Rancho água Doce escrita por Danimarjorie


Capítulo 21
Desculpas, Conversas e Decisões


Notas iniciais do capítulo


Boa Leitura.



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         Ouvi alguém me chamar, mas a voz vinha de longe, pelo menos é o que parecia me sentia entorpecida, mas aos poucos fui voltando a mim lentamente e percebi que estava meio deitada e apoiada em alguém, abri meus olhos devagar e vi Edward que me olhava e estava com o rosto dominado pela culpa.

- Me perdoa princesa – ele me puxou para seu colo, seus olhos estavam marejados – Eu fui um imbecil com você, e agora te fiz desmaiar, eu não tinha a intenção de te assustar, mas não queria que seu grito chamasse atenção demais. Por favor, não fica brava comigo. – abaixei o rosto por um tempo pensando, eu já não estava mais chateada com ele e fiquei feliz de ser ele a me pegar, podia ter sido o louco que me escreve cartas. Olhei para ele novamente.

- Vamos levantar e sair daqui cowboy, no caminho de casa conversamos. – falei suavemente e ele se levantou e me puxou, me dando um abraço muito apertado.

- Você se machucou? – perguntou com a voz aflita.

- Não muito, a grama amorteceu minha queda. Acho que foi só a dor de bater os joelhos no chão. – sorri e ele me apertou mais no abraço e depois me beijou.

- Desculpa. – beijo – Desculpa. – beijo – Desculpa. – beijo – Eu não queria ter chateado você, mas quando vi aquele canalha do James todo para cima de você, pegando sua mão e você toda sorrisos para ele, eu fiquei cego, só queria te afastar dele o mais rápido possível. – acariciou meu rosto – Eu te amo tanto que chega a doer e fico louco só de te imaginar com outro. – me deu outro beijo, dessa vez bem demorado e carinhoso, um beijo de desculpas mesmo.

- Tá tudo bem amor eu peço desculpas também, pois sei como você é ciumento, mas eu não tava toda sorrisos para ele e sim apenas conversando, estava divertido então do nada ele começou a me cantar, eu já ia responder quando você chegou.

- Quer dizer que ele te cantou? – disse ele subindo algumas oitavas da voz. Ai droga, acho que não devia ter falado essa parte.

- É ele disse uma besteirinha, mas não importa amor, vamos embora tô me sentindo um pouco enjoada. – Ele me olhou bem e pelo que percebi resolveu deixar esse assunto para outra hora, me pegou no colo e eu dei um gritinho de susto.

- Não precisa me carregar cowboy, eu posso ir andando.

- Eu sei que pode, mas eu preciso me redimir por te magoar então estou começando agora. – me deu um beijo na bochecha e continuou caminhando comigo no colo até o carro, eu nem falei mais nada sabia que não ia adiantar reclamar.

         Seguimos para minha casa e durante o caminho comecei a ficar apreensiva, não pelo silêncio que se instalou, pois Edward estava se sentindo muito culpado por me chatear e conseqüentemente eu ter caído no chão e depois desmaiado, ele somente ficava me olhando de rabo de olho, e eu não falava, pois me lembrei que tinha que conversar com ele, contar sobre a ligação que me ameaçava bem como a carta que recebi mais cedo, era esse o motivo de minha apreensão.

          Meu medo era que agora quem ia ficar chateado ou mais era ele, e eu n

ão queria ficar brigando poxa, a nossa noite tinha tudo para ser maravilhosa e estava sendo um caos total, e a tendência era piorar, meus planos iniciais não estavam dando certo.

         Assim que chegamos abri minha porta para descer, sem esperar que ele viesse abrir como sempre fazia, eu fiz isso por estar nervosa com a situação e não por estar brava com ele, mas foi o suficiente para ele fazer um carinha de triste.

- Você ainda está chateada comigo né?? – fui até ele e o abracei.

- Não meu amor, só estou com pressa para entrar em casa, preciso falar algumas coisas com você e estou nervosa com isso e morrendo de medo de que você fique muito bravo comigo. – falei com a cabeça encostada abaixo do seu queixo, sentindo seu delicioso e calmante perfume.

- Eu não quero que você pense que sou um ignorante que vai ficar brigando por tudo com você, eu sei que fiz papel de idiota, mas isso foi meu ciúme falando mais alto, e peço sinceramente que me perdoe, não vou dizer que não vai acontecer mais, mas vou tentar ao máximo me controlar.

- Cowboy, para com isso, eu gosto do seu jeito e sei que vou me acostumar com seu ciúme assim como você vai se acostumar com o meu. Começamos a namorar agora e vamos passar por muitas coisas, o importante sempre será tentar compreender um ao outro, ok? – disse segurando o rosto dele em minhas mãos olhando bem dentro dos seus olhos.

- Certo princesa, mas eu não mereço que você seja tão benevolente comigo, é sério. - rolei os olhos para ele, nem ia discutir mais, pois sabia que ele ia continuar com esse drama.

- Tá vamos entrar logo que quero tirar essas botas, e como disse preciso conversar com você. – seguimos em direção a varanda de entrada.

          Assim que entramos fui em direção ao meu quarto para tirar as botas, Edward me seguiu, sentei na poltroninha perto da janela e comecei a tirá-las, ele sentou em minha cama e ficou somente observando. Guardei as botas no closet e sentei novamente na poltrona, olhei para ele que me olhava meio preocupado, mas pelo jeito preparado para escutar o que quer que eu tenha para falar.

- Primeiramente eu quero que me perdoe por ter escondido de você essa informação, só quero que saiba que minha intenção era boa, eu não queria que você se preocupasse a toa. – falei com a voz um pouco trêmula de medo que piorou quando vi a expressão que Edward fez.

- Não se preocupar a toa você quer dizer, não se preocupar com bobagens ou não se preocupar com você? – perguntou sério.

- Não se preocupar com bobagens relacionadas a mim.

- E que bobagens relacionadas a você são essas? – perguntou com a voz ligeiramente sarcástica.

- Certo, eu vou ser direta. Quando disse a você da última vez que tinha recebido uma nova ligação, eu disse que a pessoa tinha dito as coisas de sempre, mas eu menti. – ele semicerrou os olhos para mim, mas não disse nada, então continuei – Eu perguntei a pessoa no telefone o que ela queria com a minha família e ela me disse que eu devia perguntar o que queriam de mim.

- E só agora você está me falando isso, pois para você não passa de uma bobagem? – disse com a voz alterada demonstrando todo o nervosismo.

- Bom, eu achei que não precisava preocupar ninguém, somente contei a papai e pedi que ele não contasse a ninguém. Contei ao xerife também, mas sem entrar em detalhes que a ameaça era diretamente para mim, só contei a ele porque a pessoa que ligou sabia que eu tinha ido à delegacia. O xerife suspeita que tenha um infiltrado. Entenda que eu não queria trazer problemas, acabei de voltar e logo acontecem vários incidentes, no começo eu achei que tudo somente tinha haver com os roubos, mas depois eu fui ver que eu tenho muito haver com tudo e nem sei se os roubos são minha culpa.

- Mas você não acha que dividir seus problemas comigo seria uma forma de aliviar o fardo para você. Eu podia muito bem ajudar a investigar, tenho muitos contatos dentro da policia. Eu poderia ajudar a encontrar esse infiltrado também.

- Eu concordo, mas tive medo, eu não poderia conviver comigo mesma se algo te acontecesse por minha culpa. – meus olhos ficaram marejados de lágrimas nessa hora.

- E você acha que eu ficaria bem em saber que algo te aconteceu e eu não fiz nada para impedir? – ele gritou, jogou o chapéu no chão e passou as mãos nos cabelos de forma bruta. Me encolhi na poltrona.

- Eu pensei em fazer o que fosse o melhor para todo mundo, eu refleti sobre as conseqüências e de inicio achei que o melhor seria esconder, ainda mais que as intimidações tinham cessado, mas agora já não acho mais viável, pois recebi uma nova ameaça e essa me deixou muito assustada.

- Te ligaram de novo? O que disseram? – ele perguntava de forma ríspida, estava muito bravo comigo.

- Me mandaram uma carta, vou te mostrar. – peguei a carta na gaveta e entreguei para ele, fiquei esperando e observando enquanto ele lia, seu semblante foi ficando mais irado.

- Com certeza ele conhece você e quer se vingar por algo que você tenha feito. O que você não me contou sobre seu passado? – ele disse de forma ameaçadora com os olhos semicerrados.

- Eu não tenho nada de horrível no meu passado, pelo menos eu acho. Nada grave que possa ter gerado uma vingança contra mim.

- Aparentemente essa pessoa não pensa assim, então acho melhor você começar a pensar sobre tudo o que aconteceu contigo e me contar, só assim talvez possamos encontrar possíveis suspeitos e investigar.

- Tudo bem, vou pensar sobre isso. – abaixei minha cabeça e fiquei olhando para os meus pés descalços.

- De imediato o que podemos fazer é não deixá-la de maneira nenhuma sozinha aqui no Rancho. – eu abri a boca para protestar e ele me calou com um gesto. – Não adianta reclamar, enquanto seus pais não voltarem eu vou ficar dormindo aqui, posso ficar em outro quarto se quiser, mas vou ficar.

- Edward, eu acho que você está exagerando.

- Não estou. Coloque um chinelo e vamos agora mesmo à minha casa, vou pegar umas coisas minhas para ficar aqui e contar tudo a minha família. Amanhã ligaremos para seus pais e contaremos tudo a eles e também que estou aqui com você.

- Não, por favor, não conte aos meus pais, não quero atrapalhar o descanso deles, eles voltam em uma semana para resolver sobre a venda do Rancho então falaremos com eles.

- Tudo bem, vamos somente dizer que eu resolvi ficar aqui para te ajudar e não te deixar sozinha, mas vamos contar a minha família, talvez eles possam nos ajudar.

          Eu sabia que não ia adiantar argumentar mais então coloquei as botas novamente e fui com ele para sua casa, ele levou a carta e lá contamos tudo aos pais deles que ficaram muito preocupados comigo e apoiaram Edward na decisão de ficar comigo no Rancho. Ele pegou muitas coisas, parecia que estava se mudando para minha casa, ajeitou as coisas no carro e nos despedimos de todos. Seu pai pediu que ele passasse lá amanhã, pois queria conversar umas coisas, ele concordou e fomos para minha casa.

          Chegando lá descarregamos o carro e levamos tudo para meu quarto, Blue nos seguia o tempo todo, acho que tentando entender o que estava acontecendo.

          Abri um espaço no meu closet para que ele pudesse guardar suas coisas. Assim que terminamos ele trocou de roupa e foi deitar na minha cama. Durante todo o caminho de volta, e do tempo que ficamos trabalhando arrumando as coisas ele não me disse uma única palavra. Eu já estava prestes a chorar, eu sabia que ele ficaria com raiva, mas não achei que ficaria sem falar comigo.

          Troquei-me colocando uma camisolinha leve, ele já estava de pijama e deitado na minha cama, deitei ao seu lado. Ele estava com os braços apoiados sob sua cabeça, olhando para o teto, fiquei de lado virada para seu lado, esperando ele olhar para mim e assim conversarmos, eu não queria dormir brigada na nossa primeira noite aqui. Depois de um tempo, acho que percebendo que eu continuava com o olhar insistente, ele virou a cabeça e me olhou nos olhos.

- Eu sei que você está chateado comigo, mas, por favor, não me ignora. Já está sendo ruim o suficiente passar por tudo isso, você não precisa me punir mais. – desabei no choro.

          Sem dizer nada Edward me abraçou e começou a enxugar minhas lágrimas, depois começou a me beijar e eu correspondi entusiasmada, logo o senti puxando a barra da minha camisola com o intuito de tirá-la de mim, eu de muito bom grado aceitei, ele se posicionou em cima de mim e eu abri minhas pernas, muito ansiosa para recebê-lo.

           Nos amamos com calma, demonstrando o quanto apaixonados e o quão importante éramos um para o outro. Fazer amor era uma das formas que tínhamos para nos lembrar que não podíamos ficar separados. Essa também era uma forma dele me mostrar que eu estava perdoada. Enfim nossa noite não tinha sido totalmente perdida.

          Acordei e logo percebi os braços de Edward me segurando bem junto ao seu peito, e isso me dava uma sensação de segurança que eu nunca tinha sentido antes, na verdade tudo com ele muito mais intenso. Tentei sair da cama de forma a não acordá-lo queria prepara o café da manhã e trazer para ele na cama. Tomei um banho rápido, coloquei um vestidinho de algodão cor de rosa e com alcinhas e desci para preparar nosso desjejum.

         Preparei panquecas, ovos e bacon, os servi em dois pratos, depois preparei suco de laranja e café. Estava distraída arrumando tudo nos pratos e na bandeja quando senti braços passando ao redor do meu corpo e seus lábios me acariciando o pescoço, sorri satisfeita e me virei para ver Edward com os cabelos molhados e desalinhados, coloquei as mãos em peito nu que ainda estava quente e ligeiramente úmido pela água do banho, fiquei nas pontas dos pés e beijei sua boca.

- Senti sua falta na cama por isso acordei. – disse espalhando beijos por todo meu rosto.

- Eu queria te agradar levando café da manhã na cama para você. – fiz um biquinho que ele em seguida beijou.

- Me agradou muito mais ver você toda dedicada preparando a comida. Você fica muito sexy com esse avental na beirada do fogão, quase perdi a cabeça te peguei de jeito aqui mesmo.

- Quer dizer que você estava me observando há muito tempo?

- Não muito, mas o suficiente para tomar coragem e de contar minha decisão. – disse sorrindo lindamente.

- Que decisão? – perguntei super curiosa.

- Na verdade para essa decisão se concretizar eu preciso da sua concordância. Precisa que você me responda uma pergunta.

- Então pergunte? – sorri deixando claro que faria qualquer coisa por ele.

         Ele ficou me olhando sorrindo, mas ao mesmo tempo analisava meu rosto. Tocou levemente meus lábios com seus dedos e depois com seus lábios iniciando um beijo leve que depois se tornou persuasivo.

- Eu te amo tanto. – disse assim que nos separamos – E tudo que mais quero é ter você para sempre e você quer o mesmo não é? – eu assenti lógico, eu o queria para sempre também. Ele me beijou novamente de forma persuasiva e apaixonada e eu já estava totalmente entregue, tinha a impressão que ele estava me beijando dessa forma para me convencer a concordar com o que ele ia falar.

         Depois de um tempo ele parou o beijo, me olhou nos olhos se afastou um pouco e lentamente foi se abaixando até ficar apoiado somente em um dos joelhos, estranhei a atitude, mas quando ele levou sua mão ao bolso e de lá tirou uma caixinha de veludo vermelha eu comecei a respirar com dificuldade e meus olhos se encheram de lágrimas, pois agora eu percebia o que ele fazer.

          Seu sorriso era tão lindo que eu tinha a sensação que ele iluminava o cômodo mais que o sol que brilhava lá fora, em meio às lágrimas eu sorri também. Ele pegou minha mão e colocou a caixinha já aberta exibindo um lindo anel prateado que sustentava um enorme e reluzente diamante.

- Eu sei que posso estar sendo precipitado, mas não vejo outra forma de conduzir nossas vidas, eu quero isso há muito tempo e não acho que tenha motivos para ficar esperando, portanto serei direto. – ele respirou fundo e me olhou nos olhos de forma penetrante, seus olhos estavam marejados – Casa Comigo? – ele disse emocionado, sua voz estava embargada. As lágrimas já rolavam soltas pelo meu rosto, e eu emitia pequenos soluços. Sentia que em meu peito meu coração estava prestes a explodir, olhei os olhos brilhantes de Edward e ali vi tudo que precisava.

- Oh Meu Deus, sim é claro que me caso com você.

          Ele se levantou colocou o anel em meu anelar esquerdo beijou minhas mãos e depois os meus lábios, em seguida me pegou no colo e caminhou indo em direção ao meu quarto, lá me colocou delicadamente em na cama e começou a se despir me despindo logo em seguida. Me beijava e tocava possessivamente em todas as partes do meu corpo que podia, era como se quisesse decorar minhas formas. Fizemos amor apaixonadamente comemorando nosso recente noivado. Só paramos depois que nossos corpos languidos cederam satisfeitos. Eu adormeci feliz, agora era a noiva de Edward Cullen.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada a quem sempre comenta, apoia e incentiva, graças a vcs ainda estou escrevendo. Agradeço também a quem lê e não comenta.

O Bônus 2 já está postado no blog, passem lá.

Bjs e até breve.