Corri para mais perto e só não o toquei porque Edward me segurou. Não podia acreditar que George estivesse morto. Quem teria feito uma maldade dessas?

     Eu ouvia os burburinhos em minha volta, Edward pegava informações com as pessoas e eu só estava de pé porque ele me apoiava, na minha cabeça somente passavam os momentos que passei com George em minha infância, era muito triste saber que ele se foi, e ainda mais dessa forma tão violenta.

   - Vamos voltar para sua casa princesa, já está quase clareando o dia, e não dormimos quase nada. Já chamaram o xerife e não podemos fazer mais nada por ele. Sinto muito. – Edward disse com muito pesar na voz, e eu fiz que ele falou, não podíamos mais fazer nada, era visível que George estava morto.

     Chegando em casa ele me levou para o meu quarto e me colocou para dormir, eu sabia que não ia conseguir mesmo estando super cansada, eu não poderia encostar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüila, pedi para Edward ficar comigo, ele assim como eu não tinha dormido quase nada. Ele se deitou ao meu lado e começou a cantar baixinho para mim.

     Enquanto ouvia a doce canção em sua voz eu me perguntava por que toda vez que eu estava feliz acontecia algo para estragar minha felicidade? Será que era coincidência ou tudo que estava acontecendo tinha ligação. Os telefonemas tinham cessado, mas isso não significava que tinham desistido. Será que a morte de George tinha algo a ver com o roubo e as ameaças ou era um fato isolado?

     Em meios a esses pensamentos confusos acabei adormecendo. Não tive sonhos e logo acordei, vi Edward ressonando tranqüilo ao meu lado, ele também tinha sucumbido ao cansaço. Levantei devagar para não acordá-lo e fui ver se minha mãe tinha chegado. Encontrei Leah na cozinha preparando o almoço, olhei no relógio e eram dez horas da manhã.

   - Bom dia senhorita Bella. – disse Leah sorrindo triste com vestígios de lágrimas nos olhos.

   - Oh Leah eu sinto muito. – fui até ela e a abracei. – Você não devia estar aqui, acho melhor ir para sua casa.

   - Não, por favor, eu prefiro estar ocupando a cabeça com alguma coisa, Sam está resolvendo as coisas para mim, e Emilly está com a esposa de Jared, não quero ficar em casa sozinha pensando no que aconteceu. – eu a abracei novamente entendendo perfeitamente seus sentimentos, eu no seu lugar também não gostaria de ficar parada e sozinha.

   - Tudo bem querida, fique aqui o quanto quiser. Tem alguém mais de sua família que não foi avisada?

   - Sim, tem meu irmão mais velho Seth, se a senhorita puder me fazer o favor de avisá-lo eu agradeceria. Acho que na ficha do meu pai tem o telefone dele.

   - Tudo bem, vou avisá-lo. Minha mãe já chegou?

   - Ainda não, mas o xerife passou por aqui para falar com a senhorita, eu disse a ele que estava dormindo, então ele foi ao pomar onde os oficiais já estavam.

   - Ele disse se ia voltar?

   - Disse que voltaria depois que os peritos liberassem o corpo. – sua voz falhou um pouco na palavra corpo.

   - Entendi. Vou ligar para minha mãe avisando sobre o acontecido e tomar um banho, depois descerei para comer alguma coisa. Obrigada por estar aqui ajudando, principalmente porque não é sua obrigação e tenha certeza que lamento muito sua perda. – ela balançou a cabeça num sim e eu sai em direção ao escritório.

     Disquei para o celular da minha mãe, chamou duas vezes e ela atendeu.

   - Oi amorzinho, estou indo para casa agora. Seu pai está tão melhor, acho que logo ele vai ter alta. Estou tão feliz. Não na verdade estou radiante. – disse minha mãe toda falante e contente ao telefone, pena que eu teria que dar a má noticia a ela.

   - Oi mãe não tenho boas noticias. – resolvi ser direta, não ia adiantar querer enrolar para contar a noticia.

   - O que houve meu amorzinho?

     E em resumo contei a ela tudo o que tinha acontecido com George dentro do Rancho, bom tudo que eu sabia que tinha acontecido. Ela desabou a chorar e disse que iria falar com meu pai antes de vir e também precisava se acalmar, pois agora não estava bem para dirigir. Eu a aconselhei que fizesse isso mesmo, seria melhor ela chegar quando já tivessem tirado o corpo de George do pomar.

     Depois de falar com minha mãe subi para tomar um banho, ao entrar no quarto fui checar Edward que ainda dormia. Separei uma legging preta, um camisão azul escuro que me cobria até as coxas e uma sapatilha preta. Não sei se era meu estado de espírito, mas o dia que estava nublado me parecia mais cinzento que o normal, meio triste. Tomei um banho bem quente para tirar o estresse que eu sentia.

     Fiquei o tempo todo pensando em George, pelo que eu sei de sua vida ele era viúvo há muitos anos e seu outro filho pelo que me lembro mora em Montana, ele foi embora para fazer faculdade, se casou e continuou por lá mesmo, aqui sua família se resumia em Leah com sua filhinha Emilly e o genro Sam, que também era funcionário do Rancho.

     Terminei o banho e fui para o quarto me trocar, quando estava penteando os cabelos percebi Edward despertando.

   - Que horas são. – disse ele sonolento.

   - Onze e vinte. Deixei uma toalha no banheiro para você, toma um banho e depois desce para comer alguma coisa. Vou procurar o telefone de contato do outro filho de George e ligar para avisá-lo, Leah me pediu, depois comemos juntos. – dei um beijo nele e segui para o escritório.

     Falei com o filho de George, ainda bem que tinha vários telefones de contato dele. Ele me disse que estaria vindo hoje ainda para Tucson, para ajudar a resolver as coisas referentes ao velório e enterro do pai. Fiquei muito triste em ter que dar essa noticia a ele, eu sentia uma afeição enorme por George, ele me viu nascer.

     Almocei com Edward, que logo depois foi para sua casa dar a noticia aos seus pais. Mamãe chegou, ela estava muito chateada com o acontecido e ao mesmo tempo com muito medo, disse que papai ficou desolado com o ocorrido, ela até demorou um pouco mais para vir embora, pois ele não ficou bem depois da noticia, ela disse que voltaria a dormir no hospital essa noite só por precaução.

     Eu conversei com o xerife McCarty e o mesmo me disse que George foi baleado com dois tiros nas costas e um na cabeça, que pela disposição do corpo ele estava correndo quando levou os tiros nas costa e caído quando levou o na cabeça que foi de perto, disse também que com ele encontraram uma colher de pedreiro suja de terra. Perguntou-me se eu sabia o que ele poderia estar fazendo no pomar às quatro e quarenta da madrugada, e eu disse que não tinha a mínima idéia.

     Tudo que o xerife me falou me deixou pensando muito. George cuidava do estábulo, a vila de funcionários fica do lado oposto ao pomar, ele já beirava os setenta anos e não era adepto de exercício, sempre mexeu somente com os cavalos então porque ele estava no pomar naquele horário? O que poderia ter acontecido que resultasse seu assassinato?

     Eu sentia que alguma hora minha cabeça iria explodir com tantas perguntas, com tantos problemas. Era desesperador imaginar o que o dia seguinte reservaria para mim.

...........................................................................................................................................

     Hoje completava uma semana do assassinato de George. Tinha sido um funeral bonito, feito na capela aqui no Rancho. Ninguém conseguia se conformar com o que havia acontecido. Era realmente difícil, George trabalhou no Rancho por anos, acho que era o funcionário mais antigo.

     Conheci Seth, seu outro filho que veio ao funeral junto com sua esposa Molly e seu filhinho Kevin, um garoto de 08 anos. Tudo que o Rancho devia a George eu paguei a Seth e Leah, e também liberei a casa de George para que Seth pudesse ficar lá por uns dias resolvendo as coisas por aqui até poder voltar a Montana.

     Esses dias acho que foram os mais difíceis que passei em apenas três semanas da minha volta. Papai recebeu alta na terça-feira, lógico que isso foi um alivio para nós, ele estava se recuperando muito bem, mas fazíamos o máximo para mantê-lo em repouso. Edward veio aqui para conversar com ele sobre nosso namoro, lógico que papai deu sua benção, deixando ele mais tranqüilo.

     A noite seria o primeiro dia de rodeio e eu tinha confirmado com Alice que iria eu precisava me distrair um pouco, desde sábado passado eu não tinha conseguido passar com Edward mais de duas horas, não tivemos muito tempo para namorar, então eu queria muito passear um pouco. Precisava me distrair.

     Uma coisa estava me deixando muito chateada, com os acontecimentos recentes no Rancho meus pais tinham decidido passar um tempo numa casa de praia que eles têm em Miami, eu nem sequer cogitei a idéia de ir com eles, não tinha como me afastar de Edward, sem dizer que alguém tinha que cuidar do Rancho e de Blue. Meus pais estavam pensando seriamente em vender o Rancho, e isso não me deixava nada feliz.

     Eu os convenci a pensar mais um pouco sobre a venda enquanto viajavam, eles partiram hoje a tarde. Levei-os ao aeroporto, fiquei feliz deles saírem um pouco de Tucson meu pai precisava de descanso, e seriam pessoas amadas a menos para que eu me preocupasse, já estava na hora de começar minha investigação.

     Chegando em casa depois de levá-los ao aeroporto encontrei a caixa de correio cheia de correspondências, peguei e ao verificá-las percebi novamente uma carta estranha, joguei as outras cartas na mesinha de centro e abri a carta suspeita. Dentro havia novamente uma folha de sulfite com palavras formadas a partir de letras recortadas de jornais e revistas, ela dizia:

VOCÊ NÃO ME OBEDECEU E PIOROU AS COISAS. TEREI QUE VISITÁ-LA PESSOALMENTE EM BREVE. PAPAI, MAMÃE E NEM SEU NAMORADINHO ORDINÁRIO PODERÃO LIVRÁ-LA DA MINHA FÚRIA. DESSA VEZ VOCÊ ME DIRÁ SIM, ENTÃO NÃO TERÁ MAIS VOLTA. AGUARDE QUE LOGO ENTRAREI EM CONTATO.

     Eu gelei por dentro quando li essas palavras, algo nelas me dizia que não importaria o que eu fizesse, o cara por trás dela viria atrás de mim. Ele disse "dessa vez você me dirá sim", então com certeza alguma vez eu tinha dito não, se isso aconteceu eu com certeza o conhecia muito bem, e acredito eu que esse era o motivo dessa perseguição. O meu não.

     O impossível para mim era entender a ligação disso tudo, eu já não conseguia mais achar que o roubo de gado tinha algo haver com isso, a não ser que fosse coincidência. Eu sempre fui muito intuitiva, e nunca me dei mal em seguir essa intuição, agora ele me dizia que eu precisava tomar bastante cuidado, pois a coisa era muito mais séria do que eu pensava.

     Guardei a carta no criado mudo do meu quarto, fui tomar banho, pois logo meu cowboy viria me buscar para ir ao Rodeio. Durante o banho eu pensei muito e decidi que seria melhor contar a ele o que não tinha dito até agora, sobre a ligação ameaçadora e conseqüentemente contar sobre essa nova carta, afinal o cara não estava para brincadeira. Eu somente agradecia a Deus por meus pais terem viajado, mas eu ainda tinha que me preocupar com Edward, tinha que protegê-lo e a melhor forma era contando tudo a ele.

     Saí do banho um pouco mais calma, agora que já tinha traçado meus próximos passos queria esquecer um pouco dos meus problemas essa noite, viver como uma garota de vinte e dois anos com um namorado apaixonado e me divertir numa festa. E decidi que era exatamente isso que ia fazer. Edward também merecia se divertir, então eu só conversaria com ele quando voltássemos do Rodeio, acho até que seria melhor, pois ele estaria mais relaxado depois do passeio e talvez não ficasse tão bravo comigo por ter escondido coisas dele.

     Acho que esse era um bom plano.

     Vesti uma mini saia jeans azul lavada, camisa branca de manga curta, cinto largo de fivela grande e bota estilo cowboy caramelo claro, estava uma típica cowgirl. Prendi a franja do meu cabelo no alto da cabeça e deixei o resto solto, me maquiei, passei um perfume delicioso peguei minha bolsa e chapéu e desci para sala.

     Ouvi barulhos na cozinha, fui lá ver o que era. Encontrei Leah guardando as compras que minha mãe tinha feito ontem, para deixar a casa abastecida de mantimentos para mim.

   - Já são oito horas Leah, você já deveria ter ido para casa. – disse me encostando no balcão. Ela se virou rapidamente assustada.

   - Oh, desculpe senhorita Bella, mas eu queria deixar tudo arrumadinho antes de ir, já estou terminando.

   - Você vai ao Rodeio?

   - Vou sim, assim que sair daqui. Sam já deve estar arrumado e Emilly deve estar louca para sair logo. Aquela menina adora uma festa. – disse sorrindo enquanto falava da filha de seis anos. – Temos que retomar nossa vida não é mesmo? Chorar para sempre não adianta nada.

   - É você tem razão. Então vá logo, deixe que eu guardo o resto amanhã.

   - Já terminei, só faltam os produtos de limpeza que estão na lavanderia.

   - Pode deixar que eu guardo amanhã, vá logo encontrar seu marido. Você precisam se divertir um pouco mesmo. – sorri para ela enquanto a acompanhava até a porta da cozinha, que dava para os fundos da casa.

   - A senhora quer que eu venha amanhã preparar o café?

   - Não precisa Leah, eu mesmo faço. Se precisar da sua ajuda mando lhe chamar está bem?

   - Sim senhorita. Então até mais. Dirvita-se.

   - Divirta-se você também. – e ela saiu indo em direção a vila de funcionários, eu tranquei a porta da cozinha e fui verificar se as outras estavam trancadas. Escutei o interfone tocar quando estava voltado para a sala. Olhei pela janelinha e era Edward parado na varanda de entrada. Coloquei o chapéu, peguei minha bolsa e abri a porta para ele.

   - Boa noite cowboy. – ele estava totalmente a caráter, lindo demais.

   - Boa noite cowgirl. – ele disse e me puxou para um beijo avassalador e eu vi que precisaria retocar o batom toda hora essa noite. – Você está linda vestida assim, ninguém ficaria melhor nessa roupa do que você.

   - Alice comprou uma parecida e ficou linda nela. – sorri para ele.

   - Com certeza ela não chegará aos seus pés. Já estou vendo que terei que ficar muito atento essa noite, pois vestida assim está pura sedução, vai chamar muita atenção. Esses seus olhos verdes estão mais cativantes e suas pernas estão muito sexys com essa saia curtinha.

   - Não está tão curta assim amor. – falei olhando para minha saia, não estava muito curta mesmo, mas minhas pernas eram bem torneadas, eu não tinha culpa.

   - Está no comprimento para me deixar loucamente excitado. – rolei os olhos para ele.

   - Vamos logo vai, antes que você desista. Quero vê-lo na montaria todo gatinho. Aí eu que vou ter que me preocupar, pois as mocréias vão cair matando em cima de você. – fui puxando ele pela mão enquanto ia em direção ao carro dele.

   - Que nada amor, eu não sou tão bom na montaria, e elas geralmente se aproximam dos caras que são feras.

   - Cowboy, é só elas darem uma olhada para você. Será o suficiente. – ele estava vestindo um jeans azul justo com pequenos rasgos nas pernas. Camisa preta de mangas dobrada, cinto de fivela grande, bota marrom escura com uma pequena espora e chapéu marrom, extremamente lindo e com aquele perfume que me deixa extremamente louca.

     Eu tinha certeza que sofreria um pouquinho essa noite. Isso que dá ter um namorado tão gostoso assim.

     Durante o caminho ficamos conversando sobre a viagem de meus pais e a possível venda do Rancho, que me deixava aflita, pois eu sinceramente não queria sair de Vila Sierra e se meus pais vendessem mesmo o Rancho eu teria que alugar um apartamento no Centro de Tucson, tudo bem que provavelmente eu receberia algum dinheiro com a venda, o que me possibilitaria montar meu pet shop, mas ainda sim seria ruim ir morar sozinha novamente, seria como voltar atrás em minha vida, eu não queria mais ficar só.

     Edward não tinha uma opinião formada sobre isso, a única certeza que ele tinha era que não queria que eu fosse embora para Miami, ele faria qualquer coisa para me fazer ficar em Tucson e se não tivesse jeito iria embora comigo.

     Depois de alguns minutos chegamos ao local onde acontecia o Rodeio, demoramos um pouco para estacionar, pois estava lotado, deixamos o carro longe e fomos caminhando. Eu adorei sentir no ar aquele cheiro caracterísitico, uma mistura de feno, esterco, fumo de corda e alcool, que me remeteu diretamente a minha infância, me fazendo ter muitas lembranças boas. Assim que chegamos encontramos com Alice e Jasper, estavam super abraçadinho, pelo jeito ela tinha conseguido o que queria, eu não via à hora de conversar sozinha com ela. Junto a eles estavam o xerife McCarty e Rose, que pelo visto já tinham assumido o relacionamento também.

     Resolvemos procurar um local mais tranqüilo para sentarmos juntos, o xerife como autoridade conhecida da comunidade conseguiu um camarote na área VIP, e fomos todos para lá. Estava divertido demais esse encontro de casais, o xerife era um piadista e Jasper não ficava para trás, acho que nunca ri tanto em minha vida. Eu e a meninas fomos dançar na pequena pista que tinha dentro da área, e estava uma delicia, há muito tempo eu não dançava assim, estava ótimo.

     Voltamos para nossa mesa para descansar um pouco, comer e beber alguma coisa, nossos pares estavam sentado lá conversando, assim que sentei Edward me agarrou e me deu um super beijo eu lógico adorei, ele ficou o tempo todo abraçado a mim e hora tocava meu rosto, hora minhas mãos, depois me beijava, abraçava mais apertado, era nítido sua felicidade por eu estar com ele ali, acho que devia ser mais um sonho realizado para ele, fiquei feliz em mais uma vez ser a protagonista.

     Continuamos mais um tempo sentados conversando e rindo, logo os outros dois casais resolveram sair, deixando eu e meu cowboy sozinhos, ficamos namorando ali e após um tempinho chegou Jake com sua namorada Brenda e vieram no lugar onde estávamos para nos cumprimentar.

   - Bella, que bom te encontrar aqui. – Jake disse e quando levantamos para cumprimentá-lo ele me deu um caloroso abraço e senti Edward ficar rígido ao meu lado – Essa é minha namorada, Brenda Walker. – colocou na minha frente a bela morena.

   - Olá Brenda, já nos conhecemos de vista.

   - Sim, eu me lembro que você foi acompanhar sua mãe no depoimento. – disse sorrindo simpática para mim.

   - Isso mesmo. Você já conhece Edward não é mesmo? – disse apontado para ele ao meu lado.

   - Sim, nos conhecemos. – eles se cumprimentaram beijando o rosto e em seguida Edward pegou na mão de Jake num aperto daqueles de macho e um meio abraço.

   - Então Edward, como vão as coisas lá no Rancho? – disse Jake a Edward, eu puxei Brenda e nos afastamos deixando eles conversarem.

   - Vamos deixá-los colocando os assuntos em dia. – falei a Brenda que acenou concordando e me seguiu em direção ao bar onde pegarmos algo para beber.

     Ficamos batendo papo perto dali por um bom tempo, ela era uma moça muito legal, divertida e inteligente, achei que ela combinava muito com Jake, que apesar do pouco tempo que eu o conhecia já adorava, e comecei a gostar dela também.

     Fomos à pista e começamos a dançar então avistei James, um dos oficiais que conheci no dia em que fui com minha mãe a delegacia, ele estava falando bem pertinho do ouvido de uma garota e a mesma pelo jeito não gostou do que ele falava pois o olhou com cara de muito brava e saiu deixando ele sozinho, achei engraçado, desviei o olhar dele e me concentrei na dança e na conversa com Brenda.

     James chegou perto de nós e começou a dançar, depois entrou na conversar também, logo Brenda foi chamada por uma conhecida dela e nos deixou sozinhos. Eu e James enquanto dançávamos começamos uma conversa entusiasmada sobre os crimes que andavam acontecendo pela redondeza, falamos sobre várias teorias de quem podiam ser os culpados até que do nada ele resolveu mudar de assunto.

   - Então Bella, você não acha que agora que voltou deveria experimentar vários sabores ao invés de ficar com um só? – ele falava chegando cada vez mais perto de mim – Você pode acabar enjoando, e eu só quero te ajudar. – pegou minha mão – Uma mulher tão linda como você não deveria jamais se prender a alguém. – eu olhava para ele perplexa, e quase parando meus movimentos de dança, não podia acreditar em tamanha cara de pau da pessoa. Quando ia dar uma resposta daquelas para ele, senti meu braço sendo puxado para trás com certa violência que me fez bater em um tórax rijo, me virei para ver quem era e dei de cara com Edward que estava super vermelho e com uma expressão nada amigável em seu rosto olhando diretamente para James.

   - Adeus James, eu e Isabella estamos indo embora agora. – James engoliu em seco e acenou saindo rapidinho Edward foi me puxando ou melhor, me arrastando em direção a saída.

   - Edward, não podemos ir embora assim, você ainda tem que competir na montaria.

   - Esqueça. Não vou fazer nada disso enquanto você fica dançando e de conversinha com outros caras. – disse ríspido, minha boca caiu depois dessa. Quer dizer que a culpa era minha, senti a raiva borbulhar dentro de mim. Puxei meu braço que ele ainda segurava e parei, ele parou também e virou para me olhar.

   - Ok, pode voltar para fazer suas coisas e se divertir, eu vou embora sozinha. – disse e saí caminhando em direção oposta a dele, ouvi ele chamar meu nome mas não olhei para trás. Sabia que estava sendo infantil, mas não me importei. Eu nem sei como faria para ir embora, já que ele tinha me trazido, mas a raiva era tanta que não ouvia mais nada e não pensei mais. Comecei a chorar e corri para ficar o mais longe possível dele.

     Como ele podia achar que eu estava dando bola para aquele idiota do James depois de tudo que passamos e conversamos nos últimos dias? Tropecei numa pedra e cai de joelhos, chorei mais, senti dor, mas ainda bem que o lugar era gramado então não me machuquei muito. Ouvi que alguém se aproximava correndo, assustei-me de imediato, só faltava ser um maníaco, me levantei rápido para continuar fugindo, mas não deu tempo, de repente senti mãos me puxarem para trás e gritei desesperada, então senti minha boca ser tampada, o estresse e o desespero me desestabilizaram, entrei em choque e vi tudo ficar escuro.

Continua...