Rancho água Doce escrita por Danimarjorie


Capítulo 3
Lar Doce Lar




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          Depois de mais um tempo tentando entender meus sentimentos por Edward, voltei a estrada, precisava chegar logo em casa, meus pais deviam estar ansiosos por minha chegada, eu não os via a oito meses, tempo de sua última visita a Califórnia.

 

          Mesmo com roupa de calor me sentia uma meleca, suor e poeira eram as minhas camadas. Precisava urgentemente de um banho.

 

           Ao longe avistei as cercas do Rancho, e ao atravessá-las alguns minutos depois vislumbrei a casa da fazenda, e fui tomada por um momento de nostalgia. Várias imagens começaram a passar por minha cabeça. Um passado muito distante, mas completamente doce, lindo e jamais esquecido e disso eu tinha certeza.

 

          Parei o carro no estacionamento, e logo Blue um velho Border Collie,  veio me dar as boas vindas, abanando o rabo e pulando, me lambendo em todas as partes que conseguia, muito feliz em me rever, nem acreditei que ele ainda se lembrava de mim pois quando sai do Rancho ele tinha 2 anos e meu pais levaram ele a Califórnia somente duas vezes, e isso há no mínimo 4 anos atrás.

 

   - Oi garoto lindo – disse passando as mãos em sua cabeça, e ele se sentou pra receber o carinho. – Vejo que ainda se lembra de mim e que sentiu minha falta. – ele lambeu minha mão em confirmação.

 

   - Bells, querida. Seja bem vinda. – Disse minha mãe, estava tão distraída com Blue que nem notei que ela se aproximava. – Estava preocupada com sua demora, já passamos muito da hora do almoço e você não chegava. Foi tudo bem de viagem, aconteceu algo???

 

          Minha mãe era assim, falava pra caramba, super preocupada, mas era maravilhosa. Estava com muitas saudades dela. Olhei seus olhos verdes iguais aos meus, ela sorria afetuosamente pra mim, abriu os braços e eu corri pra abraçá-la. E foi uma ótima sensação.

 

   - Não imaginava que seria tão bom voltar, que me sentiria tão bem aqui. – disse emocionada.

 

   - Aqui sempre foi seu lugar querida, você estava apenas passando uma temporada fora, mudando os ares, mas seu lugar é aqui. – disse mamãe.

 

   - É verdade, meu lugar é aqui. -  e ao falar essas palavras senti que era totalmente verdade, ali era meu lugar no mundo, nunca foi a Inglaterra, nunca foi a Califórnia, meu lugar era no Rancho Toretto, em Tucson, Arizona, junto a  minha família e amigos, junto a Edward.

 

          Não sei por que pensei nele agora, mas esse pensamento foi tão natural quanto respirar, e também senti que era verdade, que eu deveria mesmo ficar perto dele,  mas não sei de que maneira. Melhor deixar pra pensar nisso depois.

 

   -Vamos entrar filhinha, seu pai está lá dentro limpando a lareira, também estava preocupado com você. – saímos andando abraçadas e Blue nos seguia de perto.

 

          Subimos os degraus que davam acesso a uma área em frente a porta de entrada da sala, o chão era de madeira e tinha um banco e uma cadeira de balanço de dois lugares, que ficava pendurada como uma rede. Foi sentada nesse banco que ganhei o beijo de Edward.

 

          Entramos na sala, e meu pai se virou, estava todo sujo de carvão mas mesmo assim correu pra me abraçar, me tirou do chão e me rodou. Me senti como uma criancinha novamente, e me enchi de felicidade, era realmente muito bom voltar pra casa.

 

   - Ai Bells, vocês está tão linda, nem parece que faz só oito meses que te vi pela última vez, você cresceu querida. – revirei os olhos, deixei de crescer a muito tempo, mas para meus pais parece que sou um bebê ainda.

 

   - Só se cresci para os lados pai, pois continuo baixinha. – disse sorrindo pra ele, ainda em seu abraço.

 

   - Que nada filhinha, você é a coisa mais linda desse mundo e não é nada baixinha. – revirei os olhos novamente, pais são sempre assim a cria deles sempre é a melhor.

 

   - Não tem comida nessa casa não, estou morrendo de fome e antigamente se me lembro bem a mãe jamais deixaria alguém com fome na casa dela.

 

   - Vamos agora mesmo pra cozinha, tem uma torta de frango com catupiry que acabei de fazer, sua preferida, e também tem suco de maracujá e sorvete de milho.

 

          Senti meu estômago reclamar e segui mamãe até a cozinha, que ainda era do jeito que me lembrava, apesar de agora ter eletrodomésticos sofisticados. Sentei no balcão e esperei a comida, o cheiro era delicioso, e quando dei a primeira mordida na torta me senti flutuar, estava muito mais gostosa que o cheiro indicava.

 

   - Mãe, tá ótimo isso aqui.

 

   - Eu sei, caprichei, pois sabia que você estava chegando e queria que matasse a saudade da minha comida. – minha mãe é um doce né?

 

          Continuei comendo as guloseimas que minha mãe colocou na minha frente, uma mais gostosa que a outra. Após comer, fui pro meu quarto, agora decorado de forma a atender minhas necessidades, minhas malas já estavam lá, enquanto eu comia meu pai as tirou do carro. Tomei um banho no banheiro do meu quarto, fiquei mergulhada na banheira durante um tempo pensando em Edward, no nosso beijo.

 

          Pensei em Tânya e no filho que eu sabia que ela estava esperando, pensei no que Edward queria conversar comigo, nas insinuações contidas nas poucas palavras que trocamos. Sempre me senti muito confortável com ele, apesar da distância física, sempre estivemos perto um do outro, pois nunca deixamos de trocar noticias, por isso quando o encontrei hoje, consegui conversar normalmente, foi  natural, como se nunca tivessemos ficado longe.

 

          Depois do banho, desci pra conversar um pouco mais com meus pais, eles me colocaram a par das novidades dos últimos anos. Ultimamente estava ocorrendo muitas perdas de cabeças de gado em todas as fazendas das redondezas, em parte porque as cercas foram cortadas, pois a maiorias das fazendas ficam próximas a fronteira com o México, e em parte por serem roubados. Havia uma quadrilha que estava se especializando no roubo de gado, e preocupando demais as autoridades.

 

          Da nossa fazenda cortaram as cercas por duas vezes, perdemos somente três cabeças de gado, e da fazenda vizinha, a Água Doce, roubaram cinco cabeças de gado há quinze dias atrás, e Carlisle Cullen o pai de Edward, estava muito aborrecido, pois entre os gados roubados havia um reprodutor raríssimo, e as autoridades estão tentando encontrá-lo para devolver a fazenda e diminuir o prejuízo deles.

 

   - Bells, poderíamos ir amanhã à Água Doce, Esme adoraria rever você, e eu falei pra ela que chegaria hoje  – disse minha mãe – Além do que você veria Carlisle, Alice e  Edward.

 

          Estava demorando minha mãe começar a falar de Edward, ela sempre soube da minha paixonite por ele, ela só não sabia da minha mais recente descoberta.

 

   - Eu já vi o Edward mãe, um pouco antes de chegar aqui, por isso demorei, o pneu furou e ele me ajudou – dei de ombros, tentando mostrar que não ligava muito pro assunto.

 

   - Sério mesmo??? E porque não me disse??? Eu sabia que ele estava louco pra te ver, quando disse que chegaria hoje ele ficou todo feliz.

 

   - É, percebi que ele estava mesmo feliz de me reencontrar – tão feliz que me deu um beijo daqueles, pensei – Ele disse que virá me visitar amanhã, então vou esperar.

 

   - Que bom que ele virá, vou fazer prato preferido dele, Pudim de Leite.

 

          Não sabia que mamãe ficara tão puxa saco do Edward.


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