Fogo escrita por Gosmenta


Capítulo 17
Amores, amizades e despedidas.


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez eu demorei, me perdoem, é que eu perdi o arquivo de novo, ai achei, ai reconstrui o capítulo. Mas o próximo capítulo ainda essa semana ou começo da semana que vem. Beijos.



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Ele se virou, esperança em seus olhos. Mordi os lábios, apertei a almofada contra o peito. Ele se sentou novamente na cama, agora mais perto. Sorri forçadamente.

-Quer assistir filme? –perguntei, ainda falando para mim mesma que não poderia encoraja-lo a nada. Ele sorriu sem graça.

-Claro.

Ainda não sei o nome daquele filme, parecia uma comédia romântica. O garoto corria atrás dela, mas aquilo nunca dava certo, até que a garota se apaixonou por ele, sofria por nunca ficar com ele e mudou... Nunca gostei de comédias românticas.

Alex foi se aproximando cada vez mais de mim, sentia seus cabelos roçando na minha coxa enquanto ele se apoiava sobre a mão. Às vezes conversávamos baixinho, fugindo daquela atmosfera tensa.

-Me desculpe não ser o que você esperava. Eu geralmente dou essa impressão nas pessoas. –sussurrei, imersa em pensamentos.

-Você é tudo que eu esperei. E muito mais. Você, Renesmee, é um anjo, que apareceu em minha vida para me salvar. –ri por alguns segundos, nunca imaginei isso de mim.

-Salvar? Eu? Eu que preciso de salvação!

-Não, você é tão especial Renesmee, eu sei que é. –ele se sentou e pegou em minha mão. Arrepiei. –Por isso... Sinto isso. –direcionou sua mão e minha até o peito, não ao coração, mas ao peito, ao centro dele. –Aqui.

-Er... –sussurrei. –Alex, eu não sei se é a...

Ele olhou em meus olhos fazendo eu me calar, abri a boca de novo, pensando no que falar. Respirei fundo e seus lábios tocaram nos meus, ele soltou minha mão e apertou as mãos contra minhas costas. Deitei-me e ele deitou por cima de mim. Acariciava seu rosto e sua nuca. Era muito diferente de Jacob, Jacob era quente, pegava fogo quando ficávamos juntos, já Alex era frio, calculista, mas de algum jeito, em seu interior, quente.

De repente ele se levantou tirando o peso de cima de mim, abriu os olhos assustado e saiu do quarto.

-Legal, sozinha novamente. –sussurrei.

Me virei, e dormi.

Acordei no dia seguinte decidida, iria embora dali agora, telefonei para minha mãe e pedi para ela comprar a passagem, arrumei as malas e fui falar com Alex.

-Alex. –chamei quando o achei deitado no sofá trocando os canais da televisão sem o menor interesse.

-Oi. –disse se virando.

-Eu sinto muito por ontem...

-Não foi culpa sua. –falou neutro. –Eu admito que sou um idiota.

-Mas...             Eu gostei. –falei baixo, esperando que ele não ouvisse.

Seu rosto se iluminou. Merda! Ele se aproximou de mim e tentou me abraçar.

-Perai! Calma, eu gostei, mas eu não posso mais ficar aqui.

-Por quê?

-Eu só não posso, vou embora amanhã.

-Mas, você ficaria mais duas semanas, você ainda tem que ir a tantos lugares.

-O único lugar pra onde eu preciso ir é pra casa. Me desculpe.

-Eu sou um tremendo sem noção não é? Quer dizer, pensando que você iria se apaixonar por mim.

-Eu sou sem noção, pode ter certeza. Me desculpe se te decepcionei, é que não me sinto mais confortável aqui. –ele riu, gargalhou, como se estivesse falando da coisa mais engraçada do mundo.

-Perai, eu me apaixono por você, fico com você, você fica desconfortável e você que decepciona. –ele riu mais uma vez e se acalmou. –Você é perfeita, mas infelizmente não gosta de mim, é só isso.

-Me sinto mal. Com isso tudo, eu sou só uma adolescente e você é tão diferente de mim, eu não sou o que você acha.

-Eu vou arrumar as coisas para você ir embora. –falou trocando o assunto e virando as costas.

Não nos falamos pelo resto do dia, eu entrava na cozinha ele abria a geladeira, ele fechava a geladeira eu abria o armário, eu fechava o armário, ele saia da cozinha. Entrava na sala, desligava televisão, sentava no sofá, levantava, pegava o controle, saia da sala...

Quando anoiteceu perdi a minha paciência. Entrei mais uma vez na cozinha e ele não falou comigo, nem chegou a olhar para mim direito.

-Alex. –chamei, ele apenas olhou para mim, mas permaneceu calado.

Me sentei na banqueta, ele permaneceu no mesmo lugar, fazendo um lanche.

-Olhe, não é culpa minha que não esteja dando certo. Você é um grande amigo pra mim, mas não passa disso. De certo modo, você é sortudo, minhas ultimas experiências amorosas não foram boas, confie em mim, estou te livrando de algo.

Ele enfim se virou, se apoiando no balcão. Os olhos dele pareciam mel com pimenta, fogo, totalmente extraordinário. Ele deu um sorriso cético.

-Você sempre acha que é tão ruim, pra mim não é. Eu não escolhi gostar de você. Eu não escolhi ser rejeitado. Porque eu poderia estar em qualquer lugar com qualquer garota se você não tivesse cruzado o meu caminho. –ele pousou as mãos na nuca. –Você é diferente, e perigosa, de algum modo... –deu uma pausa e gargalhou. –Eu gosto de perigo. Eu gosto de você!

Ri sem graça.

-Ah, eu não sou tudo isso.

-Eu só não entendo porque não me dá uma chance

-Eu só não posso. Não sinto que isso seja certo.

-É melhor nos afastarmos mesmo.

-Concordo. –ele me abraçou amigavelmente e sorriu.

-Você é inexquecivel. –sussurrou um pouco antes de tirar as mãos de minha cintura e sair da cozinha.

Respirei fundo, até meus pelos arrepiarem. Senti um frio repentino. Sai da cozinha e entrei no quarto fechando a porta e pegando as roupas da guarda roupa, jogando todas na mala. Amanhã seria um novo dia. 


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Notas finais do capítulo

O que vai acontecer no dia seguinte.



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