Especial II – final

Fazia algum tempo que Naruto ouvia a historia contada por aquela mulher misteriosa, uma historia sobre o seu passado e sobre seu futuro.

- Compreende agora o que deve fazer Naruto? – perguntou ela.
- Compreendo que isso é algo que só eu posso fazer – respondeu ele – mas não posso fazer isso sozinho, é impossível!
- Ninguém pode saber sobre essa missão, os riscos são grandes demais, caso alguém descubra o que está fazendo sua família ou seus amigos podem correr perigo.

Esse alerta soa na cabeça de Naruto de uma forma terrível, essa pessoa aparece do nada e lhe atribui uma responsabilidade que seria grande demais para qualquer um.

- Você confia naqueles seus companheiros? – ela parecia sentir pena de Naruto.
- Fala do Kakashi-sensei, Sakura e Sasuke? Eu confio neles com minha vida!

A mulher encapuzada olhava o quanto Naruto lutou para proteger seus companheiros, parecia admirada com o quão longe ele podia chegar pelos outros.

- Então acredito que eles poderão ajudá-lo nessa missão, avise também a sua Hokage, ela parece ser uma pessoa confiável.
- A vovó Tsunade vai cair pra trás quando eu falar sobre você pra ela – Naruto parecia diverti-se imaginando a reação dela.
- Então vá logo atrás de seus amigos, eu tenho muitos preparativos pela frente.

Naruto levantou-se de onde estava sentado, ajeitou o colete que havia tirado para enfaixar o ferimento e se preparou para seguir em frente.

- Quando a verei novamente? Ainda tem muita coisa que precisa me contar.
- Na hora certa Naruto, e tome cuidado, não vai morrer em um lugar como esse.
- Mas olha só! Até parece que você não me conhece! – essa afirmação veio mais de um garoto do que um ninja.
- Conheço até demais! – resmungou ela – se você tem metade do sangue dela então até chegar lá já terá arranjado briga com todos os ninjas da grama.

Naruto sorriu mais uma vez e saltou por entre as arvores para encontrar seus companheiros.
 

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- O que está tricotando? – perguntou Kurenai curiosa.
- Um babador – respondeu Hinata feliz.

Até que Naruto voltasse do campo de batalha Hinata estava hospedada na casa de sua sensei, que por sua vez adorava a companhia de sua querida aluna.

- O Naruto-kun vai adorar ver isso.

Nisso um rapazinho trazia uma criança à tira colo com ele.

- O Hantei já comeu e já ta dormindo! – informou Konohamaru animado.

Sarutobi Hantei é o filho que Kurenai teve com Asuma, uma linda criança com quase 2 anos de idade, Konohamaru também morava com Kurenai agora, depois da morte de Asuma ele se mudou para a casa dela por não ter mais nenhum parente vivo.

 - O Hantei parece satisfeito – observou Hinata.
- Ele ainda dá trabalho como criança recém nascida – reclamou Kurenai – se não fosse o Konohamaru eu ficaria feito barata tonta com ele aqui.

Não é que Kurenai não amasse o filho como alguns pensavam, simplesmente é muito difícil ser mãe viúva antes mesmo de casar e cuidar de uma criança sozinha.

- Tenho certeza que as coisas vão melhorar. – tranqüilizou Hinata com seu jeito doce.
- Deus te ouça – pediu Kurenai – mas e a mocinha ai dentro? – disse ela passando a mão na barriga de Hinata – já tem um nome?
- Esse é o trabalho do pai quando voltar, e espero que me traga um nome bem bonito.
- Quando ela vai nascer? – perguntava Konohamaru ansioso – tomara que seja logo!
- Ela não pode nascer antes do tempo – repreendeu Kurenai.

Hinata riu da situação, era tão bom ter esse ambiente familiar tão diferente do clã Hyuuga, às vezes ela se perguntava como seria sua vida se ainda estivesse ligada ao clã, sua vida nos últimos meses não tem sido nada fácil, mas não sentia falta de nenhuma regalia desde que tivesse seu grande amor ao seu lado.   

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Uma fortaleza de porte médio estava em chamas no meio da floresta, os responsáveis eram três ninjas de Konoha.

- Cuidado Sasuke-kun! – alertou Sakura para o eminente ataque sobre o seu amado.

Sasuke estava cercado por ninjas da grama, apesar do ataque surpresa ter sido bem sucedido eles estavam enfrentando uma boa resistência.
Quando os ninjas o atacaram em conjunto Sasuke fez os selos de um de seus jutsus.

- Kuchiyose no jutsu! – uma serpente monstruosa apareceu aos pés de Sasuke e com um golpe de sua cauda jogou longe os ninjas da grama.
- Odeio esse jutsu – reclamou Sakura se lembrando de Orochimaru.
- Também não gosto muito, mas é melhor que ser morto – disse Sasuke em resposta à reclamação de Sakura.

Os dois lutavam juntos com verdadeira maestria, eles tinham uma compreensão dos pensamentos de seu parceiro que parecia sobrenatural.
Nesse momento uma chuva de kunais com tarjas explosivas veio de cima, Sasuke e Sakura quase não puderam se defender se não fosse por Sasuke ter ordenado a serpente que os envolvesse para protegê-los.

- O que você dizia sobre esse jutsu mesmo? – perguntava Sasuke par provocar Sakura.
- Ta legal, eu retiro o que eu disse – respondeu ela fazendo biquinho.

Depois da primeira onda de ataques a cobra desapareceu e Kakashi se aproximou de seus alunos.
- O ataque veio daquela torre – disse ele apontando a direção – temos que derrubá-la ou eles estarão em vantagem.
- Deixa isso comigo! – gritou Sakura correndo na direção da torre.

Sakura concentrou seu chakra na mão e com um poderoso soco rachou toda a estrutura da torre fazendo-a ruir e vim abaixo, a maioria dos ninjas no seu interior não tiveram tempo de escapar, e os que conseguiram apenas se arrependeram, pois caíram numa emboscada feita por Kakashi e Sasuke.

- Raiton! Chidori nagashi! – gritaram os dois usando a técnica pra fulminar os ninjas restantes.
 
A batalha na fortaleza da floresta chegou ao fim, agora só restava vasculhar o local em busca de informações que pudessem ser úteis futuramente.

- Acho que achei algo – disse Sasuke analisando alguns papeis – é a localização dos acampamentos menores dos ninjas da grama.
- Eu também achei algo – gritou Sakura longe – uma copia da carta enviada à vila da rocha, parece que eles pediram reforços.

Nesse momento Naruto apareceu atrás deles ofegante.

- E eu acabei com um monte deles no caminho – disse ele como se comemorasse o feito.
- O que está fazendo aqui Naruto? – perguntou Kakashi irritado – eu mandei você voltar para nossa base, e quanto ao Gennin capturado?
- Eu tive um contratempo no caminho – respondeu ele sentando-se no chão – encontrei 20 jounins da grama que vinham para cá, então eu dei cabo deles antes que pudessem chegar aqui.
- Então você não pode lutar com meros 20 ninjas e tomar conta de um moleque amarrado? – Sasuke provocava Naruto por mera diversão.

 Naruto apanhou uma pedra e jogou na testa de Sasuke que não desviou de tão cansado que estava.

- E você não pode tomar uma fortaleza sem ficar acabado desse jeito? – rebateu Naruto em resposta.

Antes que os ânimos esquentassem ali Sakura tratou de intervir.

- Vamos parar com as criancices dos dois e voltar ao trabalho, antes que eu faça vocês ficarem acabados realmente.
- Tem só mais uma coisa – disse Naruto – e esperem eu terminar de falar antes de me matarem...

Naruto narrou o encontro que teve na floresta, contou sobre a mulher que conheceu a identidade dela e principalmente o pedido que ela lhe fez.

- Você ta brincando não é? Vai acreditar numa historia maluca dessas? – Sakura achava que Naruto tinha ficado doido.
- Eu também pensei isso – respondeu Naruto – mas eu acredito nela.

Sasuke não questionou a historia, limitou-se a perguntar a opinião do seu sensei.

- Acredito na identidade dela, poucas pessoas no mundo saberiam o que ela sabe, mas a missão que ela lhe passou é um tanto impossível de cumprir.
- É por isso que eu preciso da ajuda de vocês, ela disse que se eu falhar o mundo inteiro correrá perigo.
- Não é uma decisão nossa Naruto – avisou Kakashi – somente Tsunade-sama pode autorizar isso.
- E você sabe que ela não vai permitir que você faça uma loucura dessas – agora era Sakura quem afirmava.
- Então eu acho que terei que fazer sem o consentimento dela, mas eu não posso ficar parado sabendo que só eu posso detê-los.

Todos ponderaram sobre o assunto, se a guerra com o país da terra já parecia ruim o que vinha pela frente era muito pior.

- Se você acredita que pode fazer isso então não nos resta escolha a não ser apoiá-lo Naruto – Kakashi tinha certeza que Naruto poderia conseguir.
- Então vamos voltar para Konoha, agora mesmo – disse Sasuke – pra nos essa guerra já acabou.

Com a obtenção dos documentos encontrados na fortaleza Konoha estaria preparada para por fim na batalha o mais rápido possível. Para Naruto essa noticia sôo maravilhosamente agradável, agora ele poderia está ao lado de Hinata mais cedo. 


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O retorno a Konoha foi rápido, em pouco mais de três dias eles já estavam em casa.

- Eu vou apresentar o relatório para Tsunade-sama – informou Kakashi – vocês devem ir pra casa e se prepararem para mais tarde.
- Entendido! – responderam os três em uníssono.

Depois que Kakashi se retirou Naruto correu para a casa de Kurenai, queria fazer uma surpresa para Hinata por ter voltado mais cedo.
Chegando lá ao que ele podia ver já tinha uma recepção a sua espera.

- Seja bem vindo de volta! – cumprimentou Hinata alegremente.
- Assim não vale! Eu queria te fazer uma surpresa, como soube?
- Eu acordei hoje mais disposta que o normal – respondeu ela – e tive uma agradável sensação de que você estava vindo.

Naruto beijou Hinata como se fosse a primeira vez, sentiu tanto a sua falta que não conseguia pensar em mais nada quando descansava no campo de batalha.

- Fez o que eu pedi enquanto estava lá? – perguntou Hinata depois de separarem os lábios.
- Eu já pensei em um nome – respondeu Naruto – mas eu só direi depois que ela nascer, é para dar sorte.

Hinata protestou um pouco dizendo que não agüentaria a curiosidade, mas Naruto estava irredutível sobre isso, não contaria a ninguém o nome escolhido. 
Quando voltaram pra casa Naruto tomou um banho para tirar a sujeira da viagem enquanto Hinata guardava suas coisas, Naruto passou em frente ao quarto onde estava o berço de sua filha e ficou imaginando como seria sua vida daqui pra frente, ainda mais agora que tinha adquirido uma nova e pesada responsabilidade.

- Você está com algum problema não é? – perguntou Hinata observando Naruto.

Hinata havia aprendido a interpretar cada gesto ou expressão de Naruto, desde sua infância o observava e agora quando estavam finalmente casados ele podia compreender que Hinata o conhecia melhor que ele mesmo.

- Eu não consigo esconder nada de você, não é? – Naruto sorria tentando disfarçar seus pensamentos.
- É algo que eu possa ajudá-lo? – Hinata tentava transmitir que ele podia dividir com ela essa duvida.
- Eu não posso envolvê-la nisso – respondeu Naruto serio – é uma responsabilidade só minha, mas saiba que eu faço isso por você e nossa filha.
- Então não perguntarei mais – Hinata sabia que mesmo que insistisse não conseguiria saber nada – mas se um dia desejar falar eu ouvirei.

Naruto a abraçou com carinho, doía muito manter segredo para ela, mas não podia se arriscar a colocá-la em perigo, já não gostava da idéia de ter que envolver seus companheiros de time, mas não podia fazer isso sozinho.
Uma hora depois Kakashi apareceu em sua casa, avisava que Tsunade pedia sua presença em seu escritório imediatamente.

- Oi vovó Tsunade! – cumprimentou Naruto alegre – senti sua falta.

Tsunade o recebe com um "carinhoso" soco no estomago.

 - Que "oi" o que! – esbravejou ela – como é que volta pra cá e me traz um problema desses?!
- Eu não tive escolha! E você sabe que não da pra ignorar.
- É, eu sei – respondeu ela recuperando um pouco a compostura – se não agirmos Konoha pode ser ameaçada de novo.
- Você conhece essa Kaede Tsunade-sama? – perguntou Kakashi.
- A conheci há muito tempo, foi antes de o Naruto nascer – respondeu ela – e eu não sabia que ela estava viva, pensei que tivesse morrido junto com os outros.
- Então ela ta dizendo a verdade – disse Naruto aliviado  - vamos aceitar o pedido dela não é?
- Fazer o que não é? – respondeu Tsunade contrariada – a parti de hoje o time Kakashi se encarregará de persegui e capturá-los, vamos esperar que a Kaede entre em contato conosco.

Quando Naruto e Kakashi estavam deixando a sala Tsunade chamou Naruto mais uma vez.

- Você confia nela Naruto?
- Acho que posso confiar sim – respondeu ele rindo – afinal ela é da família não é?

 
Fim do especial II