Isabella estava sentada no sofá vendo algum programa qualquer…

- Filme interessante não? – perguntou Jeremy sentando ao lado dela. A garota olhou diretamente a TV e tentou descobrir o que era, mas não tinha ideia. Era algum filme com… vampiros

- Muito. Amo vampiros. – falou ela rindo e repuxando os lábios deixando os dentes a mostra e voltou a rir. O menino fingiu estar com medo, mas depois começou a rir.

- Você é uma péssima atriz Isa. Péssima. – falou ele e a ruiva só deu de ombros

- Fazer o que? Algumas pessoas nascem sem esse dom. – ela deu um sorriso mínimo

- Quer? – perguntou ele esticando um saco de saco de salgadinhos para ela.

- Não, obrigada. – ela deu um sorriso – Vai ver?

- Aham, Entrevista com o vampiro é um ótimo filme. – falou ele comendo mais do salgadinho olhando a TV

- Então tchau Jer. – ela deu um beijo na bochecha dele

A ruiva prendeu o cabelo em um coque frouxo e saiu da casa. Passeou pelas ruas com calma olhando a rua. Pegou uma flor que tinha no caminho. Era uma tulipa preta. Era simplesmente perfeita. Era respirou fundo enquanto passeava por aí com a bela flor nas mãos.

Alice bateu na porta da casa de Charlie na esperança de que Bella abrisse, mas algo dentro dela dizia que a garota não estava aí. E não era só fora de casa – disso elas tinham certeza -, mas fora de Forks.

- Alice. – falou Charlie sorrindo – E… - ele olhou para a loira ao lado da morena

- Rosalie Hale. – ela sorriu

- Claro, entrem. – ele falou abrindo passagem

- Bella está? – perguntou Rosalie repentinamente

- Não Rosalie. Ela está… - as palavras de Charlie sumiram

- Sabe que horas ela volta? – falou Rosalie – É muito importante

- Ela se mudou. – falou Charlie. Alice não se assustou tanto, ela já esperava isso

- Ela está morando aonde? – Rosalie não sairia dali sem saber aonde estava a garota. Ela precisava. Não sabia o porquê, mas precisava. E não! Ela não gostava dela! Mas se ela estava em perigo, a culpa era deles.

- Não acho que seja uma boa ideia… Ela foi para lá porque entrou em depressão… - Alice arregalou os olhos

- Isso não… - sua voz sumiu e Charlie concordou com a cabeça – Deus! – ela colocou a mão na testa como uma pessoa frustrada, triste.

- Charlie… Ela precisa… nós precisamos falar com ela. É muito importante. – Rosalie falou.

- Eu realmente…

- Charlie… - e voz de Alice era como de uma criança pequena que queria doce – A gente precisa muito mesmo falar com a Belinha. É importante a gente… - o celular de Alice tocou. Ela pegou-o na bolsa e olhou no visor. Número desconhecido. – Só um minuto. – falou ela atendendo – Alô?

- Alice! – falou Edward do outro lado. Ferrou, pensaram as duas.

- Oi… - ela tentava ao máximo não tocar o nome dele perto de Charlie – maninho…

- Aonde você está Alice? – ele estava com raiva, qualquer pessoa podia perceber.

- Não posso falar. É confidencial! – Alice se apressou em desligar o celular e jogar ele na bolsa – Então Charlie… Irá nos dizer onde Bella está?

- Desculpe Alice, mas não posso. Acho que seria bom que ela… - ele respirou fundo - Seria bom esperar que ele se recupere

- Ok Charlie. – falou Rosalie – Desculpe por tudo… Não queremos causar mal a ela. Desculpe. – completou ela e puxou Alice para fora da casa. Ela entrou no carro e foi andando pela cidade

- Aonde… - a voz de Alice sumiu. Elas estavam de frente à uma casa branca. Uma garota oriental, de óculos estava na porta. Ângela. – Então tá… -

Elas desceram do carro quando chegaram à casa branca. Alice bateu na porta delicadamente. Ângela abriu a porta calmamente e deu um sorriso ao ver Alice ali. Seus olhos passaram para Rosalie e ela engoliu seco.

- Oi Ângela, você sabe aonde Bella está morando?

- Não sei exatamente. Ela me mandou um e-mail hoje cedo, mas não especificou aonde era… - Ela tentava lembrar se ela mencionara algo mais útil – Não, ela não especificou direito. Sei que ainda está nos Estados Unidos, mas a cidade… Eu não sei qual é. Fica na Virginia.

- Certo, obrigada Ângela. – falou Alice sorrindo e dando um beijo em cada bochecha dela.

- Alice, você não está pensando em ver ela não, está? – a oriental trocou o peso de uma perna para a outra desconfortável

- Estamos, por quê? – falou Rosalie rudemente

- Ela estava muito mal. Não falava nada, não fazia nada… Estava em um casulo completo. – falou Ângela – Parecia que ela era uma morta-viva. Não acho que seria bom para ela ver vocês tão cedo…

- Ela precisa e nós vamos! – falou Rosalie puxando Alice para o carro

Quando as duas já estavam perto da grande casa Alice falou quebrando o silêncio. Sua voz estava triste e afetada:

- Talvez ela tenha razão. Vamos esperar mais uns tempos… - ela procurava as palavras certas enquanto tentava convencer a irmã – Esperar eu ter outra visão… E depois, precisamos falar com o Jazz, com o Emm com Carlisle e com Esme. – falou ela – Que tal voltarmos e quando eu tiver outra visão, vamos atrás dela? É só ir até a Virginia! Lá não é tão grande Rosalie…

- Eu não sei Alice…

- Por favooor!! – a fada olhava para a irmã com os olhos brilhantes de uma criança

- Ok, iremos voltar. Mas eu estou te intimando a me contar qualquer coisa que seja sobre Bella!

E elas entraram na casa silenciosamente, como se a morte dominasse a casa vazia.

Isabella se sentou em um dos bancos em frete à uma grande bancada. Ela estava no Mystic Grill. Ouvia-se as pessoas jogando sinuca, as pessoas cantando no karaokê, e algumas, simplesmente, conversando.

Ela batucou as unhas vermelhas no balcão esperando que alguém fosse atendê-la. Um garoto de cabelos loiros arrepiados, malhado e de olhos de tons esverdeados, azuis… Ele lembrava alguém, ela só não lembrava quem…

- Bella? – perguntou ele sorrindo? – Isabella Swan? – a ruiva franziu a testa confusa. É… eles se conheciam – Matt Donovan.

- Matt! – falou ela feliz ficando de pé dando um beijo estalado em sua bochecha – Como você sabia que era eu? Meu cabelo era castanho…

- Seus olhos… - ele falou – da mesma cor de chocolate de sempre. – ela sorriu – e fiquei sabendo pela Elena que você iria vir morar aqui por um tempo e…

- Matt!! – brandiu uma garota loira de olhos azuis sorrindo. Seu sorriso murchou um pouco quando viu que ele conversava com a ruiva.

- Oi Caroline – então essa é Caroline, pensou Isabella olhando ela de cima à baixo. Parecia uma boa pessoa, mas um tanto metida, esnobe – Essa é Bella, prima da Elena, uma grande amiga.

- Oi Caroline. – ela sorriu amigavelmente.

- Bella. – ela deu um beijo em cada bochecha da garota e se sentou do lado dela – Então você é amiga da Elena…?

- Prima. – ela deu um sorriso

- Isso. Você sabe onde ela está agora? – ela tinha uma cara pensativa – queria falar com ela – completou

- Quando sai de casa ela estava aqui com Stefan, mas eu fiquei muito tempo fora então… - ela deu de ombros – Faço a mínima ideia. – a loira tinha uma cara de triste

- Vão querer algo? – perguntou Matt sorrindo

- Uma soda.

- Duas. – falou Bella. Caroline não parecia tão má assim… Apesar de ainda ter uma cara de metida e esnobe.

Os três passaram a tarde inteira assim. Conversando, rindo, se divertindo… Já devia ser umas oito horas e Isabella ainda estava no Mystic Grill. Matt e Caroline tinham ido fazer “alguma coisa” e a ruiva continuou lá, aprendendo a jogar sinuca.

- Posso. – perguntou um voz bem perto do ouvindo dela assim que a bola entrou no buraco. Isabella virou-se e encontrou um par de olhos azuis claros sorridentes.

- Oi Damon. – ela sorrio – Claro.

Ele pegou um taco e mirou na bola branca. Olhou para a garota e sorrio.

- Não entendo. – sussurrou ele o que deveria ficar em sua mente

- O que? – Isabella sorria.

- Nada. – falou ele rapidamente e empurrou a bola no buraco

- Uau! – falou ela desviando os olhos para a bola – Você é bom.

- Eu sei. – Damon sorriu

- Convencido. – falou a ruiva rindo

- Eu posso. – ele deu de ombros e ela riu

- Não entendo porque Elena e Bonnie não gostam de você… - falou ela olhando nos olhos dele. O vampiro deu de ombros e sorrio

- Também não. Stefan colocou isso na mente delas... – ele fez cara de inocente

- Ceeerto. – ela mirou na bola branca e errou feio – Eu horrível nisso. – ela bufou

- Você aprende. – Damon sorrio

- Acho que não. – ela encostou o taco na parede e prendeu o cabelo em um rabo de cavalo frouxo – Até mais Damon

- Já vai? – ele tinha uma cara de cachorro pidão. Era tão difícil negar algo para aqueles olhos tãão azuis.. Tão brilhantes…

- Tenho que ir. – Isabella bocejou – Fiquei a tarde toda aqui… estou morta de cansaço.

- Que carona?

- Seria uma boa, obrigada

Ele colocou o taco em cima da mesa e segurou a mão de Bella enquanto conduzia-a para fora do bar, até uma Ferrari preta. Os olhos da ruiva de arregalaram.

- É seu? – ela parecia chocada. Desde quando se importa com carros? Aahh… mas esse carro era mesmo lindo.

- Aham. – o vampiro sorria convencido – Vamos. – ele abriu a posta para Isabella que se sentou e colocou o sinto.

Ele contornou o carro e entrou. Sentou-se, colocou a chave na ingnição e acelerou.

Os dois conversavam sobre coisas banais, cantavam músicas, riam... Nenhum deles se lembrava de ter se divertido tanto. Desde que descobrirá que Katherine nunca estivera naquela tumba, desde que descobrirá que passou 145 anos procurando por alguém que não o amava... Ele não via mais sentido na eternidade. Isabella... desde que fora abandonada naquela floresta, nunca imaginou que estar respirando valesse tanto à pena.

Mas agora valia. Juntos, parecia que não existia um mundo além deles dois. Parecia que continuar a viver talvez valesse à pena.

- Porque veio pra cá? – perguntou Damon quando estavam à poucas quadras da casa dela. O sorriso da ruiva murchou e ela olhou pela janela segurando as lágrimas.

-Entrei em depressão... – ela sussurrou, mas não acreditava que ele tivesse ouvido.

Ele parou o carro em frente à casa dela e olhou para a ruiva ao seu lado.

- Hey. – ele virou o rosto dela para ele. A garota piscava os olhos para contar as lágrimas. O vampiro não sabia o que fazer. Passou o braço em torno da garota abraçando ela, que o abraçou logo em seguida – Desculpe-me... eu...

- Está tudo bem. – sua voz era um pouco mais alta, mas ainda era trêmula. Ele olhou nos olhos dela no momento em que uma lágrima escapava de seus olhos, mas ele a secou rapidamente – Obrigada pela carona. – ela sorrio brevemente e o moreno se permitiu sorrir um pouco também.

- Estou a disposição. – ele deu um sorriso de lado muito sexy

- Certo. – ela sorriu.

Ele saiu do carro e deu a volta para abrir a porta para ela. Estendeu a mão para a garota que a segurou e saiu do carro. Ele a acompanhou até a porta e sorrio para ela

- Até amanhã – ele sorrio de novo

- Até – ela olhava no fundo dos olhos dele. Azuis límpidos e hipnotizantes. Perfeitos.

Ele se inclinou na direção da garota e depositou um leve beijo na bochecha dela, mas era como se uma corrente elétrica passasse pele corpo de ambos. Ele se afastou dela e deu um sorriso pequeno

- Te pego no colégio – ele piscou e foi até o carro e acelerou. A garota ficou parada na porta fitando o local aonde minutos atrás estivera o garoto que ela... amava?

O choque passou e ela pegou a chave na bolsa e abriu a porta da casa. Foi até a cozinha e Jenna estava lá, tomando um chá. Puxou uma cadeira e se sentou de frente à tia. Sorrio meigamente e pegou uma torrada. Deu uma mordida e olhou para a tia. Ela parecia preocupada

- O que houve? – perguntou a ruiva e a morena apenas balançou a cabeça

- Estou pensando... Sobre Elena e a mãe dela. – ela piscou – Podia jurar que vi ela em frente ao Mystic Grill hoje, mas... – ela sacudiu a cabeça – parecia que ela não tinha envelhecido um ano. Mas eu não tenho certeza. Deve ser alguém parecido. – ela deu de ombros e mordeu uma maçã

- Estranho – murmurou a garota fitando a vela em sua frente. – Porque a vela está acesa? – perguntou desviando os olhos da chama da vela que em alguns momentos parecia faces agoniadas

- Gosto de acender velas. – Jenna sorriu – deixa o local com ar mais romântico – completou e Isabella riu

- Você precisa de alguém logo Jenna. – ela mordeu mais um pedaço da torrada e a tia riu

- Talvez. – deu de ombros novamente

- Cadê Elena? – perguntou Isabella sorrindo meigamente

- Está com Stefan. Acho que ela irá dormir na casa dele, algo assim – ela se levantou – Bom, eu vou dormir. Estou com sono e amanhã eu tenho trabalho.

- Certo... - murmurou a garota fitando a chama da vela – Eu já estou indo

A mulher se retirou da cozinha enquanto a ruiva fitava o fogo. Parecia que formavam faces. Pareciam pessoas sendo torturadas. Algumas delas pareciam que choravam enquanto gritavam silenciosamente. Pareciam ser umas 10 faces diferentes. Era difícil definir... Não era um número alto. A maioria se repetia

- Bella! – berrou alguém em seu ouvido. A ruiva acordou com um salto e olhou para trás. Bonnie estava lá fitando ela preocupada

- O que houve?

- A porta estava aberta e eu... – ela parecia meio assustada

- Certo... Porque veio aqui às... – ela olhou no relógio, mas sua visão estava meio desfocada, como se estivesse meio cega por causa da luz do fogo – à essa hora?

- Queria falar com você – ela fez uma pausa e se sentou ao lado da amiga – sobre o Damon

- Oh não! Chega! – ela ficou de pé – Eu cansei de ter você e Elena falando mal dele! Ele é gentil, engraçado, divertido, cuidadoso… não vejo motivo para tanta implicação com ele!

- Eu conheço ele Bella. – Bonnie ficou de pé – Eu sei que ele parece um cavalheiro, mas ele não é! Ele é um galinha à moda antiga, só isso! – ela respirou fundo – Por favor, fique longe dele... – não era uma ordem, ou um pedido. Era uma súplica

- Eu gosto dele. Eu não vou... – ela se interrompeu – eu não posso fazer isso. – ela respirou fundo e piscou os olhos demoradamente – Desculpe

- Certo... só... – ela mordeu o lábio inferior – cuidado

A morena foi na direção da porta, mas a ruiva segurou seu pulso fazendo elas ficarem frente à frente e à abraçou forte

- Obrigada pelo cuidado, mas eu sei me virar. – ela sorrio e a bruxa concordou com a cabeça

- Estou indo. Colégio amanhã... – ela fez uma careta – Até mais.

Ela se virou e foi embora. Isabella subiu as escadas e foi até o seu quarto. A janela estava aberta fazendo as cortinas balançar minimamente, leves ondulações. No parapeito da janela tinha um corvo preto. Ele era grande e em suas penas pretas parecia que havia arco-íris.

O corvo parecia que a encarava e a garota se sentiu ruborizar. Ela olhou para o chão. Ora! O que era isso?! É só um corvo!, berrava em seus pensamentos, mas o modo como ele a olhava... Era estranho. Era como se estivesse apaixonado.

A garota foi até o banheiro, escovou os dentes e voltou ao quarto. Em sua janela, animal nenhum estava presente. Ela foi até o armário e pegou uma camisola vermelha. Ela ia até um pouco acima de seus joelhos. Era simples e delicada. Pegou uma chucha e prendeu o cabelo em um coque frouxo e se deitou com o diário nas mãos e uma caneta junto.

Querido Diário

Eu não entendo direito o que se passa em minha mente. É estranho. Diferente e… assustador. É como se algo sombrio rondasse minha cabeça. Aquelas faces... Era de dar medo. Parecia que elas imploravam para morrer… e eu tinha a sensação de que isso já estava acontecendo.

Sinceramente, não entendo Bonnie e Elena. Damon me parece um cara incrível. Lindo, gentil, inteligente, engraçado, divertido… perfeito. Eu… eu odeio meu coração. Uma parte minha berra que ama ele, mas a outra faz questão de me lembrar de quando eu estava com Edward e eu sinto as lágrimas escorrendo pelos meus olhos.

Gostaria que alguém me explicasse as coisas. O que está acontecendo e que confusão é essa, porque eu já não agüento mais

-- Isabella S.

A garota colocou o diário embaixo do travesseiro e dormiu calmamente. Uma noite aparentemente sem sonhos, pesadelos ou perturbações. Só o vento fresco – quase gélido – que entrava pela janela, com um forte aroma do garoto de preto na árvore em frente à janela