Fogo escrita por Gosmenta


Capítulo 15
Viagem


Notas iniciais do capítulo

Pressa pressa, passo amanhã



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Dormi naquela noite no mesmo beco aonde Jacob e eu tínhamos conversado, estava com fome, suja e o pior, meu cabelo estava desarrumado.

Minha mãe me encontrou de madrugada, quando tudo ainda estava escuro. Entregou-me a passagem, meus documentos e duas malas, me deu a chave do chalé para me limpar. Ela me abraçou diversas vezes, me encorajando, Bella sempre foi tão dramática, então, como um favor, chorei por ela, lágrimas que imaginava que iriam cair se ela pudesse chorar, chorei por Edward, por Charlie, por Jake, pelos Cullen e pela dor de ter uma filha e um marido de lados opostos, sem saber em quem confiar.

Agradeci a ela por ter me dado a liberdade de escolher, por me acolher, por me entender, por me ajudar. Pedi que ligasse sempre para mim e que me mandasse e-mails, e se acontecesse qualquer coisa, me avisasse.

Ela me levou ao aeroporto, o dia ainda não havia clareado, ela me deu um tchau de longe, por segurança, e não sei como, mas Bella estava vermelha, em meio a tanta palidez, havia um circulo vermelho em seu pescoço. Um circulo desproporcional, nunca havia reparado nisto. Quando voltasse iria perguntar o que era.

Não vi o tempo passar, em minha mão havia uma pequena bolsa e meu colar. Tudo que eu precisava. Levava dentro da bolsa uma caderneta, na primeira pagina havia duas palavras, dois substantivos, dois nomes.

Jacob Black.

Aquilo era vago, só um nome. Poderia colocar tantas coisas ali. Então peguei uma caneta e comecei a pensar.

Não me pergunto o porque de tudo isso, é tanta perda de tempo, minha mente vaga solitária em busca de uma lembrança que eu não me recorde, mas eu lembro de tudo, cada detalhe com você. Não rezo para que o tempo volte, provavelmente eu iria te magoar mais uma vez, como eu faço, por natureza. Não reflito se ainda me ama, não quero mais pensar em sentimentos, dizem que o amor prevalece, ele sempre vence, então porque o nosso sempre é atrapalhado, fraco e indeciso? Não pergunto se vai lembrar de mim, o que eu lembro já é o bastante para nós dois. Não falo que te amo, porque você já sabe disso.

Quando escrevi a ultima palavra o avião iniciou o pouso. Beijei a folha de caderno e guardei-o no bolso, coloquei o colar no pescoço. Para sempre te protegendo e te amando.

Para sempre ao teu lado. Pensei, repetindo o que havia falado quando ganhei aquele presente dele.

Sai do avião e fui para a porta de desembarque. Segundo Bella um homem estaria me esperando na porta de desembarque, havia mesmo um homem me esperando.

Bom não um homem, um garoto, um adolescente. Ele tinha os cabelos castanhos jogados para o lado, os olhos eram um mel meio avermelhado no meio, usava roupas escuras.

-Oi, -disse para ele.

-Olá, Renesmee. –aquela voz parecia tão familiar. –Meu nome é Alex. –falou.

-Obrigada por me esperar.

-Foi um prazer. –disse sombrio. –Vou levá-la até seu apartamento.

Entramos num carro sedan preto, vidros escuros, inclusive o da frente, bancos de couro pretos, não sabia como Alex conseguia enchergar no meio da escuridão. Chegamos em poucos minutos a um apartamento em Upper East Side. Um apartamento tão grande que chegou a me assombrar.

-Eu sou o dono do apartamento, mas fique a vontade.

-Ah claro, mas não se preocupe comigo, eu vou sair de manhã e só voltar na hora de ir dormir. –disse sorrindo.

-Não, eu faço questão de te levar a qualquer lugar.

-Não precisa. –ele se aproximou e exibiu os dentes brancos.

-Eu faço questão.

-Já que insiste.

-Olhe, pode me tratar como um amigo, como se me conhecesse. Eu gostei de você Renesmee.

-Tá bem. Amigo...

-Vou te mostrar seu quarto. –sugeriu mudando de assunto.

-Boa idéia. –subimos a escada e ele parou no corredor ainda me olhando.

-Bem vinda.

Ele abriu o quarto, um quarto quase todo em tons de creme, bem diferente do meu quarto bagunçado e escuro. Os moveis caros eram luminosos e refletiam a luz do sol que entrava pela fresta da janela. Ele tinha um cheiro refrescante, menta selvagem, amava tanto isso.

-Nossa esse quarto é fantástico! Obrigada.

-De nada.

Os dias se passaram tranqüilos, Nova York era tão perfeita que nem tinha tempo para pensar em outras coisas, ou outras pessoas...

Depois de duas semanas eu e Alex nos tornamos mesmo amigos. Ele era simpático e atencioso, me deixava bem feliz e era tão gentil! Eu soube desde o primeiro dia que ele queria algo mais. Mas ele nunca chegou mais perto, ou tentou algo.

Até uma noite depois de chegarmos da Times Square, ele entrou no meu quarto sorrindo mais uma vez.

-Oi Alex. –tirei os olhos do filme e olhei pra ele enquanto sentava na beirada da cama.

-Oi Renesmee. –ele sorria, mas sua voz era triste.

-O que houve?

-Não posso te falar...

-Fale. –incentivei, mesmo não querendo ouvir nada naquele momento. O filme estava bom!

-Eu estou apaixonado por você. –disse rápido.

O tempo parou, meus olhos se abriram um pouco mais, meu queixo caiu alguns centímetros, queria rir, queria abraçá-lo.Ele se levantou se dando por vencido.

-Alex, espere. 


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