“I wish we had another time

I wish we had another place

Now Romeo and Juliet

They could never felt the way we felt

Bonnie and Clyde

Never had the highlight we do, we do…”

Não demorou muito para que uma roda de curiosos formasse em volta do corpo da garota. Justin mesmo com um pouco de dificuldade levantou-se, ele empurrou o pouco de pessoas que estavam ali no momento, agachou, segurando o corpo da amada, sua roupa estava ficando com manchas de sangue, e seu rosto ensopado por suas lágrimas.

-Alguém me ajuda! – gritou com sua voz ocultada pelas lágrimas, e pelo burburinho dos curiosos.

-Eu já liguei para a ambulância... – a voz fina de uma garota destacou-se na multidão, ela vestia uma camiseta com uma foto de Justin.

Pattie olhou de seu quarto o movimento das ruas, e notou um enorme círculo bem no meio da rua, chamou Scooter e Kenny para verem o que era, pois ficou preocupada, já que não achara Justin em canto algum do hotel.

-O que aconteceu por aqui senhora?- Scooter pediu informação a uma mulher que estava no local.

-Parece que uma garota acidentou-se... Acho que o menino que está com ela é o namorado, ou o irmão... – a mulher falou.

-Obrigado! – Scooter agradeceu.

-Suri acorda... Suri, pelo amor de Deus! Suri... – as palavras de Justin ecoavam na cabeça da menina, porém seus olhos insistiam em continuar fechados.

“You and I both know it can't work

It's all fun and games

Till someone gets hurt

And I don't, I won't let that be you…”

-Justin? – Pattie exclamou ao ouvir a voz do filho, a mulher começou a empurrar as pessoas, precisava ver quem estava no meio daquela multidão.

Ela viu uma cena terrível, sua afilhada estirada no chão sangrando, com a cabeça no colo de seu filho, o garoto aos prantos passando a mão no cabelo da menina, que parecia sem vida.

Ouviu-se o soar da sirene de uma ambulância, os paramédicos foram rápidos colocando cuidadosamente o corpo da garota na maca, Pattie e Scooter foram como responsáveis, o homem que atropelou a garota foi levado à delegacia por estar alcoolizado, e Justin foi levado até o hotel por Kenny.

-Ela vai me deixar... – Justin soltava palavras sem sentido sentado na cama, ele tinha seu olhar totalmente desnorteado.

-Justin... Acho melhor você tomar um banho... Está todo sujo, e precisa descansar... – Kenny sugeriu.

-Ok... Mas agora nada faz sentido... – o menino parecia estar alucinado – A minha melhor amiga estava sangrando... No meu colo... – o garoto estava tendo um surto psicológico.

-Justin você está bem garoto? – Kenny perguntou um pouco assustado pelo comportamento do garoto.

-Eu estou ótimo! – Justin respondeu com um sorriso melancólico.

-É melhor você ir tomar banho... – Kenny falou, Justin foi para o chuveiro.

A ambulância chegou rápido ao hospital mais próximo, Pattie chorava, enquanto Scooter tentava tranqüilizá-la, a mulher estava com medo do que poderia acontecer.

O burburinho dos médicos era grande, Suri foi levada às pressas na emergência, Pattie e Scooter ficaram na sala de espera, esperando por uma boa notícia.

No hotel Justin estava dormindo depois de um banho, ficou sendo observado por Kenny que notou que o garoto estava tendo um surto, por sorte sempre depois de uma boa noite de sono o menino voltava ao normal.

-Eu poderia falar com um responsável por Suri Maine? – um homem de branco entrava da sala de espera.

-Eu! – Pattie levantou-se.

-Acompanhe-me... – o médico pediu.

-O que aconteceu com ela doutor? – a mulher perguntou apreensiva.

-Qual o nome da senhora? – perguntou.

-Pattie, Pattie Mallette...

-Senhora Mallette, a Suri quebrou a clavícula e a perna direita, ela perdeu bastante sangue, precisaremos de doadores, agora ela irá para o quarto, e em breve retorno com informações. – o médico falava calmamente.

-Obrigada doutor... Quando poderemos vê-la? – Pattie perguntou.

-Agora ela está em observação, mais logo poderá receber visitas! – o homem avisou.

-Ok doutor. Muito obrigada! – Pattie apertou a mão do médico e voltou para a sala de espera.

-Como ela está Pattie? – Scooter perguntou levantando-se.

-Ela quebrou a clavícula e a perna direita... E também precisaremos encontrar algum doador de sangue para ela... – Pattie falou limpando com a costa das mãos, as lágrimas que ainda estavam transbordando seus olhos.

-Nós já podemos vê-la? – Scooter perguntou ainda com um pouco de esperança.

-Só mais tarde... – Pattie sentou-se, uma enfermeira trouxe um copo de água com açúcar para a mulher, que estava extremamente nervosa.

-Suri! – Justin acordou assustado naquela madrugada que parecia não ter fim, o garoto notou que estava no quarto, um longo filme começou a rodar em sua cabeça, ele via as cenas do acidente nitidamente, a expressão de desespero de Suri olhando para ele, quando o carro já estava muito perto, o corpo da menina sendo arremessado, e a incrível prova de amizade e amor, que a menina havia lhe dado.

Seu coração sangrava, a cada cena que se passava sem sua mente, ele viu cenas de quando os dois eram crianças.

*FlashBack on*

-Justin você rasparia seu cabelo por eu também? – a pequenina Suri, perguntava referindo-se ao que Justin havia feito pelo amigo.

-Por você eu até me atirava na frente de um carro, só para poder te salvar... – eles não eram muito crianças, já estavam na fase da adolescência.

-Eu te amo! – a garota sorriu.

-Eu daria minha vida por você! – o menino sorriu abraçando a garota.

*FlashBack off*

-Era pra ter sido eu... Eu prometi para ela... – sussurrou – Quer saber... Eu vou atrás dela... – o menino levantou-se, e saiu, foi fácil, já que Kenny havia voltado para seu quarto já que estava cansado e mal acomodado na poltrona.

-Moça onde fica o hospital mais próximo? – perguntou a recepcionista.

-É o hospital Santa Mônica senhor... Fica na... – foi interrompida.

-Muito obrigado! – o garoto saiu correndo, na frente do hotel tinha um táxi parado, o garoto tratou de entrar.

-Me leve ao Hospital Santa Mônica o mais rápido possível! – pediu.

-É pra já! – o motorista exclamou tentando ir o mais rápido que podia.

Demorou alguns minutos para que chegassem ao hospital, Justin pagou o taxista com uma foto, e autógrafos no boné e na camiseta.

“Now we don't wanna fall but

We're tripping in our hearts

And it's reckless and clumsy

Cause I know you can't love me here…”

-Mãe onde está a Suri? – o menino perguntou desesperado entrando na sala de espera.

-O que você está fazendo aqui Justin Drew Bieber? – Pattie perguntou assustada.

-Mãe, eu não agüentei, eu precisava vir... Ver como ela está... – o menino implorou com seus olhos quase marejados.

-Ela está se recuperando... – Scooter falou.

-O que aconteceu com ela? – o menino perguntou ainda em desespero.

-Ela quebrou uma perna e a clavícula, e precisa de um doador de sangue... – Scooter explicou.

-Ela quebrou o que? Ela não merece isso! – Justin correu para o colo da mãe, ela era a única pessoa que poderia consolá-lo naquele momento, o menino sentou em uma cadeira ao lado dela, e colocou a cabeça em seu colo, a mulher alisava os fios de cabelo do filho.

-Senhora Pattie posso conversar um pouco com a senhora? – o mesmo médico entrou na sala.

-Claro... – A mulher levantou-se, Justin ficou olhando para eles com o intuito de ouvir a conversa.

-Então doutor... – Pattie pediu por informações.

-Bom precisamos de um doador com sangue O negativo... – o médico explicou.

-O meu filho pode doar doutor! – a mulher assimilou o sangue de Justin.

-Então ótimo, fale com ele, e já o leve até o banco de sangue, depois entregue estes dados lá!

-Ok doutor! Muito obrigado! – pegou o papel que o médico estendeu.

-Mãe o que aconteceu? – Justin perguntou nervoso, Pattie foi calmamente ao lado do filho e o explicou a situação.

-Doar sangue? – o menino perguntou apreensivo.

-Ela precisa Justin... – Pattie tinha esperanças.

-Tudo bem mãe... Um dia eu prometi para ela que a protegeria, essa é uma forma, eu acho... – o menino estava um pouco amedrontado, afinal nunca havia tirado sangue.

-Isso filho... Vai ser sua prova de amizade... – ela sorriu puxando o garoto pelo braço.

-Acho que não só de amizade mãe... – admitiu.

-Como assim filho? – a mulher perguntou dando entrada nos papéis no banco de sangue.

Uma enfermeira levou o garoto à uma poltrona, lá enfiou uma agulha bem na veia do menino, ele apenas apertou forte com sua outra mão, o braço de sua mãe.

-Pronto filho... Foi só uma picadinha... – a mãe tentou acalmar Justin.

-Ok, foi por ela... – o garoto fechou os olhos – Mãe preciso te contar um segredo, que eu escondi minha vida toda... – falou abrindo os olhos.

-O que filho? – a mulher perguntou assustada.

-Eu sempre amei a Suri, aliás, eu amo a Suri! – Justin confessou.

-Filho, isso não é novidade nenhuma... – a mulher deu um leve riso melancólico – Eu sempre soube... Seus olhinhos não conseguem negar... – o garoto deu um sorriso tímido, e sua face ficou levemente corada.

-Por favor, não conta pra ninguém mãe... – Justin pediu.

-Pode deixar meu amor... – Pattie deu um beijo na testa de seu filho.

-Eu tenho medo... – o menino falou.

-Filho nessa guerra só há você e você mesmo... Dê ao seu coraçãozinho o que ele merece... – Pattie colocou a mão no coração do filho.

Minutos depois, foi coletada uma boa quantidade de sangue, mais um pouco que estava no banco de sangue, foi o suficiente para injetar na garota, Justin pediu se poderia ficar no quarto da garota enquanto ela recebia o sangue, os médicos solidarizaram-se deixando.

O menino ficou sentado em uma poltrona segurando a mão da amada.

-Eu vou ficar aqui até você acordar... – prometeu o garoto, dando um beijo na mão da menina - Minha princesa... – ele sorriu – Eu queria tanto ver seu sorriso novamente, ver você irritando-se com o meu tique do cabelo, perguntando da minha fantasia... Eu queria tanto ouvir você apenas dizer o meu... Nome... – ele abaixou a cabeça, e não conseguiu conter as lágrimas.

-Justin... – a garota falou abrindo os olhos, e falando em sussurro e com muita dificuldade.

“I wish we had another time

I wish we had another place

But everything we have

Is stuck in the moment

And there's nothing my heart can do

To fight with time and space cause

I'm still stuck in the moment with you…”

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No próximo capítulo: Um violão, cavalinho e voltando aos velhos tempos.