As Descobertas de Peg escrita por DrikaaH


Capítulo 21
Aculturado - Continuação de Esperança


Notas iniciais do capítulo

Olá garotas! Desculpem-me pelo atraso eu sei, é que não conseguia postar!kkk
Bom, agora entrei de férias, e escreverei certinho, todos os domingos estarei postando...
Estou muito feliz.kkkk, e o cap ficou ótimo e grandeee.kk, serão bem recompensadas!

Mas também estou chateada, o numero de reviews estão caindo, o que eu fiz? 8(
Bora ler, espero que me recompenssem com reviews e recomendações depois deste cap. Kkkk!
Fiz com muito carinho meninas, nove paginas de Word!
Agradecendo sempre ao cara lá de cima! ;)



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...Meu coração palpitava freneticamente. Algo dentro de mim dizia que hoje eu reencontraria o meu amor, o meu IAN!

 Os homens, Aoki, Ethan, Steven e Gabe foram na frente, cercando a casa velha com pedaços de madeira e tudo o que poderia servi-los numa batalha... À distância eu, Sarha e Ivi aguardávamos ansiosas... Eu podia sentir as gotículas de suor cobrirem o meu rosto, a náusea, o medo, a dúvida e todos os fantasmas que ousavam me atormentar com cenas cruéis que martelavam meu subconsciente mostrando Ian sendo torturado.

  Automaticamente meus olhos averiguavam a caminhonete, procurando algum indício de que ‘ele’ estivesse lá... Dentro do carro não havia nada comprometer, algumas chaves, um relógio de pulso, revistas com mulheres nuas, um maço de cigarro, garrafas de álcool... Abri com cuidado o porta-luvas, me assustei ao ver uma arma prata reluzente, minhas mãos tremiam ao manuseá-la, eu odiava armas de fogo! Uma lona marrom cobria a carroceria da caminhonete, quando a tirei um outro susto, me fez tapar a boca com a mão esquerda, pois a direita era ocupada carregando o revólver, havia seis criotanques no qual colocávamos almas... O meu corpo tremia constantemente, uma corrente de dor se instalou em cada célula do meu ser. Não seria possível, seria?

 No mesmo instante fui surpreendida com um grave estrondo... Finalmente invadiram a casa. Gritos e pancadas eram ouvidos de longe... De repente um tiro seco. Eu chorava desconsolável, o medo me paralisara. Depois tudo passou muito rápido. Ethan saiu da casa amparado por Gabe, ele estava baleado. Sarha e Ivi cuidaram dele e num ato de desespero eu me aproximei da casa, entrei ao ouvir um grito sufocado, o tal Lennon enforcava Steven que já estava roxo.

 Minhas mãos trêmulas e ao mesmo tempo ágeis acertaram o gatilho, o impacto me fez cair no chão, ao lado de Steven o corpo de Lennon sangrava abundantemente sem vida. Eu me aproximei de seu corpo inerte e pálido, a bala havia atingido a clavícula...Seus olhos negros fixavam-se aos meus, num olhar gélido... Ele já não passava de um cadáver. Uma pessoa solitária, amarga e sem escrúpulos a menos no mundo, o que não me afligia tanto, por mais que minha natureza de alma gritasse de medo e culpa por dentro, meu lado humano não se arrependia do feito, ele já havia feito mal a muitas pessoas no mundo. Enquanto um luta interna entre a minha sanidade humana e minha razão de alma se instalava em mim, fui surpreendida por um urro rouco de Steven...

 - Steven, você esta bem? – Ele tossia pela agressão feita, era como se o ar em seus pulmões implorasse por mais, sem fôlego ele sibilou um sim.

 Olhei ao redor, com uma urgência sobrenatural. Meu corpo paralisou quando vi um corredor imundo onde ratos transitavam livremente, o que me assusta não era isso, mas ver um criotanque e um catre quebrados, jogados no chão. Instintivamente passei por cima de tudo o que impedia a passagem do corredor e segui em frente. Tudo era escuro, o mofo e pó me faziam espirrar, o cheiro era horrível... Peguei a barra da blusa e levantei-a até a altura do nariz na tentativa de amenizar o odor. Peguei uma cadeira velha e a atirei contra a janela emperrada que prontamente se abriu trazendo luzes ao quarto escuro, corpos de almas se misturavam ao de humanos, por isso o cheiro. Estavam mortos.

  Um grito agudo saiu da minha garganta. De repente senti Gabe e Ivi me apoiarem, logo os outros chegaram, mas eu não me importava com mais nada, com a presença deles, com o cheiro..Só me restara averiguar os corpos amontoados para acha-lo. Outro grito...Dessa vez foi Sarha ela apontou para o fundo do quarto, onde havia mais catres, mais criotanques, ele estava lá. ERA ELE!

  As chamas do medo e da esperança se acenderam dentro de mim. Corri desesperadamente ao encontro dele... Caí por cima de um criotanque e senti um líquido quente escorrendo pela cabeça, passei levemente os dedos e senti o corte pulsar perto da testa. A tontura e vertigem não me impediram de atravessar o os outros obstáculos, finalmente o vi.

 Ele dormia e seu peito subia e descia, suas feições me lembravam um anjo, apesar das feridas da boca e do olho roxo. Delicadamente contornei com a ponta dos dedos todo o rosto de Ian, era como se eu quisesse ter a certeza de tê-lo encontrado. Por trás da vista embaçada pelas lágrimas incontidas, Ian acordava e suas pálpebras tremiam em busca de se acostumarem com a luz do sol que irradiava da velha janela quebrada. Ele parecia querer falar mais fechava a boca numa linha reta sem demonstrar nem um tipo de emoção. Parecia me fitar curioso, enquanto minhas lágrimas caiam sobre seu rosto. Respirei fundo tentando encontrar palavras pra finalmente voltar a falar com meu amor:

  - Você...Você voltou pra mim meu amor! – Sua testa fez um vinco numa expressão confusa.

  - Desculpe, mas quem é você? – Ele apertou com as mãos a cabeça, numa luta interna.

  - Você não...Não se lembra de mim? – Minha voz era trêmula e um nó se formara em minha garganta, eu não havia percebido. Os olhos que me fitavam de neve, safira e meia-noite agora pareciam vazios, diferentes! Passei delicadamente a ponta dos dedos embaixo de sua nuca, senti a sua leve cicatriz e os pontos recém formados do que seria a implantação de uma alma dentro do meu amor...Do meu Ian! O sangue fresco que já escorria em minha testa parecia pulsar mais forte! A tontura, a vertigem, a dor e a certeza de tê-lo perdido pra sempre me fez cair na inconsciência, segundos antes senti mãos fortes me segurando, eram as mãos que eu tanto desejei voltarem a me tocar, era Ian!

  O movimento e a brisa que sopra forte meu rosto me fez notar que estávamos de volta a estrada de terra. Mas o carro era outro, eu já havia visto ele antes, era a caminhonete preta na qual achei o revólver e os criotanques. Rapidamente me posicionei e olhei em volta. Gabe dirigia com Ivi ao seu lado, enquanto cantavam baixinho uma música que tocava no rádio.

 “Este tempo, este lugar Esses desperdícios, esses erros

  Tanto tempo, tão tarde Quem era eu para te fazer esperar?

 Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro Caso reste apenas um

 Porque você sabe, você sabe, você sabe”...

 A letra da musica imediatamente me fez pensar em Ian, ele estava ao meu lado e me olhava curioso.

   - Ainda não compreendo porque estou aqui com vocês. – Baixinho ele sussurrou pra mim próximo do meu ouvido, quanta falta eu sentia de sentir sua respiração em meu pescoço, me contrai instintivamente. – O que querem de mim, vocês são humanos, mas...

  - Calma Ian! Olha, eu poderia te dar milhares de motivos para você estar aqui, mas não lhe fariam entender suficientemente bem o que esta acontecendo, o porquê de você estar aqui... Eu só te digo uma coisa, eu sou uma alma, assim como você, eu peregrinei nove mundos pra te achar, então confie em mim, pois eu encontrei o meu amor no seu corpo, na sua mente e no seu coração! – Minha voz saiu falha juntamente com meu desabafo e novas lágrimas. Ian apenas assentiu e engoliu em seco, talvez tentando assimilar tudo o que eu lhe dissera. Eu queria abraça-lo e beija-lo, lhe mostrar tudo o que eu sinto por ele, dizer que eu o amava e que eu não desisti de acha-lo, mas eu não podia, ele poderia se assustar, me rejeitar e tudo seria mais difícil, me contentei em ficar quita, aproveitando cada gesto, cada expressão, cada momento em que passara novamente ao seu lado.

  Gabe deixou a caminhonete no meio da estrada e rapidamente adentramos a mata fechada. O sol queimava minha pele clara e o ferimento seco em minha cabeça mais uma vez latejava, a boca seca e a fome, o meu corpo fraco e pequeno já não resistia a tantas necessidades físicas, lutava mentalmente para coordenar minhas pernas, mas elas se negavam a me obedecer, a ficarem de pé...

  Senti Ian me segurando com firmeza e delicadeza ao mesmo tempo, o meu amor... Protegendo-me de todos os perigos, apesar de ter uma alma comandando seu corpo, os seus desejos e pensamentos seriam difíceis de serem suportados, talvez em algum lugar daquele corpo hospedeiro ele ainda pensara em mim, Ian ainda resistia para não esquecer... A inconsciência ia me levando para um sono profundo... Quando sua voz doce e cálida se fez presente ecoando em cada canto do meu ser:

   - Amor não durma, estou aqui! – Quando fitei seus olhos assustados, ele gritou e suas mãos que antes se prendiam em minha cintura, agora seguravam a própria cabeça como se estivesse sofrendo, doendo... A chama da esperança se acendeu instantaneamente dentro de mim, agora eu tinha certeza! Ian lutava internamente com a pobre alma que comanda o seu corpo. Ele estava lá, vivo! Não foi a alma quem ordenou que eu não dormisse, foi Ian! Com cuidado me aproximei de Ian e toquei seu rosto com a ponta dos dedos, contornando cada detalhe, cada traço, respirei profundamente e sussurrei baixinho para que no seu subconsciente ele pudesse me ouvir:

   - Está tudo bem Ian... Sinto-me muito melhor sabendo que está aí! – Percebi um breve sorriso querendo se formar em seu semblante, mas logo mudou numa expressão rígida. Suas mãos com cuidado retiraram as minhas que estavam em seu rosto...

  “Que eu te amo Eu sempre te amei

  E eu sinto sua falta. Estive afastado por muito tempo,

  Eu continuo sonhando que você estará comigo

  E você nunca irá embora Paro de respirar se eu não te ver mais”

  - Ian não existe mais! – E com essas palavras mecanicamente ele foi seguindo caminho por entre a mata me deixando para trás... Finalmente chegamos perto das montanhas de Tucson e depois de longas horas de caminhada, de um breve desmaio meu e muita fome, sede e cansaço chegamos ao acampamento.

  - Peg, o que aconteceu? – Joseph me olhava assustado, o corte devia ter feito um grande estrago, o sangue seco e sujo que grudava os meus cabelos e a maior parte do rosto, conseqüentemente manchara a blusa branca. Minha aparência não estaria das melhores.

  - Foi só uma queda idiota...Estou bem Joseph! – Seu olhar seguiu rapidamente o meu e ele estendeu a mão para cumprimentar Ian.

  - Como se sente? Meu jovem você deu muito trabalho! – Todos riram. – Fico muito feliz por tê-lo aqui, você salvou Ethan e o mínimo que poderíamos fazer por você e sua noiva apaixonada era lhe encontrar! – Ian apertou a mão de Joseph e coçou a cabeça confuso.

  - Me encontrar? Vocês me seqüestraram! – Joseph e os outros se entreolharam por algum tempo... Meu coração palpitava descompassado.

  - Ele não é mais humano! – Sibilou Joseph descrente de tudo o que havia acontecido.

  - Olha, esta tudo sob controle, ele é passivo, não fará mal a ninguém, Ian ainda esta aqui! – As lágrimas já invadiam meu rosto...

  - É verdade Joseph, logo eles irão embora, só precisam de alguns cuidados de Joanna. – A velha índia me passou um olhar confiante e encorajador, afagou o ombro de Joseph e sorriu discretamente para Ian, vincando as linhas do seu rosto que entregavam sua idade avançada.

  Com muito cuidado ela cuidou dos meus ferimentos, com uma erva da mata misturada a um líquido extraído de uma outra planta, ela o colocou aonde havia o corte profundo...

  - Pode arder um pouco! – O curativo em contado com minha pele exposta parecia queimar aos poucos, me contraí pela dor instintivamente.

  - Tudo bem... Por que a senhora confia em nós? – Me referi a Ian que olhava curioso o efeito milagroso das ervas curativas.

  - Peregrina, por mais que você tenha vivido em tantos mundos, acho que nunca viveu o suficiente em um lugar para se sentir parte dele. Eu sempre vivi aqui na mata, tantas lembranças, tantas experiências, tanta vivência, eu conheço todas as plantas, todas as ervas, todos os cheiros, todos os tipos de utilidade que elas podem servir! Do mesmo jeito eu passei a conhecer cada homem e mulher do meu grupo, cada vontade deles, cada característica deles, cada preferência... E quando eu a vi, percebi toda sua determinação para encontra-lo, todo o seu amor, todo o seu sofrimento Peg, acredite, eu sei em quem devo confiar! – Eu apenas assenti e agradeci a ela por todo o empenho que ela via em mim.

  Depois eu não vi mais Ian, Joanna fez curativos nele assim como fez em mim, mas nos separamos... Ethan disse que conversaria com ele sobre tudo o que aconteceu, mas eu ainda me sentia insegura. A noite se despediu do dia num piscar de olhos e Joseph disse que haveria uma festa em comemoração a volta de Ian, a termos conseguido completar essa ‘missão’ com sucesso, sem nenhuma vítima, ainda assim, essa festa não era um boa opção pra mim, já que a maior parte do grupo de Joseph desconfiava de Ian, eu sabia exatamente o perigo que ele corria, já havia passado por isso um dia.

  Sarha me deu um vestido azul clarinho no qual eu me senti bem confortável. Luzes enfeitavam a noite enluarada. Muitos aperitivos e bebidas... O clima era propício para um casal apaixonado, lembrei-me subitamente do meu aniversario em que Ian me pediu em casamento, uma leve pontada atingiu meu peito me fazendo arfar, como é possível sentir saudade quando se esta tão perto?

PDV Ian

 Tudo é escuro. Custo a abrir os olhos, mas eles teimam em se manterem fechados. Quero levantar, caminhar, mas não posso, algo me impede. Onde estou? O que aconteceu comigo? Ai, minha cabeça dói! Será por causa da pancada que levei? Agora as coisas parecem fazer sentido. Lennon me atingiu e o impacto me fez desmaiar. Mas porque não posso me mover, eu quero uma coisa, mas meu cérebro reage de forma diferente. Será que sofri um derrame? Danifiquei alguns sentidos do meu corpo?

 - Fique quieto, não consigo pensar! – Quem esta falando comigo agora?

  Quem é você? – Perguntei confuso.

  - Sou do Mundo dos Ursos... E você é o meu novo corpo hospedeiro! – Eu o quê?Oh meu Deus! Inseriram uma alma em mim? Assim como fizeram com Mel inserindo Peg? O que eu vou fazer? Meu amor...Eu te amo Peg! – Ela estava em todos os meus pensamentos. Queria poder gritar, tentar arrancar aquela alma de dentro de mim, mas agora era tudo confuso, eu não tinha domínio de nada que envolvesse o meu corpo. Eu não era mais ninguém... Mas se ainda me restara opção, se eu ainda pudesse lutar assim como Mel fez para não deixar de existir eu o farei!

  Já estava me acostumando com o silêncio e o vazio... Quando depois de alguns ruídos e barulhos de vozes distantes, a claridade foi tomando conta da escuridão... A alma estava abrindo os meus olhos para podermos enxergar, mas quão grande foi a minha surpresa, quando ela me fitava com lágrimas nos olhos. Minha Peg, meu amor, você não esqueceu de mim, você voltou! E com a mais doce e melodiosa voz ela sussurrou pra mim o que eu pensara exatamente naquele instante, como se adivinhasse cada pensamento meu:

  - Você...Você voltou pra mim meu amor! – Sim minha Peg, eu te amo! Estou aqui... Não foram essas palavras que saíram da minha boca e sim um desconhecido e grosso tom de voz...

  - Quem é você? - Hã? Diga que estou aqui, não vê que ela esta sofrendo? Não sabe quem ela é, pois eu lhe digo, ela é o amor da minha vida, é a minha mulher!

  - Você não...Não se lembra de mim? – Sua voz era trêmula e as lágrimas logo lhe invadiram o rosto, ela desmaiou em meus braços. Um corte profundo mostrava o quanto ela sofreu para me achar...

  Não faça isso com ela! - Gritei mentalmente em vão para a alma, que estremeceu ao me ouvir! Depois tudo passou como um flash, parecia que havia uma barreira que essa alma impôs, na qual eu ficava numa parte externa e inativa de sua mente, não podia falar nem vê-la. Só havia escuridão. Finalmente a luz voltou, talvez a alma que comandava o meu corpo estivesse mais descuidada, imaginando que eu não estava presente me abriu as entranhas de sua mente e visão, me fazendo participar de todos os momentos que caminhávamos na mata, até que por longos momentos me peguei reparando em Peg, cansada, abatida, o sangue seco e sujo que escorria da testa até blusa denunciavam que ela poderia desmaiar mais uma vez a qualquer momento... Antes de sua queda, minhas mãos a protegeram e a seguraram com firmeza, respirei fundo ao sentir sua pele quente e seu coração descompassado se acelerar freneticamente próximo ao meu...Falei mais para mim mesmo do que para ela, já que Peg não ouviria:

  - Amor não durma, estou aqui!

  - Está tudo bem Ian... Sinto-me muito melhor sabendo que está aí! – Senti um grande sorriso se formar em meu rosto... Ela me ouviu? Mas co...

  O que pensa que esta fazendo Ian? – Logo o meu sorriso foi embora ao perceber que a alma inativa voltara percebendo seu próprio descuido, minhas mãos impotentes saíram da cintura de Peg, para cabeça. A alma sentia dor dentro de mim, sinal de que eu estava triunfando, eu ganharia essa batalha pelo meu amor!

  - Ian não existe mais! – Foi o que ele disse secamente para minha Peg!

  Não desista de mim amor. Novamente fiquei inativo, só havia a escuridão...Silêncio... As horas se passaram lentamente durante todo o dia...

  Ian? – A alma me chamara?

  O que quer?

  Me perdoe por ter roubado sua vida... Ethan me contara tudo o que houve, tudo o que ela fez por você, tudo o que você fez por ela...Mas não quero deixar de existir, esse mundo é fascinante!

  Mas é o meu mundo, é a minha vida!

  Vivi em três mundos diferentes, já fui flor, já fui alga, já fui urso e agora vim parar aqui, nunca me senti tão em casa como me sinto agora. Não quero ir embora!

  Olha, deixe-me comandar meu corpo por essa noite! Deixe-me falar com ela, por favor... Eu prometo que assim que voltarmos pra casa, para as cavernas faremos uma nova incursão e eu encontrarei um corpo hospedeiro inativo pra você.

  Mas o que farei, onde estarei? As almas irão me negar, vão dizer que sou uma alma muito fraca, muito influenciável. Serei um traidor?

  Não! Não será, poderá viver conosco nas cavernas se quiser! Peg também é assim, dizemos que ela é aculturada!

  Tudo bem Ian, por essa noite, farei o que pedir! Agradeci mentalmente, não sei o que Ethan conversou com ele, mas o fez mudar de idéia, talvez ele tenha percebido o tamanho do nosso amor! O que importa é que ela saberá que estou aqui esta noite...

  “De joelhos, eu pedirei Uma última chance para uma última dança

  Porque com você, eu resistiria A todo o inferno para segurar sua mão

 Eu daria tudo Eu daria tudo por nós Dou qualquer coisa,

 mas não desistirei Porque você sabe, você sabe, você sabe”...

  A noite enluarada era apenas dos amantes essa noite, comidas e bebidas sobre a mesa construída artesanalmente com madeira, velas que davam um toque aconchegante ao local e uma leve melodia da água corrente com os grilos nos traziam plena calmaria. Ela estava sentada num banco, com um lindo vestido azul claro, fitava o vazio com os olhos mais tristes e cansados que eu já vira, uma forte pontada atingiu meu peito...

  Ela esta realmente maravilhosa!

  É, ela esta encantadora, como sempre, minha Peg!

  O que quer que eu diga?

  Chame-a para dançar!

 Mas eu não sei Ian...

  Eu sei, siga as minhas lembranças! E faça tudo que eu disser essa noite.

  “Tão longe (tão longe) Estive afastado por muito tempo

  Tão longe (tão longe) Estive afastado por muito tempo”.

  PDV Peg

  Seus cabelos molhados caíam sobre os olhos. Com as mãos no bolso da calça pescador que ele usava, Ian me fitava intensamente... Aquele olhar... Aquele que me hipnotizava, que me fazia corar e perder a fala, que me fazia tremer dos pés a cabeça. Respirei fundo tentando me conter, baixei a cabeça tentando disfarçar...

  - Noite propícia para uma dança senhorita? – Ergui a cabeça e seu hálito fresco quase me fez perder os sentidos, apenas assenti, levantei arrumei o vestido e ele pegou levemente minha mão, a sensação era maravilhosa, ter de novo seu toque sobre a minha pele era reconfortante, me fazia acreditar que ele realmente estava lá. Ele conduziu minha mão para o seu peito de mármore e começou a se mover...

  - Sei que não é você que se move, que fala comigo e que sente o meu toque... Mas em algum lugar você esta aí Ian...

  - Ele disse que esta aqui Peg e que fará você o perceber esta noite! – Eu sorri aliviada, meu amor estava lá.

  - Obrigado! Muito obrigado... Eu amo Ian demais!

 - Ele também a ama Peg! – Recostei a cabeça sobre seu peito mais confiante e comecei a me mover na sincronia calma da dança.

  “Eu queria que você ficasse Porque eu precisava

  Eu precisava escutar você dizer Que eu te amo Que eu te amei todo o tempo

 Que eu te perdoo Por estar longe por tanto tempo.. Então continue respirando Porque eu não vou mais te deixar

 Acredite, segure-se em mim e nunca me deixe ir”.

- Sinta a batida amor... – Escutava silenciosamente cada palpitação descompassada de nossos corações... Ian começou a cantar baixinho em meu ouvido, me arrepiando por inteira, sua voz era melodiosa, como se um anjo estivesse ao meu lado, me passando toda a calma, amor e proteção do mundo...

 - “Algum dia, quando eu estiver terrivelmente chateado

  Quando o mundo estiver frio Eu me sentirei bem só de pensar em você

  E como você está essa noite..

  Você é adorável, com seu sorriso tão aconchegante

  E suas bochechas tão macias.. Não existe nada para mim além de amar você

  E como você está essa noite.. A cada palavra, sua ternura cresce

  Levando meus medos embora.. E aquela risada que enruga seu nariz

  Toca meu coração bobo...

  Sim, você é adorável, nunca, jamais mude

  Mantenha esse charme que me tira fôlego

  Você não irá, por favor, arranjar isso? Pois eu te amo Exatamente como você está essa noite...

  A cada palavra, a sua ternura cresce Levando meus medos embora

  E aquela risada que enruga seu nariz Toca meu coração bobo..

  Sim, você é adorável, nunca, jamais, mude

  Mantenha esse charme que me tira o folêgo... Você não irá, por favor, arranjar isso?

  Pois eu te amo Exatamente como você está essa noite

  Exatamente como você está essa noite...

 Querida Exatamente como você está essa noite.”

 Musicas: Far away – Nickelback.

The Way You Look Tonight – na voz de Rod Stewart.


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Notas finais do capítulo

Garotas, já que eu não poderia por travessão na fala de Ian e da alma, coloquei em negrito as falas da alma e em itálico apenas as de Ian ok?

E aí, será que meus reviews voltarão?kkk
Gente tenho uma nova fic em mente, logo mais eu posto o epílogo pra verem se gostam ok?

CADÊEE MEUS REVIEWS?KKKK
Bjuuu!
Obrigadaaaa!