Irresistível Presença escrita por M-Duda


Capítulo 5
Capítulo V - Sala Vip




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Capítulo V

- Ok, Bella, pode começar a falar. – exigiu Alice

- Falar o que? – perguntei hesitante.

- Como assim? – Alice ria incrédula. – Bella, o que foi tudo aquilo na sala do Cullen? – franzi a testa.

- Tudo aquilo o que?

- É o que quero saber! – arregalou os olhos em sinal de ansiedade – Dá pra parar de perguntar ao invés de responder?

- É que você precisa ser mais específica Alice, não estou entendendo exatamente o que quer saber... – fui interrompida por uma doente curiosa.

- Mais específica? Tudo bem. – virou o retrovisor em minha direção incitando-me a olhar – Pode começar explicando essa tua cara, por exemplo. – não tive coragem de fitar meu reflexo.

Fiquei um tempinho em silêncio e então, um tanto constrangida, mirei Alice que aguardava não muito paciente. Não adiantava tentar esconder, ela me conhecia bem.

- Ah, Alice! Fiz papel de tonta não foi? Tanto que me controlei. – gemi escondendo meu rosto com as mãos.

- Por que não me contou que estava se sentindo atraída por ele?

- Não sei Alice, só o conheci ontem, não tinha certeza... – mordi os lábios fazendo cara de desanimo. – Que diferença faz? Só ia vê-lo novamente hoje e depois nunca mais!

- É, mas teremos que voltar para mostrar o vídeo.

- Tudo bem...irei vê-lo mais uma vez e depois nunca mais! Pelo menos não pessoalmente... – essa idéia me deixou deprimida.

- Se ele não arrumar outra desculpinha para te ver, você quer dizer não é? – Alice perguntou erguendo as sobrancelhas desconfiadamente.

- Desculpinha para me ver? Você está louca?

- Bella! – me repreendeu – Está na cara que o sentimento é recíproco! – ela só podia estar delirando - Desde quando “o” Cullen se preocupada com qualquer coisa que publicam sobre sua vida?

- Desde nunca, mas agora é diferente, somos universitárias e ele deve estar com medo de... – não pude concluir o pensamento.

- Nada disso! Aquela desculpinha de “sou exigente” foi a mais esfarrapada que ele podia inventar. O Cullen só faltou dizer: “Bella, quero você!”. Mas você se subestima, aí fica inventando qualquer justificativa para si mesma.

- Não é que eu me subestime Alice, é que tenho noção, tenho bom senso. Só isso! – argumentei. – Sei que Edward é muita areia para o meu caminhãozinho. Não tenho nada capaz de fazê-lo se sentir atraído por mim.

- Ah, Bella...você deve estar querendo me irritar, só pode ser! – me olhou feio. – Você é linda, inteligente...tem vários gatos no seu pé – piscou para mim – E ainda se acha pouco?

- Completamente diferente Alice! – precisava ser mais clara com minha amiga. – Uma coisa é você ser engraçadinha e ter a atenção dos rapazes na faculdade, outra bem diferente é ser uma mulher perfeita para ter a atenção de Edward Cullen – senti um frio na barriga por saber que ele estava longe do meu alcance.

- Então Edward deve te achar perfeita! – deu de ombros – Porque era em cima de você que ele estava dando naquela sala. E não adianta argumentar dona Isabella, eu estava presente e vi com os meus próprios olhos.

- Não quero argumentar Alice, na verdade eu gostaria de acreditar no que você diz, mas é que isso não entra na minha cabeça, é muito surreal!

- Surreal foi conseguir esse vídeo e não Edward ficar caidinho por você. – Alice parou de falar, arqueou as sobrancelhas e começou a rir – Aliás Bella... – me olhou – Foi por isso que ele resolveu dar essa entrevista! O que me faz pensar que a senhorita não me contou toda a história do estacionamento. Jasper tinha razão, você editou muito!

Rolei os olhos. Mas seria bom compartilhar todo o ocorrido com Alice, assim ela me diria suas conclusões.

- Editei a história porque achei sem importância. – me justifiquei.

- Conta agora então. – pediu toda empolgada.

- Tudo bem, mas primeiro me diga, que compromisso temos na faculdade?

- Puf – Alice soltou um som de deboche – Não tem nada de faculdade, Bella! Não percebeu ainda que sou tua amiga? – fingiu estar zangada - Simplesmente te livrei de um grande embaraço. - adorei! O fato de Alice me conhecer bem tinha suas vantagens, ela sabia quando era hora de me salvar.

 

Alice ligou o carro e seguimos para casa enquanto contava a história completa do estacionamento, sem cortes dessa vez. Contei até a parte obscena do elevador, mas não a de casa. Aproveitei para compartilhar tudo o que havia sentido em relação à Edward, desde o primeiro momento em que o vi até o beijo, no rosto, em sua sala.

- Bella, não acredito nisso! – ela ria sacudindo a cabeça, incrédula – Você achou mesmo que ele estivesse “tirando uma” com a sua cara esse tempo todo?

- Achei! – na verdade eu continuava achando.

- Para de ser tapada Bellinha! Esse homem deu em cima de você tanto ontem quanto hoje.

- Então por que ele me cortou no elevador ontem, demonstrando que não estava querendo mais conversar comigo? – queria ver ela explicar isso.

- Vai ver estava preocupado com assuntos profissionais. – deu de ombros.

- Alice? – tinha medo de alimentar falsas esperanças, mas ao mesmo tempo estava morrendo de vontade de fazer. – O que te faz pensar que ele deu em cima de mim hoje? – ela estreitou os olhos.

- Em primeiro lugar: ele me deixou sozinha com a mão esticada para um cumprimento quando correu para te ajudar com as pastas caídas; em segundo lugar – erguia os dedinhos enquanto explicava - Ele lhe deu várias indiretas; terceiro: o modo como ele te encarava e sorria...sério! Não sei como conseguiu parar em pé!

- Através de grande esforço, pode acreditar! – respondi e Alice riu.

- Acredito! E em quarto lugar: o beijo! – disse satisfeita – Pensei que vocês fossem se pegar ali mesmo, na minha frente. – fiz cara de horror.

- Está doida?

- Não! Estou falando super sério!

- Para ser bem sincera eu poderia ter feito isso se você não tivesse me arrancado daquela sala! – reconheci - Mas acha que ele sentiu qualquer coisa parecida?

- Igual ou mais forte do que você! – me olhou sorrindo, porém com ar de confissão – Bella, ele estava tão tenso que, enquanto sussurrava algo em seu ouvido, observei que estava “armado”, se é que me entende! – arregalei os olhos quando me dei conta do que ela falava e caímos juntas na gargalhada.

- Não acredito, Bellaaaa! – ela gritava toda agitada – Você e Edward Culleeeeen! Não acreditooooo!

Não adiantaria mandar Alice calar a boca, ela não me ouviria naquele momento, então fiquei quieta escutando minha amiga berrar até chegarmos em casa.

 

- Me chamou Alice, o que foi? – perguntei entrando em seu quarto enquanto ela se arrumava.

- Estou em dúvida! Jasper não quis me dizer aonde me levará essa noite, como tenho certeza que ele te contou...bem que podia me ajudar – respondeu me mostrando dois vestidos – Qual acha que devo colocar?

- O lilás. – Jasper queria levá-la a um restaurante francês, ele sabia que Alice morria de vontade de experimentar as iguarias dessa culinária, então faria uma surpresa para a namorada.

- Fiquei sabendo que a galera vai ao pub do Bill, hoje. – comentou enquanto guardava o outro vestido no guarda-roupa.

- É, Ângela me disse na faculdade, estou querendo ir pra lá mais tarde.

- Vai sim! Você adora aquele lugar e estava reclamando que nunca tinha tempo. Agora com o nosso trabalho praticamente pronto, dá para aproveitar o final de semana todo.

- É, nem acredito! – me espreguicei. – Confesso que estou cansada, mas realmente sinto saudade daquele barzinho.

Quando tinha uma oportunidade de ir ao bar do Bill não a perdia, lá era um ambiente agradável para encontrar os amigos e ouvir boas músicas. Eu simplesmente amava, e estava precisando distrair minha mente, não podia ficar em casa pensando em Edward Cullen em plena sexta-feira.

Naquele momento o telefone tocou.

- Alô – Alice atendeu pensando ser Jasper, mas ela me olhou dando uma piscadinha. – Ah, oi James...está sim, vou passar para ela...outro para você.

Alice me entregou o telefone dizendo baixinho:

- Falei que ele ia ligar. – sorrimos.

James estava a fim de fazer alguma coisa e então combinamos de nos encontrar no pub. Mesmo não sendo da faculdade, James conhecia quase todos de lá, principalmente aqueles que frequentavam sua gráfica. Sem contar que fazia o maior sucesso entre as mulheres.

- Bella, espero que não esteja pensando em trair Edward! – Alice não esquecia esse assunto.

- Aposto que Edward vai se divertir muito esse final de semana, Alice, eu que não vou ficar aqui sonhando com ele!

- Apoiada! É assim que se fala, Bella! Direitos iguais. - rimos. Alice falava como se acreditasse piamente que pudesse rolar algo entre mim e o Cullen.

 

Quando Jasper chegou em casa Alice estava terminando de se arrumar. Ficamos, ele e eu, na sala jogando conversa fora.

- E aí, como foi hoje com o Cullen? – perguntou curioso.

Ergui uma sobrancelha e respondi:

- Sei que Alice vai querer te contar tudo, não vou tirar esse gostinho dela – sabia mesmo que ela não deixaria passar nem as partes mais sórdidas. Jasper me olhou desconfiado.

- Mas falando nisso, Jazz, acho que não conhece tão bem Edward. – ele esperou – Sabe que hoje comentamos sobre você e ele nos disse que sabe quem é?

- Claro que sabe – afirmou sem hesitar, o que me deixou espantada. Jasper não achava que “o” Cullen meio que ignorava seus funcionários? Ele enxergou minha dúvida. – Sabe quem sou por causa dos meus trabalhos, Bella! Ele conhece o profissional, mas não a pessoa, compreende? Edward liga o nome do funcionário ao trabalho, e acredite... ele sabe fazer isso com todos daquela empresa, não sei como é possível! – indignou-se com a idéia - Mas experimenta pedir para que Edward me aponte no corredor, por exemplo. Ele não vai poder porque não tem a menor idéia de como eu seja, assim como não tem o menor interesse nisso. A única coisa que ele quer saber dos funcionários é o que eles produzem e como produzem. 

- Já é alguma coisa! Pelo menos ele sabe que Jasper Hale é o seu melhor redator. – soltei espontaneamente.

- Ele disse isso? – ri de sua cara admirada.

Contei como foi a parte do assunto e Jasper disse com um sorriso tímido:

- Poxa! Fiquei surpreso agora! – passou a mão pelos cabelos.

- Não fique surpreso, você é um ótimo profissional. Mas mudando de assunto, você falou com Rose?

- Falei, e ela gostou da notícia. Ficou de mandar o currículo diretamente para Emmett e já deve ter feito isso.

- Emmett parece gostar muito de você.

- Ele é muito bacana, temos conversado muito. Falando nisso, hoje ele comentou que gostou muito de vocês.

Alice apareceu, logo em seguida, exibindo seu visual arrancando suspiros e elogios do namorado.

- Estou doida para saber aonde vamos! – Alice fazia carinha de curiosa feliz.

- Você vai adorar, pode apostar! – olhei para Jazz que piscou para mim compartilhando da minha certeza.

- Não está mesmo chateada por fazermos um programa de casal? – perguntou preocupado e Alice sorriu, sabia que lá vinha bomba.

- Está maluco Jazz? – comecei a rir – Se vocês não fizerem mais programas desse tipo vou me sentir culpada.

- Falando em casal... – me olhou maliciosamente – Tenho muito para lhe contar, amor.

Jasper percebeu o recado e logo perguntou:

- Como assim? A Bella resolveu finalmente formar parzinho com alguém? – Alice continuou sorrindo - Quem é? – franziu o cenho.

- Você não vai acreditar amor! – ela tampava a boca para não gritar.

- Não é nada disso Jazz, sua namorada que é exagerada. Não tem parzinho nenhum! – falei antes que Jasper viajasse tanto quanto Alice.

- Exagerada eu? – perguntou divertidamente. – Algum palpite amor?

- Hum...James não pode ser porque eles já ficaram – Jazz pensava em voz alta – Raul também não porque esse já era faz tempo. – mordi os lábios – Não! Será que é quem estou pensando? – nos olhou espantado e fiquei preocupada – O professor David? – rolei os olhos – Ah, Bella, todo mundo sabe que ele é a fim de você. – David era um professor lindo mas eu não estava interessada.

- Errou tudo! – afirmou Alice molhando os lábios pronta para soltar. – Será que você descobre se eu disser apenas uma palavra? – ele ria do suspense – Que tal...Cullen?

- Emmett? – perguntou cautelosamente – Por isso que estava comentando sobre ele? - Alice negou e Jasper piscou umas três vezes.

- Edward? – ele agora estava chocado. – Você quer dizer, o Cullen?

- Não viaja não, isso é coisa dessa maluca aí! – apontei Alice.

- Então foi por isso que conseguiram a entrevista? – Jasper perguntou abobalhado, ignorando meu comentário.

- Viu como ele pegou rápido, Bella? Só você que é lerda! – Alice batia palmas.

- Como assim? Não estou entendendo nada!

- Vou te explicar tudo, amor! Só te adianto uma coisa, eles quase se agarraram na minha frente. – Jazz esbugalhou os olhos enquanto Alice quase morria de rir.

- Mas Bella...

- Mas nada Jazz, se vocês não saírem agora, vou contar tudo o que pretende fazer essa noite para Alice. – disse empurrando os dois porta a fora. – Divirtam-se crianças!

 

Depois de cumprimentar meus amigos de faculdade que se encontravam no pub, fui me sentar com James que me aguardava próximo à mesa de sinuca.

- Você está linda! – disse me cumprimentando com um abraço. Eu estava super simples, com uma calça jeans, uma blusa preta justa e um All Star, gostava de me vestir assim quando não estava na correria da faculdade, isso ajudava a me sentir descansada.

- Você que está. – não podia deixar de dizer, ele estava mesmo lindo. James sorriu satisfeito.

- E então, posso pedir sua Erdinger weissbier? – me perguntou. Ele sabia que essa era minha cerveja favorita.

- Imediatamente. – ordenei em tom de brincadeira.

Conversamos e nos divertimos muito, James era uma ótima companhia.

Não resisti quando Losing My Religion de R.E.M começou a tocar.

- Vamos? – apontei para o espaço onde a galera dançava.

- Te acompanho – James rolou os olhos, sabia que ele não curtia muito dançar.

Entreguei-me àquela musica e James ficou parado me olhando, mas não por muito tempo, logo estava me abraçando e acompanhando meu ritmo. Suas mãos acariciavam minhas costas e já sabia o que viria depois, sem demora James levou uma de suas mãos à minha nuca apoiando-me para um beijo. Fechei os olhos rendida. Mas enquanto ele enfiava sua mão por baixo dos meus cabelos e nossas línguas dançavam uma na outra, não senti o calor que antes sentia em nossos beijos. E então, ainda entregue aos carinhos de James, sem entender minha falta de desejo visualizei a imagem de Edward.

Abri os olhos horrorizada. Eu beijava um pensando em outro? Não podia! Meu peso de consciência ficou pior quando vi James sugando com prazer minha boca.

Tudo bem, eu não precisava me sentir culpada, afinal James não era homem de uma só mulher, mas o estranho é que me sentia traindo Edward. “Você é idiota, Bella? Como estaria traindo Edward se não tem nada com ele? E não se esqueça que nesse exato momento o lindão deve estar fazendo muito mais do que um simples beijo com alguma daquelas modelos perfeitinhas. Não seja estúpida e aproveite sua noite!”, me alertei mentalmente, fechei meus olhos e continuei meu beijo.

Trocamos mais algumas carícias e nada do meu fogo acender, não estava gostando da minha atitude, me sentia péssima, a pior pessoa do mundo, não podia continuar nos braços de James desejando Edward em minha mente.

-James – me afastei um pouco – Não estou me sentindo muito bem, acho que vou para casa!

- O que foi? – preocupou-se.

- Nada demais! Acho que exagerei na cerveja – James arqueou uma sobrancelha pela desculpa, precisava melhorar minha mentira, não tinha bebido muito e ele sabia disso – É que precisei tomar um remédio mais cedo e acho que não foi boa idéia misturar com álcool, mas você sabe que não resisto à essa cerveja de trigo! – dei de ombros.

- Quer que te leve para casa? – perguntou ainda desconfiado.

- Não precisa! Aproveite o resto da noite, é apenas um mal-estar.

- Tudo bem então. Vê se te cuida sua desajuizada! - ainda levei um puxão de orelha por ter “misturado” bebida com remédio. Sorri com o pensamento.

 

Depois de tomar um banho me deitei e fiquei pensando em Edward. Senti chamas percorrerem meu corpo, automaticamente enlacei um travesseiro entre minhas pernas e, inconscientemente, iniciei um movimento roçando meu corpo sobre ele. Quando um gemido escapou por minha garganta saltei na cama lançando o travesseiro contra a parede.

- Que droga é essa, Bella? – berrei furiosa comigo mesma. Estava sozinha em casa, não precisava me preocupar em falar baixo – Você acabou de dispensar um homem de verdade para ficar excitada em cima de um travesseiro? Está maluca? – eu só podia estar doente, precisava de um tratamento psiquiátrico.

Fiquei irritada durante muito tempo antes de conseguir dormir.

 

No outro dia dormi até tarde. Sabia que Alice estava no apartamento de Jasper e não apareceria em casa tão cedo, então teria que inventar algo para fazer sozinha. Supermercado seria uma boa distração.

Aproveitei também para responder a todos os meus e-mails, e depois de falar com meus pais pelo telefone fui preparar meu jantar.

- Bellaaaa? – Alice chegou toda eufórica.

- Na cozinha! – respondi.

- Sobreviveu à nossa ausência? – Jasper vinha atrás dela.

- Na verdade eu estava aqui prestes a me matar. – mostrei a faca que usava para cortar um pão, eles riram enquanto se juntavam a mim, na mesa, para o lanche.

- Não se mate Bella, Edward não conseguiria viver sem você!

- Alice, Alice – apontei a faca para ela – Não brinque com uma Bella armada.

- Já estou por dentro de tudo agora! – Jasper afirmou torcendo a boca e Alice bufou, estranhei, mas deixei-o prosseguir - Só não quero que se machuque, portanto não fique chateada, mas não gosto da idéia. O Cullen não serve para você! – me encarou preocupado. – Ele vai te seduzir como faz com todas e depois esquecer da sua existência, entende? Ele não respeita o sentimento de uma mulher e passa por cima de todas, como um trator, quando não o interessa mais.

- Qual é, amor? – Alice parecia inquieta – James também não é o tipo de homem que procura um relacionamento sério e você nunca foi contra Bella sair com ele.

- Sempre soube que Bella nunca quis nada além de sexo com James!

- Jasper, não fale assim! – o repreendi – Saiba que só fico com James porque o acho uma pessoa bacana e divertida.

- Desculpe Bella, não quis dizer que você o vê como um pedaço de carne. – defendeu-se - Mas diga que estou mentindo, então – Jazz me pressionava – Pode me dizer se alguma vez ficou perturbada pela presença de James, sem fala e descontrolada como ficou com a de Edward? – cruzou os braços aguardando minha resposta.

- Sinceramente, não! – disse constrangida.

- Está vendo Alice? – fitou-a – Bella nunca correu risco com James porque nunca esteve apaixonada por ele.

- Apaixonada? – falei em voz alta

- Isso não é nenhuma tragédia, não se preocupe! – Alice tentava com toda tranquilidade me persuadir.

- Sei que não é tragédia Alice – adiantou-se Jasper - Mas Bella é nossa amiga, e não acho certo incentiva-la com Edward.

- Jasper, ela já está apaixonada! Acho que como amigos, devemos ajudá-la!

- E na tua visão “ajudar” seria empurrá-la para os braços do Cullen, mesmo sabendo que depois ele vai deixá-la de escanteio? – indagou-a.

- O que você prefere, Bella? – Alice me olhou com as mãos na cintura – Aproveitar e deixar-se levar por isso que está sentindo agora, mesmo que chore um pouco mais tarde, ou se acovardar e viver imaginando como seria bom ter ficado, pelo menos uma vez, com o cara que te despertou tantos sentimentos intensos? 

Encarei os dois que me analisavam, Jasper preocupado e Alice quase irritada. Abaixei os olhos, mordi os lábios e respondi:

- Vocês precisam saber o que aconteceu ontem comigo! – ambos franziram a testa curiosos e então contei que não tinha conseguido ficar com James porque não parava de  pensar em Edward.

Jasper suspirou derrotado e Alice sorriu vitoriosa.

- Tudo bem – Jazz dizia – Não tem mais jeito mesmo, então vamos apoiá-la a vivenciar essa loucura se quiser, mas saiba que terá que nos contar tudo, sempre, para podermos auxiliá-la melhor. – Alice batia palmas e pulava em sua cadeira satisfeita. – Mas mesmo assim não se esqueça a minha opinião: você é especial demais e o Cullen não te merece!

- Tudo bem – tentei me controlar. – Será que agora podem me contar como foi o jantar de ontem?

Os olhos de Alice brilharam e vi que ali o assunto Bella e Edward tinha chegado ao fim, pelo menos por enquanto.

 

Cinco dias se passaram, já era quinta-feira novamente, e mais uma vez eu estava me arrumando, ansiosa, para ver Edward Cullen. O vídeo estava pronto, e por incrível que pareça não fiquei com cara de boba na entrevista, e Alice tinha marcado um horário para levá-lo à E2C. Minha tensão não era por medo do Cullen não aprovar o filme, mas sim porque, querendo ou não, tinha me deixado levar pelas fantasias de Alice, que estava super empolgada para este reencontro.

E se não fosse nada daquilo? Deprimia-me pensar que nunca mais o veria.  

Suspirei fundo colocando a roupa que Alice e eu escolhemos para a ocasião, um vestido camisa branco com botões grandes, que caia sensualmente em meu corpo, segundo minha cúmplice, e que ao mesmo tempo era discreto, um cinto preto e uma sandália preta. Até parecia que estava indo a um encontro amoroso e não de trabalho.

Minha amiga tinha esquematizado tudo e me convenceu que seria melhor se eu fosse sozinha, embora isso tenha me deixado muito nervosa a princípio, pois não sabia como seria minha reação sem a ajuda de Alice, no final acabei concordando. Ela me garantiu que daria tudo certo e que assim Edward teria mais chance de se aproximar de mim.

Estava me sentindo ridícula, e se tudo fosse loucura da nossa cabeça?

 

Depois de elogiar muito meu visual Alice me acompanhou até a garagem do nosso prédio.

- Bella, confiança amiga! – me incitou. Sorri diante o seu entusiasmo – Estou louca para saber as novidades mais tarde, na nossa “pizza de quinta” – pulava com uma alegria antecipada.

- Alice, nem sei o que esperar de hoje! – eu realmente não sabia o que ia acontecer.

- Já falei para não se preocupar e apenas deixar rolar.

 

Quando estacionei na E2C respirei fundo três vezes, precisava me acalmar. Fiquei olhando aquele lugar onde tudo começou por um bom tempo. Saí do carro e fui encontrar o meu destino. Qual era? Não fazia a menor idéia, mas estava louca para saber.

 

Na recepção tive que encarar a “simpatia” de pessoa que era a tal Jessica, secretária de Edward. O estranho era que antes de conseguir a entrevista com o Cullen, quando tentava diretamente sem sucesso agendar um horário pelo telefone, ela parecia mais agradável.

- Boa tarde, Jessica. Marcamos hoje as 17:30h para... – não tive tempo de terminar.

- Onde está Alice Brandon? – por que não me deixou terminar de explicar? Tive vontade de perguntar.

- Teve um imprevisto. – respondi educadamente, porém muito desconfiada.

- Tudo bem, Isabella, aguarde um momento. – pegou o telefone e disse: - Cullen, seu próximo compromisso o aguarda. – falou como se eu fosse um fardo pesado que o patrãozinho precisasse carregar. Fiquei com uma raiva dessa secretária, mas esse sentimento foi substituído imediatamente por inquietação quando a simpática disse que já podia entrar.

Respirei fundo e entrei.

O Cullen estava sentado em sua cadeira me aguardando e quando entrei em seu foco de visão me estudou com os olhos, dos pés à cabeça. Suspirou, se levantou e caminhou em minha direção. Estendeu-me sua mão e me cumprimentou olhando diretamente em meus olhos:

- Boa tarde, Bella! – deu um leve sorriso.

- Boa tarde, Edward! – retribuí seu gesto encarando-o. E ainda segurando minha mão ele estreitou os olhos e aproximou-se um pouco mais de mim.

- E Alice? - perguntou curioso.

- Teve um compromisso de última hora. Pediu desculpas por não poder estar presente. Espero que não se importe – respondi hipnotizada por suas íris.

- Por que me importaria? Você trouxe o vídeo! – disse sério, mas ainda me olhando intensamente e prendendo minha mão.

Claro que ele só queria ver o vídeo! Entristeci-me e mordi os lábios nervosa com a realidade.

- Aqui está. – puxei minha mão que ele segurava para pegar o vídeo dentro da bolsa, sentia meu coração, que antes batia freneticamente, enfraquecer-se aos poucos. Dei um sorrisinho desanimado e entreguei o DVD à ele, que pegou sem entender - Na verdade isso é uma cópia, o original está comigo, pode vê-lo quando quiser e mandar sua secretária me avisar caso não goste de alguma coisa – eu não precisava mais ficar ali correndo o risco de chorar na sua frente.

Edward me olhou espantado.

- Mas já mandei Jessica preparar minha sala para assistirmos. – fiquei um pouco enciumada pelo fato de que a nojenta da Jessica continuaria em sua vida e eu nunca mais o veria.

- Fique a vontade Edward, é sério, pode ver quando quiser.

- Mas eu quero ver agora – assenti enquanto ele prosseguia atento às minhas reações, parecia preocupado – E quero que esteja comigo! – fiquei confusa, será que aquilo era alguma indireta? Achava que não, pois ele tinha deixado bem claro que estava interessado apenas no vídeo.

- Por mim tudo bem – dei de ombros.

Edward me levou em direção a uma porta que ficava dentro da sua sala, quando a abriu vi que ali era uma sala vip, com uma grande mesa de mogno e poltronas luxuosas ao redor desta.

- Esta é a sua sala de reunião? – perguntei observando o maravilhoso ambiente.

- Minha sala particular, quando o assunto é com cliente resolvo por aqui mesmo. - explicou puxando uma cadeira para que eu me sentasse. 

- Obrigada – agradeci pela gentileza.

Edward colocou o DVD no aparelho e sentou-se ao meu lado, estranhei porque provavelmente ele devia ser acostumado a usar a cadeira principal da mesa em suas reuniões. Mas aquela devia ser melhor para enxergar a TV.

O Cullen, com um controle remoto, apagou as luzes e iniciou o filme. Eu sinceramente não prestei atenção na entrevista e não precisava, afinal, já tinha visto, porque com Edward tão perto era impossível reparar em alguma coisa que não fosse nele.

Mesmo sabendo que tinha sido tudo ilusão da cabeça de Alice e que Edward não estava interessado em mim, minha mente começou a trabalhar. Ele estava sentado com os braços cruzados atento ao que assistia e eu o observava discretamente de “rabo de olho”.  

Lembrei-me de sua mão apertando a minha e imaginei como seria te-la apertando meu corpo. Queria senti-la em mim. Respirei fundo contendo meus pensamentos, não podia mais ir adiante, do contrário, me colocaria em maus lençóis na frente de Edward.

Foi difícil me controlar para não fantasiar nada erótico, mas consegui e quando o vídeo terminou me sentia dolorida tamanha tensão.

Virei-me em sua direção e perguntei, com uma voz ainda descompassada torcendo para que ele entendesse aquilo como nervosismo pela entrevista.

- E então, o que achou?

Edward não me olhou, foi em direção ao aparelho, retirou o DVD, acendeu as luzes e então se aproximou de mim. Fiquei preocupada pelo suspense, por que ele demorava a responder? Por fim deu um sorriso torto e disse:

- Você ficou ótima! – sorri satisfeita e me levantei.

 Ele tinha me aprovado como jornalista, fiquei feliz com esse comentário, afinal ele sabia o que dizia.

- Então acha que tenho um futuro promissor? – brinquei aliviada.

Ele sorriu e balançou a cabeça

- Não sei – respondeu.

- Mas acha que me saí bem na entrevista, não foi? – ele não queria dar o braço a torcer, mas eu arrancaria a resposta de sua boca.

- Não sei. – sorriu e parecia sincero na resposta. Fiquei irritada, ele tinha acabado de dizer que eu tinha sido ótima.

- Mas você acabou de dizer que fui ótima, porque não pode admitir que acredita no meu potencial? – o desafiei com as mãos na cintura.

- Hum... – estreitou os olhos e assumiu uma expressão maliciosa. – Eu disse que você ficou ótima e não nego, mas não prestei atenção na entrevista para saber se você foi ótima. E honestamente – se aproximou do meu ouvido - Não duvido do seu potencial! – era isso que Alice chamava de cantada? Porque para mim o que Edward fazia tinha outro nome: escárnio.

Bufei irritada umas duas vezes, afastei meu rosto e encarei o Cullen com meu pior olhar assassino, ele riu me fazendo tremer de raiva, me virei para pegar minha bolsa que estava sobre a mesa, sairia dali imediatamente, mas eis que o inesperado aconteceu.

Edward me pegou pela cintura, me apertando possessivamente. Congelei e precisei me apoiar na mesa. Aproximou-se mais de mim, pude sentir seu calor em minhas costas, escorregou uma das mãos até minha barriga me puxando para mais perto do seu corpo, de forma que ficássemos colocados um no outro. Arfei com o choque do contato e então, para o meu completo aturdimento, passou a ponta do nariz por toda a linha lateral do meu pescoço até chegar ao lóbulo de minha orelha e mordê-lo sensualmente. Eu já estava mole, de olhos fechados, completamente arrepiada e totalmente entregue àqueles braços fortes que me prendiam com cobiça, quando escuto sua voz quente e rouca em meu ouvido:

- Diga que não é tão lerda quanto parece e que sabe o quanto te desejo!

Parei de respirar.

 

 


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Notas finais do capítulo

E então? Devo continuar?
Depois que comentarem eu mando mais, ok?
Bjs
Duda