As Descobertas de Peg escrita por DrikaaH


Capítulo 20
Esperança - Continuação de Dor & Perda


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem. Eu sei que querem me matar, mas meninas aconteceram umas coisas ruins comigo...Que me fizeram perder a vontade de fazer tudo o que amo, inclusive escrever... Duas semanas de choro, mas agora eu voltei! *.* Então me perdoem meninas! E amanhã ainda tem prova da ETEC, então torçam e rezem para mim por favoor?kkk....Estudei demais, não deu nem tempo de fazer nada.

Ah, quero agradecer a Deus por toda a ajuda que ele tem me dado e por me dar leitoras tão fofas e carinhosas que me fazem saltar ao ler os reviews e recomendações! Obrigada e sem mais resenhas vamos ler!



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-\t    e deixei que o mundo dos sonhos dominasse minha mente, em busca de esquecer a realidade atormentadora...

“Estou pensando em você

Hoje à noite em minha solidão insone”.

 Os primeiros raios de luz anunciavam que um novo dia chegara, o que pra mim não fazia a menor diferença, pois as trevas e a escuridão dominavam todos os meus pensamentos, toda a minha ALMA... Todos se alimentavam num grande banquete de frutas, sucos, bolachas, cereais, leite, pães e com muita alegria comemoravam algo que eu ainda não sabia o que era, até finalmente ver um rosto estranho entre eles. Provavelmente era Steven que beijava apaixonadamente os lábios de Sarha. Antes que eu pudesse me sentar com eles, fui surpreendida por Joseph que me abraçou e chamou a atenção de todos mais uma vez:

 -  É chegado o grande dia de retribuir a nossa ilustre visitante um grande e sacrificado favor que ela nos fez! Peregrina e seu companheiro Ian O’shea se arriscaram para salvar Ethan, infelizmente Ian não teve a mesma sorte, portanto o mínimo que podemos fazer por ela é encontra-lo! – Steven se aproximou de nós e me cumprimentou gentilmente:

-    - Olá Peg! É uma lástima ter que lhe conhecer nesta situação, mas fico feliz em saber que existem “almas” como você! – Ele sorriu e eu tentei retribuir o gesto, mas meus músculos se retraiam numa expressão fria, me dei conta de que sem ele eu já havia perdido até a capacidade de sorrir. Steven era alto, forte, pele clara como a de Ian, olhos num tom marrom dourado, sua expressão era cansada.

    - É prazer te conhecer... Já me falaram muito de você por aqui e percebo que é um bom homem! – Sarha sorriu e se aproximou de nós, envolveu Steven pela cintura e se pronunciou:

    - Bom, acho que o melhor a fazer agora é que você descanse, pois o caminho será longo, enquanto a Peg, faz dias que você não se alimenta! E já que temos um banquete que Steven trouxe, seria bom se comesse algo, não quer reencontra-lo nestas condições quer? – Eu me inspecionei mecanicamente dos pés a cabeça. Minhas roupas estavam sujas de terra, meu corpo há muito tempo não via água, minha barriga ronronava como se quisesse responder a afirmação de Sarha! – Eles deram um selinho e meu peito apertou lembrando-me que ele não estava aqui, agora era sempre assim... Qualquer coisa me fazia pensar em Ian! Sarha sussurrou algo que interpretei como “Vá descansar amor, algo me diz que serão difíceis os próximos dias”, ele assentiu sério e se retirou... Sahra me puxou pelo braço e sentou-se comigo a mesa de café. A comida parecia saborosa aos meus olhos, mas quando experimentei era como a mistura que fazíamos para construir as paredes das cavernas novas de Jeb! Eu apenas engolia, talvez fosse a minha boca que estivesse amarga, assim como a minha vida! Antes mesmo de eu engolir o último pedaço de pão, uma náusea me dominou e corri as pressas para trás das árvores do “acampamento”... Joguei tudo para fora, até o que não havia no meu estômago... Mãos urgentes seguraram os meus cabelos me ajudando e me apoiando no tronco da árvore.

       - Peg, você não esta bem! – Era Ethan, que me ajudava constantemente em qualquer coisa que precisasse.

        - Eu vou ficar Ethan... – Como uma rápida resposta meu corpo reagiu e vomitei mais.

-         - Não vai não! – A fraqueza me dominava enquanto a mata rodava a minha volta, eu estava tonta. – Peg, desculpe a indelicadeza, mas será que você não esta grávida?

      - Hãn? – Eu gaguejava e tentava buscar o pouco ar que eu conseguia. – Não Ethan! De maneira alguma, deve ser porque há dias eu não comia, meu estômago rejeitou, é normal! – Quanto mais eu falava, mais queria me convencer de que tudo era mera coincidência, mas minha menstruação estava atrasada e então o medo me afligiu. Não é possível!

-    - Prometi para Ian que ia cuidar de você Peg e é isso o que eu vou fazer! – Eu dei o melhor de mim e consegui lhe oferecer um sorriso fraco. A fraqueza me dominou e eu senti tudo escurecer, mãos fortes e urgentes me envolveram.

 A sensação da água molhando nosso corpo é revitalizante! Meus longos cachos dourados eram molhados aos poucos, meu rosto recebia a água cristalina e movimentos circulares entre as tempôras até a nuca eram feitos aleatoriamente...Me relaxava, fazia com que os maiores problemas estivessem a ponto de se resolver... Os meus olhos piscaram preguiçosamente na tentativa de se acostumar com o entardecer. Quando os abri fitei os olhos cor de esmeralda de Ethan me olharem intensamente. Eu vi em volta e só havia água, estávamos num rio, onde tudo o que havia era a plenitude da natureza. Os peixes, a mata, plantas sobre as águas e Ethan me deu um banho relaxante. Eu ainda estava de roupas e fiquei aliviada ao constatar isso... Ele me respeitara, só queria cuidar de mim...Meio bobo, ele ficou gaguejando nervoso:

     - Desculpe Peg. Eu só quis...Quis..

      - Cuidar de mim! Eu sei Ethan... Tudo bem! – Ele sorriu e saímos da água.Eu me sentia bem melhor, apesar da ferida que Ian havia deixado aberta internamente em meu peito. A velha índia Joanna, me ajudou logo após o banho a guardar barras de cereais e frutas em mochilas, depois juntamos garrafas e as enchemos com água doce do rio. Tudo estava preparado para partirmos e logo a noite se aproximou... Fui para a minha cabana e Joseph entrou para conversar com uma lanterna.

       - Peg? Esta acordada? – Eu assenti e pedi para que ele sentasse ao meu lado. – Bom, só vim dizer-lhe que amanhã vocês partiram cedo para encontrar seu Ian! – Os meus olhos brilharam e rapidamente as lágrimas presas desde cedo escorreram pelo meu rosto.

      - Obrigado Joseph. Não sabe quanta esperança eu tenho de reencontra-lo! – Ele secou minhas lágrimas com a ponta dos dedos... As rugas em sua testa denunciavam preocupação.

-\t    - Sei que vamos acha-lo Peg...Em falar nisso, Steven, Sarha, Ethan, Aoki, Ivi e Gabe irão com você!

“Se é errado amar você Então meu coração não vai me deixar agir certo”

 A noite foi conturbada. Eu podia sentir cada músculo do meu corpo retrair-se quando imaginava as circunstâncias nas quais Ian podia se encontrar. Só havia uma coisa que me fazia perder o sono, a hipótese de o machucarem, mas porque as almas fariam isso? Não é da nossa natureza qualquer simples gesto de agressão! Dormi encolhida feito uma bola procurando encontrar uma posição para que o mundo não tão triste como era o meu no momento, me dominasse, o mundo dos sonhos onde eu sempre o encontrava.

"Porque me afoguei em você

E não sobreviverei sem você do meu lado”

PVD IAN

 Seus olhos se encontravam com os meus. Mas a expressão não era de paz, amor e tranqüilidade como antes, os olhos da minha Peg, eram vazios, tristes, inexpressivos.

Baby, você pode me sentir?

Imaginando que estou olhando em seus olhos”

 Ela gritava e chorava tentando se agarrar a mim...Mas cada vez ficávamos mais distantes. Meus olhos procuravam algum foco de luz, mas tudo era escuro. Tudo era um sonho, Peg era um sonho... A realidade voltou a me atormentar...

Eu daria tudo de mim para ter

Só mais uma noite com você

Eu arriscaria minha vida para sentir Seu corpo junto ao meu”

 Os fatos passados há alguns dias vinham agora com flash e cenas desfocadas do que havia acontecido... Me capturaram! Peg e Ethan fugiram. Levaram-me para um lugar imundo. Um homem me agredira brutamente e agora como se meu corpo me desse respostas eu sentia tudo doer, uma ou duas costelas quebradas, o gosto de sangue na boca, o olho esquerdo latejar. Tudo fazia sentido! Antes que eu pudesse assimilar o resto dos fatos uma luz invadiu o ambiente me fazendo abaixar a cabeça automaticamente.

\t   - Hum parece que o saco de carne fresca acordou! – Procurei pela voz e vi o mesmo homem que havia me esmurrado. Tinha pele morena, cabelos e olhos escuros como o breu da noite. Sua expressão era fria e rígida, como se nada o abalasse. De nariz em pé e braços cruzados no peito ele tentava demonstrar sua superioridade, soltando logo após uma gargalhada maquiavélica. – Preciso de respostas e sei que só você pode me dar. Vamos! Onde estão os outros?

     - Quem é você? – Ele riu ironicamente.

    - Sou seu pior pesadelo “humano!”.

     - Por que você é assim? Você é uma alma... Almas não têm esse feitio! – Mais uma gargalhada estrondosa brotou do fundo de sua garganta. Um movimento rápido e um soco acertou minha boca, eu estava amarrado sobre uma cadeira e no impacto eu caí desta batendo a cabeça no chão... A vertigem e a dor tomaram conta do meu corpo.

      - Eu sou assim seu humano de merda, porque vocês levaram a única coisa que um dia eu amei. Levaram a minha Lacey.

 Minha mente se juntava agora como um quebra-cabeça solucionado. Então era isso. Ele era tão violento, tão agressivo porque havia perdido a Buscadora de Peg! Lacey era seu nome humano, há mais de um ano havíamos pegado ela. Sua alma buscadora fora retirada do corpo de Lacey. Desde então ele arquitetava planos cruéis para nós humanos. Agora sim seria o meu fim!

      - O que vai fazer comigo? – Falei gemendo sentindo todo o meu corpo pulsando de dor.

      - Não vai dizer onde os outros estão? – Ele sussurrou com sua voz rouca de ódio e amargura.

      - NUNCA! – Sibilei e cuspi em seu rosto. Outro soco golpeou minha cabeça e dessa vez tudo se apagou...A escuridão brotou em meus olhos e eu só pensava em Peg.

“Porque eu não consigo deixar de

Viver na lembrança de nossa canção Eu daria tudo de mim pelo seu amor hoje à noite”

PDV Peg

 A viajem era longa, não tínhamos carro.Estávamos sem mais suprimentos e só restava meia garrafa d’água. Já havíamos saído da mata e a estrada de terra de Tucson era cada vez mais próxima. Como eu previra na noite anterior, Aoki era o homem oriental que eu havia visto quando cheguei, Ivi a pequena mulher de semblante assustado que se escondera atrás de um jovem louro parecido com Ian era Gabe, seu namorado. Eram pessoas tão boas e espirituosas quanto às do grupo de Jeb. Eram todos fortes e dispostos a me ajudar, o que fazia com que meu peito de inflasse de esperança! Deitamos em baixo da última árvore da mata, descansamos aproveitando a sombra que livrava minha pele clara de se expor ao sol. Lembrei-me de uma dúvida que me atormentava.

    - Sarha? – Ela se aconchegava recostada no peito de Steven e me olhou interessa.

     - Sim Peg?

    - Imagino que não goste de tocar nesse assunto, mas por quê estas almas são tão cruéis a ponto de torturar um ser humano? – Ela tocou o rosto automaticamente, passando levemente os dedos sobre a cicatriz.

-       - Lennon é um homem mal. O corpo hospedeiro dele dominou a pobre alma frágil que a habitava. Ele era um homem muito rico, lembro-me de quando essa invasão das “almas” não existia e nossa vida era normal. Ele era chefe de polícia da cidade, mas sua carreira nunca foi muito prestigiada já que muitos casos se passaram e ele nunca prendia os suspeitos, alguns diziam que ele fazia parte de uma quadrilha, ajuda a exportar drogas para o país. Até encontrar Lacey... Mas logo após eles se apaixonarem começou a invasão e Lacey na verdade fingia ser o que não era, ela ficou com ele porque foi uma das primeiras almas invasoras a habitar nosso planeta.

      - Quer dizer que antes mesmo da invasão ela já havia vindo pra terra? Ela fingiu amá-lo? Ela usava o corpo de Lacey? – Minha boca estava escancarada num “Ó” e Sarha assentiu, disse que quem havia descoberto tudo isso era Steven que antes da invasão trabalhava como policial no mesmo departamento e sempre estava sabendo de tudo o que acontecia por lá, principalmente da vida de Lennon o chefe da delegacia de polícia.

       - Ele ainda acredita que ela o amava. Sua alma é comandada pelo corpo de Lennon, o inverso que acontece com você Peg! Após a ‘buscadora’ ter sumido pelo deserto... – O que ela continuou a dizer eu não pude ouvir, era inacreditável. Lacey, esse nome não me era estranho. Era a MINHA buscadora!

      - O que foi Peg? – Sarha e Steven me olharam curiosos.

      - Ela era a minha buscadora! – Todos olharam espantados.

     - Isso é incrível..É UAAAU! – Eles não conseguiam gesticular nada.

     - Digo o mesmo!

 O assunto morreu ao percebermos que já devia ser por volta de meio-dia. Finalmente chegamos a estrada e articulamos um plano um tanto brutal para a primeira alma que passasse na estrada, era errado, mas no momento eu só pensava me Ian. Meus escrúpulos, meu caráter, nada era válido se eu não estivesse ao lado dele. Todos se esconderam e eu inocentemente comecei a gritar na beira da estrada, me ajoelhei no chão de terra e fingia chorar em desespero. Uma alma no corpo de um senhor de mais ou menos 50 anos parou e desceu do carro... Se direcionou até mim agachando-se com dificuldade:

      - O que há minha jovem? – Ele olhava assustado e suas rugas formavam um ‘T’ em sua testa.

     - Eu estou grávida e sinto fortes dores, meu marido disse para eu não sair de casa com esse sol quente, mas eu não dei ouvidos a ele... – Eu colocava a mão em minha barriga lisa por baixo da blusa aparentando um maior volume, sem que o senhor notasse.

      - Deixe-me ajud... – Antes que o senhor acabasse de formular as palavras Ethan veio por trás e bateu devagar com um pedaço de pau em sua cabeça, mais o suficiente para derrubar e deixar o senhor desacordado. O colocaram para fora da estrada e entramos dentro do carro. Steven deu partida e seguimos o local mais provável segundo eles que Ian estaria.

Eu posso lhe ver claramente

Vividamente aceso em minha mente”

 O lugar era fora de Tucson, voltando novamente para a mata. Deixamos o carro em meio a longas árvores da floresta que o escondiam para que ninguém o visse. Nos embrenhamos numa trilha, a mesma em que Steven havia encontrado a velha casa em que ele torturava Sarha. Eu sussurrei baixinho ainda com dúvidas:

       - Como ele pode estar por aqui, se foram guardas que o pegaram? – Eu não conseguia entender.

      - Peg, todo caso grave que acontece na cidade é mandado para ele que dificilmente encontra soluções coerentes para o bem da ‘nação’. – Eu engoli em seco, imaginado o que possivelmente ele faria com Ian... Seguimos o resto da trilha e finalmente encontramos uma casa velha e rústica de madeira, parecia abandonada. Mas uma caminhonete preta ao lado dela mostrava exatamente o contrário, os pneus sujos de barro mostravam que havia alguém lá...Meu coração palpitava freneticamente. Algo dentro de mim dizia que hoje eu reencontraria o meu amor, o meu IAN!

E você ainda está tão longe

Como uma estrela distante que estou desejando esta noite”

CONTINUUUUA...

Música: My All – Mariah Carey


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Notas finais do capítulo

Perceberam? Garotas, essa parte da fic se divide em três partes, o primeiro foi o anterior, esse é o segundo e o próximo será o desfecho final do sumiço de Ian, mas é claro que a fic ainda esta longe, bem longe, beeeeeeeeeeeeeeeeem (já entenderam kk) longe do fim!Eu amo escrever pra vocês, porque eu esqueço de tudo e viajo aqui!
Medo? kkk. Não me matem por deixa-las com uma puguinha atrás da orelha. Prometo surpreende-las no próximo cap ok? Um beijo enorme a todaas vocês. Obrigada pela paciência e preferência!kk
REVIEWS? RECOMENDAÇÕES? São mais que bem-vindos! 8)