Rancho água Doce escrita por Danimarjorie


Capítulo 4
Tânya e Cavalos




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          Depois de ficar até tarde conversando e matando a saudade dos meus pais fui dormir, acordei no dia seguinte às oito horas, tarde pra quem mora numa fazenda, meu pais já estavam acordados há séculos, tratando dos animais e das plantações.

 

          Tomei um banho e coloquei um vestido lilás, com mangas curtas que ia até o meio das coxas, coloquei uma tiara nos cabelos, deixei solto pra secar e fui tomar o café da manhã.

 

         Quando estava acabando de comer minha mãe chegou e me chamou pra ir fazer compras com ela, precisava reabastecer a dispensa e comprar os ingredientes pra fazer o pudim de Edward. Fomos na caminhonete dela até o centro, onde tinha um supermercado com mais opções de produtos. Andando nos corredores entre as prateleiras avistei Rosalie junto a sua irmã Tânya. Rose estava linda como sempre, e mesmo adulta matinha suas feições delicadas, iguaiszinhas de quando era uma garotinha, por isso a reconheci.

 

          Estudamos no mesmo colégio antes que eu mudasse pra Europa, mas devido nossa diferença de quatro anos na idade nunca engatamos uma amizade firme, mas posso dizer que fomos boas colegas. Tânya também estudava no mesmo colégio, mas era cinco anos mais velha que eu, mas difícil ainda de ter uma amizade, mas ela sempre me tratou bem, como criancinha lógico, mas nunca tive o que reclamar dela. Sua gravidez estava bem evidente, uns cinco meses eu acho, não entendo muito bem disso, e ela ainda era muito linda, tão alta e loira quanto Rose.

 

   - Bella, olha ali são Rose e Tânya, lembra delas? – disse minha mãe.

 

   - Lembro sim. – Como não lembrar, elas eram as garotas mais cobiçadas da comunidade, e nas festas sempre tinham par, mesmo sendo criança na época eu reparava.

 

   - Vamos cumprimentá-las, vem. – Mamãe me arrastou até onde elas estavam.

 

   Elas nos viram quando estávamos chegando e sorriram.

 

   - Bom dia dona Renné – disseram as duas juntas.

 

   - Oi meninas, bom dia. Lembram da minha filha Bella, está de volta ao Rancho.

 

   - Oi Bella – disse Rose toda sorridente – Contente por voltar?

 

   - Muito, sentia falta da família, de tudo na verdade.

 

   - Bem vinda de volta Bella.  Já encontrou com Edward? Ele te contou a novidade? – disse Tânya alisando sua evidente barriga.

 

   - Ainda não nos falamos – menti – mas parabéns por sua gravidez, já sabe o sexo?

 

   - Ainda não, estou somente com quatro meses, mas com certeza antes do casamento vou saber o que é.

 

   - Você vai se casar? Perguntamos eu e mamãe juntas.

 

   - Lógico, com Edward que é o pai do meu filho – disse com um sorriso enorme, e nesse momento eu quis me jogar da primeira ponte que encontrasse.

 

   - Eu sabia que ele era o pai, mas não sabia do casamento – disse minha mãe.

 

   - É que ainda estamos planejando, por isso não comentamos com muitas pessoas, só com a família, vocês são as primeiras fora da família que estão sabendo – disse Tânya, e Rose levantou uma sobrancelha, como que dizendo que era da família e não sabia de nada.

 

   - Oh! Parabéns então – mamãe disse meio desanimada.

 

   - É parabéns, sejam muito felizes – disse mostrando uma felicidade que não sentia.

 

   - Obrigada.

 

   - Bom, acho melhor irmos, ainda temos muita coisas a fazer – eu disse.

 

   - É verdade, tenham um bom dia meninas – disse minha mãe.

 

   - Prazer em revê-la Bella, logo irei ao Toretto te fazer uma visita – disse Rose – se você não se importar é claro.

 

   - Será um prazer recebê-la, vá quando quiser.

 

   - Tchau dona Renné, e  Bella, te mandarei o convite do meu casamento.

 

   - Obrigada Tânya – respondi sorrindo, mas minha verdadeira vontade era pular no pescoço dela, eu percebi que ela estava falando assim pra me provocar, mas não entendia o porquê disso, nunca fiz nada que pudesse fazer ela não gostar de mim, tirando o fato que me descobri mais que apaixonada pelo futuro marido dela, mas isso ela não sabia então não conta. Preciso saber por que Tânya agora aparentemente me odeia.

 

          Acenamos nos despedindo delas  mais uma vez e nos afastamos. Quando já estávamos longe o suficiente como não podia ser diferente minha mãe foi a primeira a falar.

 

   - Você ouviu essa história de casamento, Esme não me disse nada sobre isso, e Rose fez uma cara como se não soubesse de nada também. Da última vez que encontrei Edward ele também não comentou nada. Tudo bem que ela está grávida e o correto seria o casamento, mas eles podiam já ter comentado com a gente, afinal  somos extensão da família deles, temos o direito de saber também. Alice com certeza já estaria planejando uma mega festa, então acho que não disseram nada a ela, pois ela me chamaria pra ajudar, sempre a ajudo com as festas do Centro Comunitário e alguns dos Festivais. E porque você mentiu dizendo que não encontrou com Edward?

 

          Depois do discurso de minha mãe, e fala sério, acho que ele nem respirou enquanto falava tudo isso pra mim, eu pude dizer algo.

 

   - É, também percebi a cara que Rose fez, mas deixa pra lá mãe, talvez eles tenham um motivo pra isso, ou talvez Edward vá nos contar hoje quando for me visitar. Também não disse nada sobre já ter falado com Edward porque achei que não era importante ela saber. – dei de ombros

 

   - Certo, vamos logo terminar de comprar as coisas, preciso chegar logo em casa e começar a preparar o pudim.

 

          Terminamos as compras e voltamos ao Rancho.

 

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          Enquanto minha mãe preparava o almoço, fui dar uma olhada nos meus emails, e a maioria era do pessoal da faculdade, querendo saber se cheguei bem, dizendo que estavam com saudades e essas coisas que se escrevem em email. Depois de responder todos, desci pra almoçar, e estava tudo uma delicia, realmente a comida da minha mãe era maravilhosa.

 

          Após o almoço, resolvi dar um passeio pela fazenda, não sabia se Edward viria mesmo, muito menos que horas chegaria, sei que ele é bastante ocupado na fazenda, então não ia ficar sentada no sofá roendo as unhas esperando ele aparecer, então vesti um jeans justo preto e uma camiseta de manga curta branca que ficava bem certinha em mim, coloquei também uma bota e prendi os cabelos num coque frouxo, e como estava sol coloquei óculos escuros e um chapéu de Cowboy.

 

          Fui ao estábulo e lá estava George, um dos funcionários do rancho responsável pelos cavalos. Ele era um senhor de mais ou menos sessenta anos, trabalhava pra meu pai há muitos anos e me viu nascer.

 

   - Hey George, tem algum cavalo por aqui? – perguntei em tom de brincadeira.

 

   - Menina Bella, que satisfação, seu pai comentou hoje de manhã que a senhorita tinha chegado que estava crescida e linda, mas não imaginei que fosse tanto. A senhorita está danada de tão linda, uma belezura.  – ele sorria e me olhava maravilhado.

 

    - Não adianta querer me agradar agora George, porque não foi na casa ontem pra me ver? Eu fico doze anos sem te implorar pra me deixar cavalgar sozinha, e agora nem uma visita da sua parte eu mereço? Fiquei magoada. – fiz biquinho pra ele, mas logo em seguida comecei a rir.

 

   - Vem aqui garota e dá um abraço nesse velho – abracei-o, e tive a sensação que ele tinha diminuído, mas acho que fui eu que cresci mesmo, ele cheirava a feno e pessoa velha.

 

   - Então George, agora eu já posso cavalgar sozinha e quero um cavalo bem veloz.

 

   - Nem pensar menina, faz muito tempo que não cavalga, deve estar sem prática, vou selar o tempestade ele é cria do mestre e da pétala.

 

   - Nossa ainda tem o mestre? – mestre é um cavalo lindo, e quando eu era pequena sempre queria cavalgar nele, só que ele era muito arisco, portanto só consegui uma vez e no colo de meu pai e pétala era uma égua campeã, mas não era tão velha.

 

   - Sim, ainda temos, mas ele está velho demais, ninguém cavalga nele, só sai pra passear.

 

   - E tempestade é nome de cavalo manso por acaso? – perguntei enquanto encostava o ombro no beiral e cruzava os braços.

 

   - Quando ele era potrinho, era muito peralta, mas agora esta manso que só, não tem perigo nenhum a senhorita pode confiar.

 

   - Eu confio George. – ele me entregou os arreios e saímos pro lado de fora, onde ele me ajudou a montar.

 

   - Tome cuidado menina, qualquer problema pode pedir ajuda de qualquer funcionário, e não saia dos limites do rancho, lembre que a senhorita está sem prática. – disse ele enquanto verificava se a sela estava bem presa e se os arreios estavam sem emendas.

 

   - Certo George, pode deixar que não farei  nada demais. Até mais tarde. – disse e saí a galope, e foi como se nunca tivesse ficado tanto tempo sem cavalgar, eu ainda tinha prática.

 

          Fui em direção ao curral, onde ficavam os porcos, mas o cheiro estava horrível, então me afastei e fui pro lado do gado, e nossa eram muitas cabeças. Vários funcionários me cumprimentavam, sempre levantando o chapéu, acho que papai deve ter falado pra todo mundo sobre mim.

 

          A maioria deles usava aquelas roupas típicas de cowboy, chapéu, camisa xadrez com mangas dobradas e alguns botões abertos, calças bem justas e botas, eu nunca tinha reparado muito, mas agora olhando bem eles eram muito bonitos, tinham aquele ar másculo e viril, alguns estavam sem camisa, e nossa, eram peitorais perfeitos, fiquei de boca aberta. Resolvi sair dali logo antes que percebessem que eu estava olhando demais.

 

           Cavalguei por ali por mais um tempo e resolvi ir na direção do pomar, quem sabe eu não comia uma frutinha tirada do pé, sem dizer que o cheiro de lá era muito gostoso.

 

          Como já estava mais confiante no galope, incitei tempestade a correr um pouco mais, mas não contava com a velocidade do vento que me tirou o chapéu e fez meus cabelos se soltarem, e nessa confusão me desequilibrei, cai e sai rolando um pequeno morro que tinha próximo, nisso bati a cabeça numa tora de árvore recém cortada, senti uma dor enorme no lado direto da cabeça, onde bati, tentei levantar fiquei muito tonta mas não desmaiei. Deitei novamente.

 

          Não sei quanto tempo estava deitada, acho que tinha uns dois minutos, não sei, ouvi um cavalo se aproximando velozmente, e achei que devia ser tempestade retornando, mas não era, pois quando a pessoa que estava montada chamou meu nome, no mesmo momento estremeci. Era ele. Era Edward.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Os capitulos deram 3 e 4 deram problemas, por isso foram repostados... se puderem comentem novamente por favor..
Obrigada...