Crime Melódico escrita por nandahh


Capítulo 8
7ª noite - Please, teach me the answer?


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores -Q
Sim, eu sei que demoro um bocado de tempo para att minhas fics, mas eu estou tentando armar uma rotina para isso. Gomen .__.

Como essa fic está chegando ao fim, espero não perder meus leitores /cantoemo

O capítulo dessa vez é puramente IMITATION BLACK. Então, quem ainda não ouviu/viu, eu recomendo -Q

Enfim, boa leitura :D



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         Possessões. Desejos. Ciúmes. Sentimentos que carregam a morte. Como fazer para ela não esquecê-lo? Como fazer para ela amá-lo? Como fazer com que ela lhe pertencesse?

        

         Não lhe restava mais nada. O sangue ainda escorria por entre sua vestimenta, tão característica. A própria espada, de base azulada, estava marcada com o sangue de Gakupo. Enquanto toda aquela situação distanciava-se de ser um mero sonho, Kaito via desaparecer aqueles que ele mais amava.

         - Vamos, vamos! A melhor parte desse confronto começa agora! – Mikuo sorria tenebrosamente, enquanto movimentava suas mãos, como se fosse o regente de uma orquestra, e logo algo começava a se formar em volta dos dois protagonistas de nossa história.

         - Mas o quê....!

         Antes que Kaito pudesse se mover, notou que algo o prendia ao chão. Uma corrente estava entre seus pés – com largura suficiente para que pudesse se mover – e na outra ponta dela estavam os pés de Gakupo, que estava parado, a olhar – supostamente – para Kaito, sem foco algum nos olhos.

         Kaito ainda tentou se mover, mas era inútil. Quando deu por si, viu enormes cacos de vidro – ao que tudo indicava – se unindo, como em um quebra cabeça, e fechando ele próprio e Gakupo dentro de uma prisão. Antes que essa “caixa” se fechasse, Kaito ainda pôde ver o sorriso satisfatório de Mikuo para si.

         Mas o que Mikuo não notara foi o bater de um coração.

         Outrora adormecido.

         O jovem mais cauteloso. Mais esperto. Mais audacioso.

         E as pupilas de Len exalaram um ínfimo sinal de vida.

         A estranha estrutura de vidro acabara de se fechar. Do lado de fora, Mikuo podia observar muito bem os dois vocaloids a duelarem. Entretanto, do lado de dentro, as paredes eram opacas. Não se via nada do que ocorria no lado de fora. Tudo era absolutamente branco e claro. Sem vida. Monocromático. Os olhos de Kaito perturbaram-se, e quando ele finalmente conseguiu olhar, assustou-se. Suas roupas já não eram as de antes, e sim, suas vestimentas habituais. Sim, aquele sobretudo branco e azul. Gakupo também vestia-se normalmente.

         - Mas... o que é—

         Kaito foi bruscamente parado quando Gakupo já avançava sobre si. Ele conseguira defender, e afastou-se alguns metros do samurai. Novamente, sentiu a ausência de algo.

         Onde estava todo aquele rubro?

         Todo aquele sangue?

         O jovem de cabelos azuis percebeu que todos seus ferimentos simplesmente haviam desaparecido. Colocou a mão sobre o abdômen e confirmou sua tese. Nada doía. Nada sangrava.

         Talvez, o mundo lá fora fosse mera ilusão.

         Talvez, o mundo lá dentro fosse mera ilusão.

         Kaito abaixou seu olhar, pressionou a mão sobre a espada e, mais do que nunca...

         ... desejou estar sonhando.

         Sob o olhar do guerreiro, o jovem tremia. Queria fugir. Queria refugiar-se. Queria tê-la consigo. Sua vida nunca mais seria a mesma. Seu próprio ser nunca mais seria o mesmo.

        

(Quebra de tempo)

        

- Novo vocaloid?

                  

         - Sim. Ele vai ser... o sexto do grupo, não é?

         - Ahhh, é um homem? Tomara que seja bem bonito! – Meiko ria, descaradamente.

         - Hahaha, Meiko-chan, só você mesma! – Miku divertia-se.

         - Meiko, comporte-se! Sabe que nós temos que ser gentis com os novos vocaloids! – Luka era autoritária – E se ele conseguiu entrar para o grupo principal, deve ter um exímio talento.

         - Você arranjou concorrência, Kaito! – Len zombava.

         - Não conte com isso, “pequeno”. – Respondeu.

         O grupo continuava a comentar sobre a entrada do novo membro, quando algo os interrompeu. As luzes se apagaram, gelo seco – não se sabe de onde – surgiu pelo chão e uma linda voz ecoou por entre a sala onde estavam os presentes.

         Até que um jovem de cabelos roxos com um leque na frente do rosto surgiu para eles.

         - Uau! – Meiko estava a babar.

         - Que entrada! – Miku admirou-se.

         Mas antes que qualquer outra reação de espanto e admiração pudesse aparecer, o jovem começou a dançar estranhamente, com algo na cabeça.

         - Mas... que merda é aquela? – Onde está a Meiko de antes?

         - O que ele pensa que está fazendo? – Luka olhava estranhamente.

         - Eu acho que é uma berinjela... – Rin tombou um pouco a cabeça para o lado.

         - Olá a todos! Meu nome é Kamui Gakupo! Gak, para os mais íntimos! Eu serei o novo membro da VOCALOID’S. Estou ansioso para trabalhar com vocês! WAAAAAAA!

         A música parou, junto com o samurai. E antes que todos dissessem algo desagradável, acenderam a luz e preferiram se retirar. 

         - É lindo, mas é um completo idiota. – Meiko estava desapontada.

         - E-Esperem! Onde vocês vão?! – Gakupo queixava-se.

         - ... Há... Há... HAHAHAHAHA!

        

Quando o jovem samurai percebeu, apenas uma pessoa havia permanecido na sala, sentado, e morrendo de rir.

- Mas... HAHAHAHA, que apresentação foi essa, cara?! – Kaito não parava de rir.

- Achei que iria fazer algum impacto... – Gakupo foi para o canto da sala.

- Não se preocupe! Sei que eles gostaram de você! Venha. – E Kaito estendeu as mãos para ele.

        

- Obrigado... – Pobrezinho, ainda choramingava.

- Sou Kaito, muito prazer. – Estendeu-lhe a mão.

- Kamui Gakupo. – Repetiu o gesto.

Aquele encontro, tão infame, marcou o início de uma amizade que nem o tempo conseguiria destruir.

Mas agora, a única saída era matar...

... ou morrer.

(Quebra de tempo: de volta ao presente)

        

         - Gakupo! Gakupo! Me escute! Nós temos que sair daqui! Acorde desse transe, por favor. Gakupo!!! – Kaito tentava reaver seu amigo.

         - Kaito, Kaito, não seja tão ingênuo... – Era aquela voz enojante. Era Mikuo – Sabe muito bem que seu “amigo” não te ouve. E não existe essa de “vamos sair juntos”. Para sair dessa doce prisão terá que matar Gakupo. Ou vai deixar que ele cumpra o dever que lhe ordenei? – Ria.

         Ria incontrolavelmente.

         Miku permanecia ao seu lado. Estática. Sem vida.

         Sem... sentimentos?

         - Desgraçado!!! – Kaito não continha-se.

         Gakupo avançou novamente sobre ele, e a luta das lâminas recomeçou. Kaito defendia como podia, e tentava atacar Gakupo sem feri-lo demasiadamente.

         - Não estão achando que vão lutar assim, tão silenciosamente, estão? – Mikuo continuou a falar – Eu preparei algo especial para essa ocasião, meu caro jovem.

         - Do que está falando?! – Kaito perguntava, enquanto desviava-se de Gakupo.

         - Uma canção! Especialmente para vocês dois, meus queridos brinquedinhos! Que as notas musicais comecem a dançar!

         Mikuo apontou um dos braços para aquela estranha estrutura de vidro, e uma melodia mais do que conhecida começou sua execução.

         - Não pode ser...

         Uma música tão característica.

         Nostálgica o suficiente para fazer Kaito lembrar-se dos bons momentos que passou com o amigo.

         Com os amigos.

         Afinal, Len também participara.

         Era Imitation Black.

         O som tão forte e expressivo da guitarra fez com que não só Kaito se surpreendesse e Gakupo exalasse uma aura estranha de força.

         Mas com que o foco voltasse aos olhos de Len.

         A música começou, e Gakupo pronunciou as primeiras palavras.

         - Yugan da nichijou yurusare nai ai, itsuwari no kokoro... (Vida ordinária retorcida num amor proibido, um coração sincero...)

        

         O próximo verso deveria ser cantado por Kaito. Mas antes que esse pudesse agir, Gakupo já havia avançado, imperceptível, sobre o jovem. Porém, o golpe dessa vez foi muito mais difícil de ser barrado. Os pés de Kaito afastaram-se e ele sabia que só poderia continuar se também cantasse aquela música.

         - Kuroku nuritsubusareta fukanzenna ai, shikkoku no sekai. (Pintado em preto, um amor incompleto, o mundo negro como azeviche.)

         Kaito avançou realmente contra Gakupo, mas a diferença de força e de velocidade era visível. Kaito não conseguia atingir Gakupo, enquanto esse desferia ferozmente golpes e mais golpes contra nosso protagonista. Se seus antigos ferimentos desapareceram, os novos que surgiram eram muito piores.

         - Que droga! – Pensou – Será que o controle de Mikuo deixou Gakupo mais forte? E porque essa canção está perturbando tanto meu peito?

         Antes de achar respostas para suas perguntas, os dois vocaloids uniram as vozes, em um uníssono único, perfeito, sem erros, tão elogiado por todos. Mas dessa vez não cantavam, simplesmente.

         Lutavam até a morte.

         - Se o impulso não pode ser suprimido... – Kaito forçava a lâmina de sua espada contra a de Gakupo - ...ele deve ser quebrado!! – E conseguiu empurrá-lo para alguns metros de distância dali.

        

         E antes que o refrão da música iniciasse, passos foram dados sobre as rosas.

         Len caminhava, vagarosamente, fora da visão de Mikuo.

         - Aishi aisare kurui souna hodo ni, amaku atsui kuchizuke wa imitation. Mahi suru kankaku tooku naru ishiki afureru omoi to shinjitsu kuro de nuritsubushite. (Para amar e ser amado a ponto de enlouquecer, o beijo doce e ardente é uma imitação. Sentindo o entorpecimento, a consciência desaparecendo, as emoções transbordam e a realidade é uma pintura em negro.)

        

Neste exato momento, todo aquele cenário que outrora era branco tornou-se acinzentado, como se estivesse manchado com algo.

         Mikuo observava tudo do lado de fora, fascinado com seus fantoches. Estava tão alucinado com a luta que não percebeu uma lágrima escorrer dos olhos de Miku, tão perto de si.

         Por quê?!

         Gakupo acabara de ferir Kaito em seu peito. A katana do samurai atravessou o corpo do jovem, transparecendo em suas costas. Kaito cuspiu uma grande quantidade de sangue, e algumas gotas acertaram o rosto de Gakupo.

         Isso fez com que seus olhos demonstrassem alguma mudança.

         O samurai logo afastou-se de Kaito, enquanto a música seguia.

         Nosso protagonista ajoelhou-se ao chão, tossindo e pousando a espada à sua direita. A força de Gakupo era estrondosa. A esperança de vencê-lo era nula.

         Absolutamente zero.

         Ergueu-se novamente, com uma enorme dificuldade e começou novamente a música, que agora, invertera os papeis das vozes.

         Os dois seguiram com a luta e com a canção. Kaito acertava de raspão alguns golpes em Gakupo, enquanto esse feria notavelmente o jovem de cabelos azuis.

         - Itsuka kimi to musubareru to, shinjite te wo hanashita noni…   (Algum dia eu posso estar com você, com essa crença, eu deixo a minha mão...) – O uníssono novamente uniu as vozes dos dois vocaloids, mas havia uma grande variação na voz de Kaito.

         Estava cansado.

         Seus lábios tentavam pronunciar algo. Sua vontade de encontrar os amigos talvez fora maior do que o controle de Mikuo. Aproximou-se daquela prisão de vidro, enquanto a brisa gélida balançava gentilmente seus curtos cabelos loiros...

         - Gakupo, por favor! Nós temos que parar com isso! Vamos... vamos voltar para casa, todos juntos! – Kaito novamente apoiava-se em sua espada, ferido – Por que... Por que... Por que isso tem que estar acontecendo?

         Gakupo estava parado a uma pequena distância, com a katana manchada do sangue de Kaito. Não iria responder.

         Definitivamente, não ouvia-o.

         - Por favor, me ensine a resposta!!!

         No exato momento, a música atingiu seu auge. Gakupo permaneceu parado, enquanto o cenário dentro daquela prisão transformava-se. Várias faixas pretas contornavam as paredes e os próprios vocaloids e algo começou a cair do ‘céu’.

         Começou a chover.

         - Joushiki mo moraru mo buchikowashi batsu wo ukeru no wa boku dake de ii... (O senso comum e a moral destruídos, se houver uma punição eu devo ser o único a ser punido...).

         Gakupo pronunciou aqueles versos, tão sem melodia. A chuva havia tornado tudo um tanto quanto melancólico. A água escorria por entre os cabelos do samurai, que lentamente puxou sua katana e apontou-a para Kaito.

         O jovem de cabelos azuis permaneceu estático. Sabia que Gakupo daria um golpe fatal. Não conseguia mover-se. Seus olhos arregalaram-se. E de seu rosto não escorria água daquela suposta chuva.

        

         O que lavava o sangue em sua face eram suas próprias lágrimas.

         - Gaku—

         Antes que ele pudesse pronunciar o nome do amigo, uma voz gentil e doce ecoou por todo o lugar.

         - Itsu no hi mo kimi wo omou yo dakishimeta kata no kanshoku... (Estou pensando em você todos os dias, a sensação de seu ombro no meu abraço...)

         Quem mais poderia ser?

        

- L-Len? – Kaito impressionou-se.

         - O quê?! – Mikuo levantou-se e viu Len se aproximar daquela prisão de vidro. – Ora, seu atrevi—

         Apontou a arma de volta para o garoto, mas o gatilho havia travado e uma enorme rachadura apareceu naquele artefato.

         - Não pode ser... – Mikuo assustou-se, pela primeira vez.

        

         - Tokete kiete nakunaru mae ni kimi ni ai ni iku yo... (Antes que se derreta em nada, eu vou conhecê-lo...).

         Len terminou seus versos, pousou a mão sobre toda aquela estranha construção, onde os dois vocaloids estavam e olhou fixamente para eles. Neste exato momento, tudo quebrou-se, com a maior delicadeza do vidro.

         Inclusive aquela arma.

         Desfez-se em vários pedaços, nas mãos de Mikuo.

         - Não pode ser!!! – O jovem de cabelos esverdeados observava seu objeto a ruir.

         Kaito e Gakupo voltaram à tona, com as roupas de antes – as da própria Imitation Black. Mas os ferimentos anteriores reapareceram, como se o tempo tivesse voltado a sua cronologia normal, e nosso protagonista sentiu algo escorrer por entre o rosto, caindo e vomitando uma poça de sangue ao chão.

         Com a arma destruída, o controle sobre os outros vocaloids havia desaparecido. Todos desmaiaram no exato momento em que ela se quebrou.

         Menos Miku.

         - Kaito! Kaito! – Len correu em sua direção. – Você está bem?

         - L-Len... Então, foi você que nos tirou dessa? – Sorria, enquanto o sangue escorria de sua boca.

         - Eu... Eu não sei o que deu em mim, mas...

         - Não há tempo para explicar agora, Len. Mas fico feliz em ter você de volta...

         - Kaito...

         - Vocês vão viver esse momento emocionante sem mim? – A voz exalou de um pouco longe. Era Gakupo, que levantava-se vagarosamente.

         - Gakupo...? – Kaito apoiava-se em Len e começava a se levantar.

         - Cara... – O samurai aproximou-se de Kaito eLen e viu o amigo a sangrar – Me perdoe...

         - Tudo bem. O importante é que você voltou! – Kaito ainda estava um pouco bambo, mas sorria ao ver o amigo bem.

         - Juro que vou chorar... – O samurai sorriu, brincando com ele.

         Porém, a fúria exalava dos olhos de Mikuo, que estava completamente inconformado com tudo que havia ocorrido.

         - Seus... desgraçados... – Contraía as mãos contra o próprio corpo. – Isso... não vai ficar assim!!!

         Kaito levantou-se com a ajuda de Gakupo e Len. Sabia que esse pesadelo não terminaria se Mikuo não desaparecesse.

         Porém, nosso protagonista estava enganado se pensou que lutaria contra o jovem de cabelos verdes.

         - Vá, minha amada Miku! – E Mikuo movimentou a jovem com várias linhas de marionete. Ela era a única que não estava sob poder da arma.

         - Não... Não... – Kaito largou a espada, enquanto observava a pessoa que mais amava a caminha vagarosamente em sua direção, portando um pequeno punhal.

         Será que esse pesadelo não teria mais fim?

         (...)



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Notas finais do capítulo

Len, o salvador! /morre
8)

É, achei esse capítulo longo, corrido e chato .¬.
Me perdoem T_T

Apesar dessa ser a fic que eu escrevo com mais gosto e animação, não irei prolongá-la muito além disso. Isso mesmo, os próximos dois ou três capítulos serão os últimos ç_ç

Obrigada á Nig-chan, Nai-chan e a Mi-chan pelas recomendações [que não aparecem ¬¬]

Arigatou a todos e até os últimos capítulos ;**