O que uma simples garota de rua poderia saber da vida? Muito mais do que um adolescente que saiu da pobreza para a fama pode ter certeza.

Ela se chama Maggie Raynolds, viveu seus quinze anos, nas ruas de Stratford, perdeu seus pais quando tinha apenas dez anos de idade, irmãos? Não tem, e família, nunca ouviu falar sobre. Era sozinha, totalmente sozinha, a única coisa que carregava consigo era aquela velha foto dela e seus pais, sorrindo ternos para aquela bela fotografia familiar, a foto havia sido tirada antes de seu pai perder o emprego, quando isso os aconteceu foram morar nas ruas daquela pequena cidade, e também carregava o velho violão que fora de sua mãe, a mesma a ensinou a tocar o instrumento, que hoje era o que garantia o seu sustento, a garota atualmente, ela tocava pelos cantos, em escadarias de teatros, na rua, em praças públicas, para ganhar algum dinheiro, ao menos para comer, e assim passava os dias naquelas frias ruas de Stratford.

-Sai da frente garota! – alguém a acordava aos gritos, quase todos os dias eram assim naquelas calçadas em que dormia.

-Me deixa em paz garoto! – disse olhando para cima, encarando o garoto, e saindo do meio da calçada.

O garoto então seguiu o seu caminho, aquele rosto para a menina não lhe era estranho, não que ela tivesse uma ótima memória e lembrasse todas as pessoas que passam diariamente por aquelas ruas, mais é que aquele rosto era muito conhecido, tanto de jornais, revistas, quanto de televisão, banners, por todo lugar aquele rosto estava estampado, era o Justin Bieber, o grande astro pop que saiu da pobreza a fama.

Ela riu, ao ver que quem passara por ela era o garoto, como uma pessoa que já tinha passado por algumas dificuldades como a dela, hoje poderia estar tão arrogante, e sem coração.

A garota levantou-se daquele chão sujo, suas roupas estavam sujas, e rasgadas, mais ela não ligava para isso, sua maior preocupação era o dia de amanhã, roupas eram só conseqüência.

Ela foi tomar café em uma padaria, com o pouco de moedas que lhe restavam, as pessoas a olhavam com estranhamento, e desprezo no estabelecimento, o que aquela menina toda suja e mal vestida estaria fazendo ali, uma garotinha, aparentando ter dois anos de idade, veio correndo na direção da menina, se escondendo atrás de suas pernas, e o pai da garotinha estava procurando-a, Maggie, notando que poderia ser essa a filha do homem logo a entregou ao pai.

-Jazmyn, volta aqui filha! – o homem gritava.

-Olá menininha, eu sou Maggie, e você? – Maggie disse abaixando-se ao lado da menininha.

-Jazmyn! Você é bonita moça... – a garotinha dizia sorrindo.

-Obrigada! Você também é linda... – Maggie agradeceu e retribuiu o elogio. – Aquele é seu pai não é? – perguntou.

-É... – a pequena respondeu.

-Então espera que eu vou chamá-lo. – ela disse, e pegou na mão na garotinha, para que a mesma não fugisse. – Moço... Essa é a sua filha? – deu um grito.

-Sim... – o homem disse aliviado – Muito obrigado moça! Como posso agradecê-la? – perguntou

-Imagina moço... – ela disse envergonhada.

-Aceita tomar um café conosco? – ele perguntou.

-É... Eu já ia indo... – ela disse tentando disfarçar.

-Eu insisto... – ele falou.

-Por favor, moça... – a garotinha dizia puxando a mão de Maggie.

-Tudo bem... – Maggie aceitou o convite.

Eles foram se sentar em uma das mesas da padaria, e o homem começou a conversar com Maggie.

-Eu nem me apresentei... Meu nome é Jeremy, e o seu? – o homem se apresentou.

-Maggie... – a garota respondeu com um sorriso.

-Bonito nome Maggie... – o homem elogiou.

-Obrigada! – Maggie agradeceu um pouco corada.

-Então Maggie, onde você mora? – Jeremy perguntou.

-Pelas ruas... – ela respondeu distraída.

-Não trabalha? – ele perguntou.

-Sabe moço, ninguém quer dar emprego a uma maltrapilha como eu. – ela se explicava em um tom triste.

-Você trabalharia como babá? – ele perguntou já com intenção de algo.

-Como assim? – ela perguntou sem entender o que o homem havia dito.

-Eu tenho dois filhos, a Jazmyn, e o Jaxon, que ainda é um bebê, e minha esposa, não está dando conta de cuidar dos dois, e estamos precisando de uma babá que possa trabalhar e morar conosco. – ele se explicava.

-Entendo... – a garota disse.

-Então... – o homem continuou – Eu e minha esposa estamos procurando uma babá de confiança, e eu senti certa confiança em você... Então aceita?

-Aceita Maggie, aceita! – a pequena implorava a garota.

-Eu... – Maggie mordiscou seu lábio inferior.