Rancho água Doce escrita por Danimarjorie


Capítulo 16
Bem vindo de volta


Notas iniciais do capítulo

Capitulo dedicado a leitora Gracinha_Cullen, que fez a sexta indicação da nossa fic. Muito Obrigada.

Boa leitura...



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          Minha mãe estava apavorada agora que sabia sobre a carta e as ligações, eu tive que contar depois da última ligação, quando eu descontrolada acabei gritando com a pessoa no telefone, chamei a atenção dela sobre algo que estava errado. Tranqüilizei-a dizendo que o xerife estava ciente da situação e estava tomando as devidas providências, que eu só não tinha dito sobre tudo a ela para não causar mais preocupações. Ela acreditou em tudo que eu disse, acho que se sentia segura sabendo que a policia já estava no caso.

 

          Mais uma vez aquela mesma voz, e percebi que ele disfarçava um pouco para falar e mesmo assim mais uma vez eu tinha certeza que a conhecia de algum lugar, lutava com minha mente para lembrar, mas não conseguia. Agora eu tinha certeza que era o alvo, mas não tinha dito isso a minha mãe, ela poderia dizer a Edward e eu não queria nem imaginar como ele ficaria se soubesse disso, era capaz de colocar um chip GPS sob minha pele, assim ele saberia cada passo que eu desse.

 

          Após o episódio infortuno subi para dormir, ou tentar dormir para ser mais exata, mas só tive pequenos cochilos a noite toda, acabei levantando bem cedo e fui trabalhar, nada melhor para te fazer esquecer um pouco seus problemas.

 

          Sendo sincera comigo mesma admiti que minha terapia não funcionou nenhum pouco, só pensava em maneiras de descobrir o que estava acontecendo. O que eu tinha feito de tão grave que despertou a fúria de alguém a ponto de quase assassinarem meu pai? Vislumbrei diversas situações equivocadas do meu passado, mas não acreditava que qualquer uma delas pudesse trazer todo esse mal.

 

          Passei a manhã toda e parte da tarde vacinando os animais e colocando em dia os arquivos, até esqueci de almoçar. Quando voltei para casa já passava das duas da tarde, ao chegar notei que minha mãe estava muito contente, tinham ligado do hospital tiraram meu pai do coma e ele tinha acordado. Tomei um banho rápido, coloquei uma roupa confortável, liguei pra Edward e contei as boas noticias em seguida fui ao hospital com minha mãe.

 

          Chegando lá conversamos com o médico responsável pelo tratamento do meu pai, que nos levou direto ao quarto dele foi uma felicidade imensa vê-lo acordado, ainda continuava pálido e aparentemente bem frágil, mas eu podia ver que ele ficaria bem. Orei silenciosamente a Deus agradecendo por isso. Saber que meu pai não corria mais o risco de morrer, que estava se recuperando de ferimentos graves, que logo poderia voltar ao Rancho e fazer as coisas como sempre fez me levou lágrimas de felicidade aos olhos.

 

          Minha família era meu porto seguro, meu pai era meu herói e depois de tanto tempo longe deles o que eu mais queria e ficar pertinho, sentido o que é ter a coletividade do lar, a união, pois isso era o que representava pra mim, e agora eu via a família de Edward assim também, uma extensão, e ele era meu solido futuro, por isso eu precisava saber o que estava acontecendo, o porque dessas ameaças, não poderia deixar nada estragar esse futuro que teríamos juntos. Não poderia deixar nada me separar das pessoas que amo.

 

   - Não chora bonequinha, não foi dessa vez que se livrou do seu velho aqui. – revirei os olhos para meu pai, eu estava tão absorta nos meus pensamentos que nem notei que chorava litros, e muito menos que ele também notou.

 

   - Bem vindo de volta. – sorri contente pra ele – Ai papai estou tão feliz que está acordado, que está se curando.– o abracei meio desajeitada, pois ainda tinham tantos fios ligados a ele, mas eu precisava sentir que era real.

 

   - Eu também minha filhinha, eu também. – e me senti tão feliz em ouvir ele me chamar de filhinha que tinha a sensação que iria explodir a qualquer momento.

 

          Contamos a ele sobre o que estávamos fazendo no Rancho, assim ele ficaria ciente que quando voltasse não encontraria tudo em abandono, estávamos dando continuidade ao seu trabalho, ele quis mencionar sobre o que houve na noite em que foi baleado, mas eu e mamãe não deixamos, achamos que era melhor ele descansar mais um pouco, teria tempo de sobra pra nos contar sobre tudo. A prioridade era sua recuperação.

 

          Deixei minha mãe com ele no quarto eles precisavam ficar um pouco sozinhos, fiquei sentada no corredor aproveitei para atualizar minha agenda, depois de um algum tempo avistei Edward e Alice vindo em minha direção. Me abraçaram assim que chegaram, e meio que brigaram antes pra ver quem abraçaria primeiro, Edward sendo o possessivo que é conseguiu ser o primeiro, ele entrou na visita primeiro também então fiquei conversando com Alice.

 

   - Cunhadinha, eu estou sabendo das ameaças, Ed acha que pode ser uma coisa diretamente a você, sua opinião é essa também? – perguntou enquanto apertava muito suas mãos apoiadas em seu colo, eu sabia que isso era um tique que ela tinha, indicava nervosismo.

 

   - Sim florzinha, pode ser, mas não tenho certeza. – procurei ser vaga na resposta, somente minha mãe sabia da última ligação e mesmo assim ela não sabia os detalhes, não sabia que o problema era realmente dirigido a mim.

 

   - Edward está super aflito, tem pensado até em levar você e sua mãe para ficam conosco até seu pai melhorar.

 

   - Ele é tão exagerado, não precisa nada disso, todos os funcionários que moram na vila estão em alerta e qualquer coisa o xerife mandará alguém. Tenho certeza que não vai dar em nada essa coisa toda, só querem assustar. – eu realmente queria acreditar nisso também.

 

   - Pode ser, mas é melhor prevenir, Edward ficaria arrasado se algo acontecesse com você e eu acho que morreria, imagina perder sua melhor amiga logo depois que ele volta a sua vida fisicamente. – ela fez um biquinho ao terminar de falar, rolei os olhos.

 

   - Florzinha, fica tranqüila que tão cedo você não vai se livrar de mim, se eu morrer volto do além para ter assombrar. – comecei a imitar uma alma penada para ela e cai na risada, ela acompanhou e ficamos rindo por uns minutos.

 

   - Você conheceu Jasper não é? – disse ela mudando totalmente o assunto – Sei que não foi uma condição agradável para conhecê-lo, mas aconteceu. O que achou dele? – eu sorri, fiquei feliz em pensar um pouquinho em coisas corriqueiras como paqueras, amores não correspondidos, possíveis pretendentes. Eu sentia falta de ter um tempo de qualidade com Edward, fazia apenas dois dias que voltamos do hotel em Phoenix, mas parecia que eram meses tamanhas complicações que tinham acontecido. E hoje faziam exatas duas semanas da minha volta, e eu nunca imaginei que em tão pouco tempo me aconteceriam tantas coisas.

 

   - Então cunhadinha, o que você achou dele? – perguntou Alice novamente, me tirando das divagações.

 

   - Muito bonito, mas não tive uma oportunidade real de conversar com ele, conversei mais com o xerife McCarty.

 

   - Ele é mesmo lindo não é? Você terá oportunidade de conhecê-lo melhor, pois semana que vem teremos o primeiro Rodeio da temporada e como com certeza seu pai vai estar melhor e provavelmente terá voltado para casa, suas preocupações estarão menores e você vai poder se divertir um pouco, afinal, isso ainda não aconteceu desde que voltou. Sem contar lógico seu fim de semana com Ed em Phoenix.

 

   - É verdade, ainda não fiz nada divertido na cidade, mas em compensação desde que voltei só estou tentando resolver problemas e trabalhando bastante também, não tive muito tempo pra pensar em outras coisas mesmo. Nem estou dando muita atenção ao meu namorado. – disse pensativa encostando a cabeça na parede.

 

   - Isso cunhadinha do coração fica a seu critério mudar. Nós não podemos nos dar ao luxo de deixar nossos homens soltos por ai. – e eu tive que rir com esse comentário, olhei para ela.

 

   - Nossos homens? Que eu saiba a senhorita não tem homem algum. Não definitivamente.

 

   - Bom essa situação está com as horas contadas, Jasper vai me pedir em namoro antes do Rodeio então só estou entrando no clima da situação, afinal, logo vou ter namorado também. – disse dando de ombros, eu tive que rir novamente.

 

   - Florzinha, o que te faz ter tanta certeza que ele vai assumir um compromisso, pelo que sei vocês apenas saíram juntos umas quatro vezes e se beijaram somente nos três últimos encontros. Isso não parece estar perto de se tornar um relacionamento sólido.

 

   - Você tem pouca fé cunhadinha e eu não. Tenho certeza que no próximo encontro Jasper vai assumir comigo, você e Edward depois de um dia após se reencontrar começaram a namorar, então eu já passei da hora, foram quatro encontros, então no quinto será a decisão. Tenho cartas na manga. – disse e bateu palmas repetidamente e rapidamente, parecia uma criança feliz por ganhar um presente.

 

   - Florzinha, acho melhor não contar com o ovo antes de a galinha botar, e estou dizendo isso não é por não ter fé, na verdade se eu fosse Jasper assumiria contigo no  primeiro dia, não se encontra garotas tão perfeitas como você tão facilmente nessa cidade, a única coisa que não quero é que se magoe. – e era verdade, ela podia estar com tanta esperança e tudo dar errado, nunca se sabe o que realmente se passa na cabeça dos homens, a não ser que estejamos falando da cabeça de baixo, essa sim sempre sabemos o que quer. Sexo. – Além do mais eu e Edward nos conhecemos há anos e sempre fomos apaixonados, por isso assumimos um relacionamento tão rápido, era uma coisa que sempre quisemos, mas não podíamos por estar tão afastados fisicamente.

 

   - Relaxa cunhadinha linda, vai dar certo você vai ver, mas fico emocionada em saber que mesmo em meio a seus problemas, ainda tem um tempinho para se preocupar comigo. – ela tinha lágrimas nos olhos enquanto falava.

 

   - Eu sempre tive um tempinho para pensar em você, e sempre vou ter. – sorri para ela que me abraçou contente. Nos soltamos quando Edward voltou dizendo que Alice podia entrar.

 

   - Sessão de abraços? – perguntou ele enquanto sentava no lugar vago de Alice – Porque se for eu quero ganhar o meu. – disse rindo, sentou no lugar que Alice estava e me abraçou em seguida, eu correspondi.

 

   - Não amor, estávamos conversando coisas de garotas e Alice ficou emocionada e me abraçou. – falei pertinho do seu ouvido, pois ainda estávamos abraçados.

 

   - Coisas de garotas? Sei? Com certeza então era sobre garotos, só espero que meu nome tenha sido citado nessa conversa, já que minha namorada era uma das participantes. – disse tentando parecer bravo enquanto me soltava do abraço.

 

   - Claro você é meu garoto não é? – pisquei pra ele – Então estava presente não só na conversa, mas em meus pensamentos e meu coração, senhor ciumento. – beijei seu nariz, e ele abriu um sorriso tão lindo que fez meu coração perder uma batida.

 

   - Senti sua falta. – disse acariciando minha bochecha – E estou muito feliz de saber o quanto seu pai está bem, até vê-lo não imaginei que estava tão bem assim. Ele falou alguma coisa sobre o que aconteceu?

 

   - Ainda não tocamos nesse assunto com ele, vamos esperar ele estar um pouco mais forte, então avisaremos o xerife assim ele poderá prosseguir um pouco mais com as investigações.

 

   - É melhor esperar mesmo. E você amor como está? Teve alguma nova ligação, ou carta ameaçadora? – eu podia ver a preocupação nos olhos de Edward.

 

   - Ontem ligaram novamente, mas a mesma coisa de sempre. – desviei meus olhos do dele ao mentir, eu sabia que era errado esconder dele, mas eu também sabia que ele não aprovava o que eu pretendia fazer, então era melhor que ele não soubesse as reais palavras ditas naquela ligação.

 

   - Logo o xerife vai conseguir rastrear as ligações, então não precisamos nos preocupar, seu pai está bem, provavelmente semana que vem terá alta, tudo vai voltar ao normal princesa fica tranqüila. – me deu um beijo longo e calmante, nesse momento todos os pensamentos desapareceram da minha mente e isso só me deu mais vontade de ficar grudada na boca dele o tempo todo, fugindo dos meus problemas.

 

          Era somente a sensação me consumindo, seu beijo tinha um poder incrível sobre mim, não importava se era calmo ou indecente, ele sempre acendia uma chama por dentro, e logo me senti de volta ao quarto de hotel em Phoenix, lembrando das sensações que suas carícias me proporcionaram, e um segundo depois desaparecerem, percebi que ele tinha parado o beijo e como mágica tudo voltou a mim.

 

   - Amor é tão bom beijar você, fico imaginado como eu consegui viver sem isso por tanto tempo? – falei.

 

   - Eu acho o mesmo, mas eu sei que não funcionaria para nós um relacionamento a distância e também acho que foi melhor dessa forma, nós fomos construindo o sentimento pouco a pouco, amadurecendo com o tempo e isso com certeza vai nos deixar mais forte.  – me deu outro beijo.

 

   - Não posso conceber jamais a idéia de um dia ficar sem você em minha vida, sabia? Eu te amo tanto, preciso tanto de você como o ar que preciso pra respirar. Acho que na verdade só comecei a respirar agora. – me aconcheguei mais em seu abraço.

 

   - Eu também princesa, eu nunca vou partir e nunca vou deixá-la partir novamente. Você é tudo pra mim, e quero ser tudo pra você também. – nos beijamos novamente até perder o fôlego.

 

          Ficamos sentados quietinhos por um tempo, somente curtindo a presença um do outro. Alice voltou e Edward foi embora com ela, fiquei mais um pouco com meu pai, e depois fui com minha mãe para casa. Estava me sentindo muito confiante e feliz, independente do perigo que estava direcionado a mim. Eu não sentia um pingo de medo por mim, mas sim pelas pessoas que amo, eles são importantes demais, eu não poderia de maneira alguma deixar qualquer um deles se machucar por minha causa, e meu pai já tinha se ferido, por pouco não perdeu a vida.

 

          Eu tinha certeza que aqueles que amo deveriam ser protegidos, e faria o impossível para que nada de mal acontecesse a eles, mesmo que isso custasse minha vida, o único problema era que talvez eles pensassem a mesma coisa em relação a mim, desejassem fazer o mesmo por mim, além de que eles poderiam sofrer muito caso algo acontecesse comigo.

 

          Será que eu estava pensando em fazer a coisa certa?

 

          Eu estava num mato sem cachorro.

 

 

 

 

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Como prometido aqui está o capitulo, mesmo eu estando sem semana de provas, que só terminam sexta-feira que vem.

Obrigada pelas reviews no último capitulo, apenas 12, sendo que quando ele foi postado tinhamos 21 usuários notificados...

O primeiro bônus prometido já está pronto... estou começando o segundo...rsrsrs Próximo capitulo na sexta-feira.

"Só quero lembrar que estrelinhas, recomendações, reviews e adicionar pontos positivos a popularidade da autora são ótimas práticas." rs