Mrs. Potter

Capítulo 10

Quando acordei, o sol entrava pela janela do quarto de Harry. O moreno ao meu lado ainda dormia profundamente, com os braços à minha volta.

Tirei seus braços com cuidado e fui preparar o café da manhã. Como não tinha nada, saí para comprar.

Quando voltei, Harry já tinha acordado e estava falando desesperadamente com alguma coisa, ou alguém.

-Mas Rony eu simplesmente acordei ela não estava mais aqui! – ele falou.

-Harry, seu estúpido! Aposto que engravidou minha irmã e ela fugiu!

-Não fizemos nada, Rony! – Harry exclamou e eu vi que ele falava com um pedaço de espelho.

-Não mesmo, Rony – falei.

-É. Tá vendo até a Gi... – falou Harry e então deixou o espelho cair – GINA!

Ele correu para me abraçar, me rodando no ar e me beijando.

-Aonde você foi?

-Comprar alguma coisa para o café da manhã – falei, indo para a cozinha quando ele me colocou no chão.

-Quase me matou do coração! Por que não deixou um bilhete?

-Porque eu iria voltar rápido. E por que foi logo falar com o Rony? Sabe que ele te mataria se um mosquito me picasse – falei, colocando as coisas na mesa.

-Tentei falar com Hermione, mas ela estava tomando banho...

-De qualquer forma, eu não iria embora e você sabe disso.

-Desculpe. É que fiquei preocupado – ele disse.

Own, ele fica lindo todo sem jeito.

-Que graça – falei, beijando-lhe. – Quer café da manhã?

-Claro.

Sentamo-nos à mesa e apreciamos o café da manhã enquanto conversávamos.

-Tenho que voltar para casa, Harry. Hoje é véspera de Natal e eu tenho que ajudar minha mãe a preparar as coisas.

-Claro. Vou também.

Ele olhou para mim com mais intensidade e riu.

-Está com as minhas roupas?

Olhei para mim mesma e me vi usando uma camisa social masculina, verde, e uma calça jeans, com tênis do Harry.

-Bem, não posso ir a padaria com um vestido de festa.

-Tudo bem. Você ficou linda assim.

-Obrigada. Tenho certeza de que mamãe vai pirar se me ver assim...

-Não aconteceu nada – ele disse, com desdém.

-Eu sei, estava aqui também – falei, sorrindo.

Harry sorriu de volta e foi se arrumar enquanto eu pegava minhas roupas e prendia os cabelos num coque mal feito e preso com uma caneta.

Depois de um tempo, aparatamos para A Toca. Harry e Rony saíram enquanto eu fui barrada por mamãe.

-Gina! – exclamou mamãe, me abraçando. – Rony me disse que você tinha sumido!

Revirei os olhos.

-O Rony é dramático e psicólogo nenhum vai mudar isso.

-Psi quem? – ela perguntou.

-Trouxas – comentei, me lembrando do filme de ontem.

Ela sorriu, ajeitando as vestes e seus olhos se arregalaram um pouco nas órbitas.

-Que roupas são essas?

-Ah – falei, arregaçando as mangas da camisa – São de Harry. Eu não levei roupas para lá, além do vestido de festa.

-Oh, querida... – e então ela chegou mais perto, falando para que só eu pudesse ouvir – Vou te ensinar um feitiço anticoncepcional.

-Mamãe! Harry e eu não fizemos nada!

Ela suspirou.

-Tudo bem, mas é bom ficar prevenida, Gina...

-Mamãe! – revirei os olhos, sentindo minhas bochechas queimarem.

-Tá. Sem mais esse assunto. Me ajuda com a decoração? Hermione já está lá nos jardins preparando algumas coisas.

-Só vou trocar de roupa – falei e mamãe assentiu.

Subi as escadas e me encaminhei para o meu quarto. Tomei um longo banho e coloquei roupas simples, desci e ajudei Mione com o resto das coisas.

Lá pelas sete horas, Mione e eu subimos para nos arrumarmos. Tomei outro banho, prendi os cabelos num coque perfeito, coloquei um vestido simples, liso, até os joelhos, vermelho claro e um casaco por cima. Mione colocou um branco, prendeu os cabelos numa trança de lado e maquiou-se bem, deixando-a maravilhosamente linda.

Desci as escadas d'A Toca, com Hermione logo atrás. Já era de noite e Gui, Fleur e Victorie haviam acabado de chegar. Cumprimentei-os e procurei por Harry.

-Uau. Você é a noiva mais linda que eu já vi – falou Harry e eu me virei.

-Harry!

Ele estava com uma calça jeans e um suéter.

-Achei você – ele falou, enlaçando minha cintura – Vou lá ver o Teddy e a Andrômeda, trazê-los aqui a pedido de sua mãe.

-Posso ir junto?

-Eu ia sugerir isso agora.

Sorri, chegando bem perto de seu rosto e o beijei na bochecha. Me afastei, sorrindo malignamente.

-Ah, não vale! – ele exclamou.

-Vale sim. Vamos logo.

Aparatamos para a casa da Sra. Tonks e a encontramos, brincando com Teddy na sala. Batemos umas três vezes e esperamos.

-Oh, olá Harry e Gina – disse Andrômeda, deixando-nos entrar.

-Olá, Sra. Tonks – falei junto com Harry.

-Tio Harry! – falou Teddy, engatinhando para Harry.

-Oi pequeno! – ele pegou-o no colo. – O que acha de ir passar o Natal lá n'A Toca?

-Posso, vovó?

-A senhora vem com a gente, claro – complementei e ela sorriu.

-Vou só pegar um casaco para Teddy.

Ela saiu da sala.

-Olá Teddy – falei, chegando mais perto dos dois.

-Oi tia Gina!

Harry brincou um pouco com Teddy até que Andrômeda voltasse.

Aparatamos para A Toca, que estava movimentada. Harry levou Teddy para os jardins, me arrastando junto.

Passamos a noite toda assim. Andando para lá e para cá. Entramos em casa, Harry colocou Teddy sentado no tapete e começou a brincar com ele. Me sentei e juntei-me a brincadeira.

Estávamos nos divertindo, com Teddy tentando andar, até que ele caiu e fez um biquinho que eu senti dó.

-Oh, Teddy! – exclamei, pegando-o no colo.

Ele chorou um pouquinho e eu o balancei para um lado e para o outro. Harry veio e o fez rir. E minutos depois, estávamos todos rindo.

-Gina, Harry, a ceia vai começar daqui a pouco. – Avisou Rony.

Saímos para os jardins, entregando Teddy para a avó. Harry me enlaçou na cintura por trás, esperando.

-Vamos ir à nossa ceia de Natal! Jantemos, agradecendo à Molly, Gina e Hermione, que ajudaram em tudo – anunciou papai.

Ouve murmúrios por toda A Toca e nos sentamos para jantar.

Depois do jantar, Harry e eu estávamos sentados sob as estrelas, do outro lado d'A Toca.

-Como é o emprego de auror? – perguntei, enquanto apreciávamos as estrelas.

-Está meio sem graça. Nenhum maluco-sem-nariz para matar, ou os capangas...

Ri, sendo acompanhada por Harry.

-Prometo que te busco em Julho – murmurou ele.

-Obrigada.

-Não tem o que agradecer. – ele disse e suspirou - Parece que falta tanto.

Balancei a cabeça em concordância.

-Mas você vai me escrever todos os meses, certo? – perguntei, encarando seus lindos olhos verdes.

-Vou. E você vai me avisar quando forem os passeios à Hogsmeade. – não foi uma pergunta, mas eu assenti sorrindo.

Abaixei os olhos para meu anel. Era lindo. No centro havia uma pedra preciosa, julguei ser uma esmeralda, pela cor. Lembrava-me os olhos de Harry.

-É lindo – falei e ele olhou para minha mão.

-Não é nada de mais... É o anel de minha mãe.

-Achei que não tivesse nada de sua mãe...

-Tenho alguns pertences dela. O anel, é um deles.

-Nunca me falou sobre isso.

-Só Rony e Hermione sabem.

-Um dia, quem sabe, eu posso ver?

-Pode, claro. Eu ia te mostrar quando se mudasse para casa. Não tem muitas coisas como eu gostaria de ter, mas é o bastante.

Sorri, abraçando-o com força.

-Sinto muito.

-Tudo bem. Nunca vou superar, mas acho que me casando com você, vou esquecer e ser realmente feliz, como nunca fui com mais ninguém.

Senti a vista embaçar e o beijei. Nos separamos alguns minutos depois e ouvimos alguns vivas vindo d'A Toca.

-Feliz Natal, Harry – falei, sorrindo.

-Feliz Natal, Gina.

Nos levantamos e fomos para A Toca dar "feliz Natal" para todos. Passamos o resto da noite/madrugada conversando com todos, até que eles foram embora. Subi as escadas, tirei o vestido, colocando meu pijama deitei na cama e rapidamente dormi.

Acordei, com alguém me sacudindo.

-Só mais uns minutinhos, mãe. – murmurei, colocando o travesseiro em cima da cabeça.

-Não sou sua mãe, Gina. Vamos, levanta! Já está tarde!

Reconheci a voz de Mione.

-Que horas são? – perguntei, sentando-me na cama e esfregando os olhos.

-Quase dez horas.

Arrastei-me para o banheiro, resmungando. Quem acorda dez horas num sábado? Tá, hoje é Natal, mas whatever...

Tomei banho e coloquei uma calça jeans e muitas blusas quentes. Desci as escadas e me deparei com todos da minha família, com Harry e Mione, tomando café.

-Bom dia. – murmuraram todos – Feliz Natal, Gina!

-Bom dia e feliz Natal.

Sentei-me ao lado de Harry, beijando sua bochecha rapidamente. Ele estava com um sorriso enorme no rosto, o que eu achei estranho, mas nem liguei.

-A atenção de todos um minutinho – falou Harry, se levantando e todos os Weasley (e Hermione) cessaram as conversas e o olharam. – Quero dizer que pedi a mão de Gina em casamento, e ela aceitou. Portanto...

-... estamos noivos – completei, me levantando junto.

Eles sorriram para nós.

-Parabéns aos dois – falou mamãe, que continha lágrimas nos olhos.

-Obrigada/Obrigado – falamos juntos.

-Presentes? – perguntou mamãe e nós fomos para a sala.

Trocamos presentes e Rony subiu numa cadeira.

-Por favor... – ele disse, mas ninguém ficou quieto – CALEM A BOCA!

-Ronald! – repreenderam mamãe e Mione.

-Desculpe. Bem... quero falar uma coisa. Hermione, você tornou minha vida mais feliz, mais animada e infelizmente mais briguenta. – ela sorriu – Mas eu te amo e é isso que importa. Quero saber se me ama também.

-É claro, Rony – ela falou, meio constrangida.

-Então aceita se tornar Hermione Jane Granger Weasley?

Ela levou a mão à boca e começou a chorar.

-Aceito! Aceito! – ela exclamou e ele a beijou com tanta intensidade que pensei que fosse engoli-la.

Batemos palmas enquanto mamãe sorria com a mão no peito e chorava.

-Gi, pode me acompanhar? – sussurrou Harry em meu ouvido.

-Claro.

Saímos da casa no meio do movimento.

-Confia em mim?

-Óbvio – respondi.

-Então feche os olhos.

Nem hesitei e fiz o que ele pediu.

-Vamos aparatar, ok?

-Ok.

Segurei seu braço, ainda de olhos fechados e aparatamos. É horrível aparatar de acompanhante. O ar some dos pulmões e uma dor inigualável de ser puxada pelo umbigo até o último segundo.

Meus pés tocaram ao chão e eu agradeci mentalmente por ter acabado.

-Não abra ainda.- ele disse, se afastando um pouco. – Agora.

Abri os olhos e me deparei com uma casa. Era grande até, tinha dois andares e um jardinzinho no fundo.

-O que é isso, Harry?

-Seu presente de Natal. Digo, nosso presente.