Rancho água Doce escrita por Danimarjorie


Capítulo 28
Encontro Inesperado


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas voltei...

Capitulo dedicado as leitoras: everaldaC, Ana Paula Souza e annablue, que fizeram novas indicações a nossa fic. Lembrando que é a segunda indicação da everaldaC... Muito obrigada meninas, adorei cada palavra de vcs...

Notas especiais no final, leiam tudo por favor...

Boa leitura.



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A venda do Rancho para mim e para o Edward aconteceu sem problemas, na verdade meus pais quase deram o Rancho a nós, então sobrou muito dinheiro do que Edward tinha guardado e usaríamos parte dele para mobiliar alguns cômodos da casa, pois muitas coisas meus pais também deixariam para nós e também teria dinheiro para nossa Lua de Mel que como vontade de nós dois seria nas Ilhas Gregas, iniciando em Atenas, lugar que eu sempre quis conhecer devido minha segunda formação que era em literatura e meu curso de línguas, sim eu falava quatro idiomas além do inglês, afinal todas as férias que não passei em casa, fiquei estudando, tanto línguas quanto várias outras coisas.

O novo nome do Rancho logo estaria registrado, após o nosso casamento moraríamos em Rancho Água Doce, tínhamos mandado fazer uma placa com o novo nome para colocar no arco de entrada e nossos nomes embaixo, para que ficasse bem visível aos visitantes. Blue iria embora com meus pais para Miami então nós precisaríamos arrumar outro cãozinho e nosso pacto antenupcial seria assinado em breve. Tudo estava dentro do prazo e dando certo também.

Alice estava organizando tudo com uma precisão de dar gosto, eu estava mais que contente por seu empenho em fazer uma cerimônia linda para nós. Eu tinha sorte por tê-la como melhor amiga e cunhada.

Agora eu estava supervisionando a ordenha e depois ia até o curral supervisionar a limpeza ainda tinha muita coisa para fazer, tinha que deixar o serviço o máximo adiantado, pois quando viajasse ia ficar quinze dias fora. Victória a veterinária substituta estava se adaptando bem para cuidar do Rancho e de nossos clientes pelo período de nossa lua de mel, mas mesmo assim eu queria deixar tudo o mais encaminhado possível, deixando para ela somente o básico.

Nosso trabalho não mudaria muita coisa depois do casamento, nós apenas teríamos tarefa a mais com o Rancho sendo nosso e eu ficaria com a maior parte da administração dele, já que o Edward teria que estar indo em outras fazendas onde ele atende. 

Faltava apenas quinze dias para a cerimônia, tinha passado tão rápido, mas minha vida continuava na mesma rotina, a última ameaça por mim esquecida, não totalmente esquecida, mas muito bem guardada, depois dela estava um silêncio suspeito, mas eu enfrentaria o que viesse para mim e defenderia com minha vida aqueles que amo, principalmente Edward.

Findo mais um dia de trabalho, estava eu me dirigindo para o shopping, precisava comprar um presente para Edward, já que era seu aniversário. Eu sabia que estavam todos proibidos de fazer festa ou lhe dar presentes, mas eu ia comprar algo para ele, se a noiva não tivesse privilégios quem teria? Portanto estava indo contra suas ordens e compraria para ele um novo violão, pois sabia que o seu estava velho e da última vez que visitamos uma loja de instrumentos musicais percebi que ele tinha gostado de um modelo específico.

A compra deu certo e eu estava feliz da vida, levando o embrulho para o carro. Coloquei no banco de trás, pois o porta malas do meu carro é pequeno. Fechei a porta e me virei para abrir a porta do motorista e entrar quando dei de cara com a última pessoa que eu queria ver neste momento.

Paralisei com a mão na maçaneta olhando seus olhos negros, minha respiração ficou presa em minha garganta, minhas mãos começaram a tremer, ele percebendo minha reação abriu lentamente um sorriso mostrando seus dentes branquinhos e perfeitos, o mesmo sorriso preguiçoso e zombador que um dia me encantou, só que agora me causava pânico total. Ele estava com a mesma aparência que eu me lembrava e não como o retrato falado de meu pai. Ele estava encostado na lateral do carro perto do capô da frente de braços cruzados no peito.

- Não parece feliz em me ver la mia dolce Isabella. – ele disse descruzando os braços e chegando perto, pegando então em cacho do meu cabelo e colocando atrás da minha orelha e isso me causou um arrepio na espinha. Mal pressentimento.

- E como poderia ficar Marcus Volturi.

Eu custava a acreditar que Marcus estava na minha frente, tão lindo quanto antes, mas com um ar totalmente cruel. Ele me olhava com se estivesse enxergando minha alma e eu via um brilho doentio em seus olhos, todo o calor que eles transmitiam antes esquecido.

- Eu estou molto felice em te encontrar cara mia. Ainda ricordo o dia que caiu em meus braços.

Ouvi-lo falar em italiano comigo me dava reações totalmente adversas as que eu tinha antes. Conheci Marcus numa viagem a Milão, para falar a verdade eu literalmente cai em cima dele, isso aconteceu no meu segundo dia na cidade, eu estava em traje de festa e salto alto indo a um coquetel que se realizaria depois de uma exposição de um pintor famoso, tropecei em uma pedra e se Marcus não tivesse me segurado eu teria caído de cara no chão e provavelmente quebrado o nariz ou a testa, sei lá.

- Questo è un giorno che io voglio dimenticare Marcus.* – ele deu uma gargalhada alta e bateu palmas.

*(Este é um dia eu que quero esquecer Marcus.)

- , ainda fala perfettamente meu idioma, e te ouvir falar é excitante cara mia.

- Então o que é Marcus, vai me matar agora? Vai cumprir suas ameaças? Porque até agora eu não entendi qual é a sua. Nada está fazendo sentido para mim. – ele sorriu para mim e pegou minha mão esquerda.

- Este sim é um bello diamante, mas eu quis te dare un molto mais bello, mas você non quis.

- Eu não acredito que tudo isso que você está fazendo é por causa da minha recusa em casar com você? Sério Marcus, você sempre teve muitas mulheres aos seus pés, porque ficar remoendo minha recusa? Você tanto quanto eu sabia que não daria certo, era loucura. – ele me lançou um olhar contrariado e apertou minha mão, o que me causou um pouco de dor.

- Non era loucura, seria lindo se tivesse aceitado, eu te daria il mondo. – eu ignorava essas palavras e tentava tirar dele a informação que pudesse, mas parecia nem ouvir.

- Você está roubando gado por quê? Me fala Marcus, quais seus planos de verdade? Está difícil para mim acreditar que você se tornou essa pessoa horrível, que quase matou meu pai e possivelmente matou George. – Ele novamente apertou minha mão e em seguida a soltou bruscamente, o que me assustou mais ainda, pois ele me olhou nos olhos e eu vi o brilho da vingança nos seus.

- Por enquanto cara mia, não tenho planos, a differenza de voi.* – ele se aproximou um pouco mais de mim lentamente e me beijou a bochecha, depois segurou meu queixo e deu um rápido beijo em minha boca – Em breve ti troverò* novamente la mia Bella, afinal teremos una partito* em breve non é mesmo? E não posso deixar de comparecer. Ciao Isabella.

*(diferente de você;  te encontrarei;   uma festa)

E então simplesmente me virou as costas e saiu caminhando lentamente. Eu continue olhando até vê-lo desaparecer, sentia meu corpo meio paralisado. Após um tempo olhando o nada já que definitivamente Marcus não estava mais por perto, consegui abrir a porta e me arrastar para dentro do carro. Respirei fundo por um tempo e girei a chave da ignição.

Acho que fiz a viagem de volta totalmente no piloto automático, pois quando me dei conta estava desligando o carro já no estacionamento do Rancho, abri a porta e pus as pernas para fora, mas continuei sentada, ao longe vi Blue se levantar na varanda e vir correndo para me receber, seu rabinho abanando feliz com minha presença e suas lambidas suaves em minhas mãos me trouxeram de volta a realidade da situação em que me encontrava e a uma pergunta que estava martelando em minha mente desde o inesperado encontro no estacionamento do shopping.

Que diabos eu ia fazer com Marcus Volturi?

O cara não seria um problema de fácil resolução, na verdade eu o achava um problema sem solução alguma, pelo menos no momento eu não conseguia ver. Eu tinha uma dívida com ele e essa me fez pensar que o que senti por ele um dia fosse amor e não gratidão. Nós compartilhávamos um segredo, mas eu tinha apagado completamente da minha mente aquela noite fatídica. Eu tinha em mim como se ela nunca tivesse existido, e agora tudo voltava para mim como estivesse acabado de acontecer.

Era inverno e eu tinha ido à Itália para treinar conversação como sempre fazia após um tempo cursando determinada língua, como eu nunca voltava para casa com medo de encarar Edward tinha tempo suficiente para cursos de férias e viagens. Eu estava deslumbrada com a beleza de Milão, adorava passar horas olhando as vitrines das grifes famosas, e que mulher não gostaria disso? Algumas vezes até comprava algo, nada exageradamente caro, mas pequenos mimos que alegravam meu dia.

Depois do quase acidente onde conheci Marcus, ele me fez companhia durante o resto da noite, da exposição ao coquetel e ainda fez questão de me acompanhar ao hotel em que eu estava hospedada. Eu o achei incrivelmente agradável e diferente do tipo de caras que eu conheci na faculdade, talvez por ser um pouco mais velho, na época eu contava com dezenove anos e ele tinha vinte e seis, o que era uma grande diferença, mas ele não se importou nem um pouco com minha idade e eu o mesmo com a dele.

Passei uma duas semanas lá e todos os dias desde que nos conhecemos ficamos juntos. A partir do quarto dia que saímos começamos a ter algo romântico entre nós e daí só foi ficando mais intenso. No meu último dia em Milão, Marcus prometeu que não deixaria tudo que vivemos acabar assim, eu vou ser sincera em dizer que estava muito empolgada com tudo que estava acontecendo entre nós, era a primeira vez que eu vivia muitas das situações que passei com ele, principalmente em relação à intimidade, foi com Marcus que tive minhas primeiras experiências sexuais, tínhamos feito quase tudo.

Com Marcus foi tudo diferente, ele era experiente e sabia me conduzir muito bem através dos meus desejos, me levando no ritmo que ele queria. Se no fundo do meu ser eu não tivesse o conhecimento que um dia estaria com Edward, com certeza eu teria investido num relacionamento sério com Marcus e foi isso que quase começou a acontecer na Itália.

Quando voltei à Califórnia procurei seguir com minha vida normal, na verdade não acreditava que Marcus iria me procurar, achei que tinha sido apenas um romance de verão que eu guardaria na lembrança, só isso, mas não foi bem assim. Uma semana depois de voltar recebi um telefona de Marcus me pedindo para buscá-lo no aeroporto. Fiquei feliz que ele realmente tinha cumprido a promessa.

Marcus tinha negócios na Califórnia também, pelo que ele tinha me dito trabalhava com vinhos, ele iria visitar Napa Valey no fim de semana e me convidou para ir junto. Eu aceitei e ai começou o meu erro, mas na verdade, tudo que aconteceu depois envolve uma sucessão de erros.

Viajamos numa sexta-feira depois das minhas aulas, como na semana seguinte teria um feriado, eu só precisaria comparecer na faculdade a partir de quarta, então teríamos vários dias para passear. Hospedamos-nos em uma pousada muito linda, em estilo rural que combinava muito com o espírito da região, ficamos em quartos separados claro, mas lado a lado. Jantamos juntos e depois fomos dormir.

No sábado visitamos diversas vinícolas e foi agradável demais, eu opinava em tudo que Marcos perguntava e ele adorava meu entusiasmo em ajudar. Fizemos degustação de vinhos e também de queijos e tudo para mim era delicioso e empolgante, eu me sentia importante ao lado dele, principalmente porque ele pedia minha opinião em tudo.

À noite combinamos de conhecer a vida noturna do lugar, passeamos pelas pracinhas, visitamos um pequeno Bistrô e nos deliciamos com a culinária e com os vinhos, eu já estava bastante bêbada, afinal, tinha passado o dia todo experimentando vinhos, e somente o banho e a comida não foram suficiente para melhorar meu estado e beber um pouco mais não tinha sido uma boa idéia.

Como estava de pilequinho comecei a fazer coisas que em sã consciência jamais faria. Uma dessas coisas foi inventar de brincar de esconder com Marcus, ele estava melhor que eu, mas aceitou minha brincadeira então fui me esconder. Escolhi um semi-beco escuro próximo a uma estátua, de onde eu estava eu podia ver Marcus me procurando, ele não estava se aproximando mesmo assim eu me aprofundei mais no beco até que quase encostei na parede, não era muito mais que cinco metros da entrada, mas estava escuro o suficiente para que eu não percebesse que tinha mais alguém ali, só percebi quando senti minha boca e nariz sendo tampados e meu corpo puxado de encontro a outro, no mesmo momento, meus instintos de sobrevivência começaram a comandar e tentei desesperadamente me soltar, mas quem me segurava possuía muita força e no meu estado semi embriagado era mais dificultoso concentrar toda minha força nisso, sem contar que suas mãos não me deixavam respirar direito então acabei tendo um desmaio.

Foi um desmaio curto, coisa de minutos, logo depois acordei e estava deitada no chão com um homem em cima de mim, me beijando desvairadamente o pescoço e segurando minhas mãos acima da cabeça enquanto passava a mão em meus seios por cima da blusa, ele também tentava separa minhas pernas com as suas, ficando assim entre elas, imediatamente percebi o que ele queria fazer e a gravidade da situação, comecei a gritar, o homem rapidamente tirou a mão que apalpava meus seios a levou a minha boca, me impedido de fazer barulho.

Ele cheirava a bebida forte e barata misturada a cigarros e provavelmente tinha um tempo razoável desde o seu último banho, a mistura de odores era horrenda e me dava náuseas. Suas palavras eram baixas e ameaçadoras e cada uma que ele pronunciava mandava calafrios direto para minha espinha, me deixando cada vez mais amedrontada.

Ele forçava seu corpo mais ainda no meu, de forma a me segurar no chão, senti sua mão sair de minha boca e quando ia gritar novamente ele me puxou os cabelos da franja e com força bateu minha cabeça no chão, vi estrelas e senti muita dor, mas não desmaie novamente, fiquei lenta, desorientada, não conseguia mais lutar, a brutalidade que ele demonstrava me deixava sem ação e eu sabia que só podia piorar. Decidi somente desejar que tudo acabasse logo e eu pudesse voltar para minha casa, era tudo o que eu queria naquele momento. As lágrimas já não me deixavam mais enxergar.

O homem percebendo minha passividade começou a abrir o zíper da calça que eu usava, ela era soltinha poderia ser tirada com facilidade e foi o que ele fez, sem sair completamente de cima de mim ele puxou a calça até meus joelhos e em seguida minha calcinha, eu antecipadamente já sentia dor e chorava com a imaginação do que aconteceria a seguir, ele abriu sua calça, tirando seu membro para fora e eu o senti esfregá-lo em mim, então travei as pernas no intuito de fechá-las, o homem percebendo isso me deu um tapa no rosto, senti minha bochecha arder e comecei a chorar mais descontrolada e ele tampava minha boca e me dizia pra ficar calada senão me mataria, então senti algo gelado ser pressionado em minha garganta, imaginei ser uma faca ou estilete não sei, tentei fazer silêncio e desisti totalmente de lutar.

O malfeitor percebendo que tinha levado vantagem me virou bruscamente e começou a apalpar meu traseiro dizendo obscenidades repulsivas para mim, ele tinha mudado o lugar, mas a violação aconteceria da mesma forma. Ele dizia que me usaria muito e depois me mataria instintivamente eu sabia que ele dizia a verdade. Senti-o afastar minhas nádegas e se posicionar atrás de mim, já com seu membro na direção do meu anus, segurei a respiração e esperei pelo golpe que acabaria com minha honra e me marcaria pelo tempo que eu vivesse, o que provavelmente seriam mais alguns minutos ou horas, seria tempo o suficiente para que eu sofresse muito, mas somente ouvi o barulho de uma pancada e senti seu corpo cair pesado sobre o meu. Fiquei quieta paralisada, então o corpo saiu de cima de mim e senti meu braço ser puxado me fazendo ficar de pé e em seguida minha calcinha e calça serem vestidas em mim novamente.

Em meio às lagrimas que escorriam de meus olhos vi Marcus, com o semblante preocupado me puxando para um abraço, me guiando para fora do beco. Não falamos nada até chegarmos ao meu quarto na pensão, Marcus me deixou na porta e foi correndo buscar a chave do quarto, eu encostei-me à parede e fui escorregado até estar sentada no chão, as lágrimas não paravam nem por um minuto de cair, encostei minha cabeça nos joelhos e fiquei ali, logo Marcus voltou, abriu a porta do quarto me levou para dentro e me sentou na cama, foi ao banheiro e começou a encher a banheira.

Eu sabia que ele estava falando comigo, via seus lábios se movimentando e o som de sua voz, mas não conseguia entender o que ele falava, era como se ele falasse uma língua desconhecida para mim e ele acho que percebendo isso, parou de falar, me levou ao banheiro, me despiu e me colocou na banheira, saindo do recinto e me deixando lá sozinha. Após alguns minutos sentindo a água quente me relaxar o corpo juntamente com o cheiro dos sais de banho eu voltei a mim. Tudo que tinha acontecido voltou a minha mente e novas lágrimas me inundaram, eu então percebi que se não fosse Marcus eu talvez já não existisse nesse mundo. Ele tinha me salvado.

Com esse pensamento terminei meu banho, já me sentindo um pouquinho melhor, vesti num roupão e fui para o quarto, não foi surpresa nenhuma me deparar com Marcus, eu sabia que ele ficaria ali comigo, estava preocupado e seu rosto não deixava dúvidas disso. Assim que me viu se levantou da poltrona onde estava e veio em minha direção.

- Preciosa, como está se sentindo? – ele perguntou em minha língua, demonstrando que entendia meu estado de confusão mental, pois quando estávamos juntos ele sempre falava italiano e eu adorava, acho que no momento eu não entenderia se ele o fizesse.

- Me sinto melhor. Como me encontrou? – eu estava mais do que agradecida por ele ter me encontrado, mas queria saber como ele tinha me encontrado ali.

- Ouvi um grito, meio abafado e achei que devia ser por causa da bebida que estava ouvindo coisas, mas lembrei que você não estava por perto devido a nossa brincadeira então me preocupei e comecei a procurar. – ele falava rápido e nervoso, deixando seu sotaque bem acentuado. – Eu não sabia de que direção tinha vindo o grito e estava um pouco tonto, mas mesmo assim comecei a vagar pelo local em sua busca, até que vi o beco, então me apressei até lá com um mau pressentimento e assim que cheguei me deparei com aquela cena. – ele fez uma careta e eu imediatamente tremi me lembrando também, então novas lágrimas e soluços começaram a me sacudir. Ele percebeu e me abraçou dizendo palavras confortadoras.

Tempos depois de ter me acalmado ele terminou sua explicação e eu coloquei um pijama, eu precisava descansar e tentar dormir e ele acabou dormindo comigo em meu quarto, achava que não era bom que eu dormisse sozinha e eu também achava. Tive um sono inquieto,  com as imagens daquele homem horrível o tempo todo me atormentando, até no sonho eu sentia seu fedor. Acordei assustada diversas vezes e acabava por acordar Marcus também, que sempre paciente me ajudava a relaxar e dormir novamente e assim foi a noite toda.

Já passava do meio dia quando acordei, o sol estava brilhante e o calor intenso, estava sozinha no quarto tive um pequeno ataque de pânico, mas consegui recuperar minha razão e me acalmar. Fiz minha higiene matinal e tomei um banho, tinha acabado de me trocar quando bateram em minha porta, assustei, mas logo passou então fui abrir e era Marcus, ele disse que tinha fechado nossa conta na pousada e que eu pegasse minhas coisas que estávamos indo para Las Vegas.

Achei a idéia ótima, a justificativa dele era que eu precisava ir para um novo lugar e esquecer tudo que tinha acontecido e Napa, e na opinião dele Vegas era um ótimo lugar para isso. E na verdade foi perfeito, nos hospedamos no Bellagio em uma suíte lidíssima e em momento algum Marcus deixou de tentar me fazer divertir e esquecer e deu certo, na terça-feira quando estávamos indo embora eu já tinha decido superar o acontecido, afinal eu não havia sido estuprada graças a Marcus e além do mais ele fazia de tudo por minha felicidade então para retribuir todo seu esforço eu decidi que ia fazê-lo feliz também e uma das formas que encontrei para fazer isso seria aceitar ter um relacionamento mais sério com ele.

Tínhamos viajado como amigos que dão amassos e voltamos como namorados de verdade. Marcus estava mais que feliz com nosso relacionamento e vinha todo fim de semana para Los Angeles e durante a semana ligava no mínimo três vezes, falando palavras de amor em italiano para mim e eu enlouquecia. Estávamos a um mês nesse ritmo e o relacionamento estava sexualmente esquentado, mas eu ainda não me sentia preparada para me entregar a ele.

Estava feliz com o que tínhamos, mas no fundo eu sabia que ainda gostava de um certo cowboy do Arizona, que era meu melhor amigo e por isso não conseguia entregar meu coração a Marcus e muito menos meu corpo. Acredito que Marcus percebia isso, mas se fazia de cego e tentava de todas as formas me ganhar por completo, me enchia de mimos e atenção, eu não tinha nada para reclamar dele, pois ele era o namorado perfeito, tão romântico, tão carinho e com aquele sotaque enlouquecedor.

Estávamos oficialmente juntos a quase dois meses e eu a cada dia tentava mais e mais entregar meu coração a Marcus e estava quase conseguindo, quando num fim de semana ele veio me ver como de costume, só que dessa vez ele tinha tomado um decisão e a compartilhou comigo. Ele me pediu em casamento.

A simples idéia de um relacionamento tão sério com ele derrubou tudo o que tinha construído esse tempo em minha mente, preparando a aceitação dos seus sentimentos por mim e procurando igualar os meus com os dele, mas com o pedido e a visão de um futuro como sua esposa tudo caiu por terra. Eu não consegui nem fingir felicidade e antes que pudesse refrear minhas palavras, eu tinha dito não da forma menos carinhosa possível, eu simplesmente me desesperei.

Quando encontrei os olhos dele me assustei com a mistura de sentimentos que vi ali e a mágoa que ele estava sentindo por mim naquele momento fez meu coração chegar aos meus pés, me chutei internamente por ter feito isso, eu não queria machucá-lo, ele não merecia isso. Logo tentei consertar a situação, mas era tarde demais, Marcus me virou as costas e se foi sem dizer mais nenhuma palavra e eu fiquei olhando ele partir sem coragem para correr atrás dele e me desculpar ou qualquer outra coisa. Me martirizei e chorei por horas, tentando descobrir qual era o meu problema, pois Marcus era perfeito e tinha me salvado de sofrer uma brutalidade e ser morta e eu não conseguia me casar com ele. Por quê?

Depois desse dia nunca mais soube nada de Marcus, suas ligações cessaram e minhas ligações para ele eram infrutíferas, parecia que ele nem existia mais no planeta. Eu pensei em viajar até a Itália para me desculpar e tentar reatar o que tínhamos, mas algo me dizia que seria inútil, que para ele não seria suficiente. Quase um ano depois disso vi uma noticia dele na internet, era a inauguração de um bistrô em Paris e na foto ele aparecia ao lado de uma loura belíssima, ante isso tirei completamente Marcus dos meus pensamentos.

Eu tinha feito um ótimo trabalho em deixar aquela noite em Napa Valey bem guardada em minha mente, era uma noite praticamente inexistente e me esforçava também em não lembrar o olhar de Marcus no dia em que eu disse não, mas como mágica tudo voltou para mim agora e eu tinha certeza que não poderia mais me esconder disso, era chegada a hora de enfrentar meus fantasmas.

O latido de Blue me tirou do passado e percebi que ainda estava sentada em meu carro acredito que já há um bom tempo, olhei para onde ele tinha corrido e vi o carro de Edward se aproximando, levantei e alonguei meu corpo, fechei a porta do carro e fui em sua direção.

Ele desceu e veio sorrindo para mim, estava lindo como sempre. Pegou-me em um abraço apartado e me deu um beijo lascivo, me deixando excitada no mesmo instante, me fazendo esquecer tudo que tinha me atormentado até agora, inclusive o encontro. Tudo tinha voltado para o passado, estava enterrado novamente.

- Estava com tanta saudades de você princesa. – ele disse enchendo o meu rosto de beijos  e eu fechei os olhos para apreciar melhor a sensação dos seus lábios macios em minha pele.

- Feliz Aniversário amor da minha vida. – eu disse e me apertei mais a ele que me suspendeu tirando meus pés do chão, então abracei sua cintura com minhas pernas.

- Muito feliz por estar passando ele com você. – ele me beijou novamente – E eu só espero que aquele embrulho que estou vendo no banco de trás do seu carro não seja para mim.

Eu sorri marota, deixando totalmente claro que era para ele o embrulho. Desci do seu colo e sai correndo já sabendo o que ele querer fazer, pois quando éramos pequenos sempre que eu o contrariava ele me fazia cócegas e pelo seu olhar era exatamente isso que ele queria fazer, então corri dele.

Antes que eu pudesse chegar à varanda ele me pegou.

- Por favor, cowboy, não me torture. – eu pedi manhosa, ele continuou andando comigo em seu colo e sorria.

- Você bem que merece, mas não vou te torturar agora, não da maneira que está pensando. – sorriu malicioso para mim e eu como a desavergonhada que tinha me tornado com ele adorei a insinuação e me esfreguei um pouco em seu membro já totalmente desperto que eu podia sentir, já que estava sentada em seu colo na rede da varanda, em seguida ataquei sua boca. Ele correspondeu o beijo e depois me afastou o desejo cristalino em seus olhos.

- Inferno de mulher provocadora. – ele disse entre os dentes, me ajeitando em suas pernas, se controlando para não me agarrar ali mesmo. – Eu bem queria fazer muitas coisas com você agora, mas preciso conversar uma coisa e não posso mais protelar, tem que ser já.

- Cowboy, o que pode ser mais importante do que eu e você nus na minha cama fazendo aquela dança de corpos que fazemos muito bem e adoramos fazer? – eu disse vagarosamente, experimentando cada palavra e passando a língua em meus lábios no final, dando a entender que eu estava mais do que pronta e desejosa em senti-lo se movimentar dentro de mim.

Seus olhos escurecem ante minhas palavras e eu o vi cedendo aos meus encantos, sorri vitoriosa. Peguei em sua mão e o estava guiando para porta da entrada, de repente senti ele me puxar para ele e quando o olho de novo seu semblante estava mudado.

- O que houve amor, mudou de idéia? – eu disse tentando brincar, eu tinha percebido que algo estava errado. Ele deu um suspiro profundo e ruidoso e me olhou, depois olhou para o alto e para mim novamente, toda luxuria tinha desaparecido dos seus olhos.

- É sério Bella, precisamos conversar. Eu sei do bilhete.

Senti meu corpo retesar, meu sangue gelou nas veias. Eu tentei disfarçar, mas acho que Edward já tinha percebido que eu sabia do que ele estava falando.

- O bilhete que recebi no dia do show. – falei.

- Sim, esse mesmo. Eu sabia que algo tinha acontecido lá, vi em seus olhos, por isso quis ir embora. – ele deu uma pausa, me olhando nos olhos – Eu vi no outro dia de manhã no hotel, estava caído no chão. Esperei você me contar por vontade própria, mas não aconteceu.

- Me perdoa Edward. Eu ia falar, só não sabia como, pois é uma longa história do meu passado. – disse sincera e ao mesmo tempo me sentindo terrivelmente culpada

- Eu imagino que seja, mas sou todo ouvidos. – sorriu fracamente – Hoje não saio daqui enquanto não me contar tudo. – ele acariciou meu rosto, enxugando uma lágrima que eu nem tinha notado e descia pela minha bochecha. – Eu sei que te dei motivos para não confiar em mim, tendo todas essas crises de ciúmes com você, mas eu te amo e quero saber sobre tudo sua vida. Eu te perdôo por não falar antes, mas quero que fale tudo agora. Se vamos nos casar temos que ser amigos e cúmplices também, você já é tudo isso para mim, então quero ser para você também.

Terminou de falar e me beijou apaixonadamente. De certa forma eu tinha medo de contar meu passado a Edward devido a seu ciúme excessivo, mas ele tinha razão, ele era meu melhor amigo ainda, então era meu dever confiar nele, assim como ele confiou em mim quando me contou tudo sobre Tânya. Sorri para ele me sentindo confiante, e feliz por ele não ter ficado chateado comigo e me perdoar.

A noite seria longa e mais uma vez eu teria que desenterrar o passado e despejar todas as verdades em Edward. Eu tinha um pouco de medo de sua reação, mas tinha muita confiança também, afinal é ele quem eu escolhi para marido, para compartilhar minha vida. Para ele eu disse sim e isso tinha que significar alguma coisa.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Então?

Acredito que vcs ficaram de boca aberta agora né? rs

Quero ver bastante comentários, viu?... Estou muito triste que está diminuido demais... Capitulo passado foi triste de ver a quantidade de reviews, sendo que tem mais de 70 leitoras notificadas...

Sei que a vida está bem corrida, pois eu que o diga, só agora estou podendo respirar, pois só no sábado apresentei minha monografia na facul e fui aprovada e como já estava aprovada em todas as outras matérias, que diga-se passagem penei muito para ser aprovada, tendo inclusive que sumir do mundo fandom, deixando de escrever e postar para conseguir essa proeza... mas fui grandemente recompensada vendo que valeu a pena me dedicar, afinal era minha graduação que estava em jogo... agora posso ficar feliz pois no começo do mês que vem tem minha colação de grau, estou formada finalmente... e no fim do mês faço aniversário, então só tenho a comemorar...

Portanto agora estou livre para me dedicar aqui para vcs, quero então a dedicação de vcs em troca... para mim é justo.

Quero ver muitos comentários, pois além do cap ser imenso, o maior da fic até agora, ele trás muitas respostas e como a fic está entrando em reta final, é a oportunidade perfeita para quem nunca apareceu por aqui começar a dar seu ar da graça, eu fico mais que feliz em ler e responder os comentários...rs

VAMOS CHEGAR A 30 REVIEWS AMIGAS, EU DEPENDO DE VC PARA ISSO... BOTEM OS DEDINHOS PARA FUNCIONAR LÁ E NO REVIEWS TAMBÉM...RS

Amanhã estarei postando capitulo bônus no blog, então passem lá... as meninas que fizeream recomendação para a fic e não tem o link para o bônus, me mandem uma MP que eu passo o link para vcs...


Quero aproveitar a oportunidade e indicar algumas fics para vcs:

Vem Comigo, Amor da annablue que é maravilhosa e perfeita demais.
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/68149/Vem_Comigo_Amor

Coração de Gelo da Tina_Ramos, que é linda.
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/109688/Coracao_De_Gelo

E, Written by The Stars da debora_paula que é bem fofinha. http://fanfiction.nyah.com.br/historia/94182/Written_by_Stars

Espero que gostem e comentem para elas...rs


Bjs e até o próximo...