Irresistível Presença escrita por M-Duda


Capítulo 19
Capítulo XIX - Vinte de Dezembro




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Capítulo XIX

 

Quando a enorme porta de nobre madeira da sala principal da casa de Emmett se abriu, não consegui enxergar nada além das luzes provocadas pelos disparos das câmeras fotográficas. Agarrei-me com mais força ao braço de meu pai, temendo cair devido meu nervosismo. Quando meus olhos se adaptaram ao ambiente, perdi a fala, vendo o motivo por Renée ter ficado tão maravilhada com o jardim de Emmett.  

Aquele não era o gramado repleto de flores, minuciosamente, bem cuidadas que conhecia. Embora o lugar fosse naturalmente bonito em seu dia-a-dia, não podia negar que os esforços dos profissionais contratados por Edward haviam transformado o que já era belo em deslumbrante. Preocupados com a temperatura gelada do final de novembro, a equipe ergueu paredes e teto de vidro no verde de Emmett de modo que ficássemos aquecidos com a ilusão de ar livre. A preocupação pelos mínimos detalhes, daqueles que viviam para organizar tais eventos se apresentava em toda a decoração - no piso de madeira carpetado de verde, onde estavam dispostas as cadeiras dos convidados; na passarela que me levaria até Edward... - Edward! Quando o fitei, senti meu coração pular. Ele estava glorioso em seu traje de noivo: sapatos pretos, terno preto, camisa branca e gravata prata. Tinha as mãos entrelaçadas uma na outra, na frente do corpo. Seu semblante denunciava várias emoções, e quando nossos olhos se encontraram parecia que mais nada existia no mundo além de nós dois. Sorrimos um para o outro em cumplicidade, compartilhando o nosso amor.

- Vamos? – meu pai sussurrou próximo ao meu ouvido, despertando-me de um sonho para entrar em outro.

Respirei fundo tentando me acalmar, o que surtiu algum efeito, pois senti minhas trêmulas pernas ficarem um pouco mais firmes. Assenti com um gesto de cabeça garantindo que podíamos ir, mas antes de dar o primeiro passo, com a mão que segurava o belo buquê de rosas chilenas, acariciei meu ventre.

- Papai nos espera, meu anjo!

Segui sorrindo, controlando-me para não sair em disparada na frente de meu pai, encarando sempre somente Edward. Os convidados presentes que me perdoassem, mas ninguém mais ganharia minha atenção naquele momento.

Quando cheguei aos braços de quem tanto desejava, tive a sensação de que finalmente tudo estava exatamente onde deveria estar.

- Maravilhosa! – Edward falou de maneira contemplativa, enquanto com um sorriso orgulhoso afagava minha bochecha.

A cerimônia foi realizada de forma simples e rápida. As belas palavras religiosas sobre matrimônio me emocionaram enchendo meus olhos de lágrimas, as quais consegui bravamente segurar até um pouco antes de escutar as palavras:

- Eu vos declaro marido e mulher.

Com um beijo gentil, Edward demonstrou o quanto tudo aquilo também o afetara. Sabia que, para quem estivesse de fora, nosso amor era quase palpável. Fomos ovacionados, e quando tentei desviar minha atenção para todos que nos aplaudiam, Edward segurou meu queixo para que o fitasse.

- Amo você senhora Cullen. – declarou com um brilho intenso no olhar. Vi lágrimas dançarem em seus olhos e como eu precisava ver ao menos uma cair, pressionei sutilmente meu indicador na pálpebra inferior direita de Edward. Foi o suficiente. A pequena gotinha escorreu me fazendo aumentar ainda mais o sorriso.

- Só assim para me convencer de que é humano, senhor Cullen. – abracei-o pelo pescoço – Você é perfeito demais para ser real. – revelei minhas dúvidas ouvindo ainda a agitação dos nossos convidados. Edward murmurou algo enquanto beijava meus cabelos que não compreendi. Viramo-nos enfim para os presentes e descemos os dois degraus do altar improvisado para receber as felicitações pelo casamento.

Primeiro foi a vez de meus pais, acompanhados por Phil – meu padrasto -, me abraçarem, depois Carliste e Esme e então, os padrinhos Rosalie, Emmett, Alice e Jasper. Este último me ergueu no colo girando-me no ar, gargalhando pela gracinha.

- Parabéns irmãzinha!

- Jasper! – exclamei dando leves tapinhas nos ombros do meu amigo – Me coloque no chão agora mesmo se não quiser que eu te mostre o que comi ao longo do dia. – ele fez uma careta divertida fingindo estar com nojo.

- Que coisa horrível! Não quero estragar meu terno novo. – Jazz podia até pensar que aquilo fosse brincadeira, mas a facilidade com que eu estava enjoando nos últimos dias era grande demais para arriscar com rodopios.

A fila que se seguiu não era muito grande, visto que poucos foram os nossos convidados. Fiquei um pouco triste em saber que não veria o rosto de Jacob entre os presentes, por questões de trabalho. Dois dias antes ele me ligara para dizer que foi impossível trocar a escala de plantão no hospital de Forks, onde há pouco tempo exercia a medicina. Compreendi perfeitamente, mas mesmo assim senti falta do meu bom amigo por perto.

Ali estavam Angela assim como outros amigos de faculdade; Tanya junto de uma linda morena – provavelmente uma namorada, embora ela nunca tivesse tocado no assunto -; Jessica – a secretária de Edward, que misteriosamente encontrava-se super sorridente – e mais alguns funcionários da E2C que eu pouco conhecia. Logo atrás vinha Shane, que para o meu alívio, não era mais alvo dos ataques de Edward.

- Bella, você está linda. – meu ex-vizinho aprovou, estudando meu visual com as mãos apoiadas em meus ombros. Depois se aproximou e me deu um beijo no rosto – Desejo felicidades!

- Obrigado por vir, Shane. – meu marido o cumprimentou de forma educada, puxando-me pela cintura, enquanto apertava a mão do outro homem.

- Cuide bem dessa garota. – apontou-me com uma piscadela.

Edward me abraçou, então, com os dois braços, aconchegando-me em seu peito.

- Passarei o resto da minha vida fazendo isso. – e olhando para mim com um lindo sorriso, roçou nossos lábios rapidamente.

Naquela hora, me lembrei que o pessoal da revista onde Shane trabalhava tinha entrado em contato comigo, no dia anterior, dando-me o telefone da equipe médica a ser entrevistada para o artigo que eu desenvolveria. Mas francamente, não estávamos em um bom momento para discutir assuntos profissionais.

Depois de um bom tempo agradecendo a todos pela presença, enquanto os mesmos nos saudavam pela ocasião, fizemos um brinde e fomos dançar a nossa valsa.

- Está gostando da festa, meu amor? – Edward perguntou, conduzindo-me com cuidado pela pequena pista de dança improvisada.

- Como não estaria? Ah, Edward...está tudo tão lindo! – exclamei admirando as belas íris douradas que me fitavam. Meu marido era tão especial que até mesmo a cor de seus olhos era única. Nunca tinha visto nada igual. Meu marido...abracei-o mais forte, repousando minha cabeça em seu tórax atentando-me às batidas de seu coração.  

- Amo você, Bella! – declarou em meus cabelos.

- Não sei se já perceberam, mas a valsa do casal já terminou faz tempo. – Emmett nos interrompeu fingindo impaciência. – Será que agora posso dançar com a minha mais nova priminha? – Abriu um sorriso que mais parecia ao de uma criança, tamanha espontaneidade.

- Por mim tudo bem – disse Edward – Mas acho que Charlie não cederá a sua vez. – apontou meu pai que vinha em nossa direção.

Rimos da frustração verdadeira de Emmett.

- Ah, que ótimo! – rolou os olhos – Mas serei o próximo, hein?

- Claro, claro. – concordei.

- Não se Jasper reivindicar seus direitos de “irmão” – anunciou Rosalie se divertindo ainda mais às custas do namorado, que bufou.

- Então vou apelar para os meus direitos de dono da casa. – fez uma cara engraçada pela chantagem - Não quero nem saber. Depois de Charlie será a minha vez e não se fala mais nisso.

- Tudo bem, mas enquanto a sua vez com a noiva não chega, deixe-me aproveitar a minha vez com o noivo. – Esme falou divertida atrás do filho.

O restante da noite foi tranquilo, todos pareciam estar muito animados. Durante um bom tempo me preocupei com o jardim de Emmett, que naturalmente sairia prejudicado com toda aquela arrumação sobre ele, mas meu primo pediu para que eu relaxasse garantindo que tudo estava sob controle, pois os profissionais se certificaram de não deixar nem mesmo os pisos em contato direto com o gramado, embora para ele fosse indiferente, já que não estava nem um pouco incomodado com o destino do lindo verde de sua residência. Rosalie também se manifestou quando expressei meus receios dizendo que Emmett tinha ficado tão feliz com a idéia do casamento ser feito em sua casa, que teria até mesmo asfaltado o jardim se fosse necessário.

- Amor, eu sei que você anda com umas vontades meio estranhas ultimamente, mas tente comer esse canapê. Está delicioso. – Edward levou o petisco de damasco com queijo brie até minha boca, fazendo-me provar um pouco do cardápio da festa. Ele tinha razão, a comida estava boa, mas ainda assim preferia as minhas misturas sem sentido. Edward me observou mastigar sorrindo.

- Sim, delicioso! – afirmei depois de engolir o pedaço de pão. Edward mostrou ainda mais os dentes perfeitos.

- Pensei que fosse gostar da mistura do doce do damasco com o salgado da torrada e do queijo, mas percebo que seu paladar não anda tão sofisticado. – ri também, sabendo do que estava falando. Edward sempre tentava, mas nunca conseguia disfarçar o asco que sentia ao ver meus pratos de ovos mexidos com algum tipo de doce. Eu já tinha feito as mais variadas combinações com o alimento em questão, como por exemplo: ovo com geléia de abacaxi, ovo com chocolate, ovo com musse de maracujá e assim por diante.

- Qual é o doce da vez? – indagou com ar de repulsa.

- Hum... – espremi os olhos prestando atenção ao meu desejo – Acho que com esse damasco vai bem. – respondi com ar sonhador. Aquela combinação seria mesmo ótima. Já sentia água na boca. Edward franziu o nariz encarando o damasco do canapê que ele segurava.

- Pelo menos vai aproveitar alguma coisa da festa.

Na verdade ele já tinha instruído à chefe de cozinha quanto ao meu apetite extravagante, sendo assim, não tardou para que um prato com o meu desejo fosse colocado à minha frente, livrando-me do estômago vazio.

- Nada que uma equipe especializada não faça. – Alice zombou observando a decoração da minha requintada refeição.

Realmente. A cozinha tinha feito um milagre com a aparência dos meus ovos mexidos. Parecia até ser parte de um cardápio refinado, no qual além dos damascos havia também alguns morangos como ornamento. “Deus, morangos! Como não pensei nisso antes?”. Lambi os lábios e ataquei.

- Já acabou de comer? – Rosalie quis saber – Que ótimo. Está na hora de jogar o buquê! – avisou, me puxando para o meio da pista onde todos dançavam. Alice nos alcançou, trazendo nas mãos o arranjo de flores vermelhas almejado pelas solteiras presentes.

- Aqui está, Bella – entregou-me o buquê. – Não jogue muito algo para que eu possa pegar. – falou antes de ir com Rose para onde todas já se reuniam.

Arremessei o tão cobiçado “amuleto do amor” e quando me virei para ver quem tinha sido a felizarda, quase morri de rir com a cena. Um bando de mãos femininas ainda disputava pelo buquê que parecia não ter encontrado sua dona. Por fim, ele foi destruído e cada uma saiu contente mostrando o pedaço que conseguiu daquilo que restou do ramalhete. Tirei uma foto com todas as sortudas da noite, juntas.

- Elas levam a sério essa história de buquê, não é mesmo? – Edward constatou assim que me resgatou da alegria exagerada de minhas amigas.

- Acho que na verdade elas iam gostar mais se, ao invés do buquê, eu tivesse jogado o meu marido. – brinquei abraçando-o.

- Deus me livre! – arregalou os olhos, sacudindo a cabeça com um sorriso incrível estampando seu lindo rosto - Não queria ser esquartejado por aquelas malucas.

- Metido – simulei um beliscão em seu braço – Você sabe que todas iam querer lhe arrancar um pedaço, não é verdade? – ele riu mas rapidamente me beijou e murmurou em meus lábios.

- Sou teu por inteiro.

 

- Será que hoje é o meu dia de boca-escancarada? – indaguei assim que entramos na suíte-nupcial do hotel onde Edward me levou para passarmos nossa primeira noite oficialmente casados.

Nunca tinha visto nada igual, se alguém me dissesse que eu era uma rainha não duvidaria, pois estava nos aposentos de uma, só podia ser.

- Edward...é incrível! – elogiei alisando as almofadas que abrilhantavam a enorme cama de casal com seus fios que pareciam ouro.

- Incrível, concordo... – falou, e quando me endireitei ao lado da cama, girando o corpo para ficar de frente à ele, vi que Edward me encarava com seu tão conhecido, por mim, olhar escurecido. Sabia bem quais eram os sentimentos que o deixava naquele estado. E para constatar desci meus olhos pelo seu corpo, vendo que Edward já havia se livrado do paletó e da gravata, e quando finalmente cheguei abaixo do cinto, que ainda estava no lugar, percebi o volume que crescia, afirmando meu palpite pelo enegrecimento de seus olhos.

Mordi os lábios, sem deixar de notar que meu cansaço havia desaparecido.

- Incrível eu ter resistido esperar até agora. – sussurrou e eu estremeci ao mesmo tempo em que Edward me sentou vagarosamente na cama, enquanto ele permanecia em pé.

 – Faz horas que estou me controlando para não arrancar esse teu vestido. – levou as mãos aos meus seios, estimulando-os – Me diga... – abaixou para roçar os lábios em meu ouvido, provocando-me arrepios – Já está molhada? – mordeu o lóbulo da minha orelha me cegando de desejo.

Rapidamente abri seu cinto, desabotoando em seguida sua calça enquanto ele soltava gemidos provocados pelo toque inevitável que meu trabalho exigia.

- Tem que me provocar tanto com esses dedos? – perguntou e depois segurou minhas mãos contra sua dureza masculina coberta pela cueca preta.   

Uma vaga lembrança de que ainda estava vestida de noiva passou pela minha mente e que em minha bagagem continha uma delicada e sensual lingerie escolhida especialmente para o momento. Mas não interromperia aquela excitação nem que me pedissem de joelhos, poderia vestir a sexy peça depois, afinal, minha noite de núpcias estava apenas começando.  

 

- Bom dia, minha adorável e tarada esposa. – Edward brincou, cobrindo meu rosto de beijos, assim que abri os olhos.

- Bom dia, meu gostoso e igualmente tarado esposo - espreguicei-me sentindo o corpo moído. Talvez mais pela noite alucinante que tivemos do que pela festa que durou mais do que o previsto. – Estou acabada. – confessei enquanto Edward beijava e alisava minha barriga, que na verdade era sua maneira de cumprimentar o nosso bebê.  

- Está se sentindo mal? – quis saber rapidamente, preocupado.

- Não. – assegurei - Estou apenas esgotada... – tentei fazer um sorriso maroto para que ele captasse minha fonte de esgotamento.

- Será que exageramos? – perguntou receoso.

- Claro que não – respondi mais do que depressa me arrependendo do comentário.

- Olha lá, Bella...

- Eu juro, Edward! – dei de ombros – A festa também contribuiu – bati uma mão na outra, produzindo um som pelo ato e perguntei animada – Café da manhã?

Ele arqueou as sobrancelhas.

- Ovos? – Edward tinha o dom de ler meus pensamentos.

O jornal que chegou junto com o desjejum revelava uma enorme foto nossa da noite anterior, acompanhada por uma matéria sobre o casamento do premiado publicitário Edward Cullen. Estranhei e confusa perguntei:

- O que é isso? Algum dos fotógrafos de ontem vendeu essa foto para os jornais? – só podia ser, pois a foto do casal sorrindo para a câmera obviamente não tinha sido captada pelos paparazzi, que ficaram do lado de fora da casa de Emmett esperando qualquer brecha para conseguir informações sobre o casamento do Cullen.

- Eu autorizei a divulgação dessa foto. – franzi o cenho não entendendo mais nada. Aquela não era uma reação normal vinda de Edward. Logo ele que não se expunha ao público. – O que foi? – se inquietou – Fiz mal? Desculpe não ter te consultado antes, não pensei que se aborreceria com isso. Mas juro que permiti a divulgação de apenas uma foto. Se sair alguma outra diferente dessa, processarei a equipe de fotógrafos que contratei.

- Não estou aborrecida. É que estranhei o fato de logo você deixar vazar uma foto dessas. Pensei que não quisesse... – ele sorriu percebendo o que eu dizia nas entrelinhas e me cortou.

- Ah, mas eu queria. Queria que o mundo inteiro soubesse o nome do feliz homem que conseguiu colocar uma aliança no dedo de Isabella Swan: a minha senhora Cullen.

 

Na tarde de segunda-feira voltamos para, agora sim, o nosso apartamento. Como eu ainda estava em aulas e na reta final do meu curso universitário, não podia me dar ao luxo de passar dias viajando em lua-de-mel. Claro que não tardei a providenciar meu passaporte após àquela última viagem de Edward a Londres, sendo assim, logo que me formasse iríamos para a Grécia, país que sempre desejei conhecer. Só não iríamos nas semanas de Natal e ano novo porque eu não teria férias na faculdade.

- Espero que não queira me trocar por um daqueles deuses: Eros, Apolo, qual mais? – Edward fingiu preocupação quando revelei minha adoração pela cultura grega.

- Como se fosse possível. Nunca te disseram que nenhuma divindade grega chega aos seus pés? – cochichei em seu ouvido – Mas não podemos falar em voz alta, pois os deuses são seres muito melindrosos e podem se revoltar contra você.

- Não se preocupe, querida, os deuses não se ofenderiam com suas palavras; eles sabem do seu pequeno distúrbio...ehh... – apontou minha cabeça com uma expressão de pesar - Entende?

- Edward Cullen, você está tentando dizer que tenho problemas mentais?

- Quando o assunto sou eu, sim. Mas tudo bem amor, não vou te internar. Prefiro você assim: maluquinha por mim. – piscou flechando meu estômago com seu sorriso torto. Senti borboletas se agitarem dentro de mim.

 Ele me pegou no colo assim que saímos do elevador, garantindo que completaria o ritual dos recém-casados e entraria - em casa - comigo em seus braços.

- Mas você já fez isso, no hotel! – argumentei.

- Sim. E agora aqui. – assegurou abrindo a porta – Bem vinda ao lar!

 

Os dias daquela semana seguiram no mesmo ritmo de sempre, ou seja, voaram. Na quarta-feira fui ao obstetra acompanhada por Edward e quase morremos quando foi possível, finalmente, ver no ultra-som os batimentos do coraçãozinho do nosso bebê. O médico garantiu que minha gravidez era saudável e que tudo, como o sono fora do normal que vinha sentindo e até mesmos os constantes enjôos, estava dentro de esperado. Na mesma noite, liguei para os meus pais – que haviam retornado para seus lares no domingo – deixando-os por dentro da evolução do netinho.

Na quinta-feira, nos reunimos pela primeira vez - depois do casamento - com os nossos dois casais de padrinhos no apartamento de Alice, de onde Jasper, segundo Rosalie, não saía mais.

- Será que eles fazem pizza de ovo mexido com goiabada? – Emmett satirizou fazendo todos rirem de mim.

- Edward, como você aguenta ver todos os dias cenas como aquela que presenciei no casamento? – Jasper ainda em meio às risadas entrou na brincadeira de Emmett – Meu estômago embrulha só de lembrar.

- Ah, engraçadinho! – mostrei a língua para meu amigo dileto – Edward sabe que é isso ou ver o nosso bebê nascer com cara de ovo com sorvete napolitano.

- Eca, Bella...- Rose fez cara de nojo – Até com sorvete você já encarou? – encarou? Rolei os olhos pelo comentário assombrado. Pra mim aquilo era delicioso.

- Hum... – Alice murmurou pensativa enquanto alisava minha barriga – O que você acha que é, Bella, menino ou menina?

- Menino. – seria maravilhoso trazer a miniatura de Edward ao mundo, podia até ver o rostinho.

- Eu acho que é menina. – Edward revelou o que eu já sabia ser sua opinião.

- Concordo com Bella – Rose observou – Acho que é um menininho que está aí dentro.

- Aposto em Edward – Alice se aliou ao meu marido. – E você, Jazz?

- Vou no seu palpite, bruxinha. Prometi nunca mais apostar minhas fichas contra você. – riu fazendo Alice desmanchar o olhar ameaçador e rir também.

- E você, Emm? – Rose pressionou o namorado que meditava coçando o queixo.

- Acho que os dois. Um menino e uma menina.

- O quê? Você aposta em um casal de gêmeos? – Rosalie se empolgou com a idéia – Será?

- Não mesmo. – afirmei ainda de olhos arregalados pela hipótese – Ontem fomos ao médico e ouvimos apenas um coraçãozinho. Portanto, Emmett, você errou feio. – como sempre, a expressão de desagrado do primo de Edward nos fez rir.

 

Duas semanas mais tarde me sentia bem melhor em relação aos enjôos, que mesmo existindo, eram bem menos frequentes. O quarto do bebê já tinha a decoração quase completa. Tanya queria que eu esperasse um pouco mais antes de deixá-lo pronto, temendo que eu me cansasse do ambiente. Garanti que isso não aconteceria, e confessei minha imensa vontade de ver o quarto arrumadinho, para poder ficar ali sonhando com o meu filhinho – ou filhinha.  

Na faculdade, Alice me contou que Jessica - a secretária de Edward - depois da minha festa de casamento estava saindo com Shane, e que já tinha cruzado com a garota em questão, pelo menos duas vezes, na escada do meu antigo prédio.

- Mas ela é muito simpática, Bella, nem parece a-que-la Jessica que conhecemos na E2C.

- Pois é Alice, na verdade ela vem me tratando bem desde que Edward assumiu o nosso namoro. Será que é falsidade? Ela não me parece falsa. - corrigi na mesma hora, pois Jessica realmente não parecia ser.

- Concordo. Também não a acho falsa.

- Sei lá. Mas então Shane encontrou sua alma-gêmea durante minha festa?

- Se encontrou a alma-gêmea eu não sei, mas que parece ter encontrado uma companheira “bem animada”... – esbugalhou os olhos maliciando as palavras com um sorriso devasso – Ah, isso ele encontrou...porque todas as vezes que a vi saindo do prédio, ela estava muito descabelada e toda amarrotada.

- Alice! – a repreendi fazendo grande força para não soltar uma gargalhada – Você não tem vergonha de ser tão fofoqueira?

- Não. – respondeu sem vergonha alguma. Então não consegui mais segurar e minha amiga caiu comigo na risada.

 

- Edward? Sabe quem Jessica está namorando? – perguntei durante o jantar daquele mesmo dia. Ele me olhou com uma expressão engraçada, como se não fizesse a menor idéia sobre quem eu falava. Suspirei – Sua secretária, Edward, pelo amor de Deus!

- Ah, sim. – arqueou as sobrancelhas – Pensei que estivesse se referindo a alguma amiga da faculdade. – claro, coitado, como poderia saber? Eu nunca tinha falado sobre Jessica antes - Mas por quê? Acaso é amiga de Jessica?

- Não...na verdade já até pensei que ela não gostasse de mim. – revelei e Edward pestanejou.

- Por que acha isso? Jessica sempre falou bem de você.

- Sério? É que nas primeiras vezes em que estive na E2C ela não foi muito simpática comigo, embora tenha sido muito gentil pelo telefone antes da minha visita. – Edward sorriu.

- Ah, entendi. Mas o problema dela era comigo.

- Com você?

- É meu amor, eu te disse uma vez que você bagunçou minha vida. Lembra? – repuxou um canto da boca brincando com um sorriso.

- Sim, mas...

- Inclusive bagunçou minha agenda. – deu de ombros – E adivinha pra quem sobrou a tarefa de reorganizá-la? - riu relembrando os fatos deixando escapar um: “pobre Jessica”.

- Sua agenda...? – não compreendi. Sabia que na época do acidente que me deixou com um pé machucado ele havia dado trabalho para a secretária nesse sentido, mas antes...?

- Claro. – ele revirou os olhos – Você acha mesmo que eu podia ter marcado aquela nossa entrevista sem antes consultar a minha secretária? – ele sacudiu a cabeça e respondeu a própria pergunta – Não se eu quisesse honrar meus compromissos.

- E por que marcou? – a conversa estava ficando interessante. Por incrível que pareça nunca tínhamos falado sobre aquilo antes.

- Tive medo que Jessica não desse um jeito de te encaixar nos meus horários. – sorriu meigo – Eu queria te ver novamente.

- Mesmo? – escancarei a boca – Se eu soubesse disso antes... – me interrompi propositadamente mordendo o lábio inferior.

- O que tem? – ele ficou curioso.

- Acho que eu teria te agarrado naquela primeira vez que entrei na tua sala.

- Ah, caramba... – gemeu meneando a cabeça, socando de leve a mesa – E eu só fico sabendo disso agora? – rimos.

- Sério mesmo, Edward? Eu afetei o seu cotidiano na empresa? – estava me sentindo poderosa.

- Você afetou minha vida inteira, já disse. – segurou minha mão sobre a mesa – Minha lerdinha.

Pobre Jessica mesmo, agora seu mau-humor da época fazia sentido.

- Mas voltando ao assunto. Ela e Shane estão namorando. – anunciei sem mais delongas.

- Mesmo? – os olhinhos de Edward brilharam em satisfação – Que bom. Fico feliz por eles. – estranhei o contentamento, ele nem era amigo do recente casal.

- Verdade?

- Não – confessou sorrindo, decifrando meus pensamentos – Na verdade estou feliz por mim. Agora talvez Shane te cerque menos.

 

 No sábado seguinte, vinte de dezembro, acordei sentindo a falta de Edward na cama. Com as festas de Natal e Reveillon chegando, as campanhas publicitárias estavam a todo vapor, e as reuniões de última hora com os novos e antigos clientes eram frequentes nessa época do ano, e esse era exatamente o motivo por ele ter saído bem cedo naquela manhã.

Depois de tomar um belo banho e comer cereais com leite, fui me dedicar à conclusão do artigo que deveria ser entregue até quarta-feira para a revista onde Shane trabalhava. A entrevista com a equipe médica tinha sido excelente e o texto revelava o quão rica havia sido aquela minha experiência. Desejava do fundo do coração que os responsáveis pelo espaço da revista, destinado aos novatos da minha carreira, pensassem igual.

Edward tinha prometido que almoçaríamos juntos, mas como o relógio apontava mais de onze e meia quando o telefone tocou, desanimei sabendo que seria ele avisando sobre possíveis mudanças de plano.

- Alô – atendi após o quarto toque.

- Isabella? É você?  – uma voz feminina e trêmula perguntou do outro lado da linha.

- Sim...

- Sei que não me conhece, mas por favor, eu preciso falar com você. - franzi a testa tentando reconhecer a voz, mas não consegui. Seria alguém da revista me ligando em pleno sábado? Duvidava.

- Quem está falando?

- Aqui é Elizabeth Masen... – choramingou - A mãe de Edward.


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Notas finais do capítulo

*-* A sogra resolveu aparecer!! ai ai ai...estava boa demais a vida da Bella pra ser verdade!! hahahahahaha
Brincadeirinha!! nada muuuuito contra a minha sogrinha!! rs

Bom...devo anunciar agora que a fic está terminando...temos apenas mais quatro capítulos e um epílogo. Porém, para quem não sabe, eu ainda vou soltar essa fic todinha na versão do Ed, ok? Mas só depois que eu terminar de escrever a nova fic que estou fazendo...depois falo mais sobre ela!! ;)

Obrigada pelo carinho e pelos comentários!!
Beijão e até mais...
Duda

msn: m-duda-fic@hotmail.com