituída pela raiva de ser tratada assim. Nem para ele ela se rebaixaria e não a ter salvado não servia de motivo para isso. A fúria do homem não havia justificativa. Afinal, que mal há em se levantar para retirar a dor das pernas?

 

A face de Bella adquiriu a mesma cor rubra do homem e os lábios formaram um pequeno e engraçado bico, se desvencilhou das mãos do homem rudemente e isso a vez cambalear pela tontura e novamente negou o amparo de Edward que logo percebeu que ficar nervoso não era a coisa certa.

 

Inspirou profundamente duas vezes e, quando se voltou para a mulher, já estava mais calmo e a face já havia voltado para sua cor normal. Aproximou-se novamente de Isabella e rodeou sua cintura, ela tentou se desvencilhar, mas o aperto era firme e forte e logo a fraqueza a venceu e se rendeu, encostando sua cabeça no peito musculoso do homem.

 

_ Me... Desculpe-me. _ Começou Edward; para ele pedidos de desculpas não eram nada freqüentes em sua vida. Aquela simples palavrinha já era um avanço para ele; Bella sabia o quão orgulhoso e prepotente era aquele homem e sabia reconhecer – nos olhos dele – o arrependimento com uma simples análise em seu rosto. Havia ficado com raiva, assim como Edward, mas sabia que ele tentava a todo custo controlar seu gênio perto dela. Isabella se contentava com isso.

 

Piscou lentamente e sorriu brevemente a ele, assim, dizendo que seu pedido foi aceito.

 

Edward não se conteve, apenas um braço a rodeando não bastava para ele. Afastou-se minimamente e a ergueu do chão, colocando-a em seu colo e a aconchegando mais. O contato de seu pequeninho, delicado e quente corpo era o bastante para ele... Por enquanto.

 

_ Precisamos ir, já perdemos tempo suficiente aqui. Beba água e se alimente no caminho, não temos tempo para parar, Bella. A viagem será longa e se passares mal, avise-me. _ A mulher em seus braços acenou. Já estava se sentindo muito melhor, porém ainda não conseguia ficar em pé, mas nos braços do homem se sentia bem e o cheiro que ele exalava era másculo e ao mesmo tempo doce, sempre inspirava profundamente – aproveitando o perfume – quando os braços musculosos de Edward a envolviam de maneira protetora. Ao contrario dele, Isabella não encontrava dificuldade em declarar de que ali era o melhor lugar em que já esteve.

 

Edward trancou o pequeno chalé e colocou a chave embaixo do carpete – seguindo as instruções da dona da casa –, improvisou uma bolsa nas laterais do corpo do cavalo e lá colocou sua bagagem e mantimentos. Reconhecera que o animal era de belo porte e possuía pernas musculosas, servindo de prova de que ele era um exímio corredor.

 

Bella avistou o cavalo a alguns metros e se lembrou dele, era o preferido do Conde. James havia pagado uma quantia absurda por ele e ela se sentia mais confortável ao saber que não teria problemas com o animal.

 

Cavalo: http://www.oscavalos.com/images/compra-cavalos.jpg

 

O soldado colocou Bella – sem dificuldade alguma – em cima do animal e depois o montou com destreza e elegância, rodeando um braço pela cintura de Isabella e a aproximando de seu corpo de modo que as costas a mulher se colassem em seu peito, o outro braço segurou as rédeas do cavalo e a puxaram. Logo o animal começou a correr e eles se viam mais e mais distantes do Condado. Durante a corrida, Edward inspirou profundamente e ficou satisfeito quando sentiu o tão amado cheiro de morangos nos cabelos de Bella; o modo em como o corpo pequeno se encaixava perfeitamente ao seu não ignorado por ele.

 

A cada segundo se afastavam do Condado, rumo a uma nova vida.

 

**** **** ****

 

Eles correram por horas e horas, a noite toda e parte da manhã, o animal estava muito cansado e precisaria descansar ou então cairia e levaria Bella e Edward, consigo.

 

 Já haviam passado da metade do caminho, não seguiam pelas precárias estradas de chão, corriam floresta adentro, encurtando o caminho. O alimento que Edward carregava os manteve, mas já estava acabando e isso – de certo modo – o preocupava. Ele não sentia fome se ficasse algumas horas sem comer – recebera esse treinamento no exército –, porém Bella estava frágil e uma ou duas horas sem água ou alimento poderiam causar a ela um desmaio. Edward não queria isso, ele prezava por sua saúde.

 

O leve sol da manhã os esquentava de uma noite fria de ventos gélidos, Isabella se arrepiava mais e mais com cada vento que lhe acariciava a pele, Edward a sentia estremecer e a apertava mais junto a si, tentando esquentá-la.

 

Houve um momento em que realmente precisou parar. A floresta havia desaparecido e uma planície coberta de pequenas lagoas e árvores revelava-se enchia a visão de ambos, havia água abundante ali e, quem sabe um pouco mais distante, alguma árvore frutífera.

 

Paisagem: http://i1.trekearth.com/photos/2829/lagos_alentejo.jpg

 

_ Vamos parar por aqui, Bella. _ Avisou ele em seu ouvido, logo em seguida desceu do cavalo e levou a mulher consigo; retirou a cela do cavalo e o soltou, o animal apressou-se em beber água e após estar saciado repousou sob a sombra de uma árvore.

 

Isabella já estava melhor e conseguia andar, a coluna doía por ficar tanto tempo sentada e o estomago reclamava a falta de comida, mas ela não se incomodava – ela não estava desesperada por comida –, e se dependesse dela ficaria um bom tempo sem contar a Edward que estava com fome até que o mesmo percebesse. Afinal, ela era forte e não seria uma tola e boba fome que a derrubaria.

 

Logo quando pôs os pés no chão foi em direção a uma das lagoas e se ajoelhou para poder beber a água gelada pelo frio da noite, molhou o pescoço e os braços – tomando cuidado para Edward não ver suas cicatrizes – e passou suavemente os dedos sob seu machucado e quase não doía.

 

Edward fez o mesmo que a mulher, exceto o fato de encher as mãos de água e jogar sob o cabelo, arrepiando-o e o fazendo adquirir uma cor escura, diferente do bronze, retirou os sapatos e se sentou debaixo de uma enorme árvore, repousando as costas no tronco e fechando os olhos brevemente – não sem antes olhar para Bella e ver que estava bem.

 

Uma única maçã serviu de comida para o cavalo, seu pelo fora acariciado repetidas vezes pelas as mãos pequenas e delicadas de Isabella.

 

Há alguns metros de distância de Bella estava Edward que dormia profundamente, não era sua intenção dormir, mas o cansaço era tamanho que no momento em que seus olhos se fecharam ele adormeceu.

 

Acordou quando dois braços rodearam sua cintura e uma cabeça repousou sob seu peito, os cantos de seus lábios formaram um sorriso quando o doce cheiro de morango o fez reconhecer que era Bella. Sem dar sinais que acordou, rodeou lentamente os braços no corpo da mulher e repousou sua bochecha no alto da cabeça de Isabella, que no mesmo instante, fechava os olhos e mergulhava no mundo dos sonhos, sentindo-se protegida pela presença de Edward.

 

Bella falava mais com os olhos do que Edward com a boca. Ela sabia se comunicar com ele, porém, quando era a vez do homem, as palavras não saíam e os sentimentos eram ocultados.

 

Tanto a boca, como o corpo, eram convites tentadores a Edward.

Ele desejava sentir novamente o doce mel dos lábios de Bella.

Desejava explorar cada centímetro do pequeno corpo, ora com a boca, ora com a mão.

Ela era o seu fruto proibido... E para ele o proibido sempre seria o mais excitante.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Continuem escrevendo os comentarios maravilhosos que tanto me inspiram.

Quero avisar que vou ler sim as fanfic que me recomendaram por e-mail, só estou meio atolada e quase nao tenho tempo para escrever essa fanfic.

O que será que vai acontecer no proximo capitulo?

Beijos e até o proximo.