Virei-me e o olhei, novamente, mais uma vez, de novo, Jacob Black. Não podia ser verdade.

-Jacob! –gritei indo abraçá-lo, ele me envolveu em seus braços fortes me levantando do chão.

-Meu amor.

Beijei sua boca, parecia seca, mas continuava deliciosa. Beijei-o mais algumas vezes permanecendo com os olhos fechados enquanto abraçava seu pescoço.

-Você voltou. –disse quando abri meus olhos, já no chão.

-Sabia que voltaria, eu prometi.

-Aah nem acredito nisto. Obrigada meu amor. Você voltou!

Ele levantou uma sobrancelha me observando. Sorri para ele.

-E alias, seu aniversário é daqui há uma semana.

Lembrei-me, era verdade, nem havia percebido, eu iria fazer... Oito anos, isso era desanimador, parecia ter 16. Respirei fundo.

-Ah é mesmo!

-Desculpe perguntar, mas você anda cuidando do cabelo?

Peguei alguns fios, pontas duplas, quebradiço, desbotado.

-Meu deus do céu, preciso arrumar isso. Aposto que a raiz está com a cor original certo. –ele assentiu com a cabeça. –Vamos pra casa, preciso arrumar isso.

Entramos em casa e fomos para o meu quarto.

-Vai ali ao banheiro pega shampoo e condicionador para pontas duplas, hidratante e a tintura para o cabelo. –sim eu tenho tudo guardado.

-Legal, voltei pra você e sou cabeleireiro. –rimos juntos.

-Se quiser pode vir comigo. –disse tirando a roupa e entrando no chuveiro.

Ele sorriu maliciosamente.

-Estava com saudade. –falou tirando a bermuda.

Quando me dei conta estava deitada com ele em minha cama, acariciando meu cabelo molhado, quase caindo no sono.

-Meu pais. Onde eles estão.  –ele engoliu seco.

-Se quiser eu vou ver.

-Quero que fique comigo.

-Se tivesse acontecido algo Sam teria falado. 

-Tomara que estejam bem.

-Os Volturi não são tão bons quanto a nossa família.

-É. – disse fechando os olhos e pegando em sua mão colocando-a em minha cintura.

-Eu amo você.

-Eu te amo também. –disse dando um beijo em sua boca.

O mundo estava no lugar mais uma vez, Jacob era a única pessoa que realmente importava naquele momento, seu toque quente em minha pele me dava arrepios e a cada vez que se mexia sentia seu cheiro doce, quase um cheiro de pinheiro, madeira, algo assim.

Acordei duas horas depois, Jacob não estava mais lá, procurei-o por toda a parte, até que achei um pedaço de papel, inevitavelmente peguei-o com medo, minhas mãos tremiam.

Renesmee, me desculpe não ficar aqui, tive que sair, eu volto, prometo, eu amo você.

Jacob.

Onde Jacob estava? Sai de casa e vi minha família chegar, quando me viram permaneceram calados. Meus olhos se encheram de lagrimas, Jacob não estava no meio deles.

-Onde está o Jacob? –pronunciei devagar.

Ninguém respondeu, não me olhavam com raiva, pareciam querer saber o que a minha expressão significava. Estava claro que Edward já sabia.

-Para onde ele foi? –falei mais alto como se eles não ouvissem, lagrimas já caiam de meus olhos. Cheguei perto de Edward. –Pai... Onde ele foi? Onde Jacob está? Você tem que saber onde ele está.

Edward parecia ter uma dor em seus olhos, afinal onde Jacob estava, ele os fechou fortemente e me puxou para os meus braços.

-Filha, eu não sei. –comecei a chorar em seu peito.

De repente senti as mãos geladas de Alice em minha cintura, ela não conseguia estampar o permanente sorriso em seu rosto.

-E você? Não viu nada? É impossível não ter visto nada.

-Sinto muito querida, não vi.

Me acalmei, deveria ter uma explicação calma e sensata para isso, ele deveria estar com Seth, ou com Sam, ou com Dakota...

-Ele está me traindo. –disse convicta. Bella ficou paralisada.

-Jacob não seria capaz de fazer isso.

-Mãe venha aqui. –chamei-a para o canto.  –Mãe você sabe que eu ele já fizemos.

-Sim, infelizmente eu sei.

-Acontece que hoje quando ele voltou, tomamos banho juntos e... ele tentou, mas eu não deixei, mãe, ele deve ter ficado bravo e ter ido encontrar Dakota.

-Jake não faria isso querida.

-Ele ficou semanas sem aparecer. O que será que ele encontrou, pensou, fez?

-Vamos procurá-lo...

-Bella não precisa. –murmurou Rose.

Jacob estava do outro lado da rua me olhando, culpado. Soube naquele momento que ele estava com outro alguém. Virei o rosto não permitindo a mim mesma olhar mais uma vez em seu olhos falsos.

-Jacob eu não acredito nisto. –falou Bella.

-Eu vou te matar seu cachorro imundo. –Edward se aproximou dele.

-Pai, não. –impedi. –Eu vou falar com ele.

-Você não quer olhar em seus olhos Renesmee.

-Vou ter que fazer isso, porque só tem a ver comigo esta situação.

Atravessei a rua e fiquei a alguns centímetros dele. Pedi que o resto da família saísse.

-Porque fez isso?

-Me desculpe Renesmee...

-Não. Você me traiu Jacob, isso é inaceitável, ridículo, como pode?

-Você não quis.

-Ah então já que eu não quis você vai na primeira que deixa não é?

-Não é assim.

-Não quero saber como é, quero você longe de mim. E não importa o quanto eu sofra, eu não vou ser traída.

-Mas eu amo você...

-Isso não é amar, pra você saber, isso nem é ser homem de verdade, e aquele bilhete? Você não me ama Jacob, não minta para si mesmo. Só peço uma coisa, esqueça do que passamos juntos, eu não quero te ver mais. Machucou-me profundamente.

-Eu não farei mais. –ele se ajoelhou aos meus pés.

-Não mesmo, porque não estará comigo, acabou.

Ele se levantou e partiu, devagar, triste, sentei-me no chão repleto de folhas secas e me pus a chorar. Não sabia o motivo.