Mrs. Potter escrita por LolaPotter22


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/91417/chapter/1

Ele voltara. Eu vi com meus olhos. Só que não voltou do jeito que eu esperava. Estava... morto. Harry Potter estava morto. Sim, parece gozado de se acreditar.

Meu amor estava morto. Voldemort o matou. E a única coisa que eu conseguia fazer era arregalar os olhos e deixar meu coração explodir. As lágrimas vieram como o feitiço chega à varinha com uma palavra.

-Não! – sussurrava para Hagrid e o corpo de Harry.

Meu cérebro negava os meus olhos. Não podia estar acontecendo. O mundo não tinha mais importância e todos os dias que passei trancada em meu quarto, deixando com que a depressão tomasse conta foram em vão.

Harry foi posto com cuidado aos pés de Voldemort. Eu não dava mais importância para nada. Perdi meu irmão e o Harry em um único dia. Queria mais era que me lançassem Avada Kedavra. Seria mais fácil e menos doloroso.

Também não entendi quando Neville pegou a espada de Godric Gryffindor e matou a bendita cobra de Voldemort, Nagini. Houve uma confusão e Harry, do nada, voltou. Ajudou minha mãe com a batalha e matou Voldemort.

Queria berrar de felicidade! Harry derrotou Voldemort e finalmente, o sol reinou! Fiquei atordoada com a multidão que corria de um lado para o outro depois que a guerra acabou. Os corpos estendidos no chão do Salão Principal ainda me davam um aperto no coração. Olhei para Tonks e Lupin, tão inocentes, tão pálidos. E ao lado, minha vista embaçou, estava meu irmão ruivo.

-Fred – murmurei e me debrucei sobre ele – Amo você. Não ligue para tudo que te fiz. Vá em paz, maninho.

Derramei todas as lágrimas que restavam por eles, desejando reencontrar Harry o mais rápido que conseguiria. Com sorte, achei-o saindo do gabinete de Dumbledore.

Os cabelos bagunçados caindo sobre seus olhos e quase tapando sua cicatriz. Os óculos redondos estavam tortos, por tudo o que ele passou. O rosto estava sujo, assim como as roupas, que também estavam rasgadas.

-Harry – falei baixinho, e ele olhou em minha direção.

Nossos olhos se encontraram e sorrimos ao mesmo tempo.

-Rony, Hermione, encontro vocês depois – falou ele, com sua voz doce que eu desejara escutar durante minha depressão. Aquela voz...

Os dois saíram, mas eu não tirei os olhos de Harry.

-Gina!

Corremos em direção um ao outro e nos abraçamos. Ele se afastou de mim, colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha e beijou minha testa. Senti que estávamos chorando e sorrindo. Não conseguíamos falar nada, mas não era necessário.

Ficamos em silêncio por um tempo, nos observando. Para conferir se estávamos mesmo ali.

-Eu te amo – por fim, ele disse.

-Eu te amo.

Ele se aproximou e me beijou. Ah céus, como eu esperei por esse momento. Retribui com a mesma ansiedade. Nos separamos, ofegantes e ele sussurrou em meu ouvido:

-You be in my heart.

Sorri, me lembrando do momento. As lágrimas não paravam de vir, mas eu não queria impedi-las.

-Você deve estar cansado – eu falei, sem tirar os olhos dele, como se ele pudesse desaparecer se eu piscasse.

-Não – ele mentiu, pois bocejou logo depois e riu. – Estou um pouco sim. Lutar com Voldemort durante sete anos não é fácil, sabe como é. Preciso de férias.

Sorri.

-Acho melhor você ir dormir.

Ele assentiu, pegou minha mão e me levou consigo para a Sala Comunal da Grifinória. Passamos pela maior parte do castelo. A destruição era triste e grande, metade do castelo estava desabado. Chegamos à Sala, onde estava Minerva.

-Oh céus! Chegaram – exclamou McGonagall.

Ela arrancou Harry de mim e o arrastou para o dormitório. Fiquei sozinha na Sala Comunal, absorvendo tudo o que havia acontecido. Subi para o dormitório feminino, entrei no dormitório e me enfiei em baixo das cobertas. Só então percebi o quanto estava cansada. Antes de deitar a cabeça no travesseiro, eu já havia dormido.

Acordei, com o sol irradiando da minha janela. Fiquei observando o teto.

Não podia ter acontecido. Fred não morreu. Parte de mim acreditava que, quando eu descesse as escadas, o veria junto com Jorge, preparando alguma bomba de bosta ou vomitilha. E parte de mim sabia que ele tinha ido, para sempre.

As lágrimas voltaram aos meus olhos quando lembrei da cena. Fred deitado no chão do Salão Principal. Se não estivesse tão pálido, pois ele morrera sorrindo.

Levantei da cama, e limpei as lágrimas. Eu já havia chorado demais, hora de parar, falei mentalmente para mim mesma. Fred iria querer isso.

Mas só o nome Fred me fez chorar de novo. Entrei no banheiro, tomei banho e tentei arrumar meus cabelos, que estavam desgrenhados. Depois de ficar o melhor que consegui, desci.

Uma aglomeração maior do que o normal estava em volta de alguma coisa. Deduzi que era Harry, Rony ou Mione, mas não tentei atravessar a galera para ver. Quando entrei no Salão Principal, as mesas foram repostas e, ao em vez das cores das casas, a cor preta prevalecia como luto. Caminhei até a mesa da Grifinória e me sentei ao lado de minha família triste e depressiva.

-Bom dia – murmurei sem emoção nenhuma.

-Bom dia.

Ninguém falou mais nada, só ficaram encarando o próprio prato. Comi uma meia torrada e um pouco de suco de abóbora, já que a fome era pouca.

Olhei cada membro da minha família. Mamãe estava chorando e com os olhos vermelhos e esbugalhados. Papai também, mas tentava não mostrar muito e dizia para si mesmo: Seguir em frente. Fred iria querer isso. Carlinhos estava com bolsas pretas em baixo dos olhos, de insônia, como se tivesse chorado a noite toda ao em vez de dormir. Não vi Gui. E Jorge... coitado do Jorge. Fred era seu parceiro para todas as horas e momentos.

O coitado estava com os olhos vermelhos, cabelos desarrumados, roupas rasgadas, como se não ligasse mais para a aparência. Abraçei-o e tentei consolá-lo, mas só consegui chorar mais.

Jorge não retribuiu o meu abraço, o que eu achei estranho. Levantei-me da mesa e decidi dar uma volta pelos jardins. Deixar toda mágoa sair com as lágrimas.

Quando cheguei nos jardins, fiquei andando a beira do lago. Olhando sem ver, pensei em todos os momentos que conseguia me lembrar de ontem. Será que estive mesmo com Harry? Ou foi só um sonho e ele me esqueceu completamente depois de sua partida?

-I'm here without you, baby – murmurei quase inaudível.

Harry me veio à tona. Desde o seu primeiro ano até a partida dele do casamento de Gui e Fleur.

-Incomodo?

Levei um susto e me virei rapidamente. O garoto moreno, com cabelos rebeldes e óculos redondos com um sorriso, mais homem do que eu me lembrava, estava em pé ao meu lado.

-N-não. – gaguejei que nem uma idiota.

-Posso lhe acompanhar?

Assenti e nós dois ficamos andando pela beira do lago.

-Gina...

-Harry... – falamos ao mesmo tempo e sorrimos fracamente – Fale primeiro.

-Sinto muito. Pelo Fred. Por você. Por tudo.

Balancei a cabeça e limpei as lágrimas que escorriam pela minha bochecha.

-Não queria que acabasse assim. Sabe disso.

-Harry, por favor, não me dê mais um fora – falei rapidamente, sem prestar muita atenção no que dizia. Gina estúpida.

-Não quero te dar um fora, a não ser... – ele pareceu nervoso – A não ser que você queira.

-N-não. Continue – abaixei a cabeça, envergonhada.

-Quero que você entenda porque eu tive de deixá-la. Foi necessário – ele parecia implorar para que eu acreditasse – Não quis te deixar aqui em momento algum, mas se eu a levasse, poderia morrer e a culpa seria minha, além do egoísta que eu seria te levar só para me fazer companhia.

Assenti.

-Não fique triste comigo – ele puxou minha mão, me virando inteiramente para si. – Por favor.

Abraçei-o fortemente. Ele retribuiu e beijou minha cabeça.

-Desculpe, Gi. Sei o que você passou. A depressão... olha, me sinto realmente culpado. Me desculpe.

-Perdoado – falei, e sorri.

Nos soltamos e suspiramos de alívio. Ele olhou para o longe e sorriu.

-Que foi? – perguntei.

Harry se virou para mim.

-Tem mais uma coisa.

-O que?

-Se você quiser... Aceita ser minha namorada novamente? – ele se ajoelhou e pegou minha mão.

Faltou-me ar.

-Aceito!

Ele beijou minha mão e se pôs de pé. Puxou-me para si e me beijou. Envolvi seu pescoço com minhas mãos e ele minha nuca e cintura. O tempo parecia congelado, ali, em seus braços quentes e protetores. Quando nos soltamos, ofegando eu disse:

-Tá bem, agora eu posso acordar – e me belisquei.

Nada.

Harry me olhou, com o cenho franzido.

-O que está fazendo?

-Tentando acordar do meu sonho. – murmurei, me beliscando mais forte.

Ele tirou minha mão de meu braço, que ficou vermelho.

-Você está acordada. Eu estou acordado. É real, Gina – sua voz era de quem explicava 2 + 2 = 4 para uma criança.

Corei violentamente e ele riu.

-Agora eu tenho certeza de que você sonha comigo.

Corei ainda mais, se possível.

-Desculpe. É que já sonhei muitas vezes com isto, me iludindo – murmurei e percebi que tinha falado demais.

Ele revirou os olhos, mas sorriu e colocou o braço por cima do meu ombro. Voltamos conversando para o castelo. Eu estava me sentindo muito melhor.

Quando entramos no castelo, todos que passavam por nós dois, cumprimentavam Harry e diziam: "Parabéns, cara" ou "Lutou bem, Harry" ou também "Obrigado por salvar Hogwarts" e "Você é demais. E lindo" nessa parte eu interferia com: "Ele tem dona!"

Alguns dias se passaram nesta confusão. Harry estava sempre indo ao gabinete da diretora (Minerva). Pelo que ele me contou, vão reformar o castelo para a formatura do sétimo ano. E também para os funerais (Vai em paz, Fred).

-Gina? – chamou-me Harry, levantei a cabeça do livro que lia.

-Sim, Harry?

-Minerva quer todos os alunos no Salão Principal.

Levantei-me e segui com ele para lá. Pareciam estar todos lá, bem, o que restou dos alunos que não foram para casa.

-Queria dar um comunicado. – falou McGonagall com a voz aumentada – Vamos reformar o castelo inteiro para os funerais, formatura de sétimo ano, e etc. Então estamos pedindo um ou dois dias fora. Gostaria que fossem para casa enquanto isso...

-Mas e quem mora longe terá que ir para casa por dois dias? – perguntou alguém.

-E quem não pode vir de longe ficará aonde?

Minerva ficou atordoada com o resto das perguntas que a mandavam.

-Silêncio! – o Salão inteiro ficou quieto, tive medo até de respirar. - Não é oficial ainda. Dispensados.

As aulas foram interrompidas pelo acontecido. Várias crianças já saiam de Hogwarts e a decisão foi retirar todos de Hogwarts por dois dias, mas como muitos moram longe, será uma semana, a partir de sábado (amanhã).

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N/A: Oláá amorecos!

Essa fic é a continuação da "My complete heart"

Ela será uma longfic, então esperem pelo melhor !



Tomara que tenham gostado!

Beeijiinhos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mrs. Potter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.