Percy Jackson e o Enigma de Afrodite escrita por Anne Sophie


Capítulo 23
Minha segunda chance.


Notas iniciais do capítulo

Chegueeei!
Boa leitura pra vocês e eu falo no final!



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             Olhei para o corpo de Rachel que jazia na cama. Eu não conseguia acreditar, mas como só creio no que vejo, aquela cena estava pra lá de verdadeira. Nico acabou de fazer a prece e me olhou com pena. 

             - Percy, vem cá. - Eu segui meio relutante até Nico e olhei para o rosto pálido de Rachel.

             - O que é. - Minha voz estava rouca, quase não consegui ouvi-la.

             - Vem se despedir de Rachel. A gente não pode fazer mais nada, não sinto sua alma aqui. - A frieza de Nico quase me fez pular em cima do pescoço dele.

             Ajoelhei-me ao lado dela e peguei sua mão. Um formigamento fraco começou a surgir em minha mão, mas eu ignorei. Depois de um tempo esse formigamento começou a aumentar de intensidade até que de repente eu levei um choque. 

             Afastei-me assustado e olhei para minha mão. Ela estava vermelha e bem no centro da palma da minha mão havia um uma cicatriz que eu tenho certeza de que não estava antes. Como se tivessem perfurado minha mão com uma faca, estava desenhado um sol muito estranho, como aquelas pinturas antigas, do tamanho do meu polegar. Mas o mais estranho era que ele estava escuro e soltava fumaça.

             Olhei para Rachel e vi sua mão envolta de uma luz verde bem clara, mas ela estava desaparecendo. Eu acho que falei alguma coisa bem idiota ou gritei, mas eu só lembro-me de ver Nico olhando assustado para mim e Annabeth falar meu nome, então uma dor muito forte tomou conta da minha cabeça e eu apaguei.

             Acordei com um bicho muito estranho olhando para mim. Era uma mistura de pelicano com tucano muito feia, e ele não parava de grasnar. Tentei virar a cabeça, mas a dor que eu sentia piorava. Decidi ficar um tempo só olhando aquele treco estranho e ouvindo seus grasnados, mas não pude ficar porque ele logo bicou o meu nariz.

             - Ei! - Levantei enxotando o bicho de cima de mim e ignorando a dor. O maldito pássaro parecia estar se divertindo às minhas custas. Certo, pássaros definitivamente não gostam de mim.

             O tulicano - sim, decidi chamá-lo assim - veio pro meu lado e começou a me puxar pela blusa bicando-a. Decidi seguir o bicho pra não criar problemas, então fui atrás do treco que agora percebi que também tinha pernas de flamingo.

             O sol batia tão forte que eu poderia virar um assado de Percy em qualquer instante. Andando, percebi que eu estava em um lugar muito mais estranho que o tulicano que eu estava seguindo. Era como se eu estivesse em três lugares ao mesmo tempo: deserto, selva e praia. As plantas eram muito estranhas e pareciam me seguir com "olhos". Sinto-me a Alice em Alice no País das Maravilhas. Patético.

             O tulicano parou do nada e eu sem querer esbarrei nele. Olhei em volta e vi que estava na divisa entre os três territórios, estava mais quente do que nunca. Então eu reparei que o sol estava no chão. Olhei para aquela luz cegante sentindo meus olhos cegarem, até que a luz diminuiu de intensidade até tudo ficar escuro.

             Eu não conseguia enxergar nada. Do meu lado eu ouvi o granado estridente do tulicano e ouvi as passadas dele, então decidi segui-lo. Me orientando pela audição, ouvi o tulicano parar e eu parei exatamente ao seu lado. Na minha frente eu ouvia a respiração pesada de alguém, ouvi o tulicano gemer de tristeza e se abaixar.

             Então a luz foi aparecendo na minha frente, bem fraca, mas mesmo assim eu pude ver. Na minha frente eu vi Apolo ser confortado pelo tulicano. Ele estava tão irreconhecível, mas eu poderia reconhecer seu poder a quilômetros de distância graças à bênção. Sua aparência parecia a de um homem de noventa anos ou até mais, e isso me preocupou porque já vi meu pai no mesmo estado.

             O velho Apolo tossiu e deu umas batidinhas fracas com a mão a mão enrugada na cabeça do tulicano, fazendo-o se afastar grasnando um pouco feliz. Seus olhos azuis claros se voltaram para mim e ele me deu uma risada fraca.

             - Olha como estou, Percy! Nem parece que sou o deus grego da beleza masculina! - Ele riu mais um pouco, mas teve que parar porque se engasgou. - Epa! Estou bem, estou bem!

             O tulicano, preocupado, tinha voltado para ver se ele estava bem, mas depois do aviso de Apolo ele voltou meio receoso para o canto que estava. 

             - Como você está? - Sua voz era rouca e fraca, mas eu ainda poderia identificá-la com a antiga. - Como o meu Oráculo está?

             Seu olhar foi tão penetrante que eu tive que desviar. Ele deu uma risada meio seca e tentou se sentar na cama, como não conseguiu eu fui ajudá-lo.

             - Rachel, ela... Ela morreu. - Falei olhando para o outro lado já esperando Apolo dar um ataque de deus mimado e adquirir sua forma divina. Mas ele apenas deu uma risada.

             - Isso eu já sei, meu caro. - Olhei para ele confuso. - Mas também sei que é uma mentira.

             Minha cara devia estar hilária, porque Apolo começou a rir muito, até gargalhar, mas toda hora tinha que parar pra respirar. Depois de um tempo e de um bom olhar irritado pra ele, Apolo parou de rir e pegou uma bombinha de ar, deu uma inspirada e depois a jogou  para trás da cama.

             - Me dê a sua mão, Percy. - Dei a mão esquerda. Ele revirou os olhos. - A outra.

             Dei uma risadinha sem-graça e estendi a minha mão direita em sua direção. Ele a pegou animado e a virou com a palma da mão pra cima com tanta força que eu achei que iria quebrar meu pulso.

             - Ahá! - Ele berrou. Nem parecia aquele velho na beira da morte. Deuses e suas bipolaridades, tsc. - Aqui está!

             Olhei para minha mão e então percebi que ele havia torcido para o lado errado. Gemi sentindo finalmente a dor me atingir e a vertigem me subiu por ver a minha mão do lado errado. Decidi ser forte e chorar que nem uma garotinha depois, pra não pagar mico na frente de um deus, então eu engoli meu choro e olhei confiante para a minha mão estraçalhada, então eu vi aquela bendita cicatriz com formato de sol.

             - Ah, a cicatriz. - Falei com pouco caso. Apolo apertou o meu pulso e eu engoli em seco sentindo meu nariz e meus olhos arderem. - O que tem ela?

             - Ah, então você não sabe? - Ele sorriu travesso com aqueles poucos dentes. - Sabe o que isso significa, Percy Jackson? Sabe?

             - Não.

             - Ah, então você vai saber agora. - Ele virou mais ainda a minha mão, fazendo a dor e a vontade de chorar aumentarem. - Isso significa que você tem mais uma chance. Isso significa que Rachel pode estar morta, mas o espírito de Delfos ainda está vivo dentro dela, e será ele que a manterá "inteira". Então preste atenção que eu não sou de dar segunda chance pra qualquer um.

             Assenti tentando soltar o meu pulso de sua mão, mas ele o segurou ainda mais forte, apertando-o ainda mais.

             - Gosto muito de você, Percy Jackson. Mais que isso, confiei a você cuidar de meu Oráculo e assim garantir a minha eternidade. O Oráculo de Delfos está confiado a mim durante eras e não será por causa de Afrodite que perderei minha eternidade. Então, Percy, quero que você pegue o corpo de Rachel e o esconda no Olimpo para mim. Para isso acontecer você terá que conversar com Ártemis, que está vigiando o Olimpo, já que o mesmo se encontra fechado. Use os argumentos que precisar, qualquer um, você tem que colocar o corpo de Rachel lá. Depois quero que você e seu amigo Nico irão até o Mundo Inferior e raptem a alma de sua amiga, para assim colocá-la no corpo dela. Entendido?

             - Sim.

             - Ah, mais uma coisa. Essa cicatriz, a do formato com sol, ela será sua orientação. Tudo que se faz tem um prazo, Percy, e ela demonstrará o seu. Agora ela está escura, então você ainda tem tempo até ela ficar clara. Se ao ficar clara e você não tiver conseguido fazer isso, esse será o fim da sua amiga e o meu. Agora pode ir.

             Ele soltou o meu pulso e a minha mão deu um giro de 360 graus, voltando ao normal. A dor parou e eu deduzi que o osso já havia voltado ao lugar. Olhei para ele irritado enquanto esfregava o pulso. Não vou deixar assim.

             - Eu preciso falar uma coisa. - Ele me olhou desinteressado. - Eu conheci um deus na mesma situação que a sua na guerra contra os Titãs. Ele parecia tão acabado quanto o senhor, mas eu o disse que não importa se o que você representa está sumindo, o que importa é que as pessoas acreditem em você e na sua existência até o fim.*

             Ele me olhou um pouco chocado e depois sorriu com os lábios, entendendo o que eu quis dizer. Então se levantou e começou a se transformar, voltando a forma que eu conhecia.

             - Ah, como é bom ter 18 novamente! Mas não pense que sua missão foi cancelada, Percy Jackson. Estou de olho em você e no meu Oráculo. - Ele fez um carinho na cabeça do tulicano.

             - Bonito pássaro. - Falei mentindo. Apolo nem percebeu e sorriu entusiasmado, mostrando aqueles dentes brancos de propaganda de colgate.

             - Sério? Eu também acho! - Ele deu uns tapinhas no pescoço do bicho. - O nome dele é tulicano. Sabe, é que ele é uma mistura de pelicano com tucano. Ok, tem um pouquinho de flamingo também, mas eu só percebi mais tarde.

             Eu comecei a rir, sério. Não acreditei quando ele disse exatamente o que eu pensei, até o nome!

             - Por que você tá rindo?

             - Nada, é que eu pensei exatamente esse nome! - Nós dois rimos.

             - Bom Percy, agora você tem que ir. Ai, acabou a folga! - Ele se espreguiçou. - Tenho muitas coisas pra fazer, mas vou ficar porque as coisas vão ficar interessantes pro me lado. - Ele deu um sorriso malicioso. - E pra você também.

             Ele se virou e estalou os dedos, fazendo a cama dourada com lençóis brancos se transformar em uma Ferrari conversível vermelha. Cocei meus olhos ainda não acreditando.

             - Agora, boa sorte primo! - Ele apertou a minha mão. - E cuidado com o que você pensa!

             Então ele deu um peteleco no meu nariz e tudo ficou preto de novo.

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 * Essa frase foi uma adaptação da conversa de Percy com Poseidon no palácio do deus. Gente eu sei que Pã morreu porque seu reino começou a desaparecer, mas Pá era um deus pequeno, além do símbolo principal de Apolo ser o sol, então espero que vocês tenham entendido minha explicação confusa x.x

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOI GENTEEE!

Tudibom?

Olha, eu sei que demorei, mas minhas provas já começaram de novo. Mas olhem o lado bom, é pra passar de vez!

Ok, eu sei que to enrolando, mas não posso fazer nada :S

Ah, vocês gostaram da notícia? hihihihi

Eu sei, ficou uma bostona, titica de cavalo. Culpa de Nyah, que formatou a página de docs e a nova fonte não me dá inspiração u.ú

Ai, to ouvindo Payphone e to emocionada, é sempre assim *--*

Maroon 5 for life, oks?

Tá, eu vou embora que vocês tão de saco cheio x.x

NÃO ESQUEÇAM OS REVIEEEEWS!

Bjs

Me controlando aqui pra não colocar P.S. :SSSSS


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