Mrs. Potter

Capítulo 6

O início do ano foi... normal e entediante. Sem Harry, parece que o mundo perdeu a graça. As aulas foram normais, e todas os professores só falavam dos N.I.E.M's.

-Olá Gina – falou Luna.

Eu estava numa tarde de sexta-feira, sentada sob uma árvore, segurando meu colar, olhando para o nada e chorando. Como em muitas outras tardes.

-Oi Luna – murmurei e ela se sentou ao meu lado.

-Sabia que você não deveria estar assim? Harry não morreu ou foi para uma batalha na qual é impossível voltar vivo! Ele está por aí, procurando emprego.

-Obrigada Luna – balbuciei mal-humorada.

-Sério Gina, ele está vivo. E você só passará um ano sem ele!

-Me ajudou muito!

Ela suspirou.

-Desculpe... Bem, não foi isso que eu vim falar com você. É que você anda tão distante...

-Acho que você sabe o motivo.

-Sei sim... Mas queria te avisar que a Minerva marcou um dia em Hogsmeade amanhã...

Suspirei.

-Tá, obrigada por avisar.

-Você tem que ir! Precisa se divertir!

-Tá, eu vou.

-Ótimo! – ela bateu palmas e se levantou – Vai ficar aí até anoitecer?

-Já entro, Lu. Obrigada.

Ela deu de ombros e saiu saltitando para o castelo.

-Tomara que tenha pudim! – ouvi-a comentando.

Revirei os olhos, rindo de minha amiga piradinha. Fiquei mais alguns minutos observando o lago e fui jantar.

O outro dia foi como qualquer outro, mas desta vez, a neve batia levemente na minha janela, fazendo-a embaçar. Fiz minhas pernas me arrastarem para o banheiro e tomei um banho. Coloquei uma calça jeans e muitas roupas quentes.

Tomei café e fui, junto com Luna, para Hogsmeade. Estávamos entrando no Três Vassouras quando eu avisto de longe. Um homem sentado a uma mesa, sozinho, cabelos rebeldes, óculos redondos, olhos verdes penetrantes.

-Harry! – berrei e corri para ele.

Harry me abraçou, rodando-me no ar enquanto Luna sorria. Beijamo-nos intensamente, como se o mundo fosse acabar depois disso.

-Gina! Ah, como é bom ter você aqui! – ele disse, me abraçando novamente.

-Harry, senti tanto a sua falta!

Nos sentamos na mesa e ele pediu duas cervejas amanteigadas.

-Como soube que hoje era dia de vir para cá? – perguntei, bebericando a cerveja.

-Luna me mandou uma carta dizendo que você estava muito triste. Então me disse que hoje seria o dia e eu vim.

Alarguei o sorriso, desejando que Luna estivesse ali para agradecê-la.

-E como foi a entrevista?

-Consegui o emprego para auror! – ele falou e eu o beijei.

-Parabéns, Harry!

-Obrigado.

-Como anda sua vida sem mim? Alguma loira oxigenada ou ruiva de meia tigela ou japonesa idiota? – perguntei, espreitando os olhos a casa palavra.

Ele riu do meu ataque de ciúmes.

-Não Gi, você é única.

Cruzei os braços.

-Ótimo!

Ele sussurrou em meu ouvido:

-I don't want another pretty face I want you and your beautiful soul. (N/A: (8) Beautiful Soul – Jesse Mccartney)

Sorri e beijei seus lábios.

Conversamos a tarde toda e Harry teve que partir. Quando ele rodou e desapareceu com um Crack eu fiquei sem expressão e voltei para o dormitório. Sentei na minha cama e fiquei olhando o nada.

Ele se foi. De novo. Enterrei a cabeça no travesseiro e logo adormeci.

Acordei, com o frio fazendo meus dentes baterem. Corri para o banheiro - tropeçando no meio do caminho e quase caindo. Tomei um banho e me troquei. Era domingo e minha vontade de fazer qualquer coisa era zero, mas acabei por ir ao Salão Principal tomar café.

-Ei, gata. – murmurou alguém, mas eu segui meu caminho.

Estava quase chegando no Salão Principal quando alguém segura meu pulço e me vira completamente para si. Um garoto um pouco mais alto que eu, cabelos loiros e olhos verdes.

-Falei com você, não me ouviu?

Dei um passo para trás.

-Não, desculpe.

Ia virar de novo e ele me segurou novamente.

-Sou Michael – ele disse.

-Que bom – murmurei, sentindo meus olhos se espreitarem.

-Está com medo de mim?

Não, é só um louco correndo atrás de mim, acontece todo dia – pensei, mas fiquei quieta.

-Não. – eu disse, cruzando os braços, dando coragem a mim mesma.

-Bem, ainda não me disse seu nome.

-Não tô afim.

Ele sorriu.

-Está se fazendo de difícil. Gosto disso.

Revirei os olhos.

-Oh, olha – balbuciei – É hora de dar tchau! (N/A: Teletubbies).

-Que pena. Vou descobrir o seu nome, gracinha.

Gracinha é a tua avó, babaca! – pensei novamente, só que dessa vez falei em voz alta.

-Não fique assim comigo. Vi que passou por um tempo difícil e sei que é uma Weasley.

Demoníaco.

-Que ótimo – falei mal-humorada – O que acha de ir ver se eu tô na esquina? Daí quando voltar me avisa!

Ele riu.

-Você é engraçada.

-Que pena, não era para ser.

-Por que todo o mau-humor?

-Porque você existe.

-Eu te fiz uma coisa?

-Fez.

-O que?

-Nasceu!

-Mas você nem me conhece!

-Desculpe garoto, tenho que ir.

-Espere. Qual é o problema?

-Você.

-Só porque te elogiei?

-Me elogiou? "Ei gata" virou elogio?

-Desculpe. Vamos começar de novo, tá?

Suspirei.

-Oi, sou Michael – ele estendeu a mão.

-Sou Zé-Ninguém, prazer. Agora tenho que ir.

Virei-me e continuei andando.

-Foi bom te conhecer, Zé – ouvi-o berrar, rindo.

-O prazer não foi meu, Michel! – berrei de volta.

-É Michael, mas tudo bem!

Por sorte, já estava no Salão Principal. Tomei café, com medo de que aquele maluco voltasse. Quem ele pensa que é para pegar meu pulço? Nem conheço o ser. Acho que só o vi uma vez na minha vida... mas não me lembro onde.

Terminei o café e voltei para a Sala Comunal, peguei meu livro e me sentei na poltrona.

Nos últimos dez minutos eu li cinco vezes o mesmo parágrafo. Isso sim é concentração, eu deveria ganhar aquelas paradas trouxas. Zocas (N/A: Oscar). Algo assim.

-Olá.

Levantei os olhos do livro. Jenny, minha companheira de quarto, estava sentada ao meu lado.

-Oi, Jenny.

-Você e Harry estão namorando?

-Sim, estamos. Por quê?

-Porque hoje eu te vi com o Michael – ela me olhou e eu soube que aquilo iria virar fofoca.

-Nem conheço esse garoto. Você sabe alguma coisa sobre ele?

-Sei sim. Ele está no sétimo ano, é bonito, inteligente, da Corvinal e faz aulas de Runas Antigas comigo.

-Ahn. Ele me pareceu um pé-no-saco, se é que me entende.

-Pé-no-saco? Depois de Harry, ele é o garoto mais bonito que eu já vi!

-Ei! – exclamei, dando um tapa em seu braço – Harry é meu!

-Com você presa aqui em Hogwarts e ele lá fora? Acha que vai conseguir segurá-lo até o fim do ano?

-Acho sim, confio em Harry. – minha voz não saiu tão confiante quanto eu gostaria.

-Sei... Só acho que Harry é um homem lindo demais para ser preso aqui por... você.

Dizendo isso ela saiu. Que vaca! Sou mais bonita que ela!

Acho que vou reclamar. Faço muito para ganhar só um Zocas (N/A: Oscar). Depois disso sim eu não consegui prestar mais atenção ao meu livro. Loira oxigenada (Jenny) idiota, vá pastar!

Levantei, jogando meu livro no sofá e saí.

Precisava de Luna. Ela sim era uma amiga de confiança e me diria se a loira oxigenada estava falando a verdade. Eu não sou feia...

-Zé-Ninguém!

Ah não.

-Vá encher a vida de outra, Manoel.

-É Michael. Onde vai com tanta pressa?

-Se puder, o mais longe de você (N/A: Vai para Pigfarts! It's on MARS! [A Very Potter Musical]).

-Ainda não entendi o que fiz de errado.

-Não fez nada, só me perseguiu que nem um maníaco. Normal, estou acostumada.

-Cuidado, Zé, tá babando sarcasmo aí.

-Há-há. Olha, cuida da tua vida que tenho assuntos a cuidar da minha.

-Sempre tão apressada... Poderíamos marcar alguma coisa, o que acha?

-Eu não vou sair com você, Michel, estou comprometida.

-Tem namorado? – perguntou, sem esperança na voz.

-Tenho.

-Quem?

-Harry Potter.