Carta ao Saga escrita por litaa-chan, Mah Nunes


Capítulo 16
A saga de pesadelos de Saga. Parte 1: Kamus e Milo


Notas iniciais do capítulo

Gomenasai pela demora. Eu não estava conseguindo escrever TToTT. Espero que gostem do capítulo.
Mah



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O ultimo amanhecer antes da minha decisão final. Seria hoje. Hoje é o dia em que tudo mudaria. Não posso mais continuar com isso. Devo tomar uma atitude. Saga reafirmava essas palavras em sua mente durante o banho, enquanto se vestia e até quando observava o tumulto la embaixo pela janela de seu quarto. Tentava se motivar a sair pela porta do hotel determinado e decidido. Uma coisa é Athena expor todo o Santuário e a Guerra Santa ao mundo daquela forma. Outra bem diferente é alguém levar aquilo tão a sério a ponto de conseguir se comunicar com alguém de dentro do Santuário. Aquilo só piorava ao lembrar que esse alguém, era ele.
–- Tenha um bom dia, senhor – a recepcionista disse com seu melhor sorriso ao grego que passava. Embora nem ao menos ele tenha olhado para ela.
–- Desista Megan, ele nem ao menos fala nosso idioma – o assistente tentava fazê-la ver
As pessoas aqui são muito estranhas admitiu o geminiano em sua mente
Sabia exatamente o que fazer. Iria pegar um tradutor antes de ir até a garota. Afinal, todas as suas cartas foram em português. Seria muito difícil que ela falasse grego.
Adentrou ao prédio da instituição Kido. Antes que a moça do balcão pudesse lhe dizer qualquer coisa, Saga, pegou papel e caneta e rabiscou o nome do rapaz que o ajudara. A jovem suspeitou um pouco da atitude do mais alto. Acabou apenas ligando no escritório do rapaz.
Em pouco tempo o jovem baixo de óculos chegava na recepção
–- Ah, olá senhor Saga. Precisa de mais alguma ajuda? – ele mantinha um sorriso amigável, apesar de parecer não dormir há dias. Parece ter esquecido dos banhos também Saga tentava ser discreto quanto a isso
–- Preciso que venha comigo. Vou encontrar o alvo hoje. Provável que não fale grego, quero que traduza. – suas palavras era um pedido, mas por causa de sua postura pareciam mais com uma ordem. E aquele soldado era o pior que poderia escolher, mas o único capaz no momento.
–- Você esta indo la agora? – ele sem duvida estava preocupado em ir até la
–- Sim.
O outro pareceu considerar isso alguns minutos. Só me falta esse homenzinho fedido não me ajudar. Saga estreitou os olhos para ele.
–- Muito bem. Vamos então. – o rapaz se rendeu ao grego
Finalmente, só faltava eu ter de usar o Satã Imperial nesse molenga.
Ambos seguiram em direção à casa da fã. Quando chegaram perto do ponto de ônibus o rapaz parou. Quando Saga percebeu, pensou que o nerd estava desistindo de ajudá-lo.
–- Algum problema? – perguntou o geminiano se aproximando dele
–- Não vamos pegar um ônibus? É longe até a casa dela.
Longe? Esse é o problema? Alguns passos. Esses brasileiros são muito folgados mesmo. Saga ainda incrédulo com a desistência do rapaz em dar “alguns passos” até a casa da fã, não discutiu. Ficou ali aguardando com ele.
Ao entrarem no ônibus, Saga tentou pagar a passagem com cartão, mas ao ver a expressão divertida no rosto do cobrador se voltou ao rapaz.
–- Eles não aceitam esse cartão como pagamento?
O jovem não acreditava nas palavras do grego, acabou por pagar sua passagem também. Quatro paradas à frente eles desceram. Bem na porta do prédio da garota. Uma senhora e duas meninas saíam pelo portão discutindo. A mulher parecia tentar fazer as meninas se aquietarem. O rapaz acabou soltando um riso da discussão delas. Saga o olhou sem entender.
–- Vamos – disse somente e seguiu em frente até as escadas do prédio
–- Por que não pegamos o elevador? – sugeriu o jovem
–- Como vocês podem ser tão preguiçosos?! Não aguenta alguns degraus? – O geminiano disse simplesmente aguardando o tal elevador chegar ao seu andar.

Enquanto isso...

–- Meus deuses, quando Saga irá voltar? Isso esta um caos. – o aquariano olhava em torno do campo próximo às casas dos cavaleiros de ouro
–- Caos? Isso era quando ainda estávamos no terceiro dia da bacanal do Milo e do Kanon. Agora esta tudo completamente... – Shura procurava por uma palavra em sua mente que pudesse descrever melhor toda aquela cena de destruição – não sei nem que comparação ou que palavra posso usar para descrever isso.
–- Estaremos em sérios problemas quando Saga chegar. – Kanon
–- Nós? Não fui eu quem planejou isso. Não me coloque nessa, Kanon. Você e Milo que se entendam com Saga – Máscara da Morte estava com certa dificuldade em se manter em pé depois de tudo o que acontecera.
–- Não planejou, mas foi o primeiro a estar bebendo e dançando que nem uma garotinha – Milo falava meio rouca lutando contra forte ressaca. O canceriano virou o rosto tentando disfarçar sua vergonha e as bochechas vermelhas.
–- Você não pode falar muito, Milo. Nunca te vi daquele jeito na vida. Espero, sinceramente, nunca mais precisar ver. Foi vergonhoso e humilhante demais. Até para um maluco como você – Dizia Mu com um sorriso brincalhão no rosto
–- O Muzinho foi outro que soltou a franga essa semana – disse Kanon abraçando o ariano rindo alto. Logo o rosto do menor brilhava escarlate de vergonha.
–- Soltar a franga? Isso não foi nada. E o mestre ancião. Nunca vi alguém dançar do jeito que mestre Dohko dançou – o escorpiano soltava altas gargalhadas com as poucas lembranças que tinha.
–- Bom. Acho que já chega de zoações, não é?! Temos que dar um jeito nisso antes que a própria Athena fique com vergonha de nós
–- Ah, querido Kamus. Já é tarde para isso – disse a jovem Saori se aproximando do grupo, que ainda despertava, com risos lhe escapando.
Um arrepio gélido percorreu a espinha de todos acordados ali. Do jeito que eles puderam lhe reverenciaram.
–- Arrumem isso antes que nosso Saga retorne. Esconderei as fotos e filmagens dele, não se preocupem. Se precisarem de ajuda, sei que as amazonas e os cavaleiros de bronze e de prata ficariam muito felizes em ajudar. – disse com um doce sorriso
Shiryu e Hyoga que lhe acompanhavam se arrependeram de estar ali, naquele momento. Ambos receberão um olhar malicioso dos cavaleiros de ouro acordados. Teriam que ajudar. Ou melhor, teriam que fazer 80% da limpeza para os mestres. Os outros 20% seriam só das amazonas. Isso não era surpresa. Nenhum dos dourados estava em um bom estado para limpar. Alguns ainda lutavam para tentar se lembrar de alguma coisa desses 10 dias de festa.
Enquanto eles começavam a trazer algumas coisas para a limpeza, a ficha de Kamus cai.
–- Espera. Athena disse fotos e filmagens? Ela... gravou toda a bacanal? – deixousse cair ao chão em choque com medo dos resultados disso tudo.
O sorriso dos outros em não ter de limpar a bagunça, simplesmente desapareceu imediatamente. Em seguida se via estampado em seus olhos e feições o pânico, desespero, preocupação e medo.
–- Bem... agora já era – Milo tentava não se mostrar tão em pânico quanto os outros.
Shiryu e Hyoga se entreolharam e riram. Ambos tinham a mesma ideia em mente.

De volta ao Brasil...


As portas do elevador se abriram no 13º andar. Os dois andaram até a ultima porta do andar. Então tocaram a campainha esperando que ela estivesse em casa. Um tempo depois a porta se abriu e uma garota saiu meio irritada
–- Olha, não... – quando seus olhos pararam sobre Saga, ela pareceu assustada e então fechou a porta. Então tornando a abri-la e fechá-la de novo.
Saga olhou confuso para a porta fechada e pensou em tocar a campainha novamente, mas foi então que a menina abriu a porta novamente.
–- Eeh... poios eínai af̱tós o týpos? (Quem é esse cara?) – Ela apontava para o rapaz do lado dele
–- Miláte elli̱niká? (Você fala grego?) -- Ele então se lembrou que era a mesma menina da sorveteria do outro dia. – Aftó eínai éna metafrastí̱s ti̱s Kido Idrýmatos. (Esse é um tradutor da fundação Kido.)
–- Ah, que bom. Assim eu posso falar em português mesmo. Sou péssima em grego. – ela fez sinal para entrarem e os dois seguiram, enquanto o nerd traduzia para o geminiano. A garota lhes apontou o sofá e foi ao outro cômodo da casa voltando com uma cadeira. Sentando-se em frente aos dois.
– Faz o favor de traduzir pra mim também? - Ela disse pro tradutor. - Ele fala muito rápido. E não traduza isso. - Ela o olhou ameaçadoramente como aprendera com a mãe.
Saga o olhou esperando pela tradução, mas viu o rapaz congelar pelo olhar da garota. Estou começando a gostar dela. Se segurou para não sorrir com o pensamente e a cena. Ele começou a pensar no que deveria falar primeiro, mas antes que pudesse falar algo a garota começa a questionar. Já imaginava que tipos de perguntas seriam.
– Por que você está no Brasil? Eu fiz algo de errado? Vai usar o Satã Imperial em mim? Por que vai apagar minha memória? Foi a Beterraba que mandou, né? - Ela tão rápido e quase sem pausas. O nerd pediu que ela repetisse três vezes até entender para traduzir.
O geminiano abriu a boca para começar a responder, mas foi interrompido pela mão da garota, indicando que era para esperar um momento. Ela parecia preocupada com uma agitação no corredor. A fã se levantou assustada e arrastou os dois para dentro de seu quarto. Trancou a porta por fora os deixando ali.
Essa menina até que tem força. Saga admitiu admirado em sua mente.
Eles começaram a olhar em volta no quarto dela. Havia uma espécie de miniatura de pelúcia de seus companheiros do Santuário em sua cama. O nerd da fundação foi olhando em seu computador. Havia uma página aberta. Parecia ser de um blog, talvez um livro, alguma história.
–- O que esta escrito? – Saga perguntou curioso enquanto remexiam em uma caixa que estava ao chão. Havia mais pelúcias de seus companheiros ali. Inclusive uma sua e de seu irmão.
–- Quer mesmo saber? – perguntou o funcionário hesitante se devesse mesmo ler aquilo em voz alta.
Saga acenou positivamente com a cabeça. Então o rapaz começou a traduzir o primeiro texto. Saga já sabia que havia outros fãs dele e de seus companheiros. O que ele não esperava era que esses fãs escrevessem histórias sobre eles. Quanto menos histórias desse tipo. A cada palavra do tradutor, uma nova cena se moldava em sua mente e invadia seus pensamentos. Não importava o quanto tentasse ignorar essa imagem era pior que os letreiros e luminosos de Las Vegas. Sobressaltavam a qualquer pensamento. Nunca mais conseguiria suportar olhar Kamus ao lado de Milo sem que essas imagens lhe voltassem a mente.
O geminiano já não suportava mais ouvir aquilo. Quando o tradutor passou para a próxima história, Saga sentiu um arrepio mortal lhe percorrer toda a espinha. Teria pesadelos com isso por meses. Não conseguiria mais ficar perto de seu irmão mais de 5 minutos. Quanto mais irem tomar banho junto com ele. A fã já havia voltada há algum tempo, mas mesmo que tentasse não conseguia lhe olhar nos olhos. Ela gostava mesmo de ler coisas horríveis assim? Quantas ela já havia lido? Isso é normal para uma garota da idade dela? Quantas histórias assim existem? Será que fazem mais sucesso que as histórias convencionais?
Saga não conseguiria dormir direito essa noite. Disso tinha total certeza. Ele tentou se recompor antes que recomeçar a conversar com a fã. Será que deveria continuar ali? Será que deveria mesmo ter essa conversa com ela? Ou deveria sair correndo dali antes que ela queira fazer uma daquelas histórias realidade? O geminiano esperava que não, afinal o único outro homem ali era o nerd fedido. Oh, meus deuses por que foi que eu vim até aqui?


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