Percy Jackson e o Enigma de Afrodite escrita por Anne Sophie


Capítulo 28
Encontro com o Rio Lete.


Notas iniciais do capítulo

Shhhhhhhhhhhhgay!



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O nervosismo tomava conta de mim. Não, não era o efeito de Ares, ele e Afrodite já tinham ido embora há alguns minutos com alguma desculpa de chá das cinco. Sei. Chá das cinco. Afrodite e Ares. Rá, até parece!

Continuando, eu estava na sala do trono, impaciente enquanto uma Annabeth super calma estava ao meu lado lendo um livro de arquitetura, para variar um pouco. Encarei-a estarrecido.

– Como você consegue ficar calma com essa muvuca toda aqui? – Perguntei esfregando a minha palma da mão direita. Aquela marca estava coçando muito!

– Autocontrole, algo que você não tem. – Ela me respondeu virando a página, sequer me olhou. – Você devia fazer yoga, Percy.

Olhei embasbacado para ela. Como assim eu não tenho autocontrole? Quem é ela pra falar isso? Um monge budista? Fala sério, Annabeth é a pessoa mais estressada e sem autocontrole que eu conheço. E olha que eu conheço muita gente.

Bem que eu falaria isso, mas fui interrompido por um Nico abrindo as portas da sala desesperadamente e correr até nós. Nico sempre chega na hora certa.

– Percy, temos que ir! – Ele falou quando parou na minha frente, estava todo suado. – Coloquei Rachel em uma cama no quarto de Apolo.

Foi só a boca santa dele abrir e falar aquilo que a minha marca de status coçando passou para doendo até perder a mão. Dei um berro de dor e segurei meu pulso com força, aquilo estava doendo demais!

Annabeth finalmente largou aquele maldito livro de arquitetura e segurou minha mão preocupada. Nós três olhamos abismados para a marca que parecia absorver cada vez mais o negro que possuía nas pontas, deixando uma cicatriz da cor da minha pele um pouco profunda. Agora o sol parecia mais um pirulito preto, apesar de ainda ter os raios em tamanho pequeno, muito pequeno.

– Caraca. – Nico falou alongando cada sílaba. Eu e Annabeth concordamos em silêncio. A dor que antes eu sentia desapareceu num passe de mágica.

– Temos que ir. Agora. – Falei sério, tentando não deixar o desespero sair pela minha voz. Os dois me olharam determinados. – Okay, eu acho que tenho um plano. Mas primeiro preciso de alguém.

Segui até um dos janelões da sala e assobiei o mais alto possível, acho que até perdi um pouco da minha audição. Fiquei esperando um tempo até um vulto negro sobrevoar o Olimpo e assim parar no centro da sala.

Chefe! Quanto tempo!

Blackjack relinchou feliz enquanto eu andava até ele. Fiz um carinho em seu focinho.

– Blackjack! Graças aos deuses você ouviu o assovio! – Ele relinchou de novo. – Preciso de sua ajuda, e só você pode fazer isso!

Estou às suas ordens, chefe!

– Tudo bem, preciso que leve Annabeth até o Acampamento. - Parei de falar quando ele disse que aquilo ia ser mole. - Mas, terá que trazê-la de volta com o Oráculo.

O QUÊ? Eu não vou carregar aquele defunto! Me recuso, chefe! Pode chamar outro!

– Mas só você é corajoso o suficiente! - Tentei contra argumentar, mas ele não me ouvia. - Olha, eu te dou torrões de açúcar! Quantos você quiser!

Opa, torrões de açúcar? Quantos que eu quiser? Sério mesmo? Assenti confirmando e ele relinchou. Oba, vamos logo, vamos logo! Você é o melhor, chefe!

Falei para ele esperar e assim fui até Annabeth e Nico para explicar o plano.

– Você é louco, Percy! - Annabeth exclamou. - Alguém já te avisou que seus planos são horríveis?

– Sim, você e mais metade da população mundial. - Falei dando de ombros. Nico suspirou derrotado.

– Você quer que meu pai faça churrasquinho da gente, não é? - Eu ri da afirmação dele e dei duas batidinhas no seu ombro.

– Coragem homem! - O sacudi e ele arregalou os olhos. Quando olhei para Annabeth ela já estava montando em Blackjack.

– Eu já vou, o tempo é curto. - Blackjack deu dois passos pra trás e abriu as asas. - Boa sorte no Mundo Inferior.

E assim saiu voando. Sério, sem despedida, nem chororô. Acho que ela não cogitou a ideia de perder o namorado de vez. Tudo bem, acho que posso seguir em frente com isso. Dei um tapa na parte de trás da cabeça de Nico para fazê-lo parar de rir.

– Vamos pirralho. - Comecei a andar até os jardins sem esperá-lo.

– Hey! Mas você não acabou de me chamar de homem? - Ele berrou correndo atrás de mim, dei uma risada. - Percy!

Parei de andar para encará-lo. Ele normalizou a respiração.

– Que foi? - Perguntei apertando o botão do elevador. Ele bufou.

– Não acredito que vai esperar o elevador chegar, vamos logo. - Então ele segurou meu pulso e assim fui puxado para as trevas. De novo.

Quando Nico soltou minha mão eu finalmente senti a terra tocando meus pés. Relutante eu abri os olhos e me vi plantado de frente ao famoso rio Estige, aquele que me deu o poder da invencibilidade. Olhei para o meu lado e vi um Nico de aparência saudável, até estava corado.

– Não era pra você estar rodando que nem uma barata tonta e assim cair de cara na aria preta desmaiado? - Perguntei arqueando uma das sobrancelhas, ele fez o mesmo com uma das dele.

– Err... Não? - Ele fez uma cara de retardado. - Aqui é o reino do meu pai, fico mais forte aqui, dã-ã.

O olhei como se fosse um retardado com sérios problemas mentais. Quem fala "dã-ã"? Pelos deuses!

– Tudo bem, vamos logo, sua presença estranha está afetando o meu cérebro. - Comecei a andar deixando um Nico irritado pra trás de novo. - Ah, um momento.

Eu parei do nada fazendo Nico bater em minhas costas. Ele soltou um "ai" e ficou resmungando.

– Que foi, Percy?

– Vamos ter que atravessar o Lete, de novo*? - Perguntei abismado apontando para o largo rio que fez apagar a memória de diversas pessoas. Nico ficou vermelho. - Qual é, Nico! Você, filho do deus dos mortos, podendo viajar pelas sombras, nos deixa justamente do lado ERRADO do rio? Só te matando, mesmo!

Vi-o encolher os ombros. Tudo bem, é só uma criança. Uma criança tarada e que brinca com os mortos, mas ainda assim uma criança. Suspirei.

– Nico, não fica assim. Vamos lá, eu controlo as águas e você passa bem rápido, ok? - Ele assentiu e foi andando meio desanimado até as margens do rio. Ele vai ficar melhor.

Fechei os olhos e respirei fundo, focando toda a minha concentração - que era pouca. Senti aquele famoso repuxar no abdômen e ergui um pouco as mãos.

– Já passei, pode vir! - Nico falou lá do outro lado. Abri os olhos e vi uma passagem como um arco de água. Eu tinha que tomar cuidado, uma gota daquela água e minhas lembranças iam pro brejo.

Comecei a andar devagar. Pisei dentro do rio e a cada passo que eu dava mais eu controlava minha força. O único pensamento que eu tinha era "Não se molhe, não se molhe". Até que eu me desconcentrei. Quem manda não olhar por onde anda? Só lembro de sentir eu pisar em falso e então o chão foi embora, tudo em câmera lenta. Vi a primeira gota cair do arco de água e seguir em minha direção, caindo no meu ombro direito. A ardência tomou conta de mim enquanto as outras gotas seguiam o caminho da primeira, até eu finalmente estar embaixo do rio Lete.

Era como se eu estivesse revivendo tudo. A ardência, a falta de ar, as lembranças passando por minha frente. Era horrível, tudo horrível. Até que eu comecei a pensar: "Quem sou eu? Qual é o meu nome? O que eu sou?". Eu já não tinha forças até que eu ouvi uma voz muito profunda e autoritária em minha cabeça dizendo "erga-se".

E foi o que eu fiz. Não sei de onde saiu aquela força, mas quando me levantei a água explodiu, espalhando-se para todos os lados como uma bomba. Eu estava mais forte, mais invencível e com a memória. Eu me lembrava de quem eu era e o que eu sou.

A passos fortes de determinados saí do rio Lete, que apesar de eu ter jogado boa parte de sua água para fora ainda jorrava em abundância. Eu brilhava, parecia até aquelas lanternas que se coloca for dos trailers para atrair os insetos. Bela comparação.

– Percy! Pelos deuses! - Nico arquejou. Seus olhos estavam do tamanho de duas laranjas. - Você está vivo! Pensei que tivesse perdido sua... Opa! Você se lembra do seu nome?

Decidi brincar com ele um pouquinho. O olhei confuso e ele engoliu em seco. Cocei minha cabeça.

– Meu nome é James? – Ele colocou as mãos na boca e reprimiu um grito. Comecei a rir da sua cara.

– Claro que sim, Nico. - Girei os olhos, ele sorriu aliviado. - Vamos logo visitar seu pai.

– Vamos, lanterninha. - Ele começou a rir de sua piada sem-graça. - Sacou? Lanterninha é porque você tá brilhando no escuro e é chato que nem os lanterninhas de cinema! Cara, eu sou ótimo.

– Eu já entendi, Nico, nem precisava explicar. - Dei-lhe um "pescotapa" e saí andando, deixando o idiota lá rindo sozinho.

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* em uma história em que o Percy atravessa o Lete. Não me perguntem em qual livro, só lembro que tem u.ú

Geeeeeeeeente, esse título é tão "Encontro com Fátima" AUHSAUSHAUSHAUSHAUSHAUSHASUHAUSHAUSH

Morrendo de rir aqui!

Olha, eu acho que tenho que dar uma explicação pra vocês devido à minha demora.

Eu pretendo passar esse ano no vestibular, então o estudo está puxado, não tenho tempo para nada mesmo!

MÃÃÃÃÃÃS eu pretendo, PRETENDO, terminar essa história antes das férias de inverno, ou até elas chegarem, isso depende de quantas vezes eu posso postar.

ISSO NÃO SIGNIFICA QUE EU ESTOU ABANDONANDO A FIC, NÃO TIREM PALAVRAS DA MINHA BOCA! U.Ú

Acho que era só isso mesmo, a fic tá em reta final e a previsão é só de até no máximo 4 ou 5 capítulos oks?

AAAAAH, antes que eu me esqueça! Muuuuuuuuuuito obrigada a Whoops Penny pela incrivelíssima recomendação! Eu adorei!

Então agora eu acho que é só isso, gente!

Bjs

P.S.: R-E-V-I-E-W-S!!! Pleeeeeeeeeeeeease!

P.S.2: Por motivos de avisos dos leitores e pela minha perda de memória - não causada pelo rio Lete, mas sim por minha incrível burrice de não saber distinguir a diferença entre Lete Styx e Estige - eu troquei o nome dos rios, então o que era Estige na verdade agora é Lete!


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