Era engraçado como as coisas mudavam, pelo menos era o que Naruto pensava enquanto olhava o campo a sua frente.

Sentado no topo de um morro ele observava os movimentos das tropas inimigas e os movimentos de seus aliados também, ao longe um castelo fortemente protegido rodeado por uma pequena cidade e muros fortificados.

Naruto agora comandava um esquadrão especial de Konoha, a força de ataque mais poderosa da vila, seja para defender a vila ou vencer inimigos dos seus clientes eles eram o melhores, desde que esse esquadrão foi formado há dois anos eles nunca perderam uma batalha.

E mais uma vez ele teria que manter sua invencibilidade, não por algum tipo de orgulho ou obrigação, mas por que a pessoa que precisava de seus serviços era alguém que ele prezava muito.

- É uma visão assustadora – comentou Misao ao se colocar ao lado de Naruto – uma guerra era a última coisa que eu queria.

Misao se tornou a líder do País da Garça no lugar de seu pai que falecera num ataque covarde do País do Cavalo, logo ele que tentava assegurar a paz foi morto pela ambição do senhor do país rival, Misao nunca foi de apreciar lutas, mas em nome de seu pai e de seu povo ela jurou que acabaria com a disputa de uma vez por todas, e confiava em Naruto para ajudá-la a realizar seu desejo.

- Hoje vai ser difícil, mas não se preocupe, eu garanto que hoje esses cretinos vão cair!

Era totalmente desproporcional a vantagem inimiga, o exército deles era pelo menos duas vezes maior e não se sabia quanto ninjas havia nas fileiras deles, além do exército do País da Garça Naruto contava com vinte ninjas de variados níveis, mas ele tinha uma estratégia e um trunfo na manga.

- Hei Naruto, vai demorar muito ainda pra batalha começar? – Shikamaru perguntava com sua típica cara de tédio.

- Estou esperando um reforço, eles não devem demorar.

Shikamaru ficou encarregado de cuidar da estratégia de batalha, rapidamente ele traçou um plano de guerra e só esperava um sinal pra começar.

- Estou surpreso de você estar com pressa de começar algo.

- Que nada, só quero voltar logo pra casa.

Naruto riu do que ele disse, Shikamaru estava ansioso para voltar por que uma certa loira de tranças o esperava em casa.

- Naruto-san, os soldados que temos será suficientes? – perguntou Misao preocupada – Soretsu garantiu que poderia conseguir mais dos nossos aliados se precisasse.

- Não é a quantidade de soldados que fará diferença nessa batalha – avisou Shikamaru – duvido que possamos superá-los em números, o que vai contar é o quanto podemos avançar de uma vez só com os ninjas.

- Até que os reforços cheguem eu vou até lá, talvez possamos evitar uma batalha desnecessária.

- Não vá Naruto-san! Eles não o ouvirão e você estará correndo risco de vida!

- Sem problemas, se isso não funcionar pelo menos posso descobrir com o que estou lidando.

E assim Naruto tomou rumo para o castelo do inimigo.

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Dois vultos ligeiros atravessavam o campo de treinamento do clã Hyuuga, um perseguindo o outro como uma caçada, muito poderiam tomar aquilo como a perseguição entre inimigos se não fosse o fato que eles eram parentes entre si.

- Mais devagar Yukie-sama – gritava Neji perseguindo a sobrinha.

- Você nunca vai me alcançar desse jeito Neji! – ela zombava enquanto fugia do seu perseguidor.

Yukie estava agora com oito anos, perto de completar nove ela era considerada o novo gênio do clã Hyuuga, com tanto talento, disposição e força ela logo se formaria na academia como gennin.

Hinata achava precipitação demais de sua filha querer se formar tão rápido, mas ela não conseguia segurar a filha e era pior ainda quando Naruto a incentivava, Yukie com certeza se esforçava muito mais quando ouvia os elogios do pai, e ela achava que deveria se destacar ainda mais depois de algo que mudou recentemente.

- Francamente Yukie-sama, só podia ser filha do Naruto mesmo! – disse Neji.

Yukie estava sobre uma alta árvore, encara Neji com um sorriso de satisfação e um ar de imponência.

Neji passou a observa a sobrinha analisando suas qualidades, Yukie era veloz, ágil e mais forte que uma criança da mesma idade, seu fôlego também era impressionante: capaz de correr por horas sem parar (coisa que da dor de cabeça para Neji).

- "E nessa idade ela já tem tanto chakra quanto eu" – pensou ele inconformado.

A única coisa que limitava Yukie era seu porte físico, seu corpo de criança não permitia que ela fosse capaz de lutar eficientemente, mas isso era um problema que o próprio tempo resolveria, o principal que era sua habilidade e disposição ela já tinha de sobra.

- "Nessa idade eu não tinha nem metade da capacidade dela, hoje eu vejo que não era tão especial assim".

- Se você não me pegar eu não voltarei pro clã – avisou ela.

Neji então sorriu, ela poderia ser melhor que ele quando ele tinha aquela idade, mas nem em sonhos ele seria superado por ela agora.

Num piscar de olhos Neji transpôs a distancia que os separava aparecendo atrás dela, a segurou pela cintura e colocando-a embaixo do braço a levou de volta pra casa.

- Hora de voltar Yukie-sama – disse Neji enquanto a levava – hoje receberemos uma visita importante e você deve está apresentável.

- Se você podia se mover tão rápido por que não o fez antes? – perguntou ela inconformada.

- Você estava se divertindo, não queria acabar com sua alegria.

Ela cruzou os braços irritada, detestava as reuniões do clã onde tinha que se comportar educadamente e agir como uma Hyuuga típica, preferia muito mais os treinos e as escapulidas pra fora de seus domínios

Ao entrar no território do clã Neji a colocou no chão, Yukie podia ser igual ao pai em algumas coisas, mas sabia desde cedo de suas responsabilidades, ela foi correndo pra casa onde sabia que sua mãe estava.

- Seja bem vinda Yukie-chan – cumprimentou Doji.

- Oi tia! – Yukie a tratava como uma parente de verdade – cadê minha mãe?

- Lá em cima – respondeu ela apontando pros quartos.

Yukie sorriu e depois de pegar uma maçã no porta frutas subiu as escadas.

- Bom dia mamãe – cumprimentou Yukie ainda da porta.

- Você está atrasada – avisou Hinata ainda de costas para a porta.

Yukie entrou saltitante e se colocou ao lado da mãe e passou a olhar com carinho o bebê que ela carregava nos braços.

Hinata amamentava seu filho Hajime, um belo bebê de quatro meses que era sua paixão, Yukie sentiu ciúmes no inicio, a família andava tão ocupada cuidando do bebê que não tinham mais o mesmo tempo para ela, no primeiro mês estava extremamente difícil lidar com Yukie por causa disso, mas ela foi suavizando com o tempo ao perceber que nada mudaria em sua família além do fato de ganhar um irmãozinho.

- Sempre que o vejo ele ta comendo – disse Yukie com um sorriso bobo – ele nunca fica cheio?

- Ele é exatamente como você quando nasceu – disse Hinata sarcástica – dava pra ouvir seu estomago roncando quando tinha fome.

Yukie alisou a cabeça do irmão menor.

- O tio Neji disse que receberemos uma visita importante. Quem é?

A expressão de Hinata mudou com a pergunta.

- Uma pessoa muito nobre para nós, talvez você tenha que falar com ele, então vá tomar um banho e se arrume de acordo.

Yukie baixou a cabeça e seguiu pro seu quarto, ela realmente detestava reuniões como essa.

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Naruto adentrava o castelo do inimigo, antes de chegar lá ele pode notar o clima de pavor das pessoas que moravam dentro das muralhas, obviamente eram impedidas de sair.

- "Provavelmente os covardes pretendem usá-los como escudo em caso de um ataque maciço" – pensou Naruto.

Ele era escoltado por dezenas de soldados armados, ele poderia facilmente derrotar todos eles se precisasse, mas no momento ele era um diplomata e tinha que levar a sério o trabalho.

Naruto foi levado até uma sala usada para reuniões, uma grande mesa retangular estava no centro e ele se sentou na cadeira mais próxima na ponta sob o olhar vigilante dos guardas.

Um pouco depois alguém entrou na sala escoltado por mais guarda e qual não foi sua surpresa ao re-encontrar alguém que lhe embrulhava o estomago.

- Príncipe Seroshi do País do Cavalo, não posso dizer que estou feliz de vê-lo novamente.

O príncipe que iria se casar com Misao no passado era uma enfadonha visão, Naruto lembrava bem da canalhice dele e da noite que ele roubou um beijo de Hinata que estava disfarçada da princesa.

- O infame Uzumaki Naruto, então era você mesmo que estava no comando do exército da patética Misao.

- É com você que eu tenho que tratar sobre uma trégua?

- Não, esse assunto é com o meu pai, só estou aqui para ver sua cara quando for derrotado e voltar pra sua esposa chorando.

Aquilo era uma nítida provocação, ele pretendia fazer Naruto atacá-lo, provavelmente para justificar qualquer defesa, porem Naruto não tinha o mínimo interesse em ceder.

- Misao preferiria evitar combates, talvez ela tenha pena de você, da parte dela isso é muito altivo.

- Uma princesa de baixo nível, mas aquela que a substituía parece ser uma pessoa importante em sua vila, Hinata tem belos lábios também.

- Assim como um belo soco! – respondeu Naruto lembrando do incidente no casório – se me lembro bem ela deformou seu rosto de um soco só!

Naruto começou a gargalhar enquanto Seroshi parecia à beira de um ataque histérico, mas assim que o governante do País do Cavalo entrou ele re-assumiu um postura seria e tratou logo do assunto pendente.

- Eu vim em nome de Misao tentar evitar a batalha – disse ele respeitosamente.

- E por que recuaríamos agora? – começou o governante – está claro que venceremos, mas se vocês recuarem e cederem ao nosso pedido podemos ser piedosos.

- O senhor sabe que o povo dessa região prefere e apóia Misao-hime não é? Por que insistir nisso apenas por meros lucros?

- "Meros lucros" você diz, as minas de diamantes dessa região podem tornar qualquer nação de baixo porte tão importante quanto qualquer uma das grandes nações shinobis, seu único interesse na vitória do País da Garça são os benefícios que a aliança trará!

- Está enganado, Misao-hime não tem objetivos gananciosos, e nem Konoha, quero ajudar Misao-hime a estabilizar essa região e ajudar o povo a prosperar!

- Seu idealismo é uma coisa patética Naruto, soube que você foi indicado para ser o próximo Hokage da Vila da Folha, acha que pode governar pensando dessa maneira.

- Eu posso fazer dar certo, esse é meu jeito ninja de viver.

- Não vai viver por muito tempo.

Uma lança saiu debaixo da mesa e perfurou Naruto no estomago atravessando até sair atrás da cadeira.

- Adeus Uzumaki Naruto – zombou Seroshi – talvez Hinata tenha interesse em ser minha esposa quando souber que ficou viúva.

- Vou perguntar isso a ela quando voltar pra casa – respondeu Naruto sorrindo.

Naruto se desfez em fumaça, obviamente era um kage bunshin, o ninja que estava escondido embaixo da mesa saiu do esconderijo frustrado.

- Era a chance perfeita de acabar com aquele maldito e ele nos passa pra trás! – reclamou o governante.

Ainda no acampamento Naruto sorriu por confirmar que aqueles dois eram extremamente previsíveis, com um pouco de sorte eles poderiam vencer essa batalha com o mínimo de perdas possíveis.

- E então? Como foi? – perguntou Shikamaru.

- Do jeito que imaginávamos, pelo estilo de ataque eu diria que são shinobis da Rocha.

Shikamaru só precisava dessa informação para adaptar sua estratégia ao inimigo, eles logo começariam o ataque, e as pessoas que Naruto esperava acabaram de chegar.

Naruto sorriu ao avistar Sakura, ela vinha acompanhada de oito ninjas médicos treinados por ela, agora Sakura administrava uma seção especial que treinava ninjas médicos, alem disso eles era muito eficientes com jutsus de barreiras e seriam importantes para a defesa do exercito.

- Você demorou Sakura-chan! – reclamou Naruto.

- Não reclame! – disse ela ao socar o estomago dele – deu trabalho encontrá-los a tempo.

Sakura se referia ao outro grupo que Naruto esperava, o grupo sem o qual não poderia começar o ataque.

- Oi sensei! Faz um tempão não é? – brincou Saggi junto com Mayuri e Mizura.

Naruto ficou feliz ao rever seus alunos juntos, agora com 17 anos eles eram chuunins que traziam orgulho a vila toda, eles já estavam a um mês fora de Konoha numa missão e contava com eles para seu plano dar certo.

- Oi pai, como vai o Hajime? – Mizura era o que mais sentia saudades do seu pai Naruto.

- Muito bem filho – respondeu Naruto animado – vamos acabar logo com isso pra voltamos pra casa.

Mayuri se aproximou da beira do morro e visualizou o exercito inimigo.

- É só isso? – disse ela apontando pra fileiras inimigas – não consegue mais fazer isso sem nós sensei?

- Também senti saudades – disse Naruto colocando a mão sobre o ombro dela.

- Nós também estamos aqui viu? – reclamou Choki zangado.

O time de Setsuma também foi chamado para dar apoio, dentre eles Ryori já era jounin.

- Quais são as ordens Naruto-san? – perguntou Ryori com sua típica disciplina.

Naruto voltou a ficar sério, era hora de começar a missão.

- Então muito bem, nossos ninjas irão atacar o exército inimigo, faremos eles se dispersarem pelo campo, então o exército do País da Garça atacará com tudo aproveitando a confusão, mas a nossa missão é diferente.

- O que nos faremos? – perguntou Kuni.

- Nos invadiremos a base deles, eu já faço uma idéia do caminho que devemos tomar e iremos capturar o governador do País do Cavalo e o príncipe, se tudo correr bem essa batalha acabará assim que conseguirmos completar o objetivo.

- E os ninjas inimigos? Sabe de onde são ou quantos são? – Saggi também estava sério sobre o assunto.

- Quantos são eu não faço idéia, mas eu suponho que são ninjas da Vila da Rocha.

- Você supõe? Vamos ter que lutar as cegas dentro daquele castelo? – Mayuri odiava lutar dessa maneira.

- Por isso nós vamos sozinhos, vocês são os melhores que tenho a minha disposição, os outros jounins de elite terão que ficar no campo de batalha pra auxiliar as tropas.

Os seis ninjas com que Naruto contava para invadir o castelo eram os melhores mesmo, os alunos de Naruto só não se tornaram jounins ainda por falta de vontade, se eles forem promovidos vão ter menos tempo ainda para viverem suas vidas.

- Sakura-chan, peça ao seu pessoal para avisar todo mundo, vamos começar em meia hora.

- Agora mesmo Naruto! – Sakura ordenou seus subordinados e eles partiram.

Naruto foi até a barraca próxima para falar com Misao uma ultima vez, soretsu estava lá com ela.

- Vamos começar em meia hora – avisou ele depois de entrar na barraca.

- Vamos usar o plano A mesmo? – perguntou Soretsu.

- É a melhor alternativa – disse Naruto – se os capturarmos logo à batalha acaba e evitaremos o máximo de perdas possível.

- Eu irei com você Naruto-san, eu treinei muito e já não sou um fardo em uma batalha contra ninjas.

- Por isso mesmo deve liderar seu pessoal, não sei se todos os ninjas estarão no castelo, preciso de alguém que eu confie aqui fora pra cuidar de tudo.

- E quanto a Sakura-san e Shikamaru-san? – perguntou Misao.

- Eles não irão para a batalha a menos que seja inevitável, Shikamaru não é muito eficiente nesse tipo de batalha e Sakura deve ajudar a tratar dos feridos.

Depois de todas as explicações dadas Naruto saiu da barraca, seu grupo já estava pronto esperando por ele.

- Vamos atravessar o campo de batalha correndo e rezando pra não sermos atingidos? – perguntou Mizura.

- Pra isso eu conto com você Kuni-chan! – disse Naruto – você pode criar um genjutsu que nos esconda até entrarmos lá?

- Brincadeira de criança! – respondeu ela triunfante.

- Então estejam preparados, e se encontrarem o príncipe deixem ele pra mim, tenho contas a acertar com ele – pediu Naruto estralando os dedos.

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Hinata estava ansiosa no clã Hyuuga, a pessoa que ela esperava poderia chegar a qualquer momento e ela deveria estar pronta, porém com as correrias pra cuidar do filho mais novo ela se via meio sem rumo, Doji a ajudava muito e era a única que Hinata confiava para ficar com o bebê enquanto ela tinha que cuidar de seu trabalho.

- Dorme meu querido – dizia Hinata para o bebê que repousava no berço – não vou demorar muito.

Beijando a criança ela se retirou do quarto, mas quando já estava fora lembrou-se fazer algo.

- Como eu sou burra! – disse para si mesma.

Ela então fez um kage bunshin para tomar conta do Hajime enquanto esperava seu convidado.

- Hinata-sama, Neji-san esta ai – anunciou doji.

Hinata agradeceu e foi ao encontro do primo.

- Ele já chegou – avisou Neji normalmente.

- Nossa! Eu nem estou arrumada!

- Pra mim você parece bem Hinata-sama.

Hinata rapidamente voltou para a mansão principal onde seu convidado seria recebido, felizmente ele ainda estava nos portões quando Neji a avisou, ela já o esperava na sala de reuniões quando a porta se abriu.

- É uma honra recebê-lo em nosso lar, Hirashi-sama – cumprimentou Hinata respeitosamente curvando a cabeça.

- Hyuuga Hinata, essa sala me traz lembranças – disse o homem idoso ainda na porta.

Hinata observou o homem que caminhava em sua direção, ele era muito velho, mas não demonstrava nenhum tipo de fraqueza, na verdade ele exalava uma imponência que Hinata só sentia em seu falecido pai.

- Não havia necessidade de vir até aqui Hirashi-sama – dizia Hinata ainda com a cabeça meio baixa – quando enviei a carta solicitando a audiência eu teria ido até o senhor.

- Entenda Hinata, eu posso ter sido o líder do clã há muito tempo atrás, mas hoje é você que governa, o meu dever é atender a solicitação da líder e não o contrario.

Hinata se sentia envergonhada, não fazia nem um minuto que trocaram palavras e já recebera uma lição de moral e orgulho dele.

Hirashi foi o antigo líder do clã antes do avô de Hinata, o único que assumiu com 15 anos a liderança do clã devido às guerras que levaram a sua mãe, a líder antes dele. Como não teve filhos ele governou o clã por quase 40 anos até decidi que era hora de um jovem promissor tomar seu lugar e que já tinha seu próprio herdeiro ou um par deles a caminho (Hiashi e Hizashi), esse seria o avô de Hinata.

Hinata há muito tempo procurava a resposta para um problema que lhe tirava o sono, com a chegada do segundo filho ela decidiu que teria que recorrer a alguém que tivesse a sabedoria de antigamente.

- Eu ouvi muitas coisas ao seu respeito – comentou o ancião – algumas coisas boas, outras más... Não consigo chegar a uma conclusão sobre você.

- Eu gostaria de atender suas perspectivas – disse ela respeitosamente.

- Minhas perspectivas estão voltadas para o passado, você é o futuro.

Hinata não compreendeu a comparação dele.

- No meu tempo o modo de governar os Hyuugas era o mais correto, as guerras e disputas internas custava-nos muito, foi no tempo da minha mãe que Konoha foi fundada e também naquele tempo que a divisão da Bouken e Souken começou.

Ouvir isso diretamente de alguém que viveu naquele tempo é muito diferente do que aprender com seus tutores que lhe ensinavam o que liam em livros, por isso ela estava convencida de que ele poderia lhe ajudar.

- Eu soube que você pretende desfazer a divisão do clã, até já criou um novo selo para preservar o segredo da nossa linhagem, devo admitir que fiquei surpreso ao saber disso.

- O senhor está decepcionado?

- Como eu disse não consigo chegar a uma conclusão sobre isso, no passado isso seria impensável, mas hoje com os tempos mudados pode ser uma boa coisa ou não, mas soube que desde que assumiu a liderança o clã prosperou como a muito não se via, os membros da Bouken estão num nível que se iguala aos membros da Souken de antigamente, ao treinar as crianças das duas ramificações juntas você está aperfeiçoando nosso estilo a níveis que não conhecíamos, são coisas que pesam ao seu favor.

- Agradeço por isso Hirashi-sama.

- Mas eu tenho certeza que não foi para ouvir minha opinião sobre sua administração que você solicitou uma audiência, qual o motivo que me trouxe aqui?

Esse era o ponto que Hinata estava pensando em como começar, mas pelo pouco que já conheceu dele sabia que o melhor era ser direta.

- Hirashi-sama, eu desejo seu conhecimento sobre a origem da nossa linhagem, eu estou passando por dificuldades que não posso resolver sozinha.

- E que dificuldades seriam essas? – perguntou ele interessado.

- Minha primogênita, ela desenvolveu habilidades que nunca foram vistas no Byakugan, eu não consigo descobrir nada sobre isso.

- Habilidades nunca vistas? Pode descrever o que ela é capaz de fazer que nenhum Hyuuga consegue?

- Ela é capaz de usar um jutsu que meu marido desenvolveu através do Byakugan, mas parece que não se resume a isso, ela esta aumentando essa capacidade aos poucos.

O ancião parou para pensar sobre isso, seu olhar sério não conseguia transmitir suas intenções.

- Hinata, o que você sabe sobre a origem do clã Hyuuga?

- Quase nada Hirashi-sama – respondeu ela – esse conhecimento não é registrado profundamente e quase nada se fala de quando nossa linhagem surgiu, mas sei que o Sharingan surgiu pouco tempo depois, por isso tentei pesquisar sobre isso também.

- Está quase certa, mas o Sharingan nasceu junto com o Byakugan, e não depois, pois os dois tem a mesma origem.

- A mesma origem? Mas como dois Doujutsus diferentes podem ter a mesma origem? – ela estava nitidamente confusa sobre isso.

- Eles se originaram da mesma fonte, aquele que possuía o Doujutsu supremo – respondeu Hirashi – no passado ele era conhecido como o "mestre dos 6 caminhos", acho que nesses tempos o nome que ele adotou era "Pein".

Hinata ficou chocada com a revelação, não só sua filha, mas como todos os membros do clã Hyuuga tinham sua origem naquele que quase trouxe o fim de Konoha, de repente ela sentiu tristeza por possuir tais olhos maculados.