O dia amanhaceu nublado e frio, meio estanho para o verão. Olhei para a janela e a sombra não estava lá. Fiquei triste sem motivo. Aliás, por que eu ficaria triste de não ter visto meu amigo imaginário? Eu, hein.

Batidas na porta e logo depois vejo a cabeça da minha mãe para dentro do meu quarto. Ela sorriu para mim.

- Bom dia! O café já está na mesa. - E fechou a porta. Bocejei enquanto me espreguiçava o máximo que podia. Levantei e quando pus meus pés no chão senti um calafrio percorrer meu corpo por causa do frio.

- Ui. Que gelado. - Calcei chinelos e vesti um casaco grosso para me manter quente.

- Vem, Percy. Seu café vai esfriar. - Me sentei no lugar onde minha mãe indicou e encarei Paul, que estava calmamente tomando seu café enquanto lia o The New York Times. - O tempo está estranho hoje, não é?

- Uhm. Deve estar com problemas no Olimpo. - Todos assentiram. - Acho que deveria mandar uma mensagem de Íris para Quíron.

Quando eu terminei de falar, o ar tremeluziu e vapor apareceu, quanto a imagem de uma garota punk aparecia, com uma tiara prata na cabeça, totalmente fora de seu estilo.

- Percy, temos um problema. - Ela estava com a testa franzida, como sempre fazia quando estava preocupada.

- Eu percebi isso Thalia, mas qual é o problema? - Perguntei me levantando.

- Lord Apolo está muito mal, e pede a sua visita aqui no Olimpo. - Fiquei paralizado. Será que era algo extremamente sério? É claro que deveria ser, tanto é que me chamou.

- Estou indo agora.

Entrei correndo no Empire State, sem me importar com os olhares de reprovação direcionados a mim. Corri até o vigilante, que por acaso era novo, nunca havia o visto ali. E isso significava problema.

- 600º andar, por favor.

- Como disse? - Ele perguntou indiferente, enquanto tirava os fones de ouvido. Bufei impaciente.

- Tenho uma reunião com Apolo no 600º andar.

- E eu tenho que almoçar com o papai Noel daqui a pouco, sabia? - Olhei para ele com raiva. Por que ele não facilitava? Eu tenho pressa!

- Tenho como provar.

- Mostre-me. - Disse enquanto se recostava na cadeira, cruzando as pernas enquanto colocava os braços atrás da cabeça, num ato deisso-vai-ser-divertido. Fechei meus olhos e concentrei meus poderes, enquanto sentia o familiar repuxar abdominal. Abri meus olhos e o vi de olhos arregalados enquanto estava todo ensopado, se agarrando com força na cadeira.

- Tenho outra prova, quer ver? - Rapidamente fiquei atrás dele e destanpei contracorrente encostando no pescoço dele, sem ninguém perceber. Ele prendeu a respiração. - Vai me deixar subir?

Ele olhou para a espada pressionada de leve em seu pescoço e para mim, ficando pálido e pegando a chave com rapidez.

- C-claro, senhor Perseu. Sinto muito. - Peguei a chave da sua mão e acenei com a cabeça para ele, seguindo para o elevador. Já tinha tampado Contracorrente.

Quando aquela musiquinha chata de elevador entrou em meus ouvidos, me acalmou um pouco, o que me fez refletir que fui um idiota exibido na frente do pobre porteiro, que não fez mais do que a sua função. Suspirei indignado comigo mesmo, enquanto a musiquinha chata terminava, passando para uma pior.

O elevador finalmente havia ficado vazio, então eu peguei a chave e coloquei segredo, aparecendo um botão com o símbolo do infinito. Apertei-o. Eu sempre gostei de quando isso acontecia, o elevador ia tão rápido que eu quase caía no chão. Pena que durava pouco.

As portas se abriram num típico "plim" e eu pisei no Olimpo. Sempre achei aquele lugar fascinante. E estava ficando melhor ainda! Annabeth era uma ótima arquiteta, sem dúvidas.

Comecei a caminhar até o palácio principal, enquanto várias pessoas acenavam para mim. A verdade é que todos pensam que cada deus, olimpiano ou não, possui um palácio. Isso meia verdade, pois os deuses menores possuiam palácios, mas os olimpianos viviam todos juntos no palácio mais importante do Olimpo.

Entrei naquele gigantesco palácio pé ante pé, pois do jeito que sou desastrado poderia quebrar alguma coisa só de chegar perto. Fiquei fascinado com o lugar, como sempre, apesar de não entender nada sobre arquitetura. Só imaginava Annabeth aqui, admirada, com os olhos cinza tempestuosos brilhando e olhando curiosamente todos os lugares possíveis, um sorriso de satisfação nos seus lábios tão...

Fui interrompido porque esbarrei em alguém. Infelizmente caí no chão por  ter estado distraído, e pelo visto a outra pessoa também. Levei minha mão até minha cabeça para massageá-la, pois na queda acabei batendo-a em alguma peça que também foi para o chão. Olhei triste para os cacos da peça que sobravam. Era uma pena.

- Olha por onde anda seu... Percy? – Olhei imediatamente para a pessoa que esbarrou em mim. Nunca esqueceria aquela voz.

- Annabeth? - Ela estava toda descabelada e vermelha, mas ainda assim muito bonita. Seus papéis estavam todos caídos em nossa volta, mas parece que ela não havia percebido ainda.

- O que está fazendo aqui? – Perguntamos ao mesmo tempo. Eu e ela coramos e acabei olhando para o chão, constrangido.

Comecei a ajudá-la a reunir os papéis, meio nervoso com a situação. Não esperava encontrá-la aqui. Principalmente depois de estar tão entretido pensando nela.

- Pode falar primeiro. – Disse enquanto entregava a ela os papéis que eu havia juntado. Infelizmente, ou não, nossas mãos se encostaram e senti com se tivesse recebido choque elétrico, mas não era ruim. Ela retirou rapidamente os papéis da minha mão para se distanciar.

- Oras, Percy! Não acredito que já esqueceu! E olha que só estou aqui há duas semanas, sou a arquiteta do Olimpo, dã! – Tive que prender o riso para não rir de sua cara, que mostrava total indignação. – E você?

- Ah, nada de mais, não. Até já esque... – Aí eu realmente lembrei o porquê de eu estar aqui. – Depois eu te falo.

Levantei e saí correndo, deixando uma Annabeth gritando super nervosa por eu não ter contado o que eu estava fazendo no Olimpo. Corri por um tempo e só consegui achar o quarto de Apolo graças a uma das musas que estava a minha espera.

Ao entrar no quarto do deus do Sol senti um calor revigorante dentro de mim, mas eu sabia que havia algo errado por causa do clima de tristeza que pairava no ar. Olhei para o quarto e vi que parecia um quarto de um garoto da minha idade, só que bem maior que o meu e com todos os tipos de instrumentos que se possa imaginar.

O quarto era fascinante, mas o que eu mais gostei foi o teto, que era falso – obvio, já que no Olimpo o palácio principal não possui tetos, já que não precisa – e era um dia ensolarado, com nuvens brancas e um sol muito bonito, que você podia olhar sem ficar com dor nos olhos. Eles sempre mudavam e posição, e eu achei isso extremamente legal.

Em uma cama com dossel eu vi que várias pessoas estavam reunidas, inclusive Thalia. Aproximei-me e fiquei ao seu lado. O que mais me assustou foi a presença de Ártemis ao lado do irmão. Ela tinha os olhos vermelhos de tanto chorar, e estava sentada ao lado do irmão, que estava deitado.

Olhei para o deus do Sol e fiquei chocado. Nem parecia aquele deus alegre e festeiro que sempre foi. Sua pele estava pálida, seus olhos fechados e ele tossia constantemente, nem conseguia respirar. Meu coração ficou pesado por ver alguém tão cheio de vida naquele estado.

De repente ele abriu os olhos e virou-se para mim, dando um sorriso fraco. Retribui dando um meio sem graça. Ele tossiu e tentou se sentar na cama, mas Ártemis não deixou.

- Vai ficar deitado. Não pode fazer esforço. – Ela disse séria, mas seus olhos cheios de preocupação.

- Até parece que sentar requer muito esforço. – Ele disse fraquinho. Depois de um tempo conseguiu se sentar. Ele olhou novamente para mim. – Percy, preciso de sua ajuda. O corpo que abrigava o Oráculo está ficando frágil demais e não está agüentando tanto poder. Estou ficando fraco por tantas visões que aparecem do nada, estou ficando sem controles sobre os meus poderes. Preciso que ache o novo Oráculo logo, antes que seja tarde demais.

Mudei o peso de uma perna para a outra. Sei que deveria fazer isso, pelo bem dele. Mas eu não sabia como. Como eu iria achar uma pessoa que seja o Oráculo em mais de um milhão de habitantes?

- Farei isso, senhor. Mas, desculpe a pergunta, como poderia achar o Oráculo no meio de milhares de pessoas? – Ele riu fraquinho da minha pergunta. Pelo visto já havia pensado sobre ela antes e já possuía a resposta.

- Você achará porque eu irei lhe abençoar. Você, Perseu Jackson, abençoado por Poseidon, deus dos mares, e Afrodite, deusa do amor, terá a minha benção para achar o Oráculo de Delfos para restabelecer o poder do destino. – Ele levantou a mão e eu me senti mais forte, com um calor bom dentro de mim, como se eu tivesse minha própria fogueira. Abri os olhos, vendo a aura de cor amarelo ouro em volta de mim.

 Olhei para a cama e Apolo estava desmaiado, totalmente sem cor, sendo abraçado por Ártemis que começou a chorar mais. Thalia abaixou a cabeça, enquanto os outros deuses se permitiam chorar ou abaixar o olhar, em respeito. Meu peito doeu e eu quase chorei pela cena. Parecia que estava morto. Mas eu sabia que não, sentia isso dentro de mim graças a benção que ele me deu. Olhei determinado para ele.

- Irei fazer o que me pediu, senhor. O mais rápido que eu puder. Obrigado pela benção. – Me ajoelhei em respeito a ele e aos outros deuses e saí do quarto, sem dar as costas, enquanto via o teto que tinha um céu maravilhoso ficar nublado, feio, como se tivesse perdido um grande amigo. Suspirei triste. Teria que acelerar mais. E meu tempo já estava acabando.

#______________________________________________

Duas coisas a declarar: 

1ª: o Percy é um idiota. Tadinho do porteiro, ele só estava fazendo o dever dele! 

2ª: o Nyah! me odeia, só pode, fui postar e não é que a porcaria não salvou o capítulo? ¬¬ Tive que escrever as notas finais tudo de novo.

Ok, mudando de assunto, quem gostou do encontro dele com a Annabeth? E ele lembrando dela... *---* Oooownt.

Eu estou com pena de Apolo, tadinho, tá doente. Mas veja o lado bom, ele se reaproximou da Ártemis! /calei

E eu adoro esse casal, então eu tinha que escrever uma notinha deles na fic, né?

Eu andei reparando e percebi que já fez um ano de fic... .-.

Então parabéns para nós povão! Isso só mostra o quanto eu sou enrolada e não posto com frenquência! \O/ Weeeeee

Ok, mas agora é sério, eu queria agradecer a vocês, leitores, que aturam essa demora a um ano, e sem vocês eu e essa fic não seríamos nada *----* /chorandorioseoceanos

ADORO VOCÊS!

Ok, e já estamos chegando aos 100 reviews!! EBAAA, a fic vai ficar famosa!!! Graças a vocês!

Gente, meu sonho de consumo está se realizando *0*

Ok, ok, não vou enrolar vocês porque eu sei que querem ler outras fics :)

Então até o próximo capítulo ou até os reviews!

P.S.: MANDEM REVIEWS GENTE! NÃO FAZ MAL E O DEDO NÃO CAI! FALO POR EXPERIÊNCIA PRÓPRIA!

Ok, parei.