Lua Vermelha escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 5
Capítulo 3 - Dia-a-dia


Notas iniciais do capítulo

Okay, mais um cap para vocês. Espero que gostem, comentem bastante que assim eu venho postar

Beijinhos ;P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/87350/chapter/5

Capítulo 03 – Dia-a-dia.

 

- Eu queria saber onde foi que o Jacob se meteu na outra noite. – Leah resmungou. – Ouvi uivos.

- Eu o vi entrando na floresta, indo em direção a praia. – Bella concordou. – Deve ser outra daquelas reuniões secretas para lobos.

- Né.

 

As duas estavam no estábulo. Leah estava sentada sobre uma grande pilha de feno, enquanto Bella escovava a crina da égua branca de focinhos pretos. A égua mantinha sua cabeça abaixada, recebendo os carinhos da sua dona.

 

- Pronto Leah, vamos! – Bella exclamou.

 

Leah saltou de onde estava e fez um sinal para que ela saísse. Bella ajeitou seu rabo de cavalo e então montou na égua, que trotou devagar até a saída do estábulo. Poucos segundos depois, ouvia-se um leve rosnar, o som de uma respiração mais pesada e um bater de patas mais intenso; Bella olhou por sobre o ombro e viu a figura imponente de um lince*, uma espécie de um grande tigre de feições mais delicadas. O lince-Leah andou em direção a Bella e então virou a cabeça, apontando para onde deveriam ir.

 

Bella e Leah correram em direção a um dos campos na parte norte da imensa propriedade, dando de encontro com Jacob, que voltava da floresta com sua camisa na mão, vestindo apenas uma bermuda. O sol reluziu as gotas de água em seu abdômen, Bella desviou o olhar e então encarou o sorriso dele.

 

- Aonde vão?

- Correr. – Bella respondeu. – E não, se fossemos sair daqui, eu não levaria um lince ao meu lado. – Ela debochou.

 

Os olhos da lince ao lado do cavalo branco piscaram e um rosnado baixo saiu do peito dela. Leah virou-se em direção ao campo verde e bateu a cauda em Jacob. Ele ergueu uma sobrancelha.

 

- Sabe que ela fica irritada com essa sua superproteção excessiva. – Bella resmungou. – E não adianta nos olhar assim.

 

Bella deu uma leve batida na lateral do animal em que estava e foi rumo ao topo da colina, onde Leah a esperava. A brisa vinda do mar soprava gentilmente, esvoaçando o cabelo castanho de Bella e balançando os pelos da lince-Leah. O cheiro era característico; Leah ergueu o focinho e inspirou profundamente, sentindo o aroma do orvalho da floresta litorânea e da misturas de sais que era a água do mar.

 

De onde estavam, via-se toda a propriedade. Elas não ousavam ir mais para cima, pois a antiga mansão incrustrada na montanha não ficava tão longe dos limites da reserva de Jacob Black. Bella desceu de sua égua e sentou-se ao lado de Leah, que apoiava a cabeça nas patas.

 

O sol estava quase a pino, isso significava que entre tantas cavalgadas, corridas e descansos no campo, o horário do almoço estava quase chegando. O sol forte brilhava e reluzia no oceano, as árvores farfalhavam com o vento e pétalas desprendiam-se de flores naquela linda paisagem.

 

- Será que moram vampiros lá? – Bella perguntou, mais para si mesma do que para a amiga transmorfa ao seu lado.

 

A grande lince ergueu sua cabeça e olhou para a casa que distava algumas milhas dali. As paredes brancas, pintadas como se fossem ontem e o telhado contornado por árvores e trepadeiras. Portas e janelas fechadas. Ela bufou e voltou a olhar para o mar.

 

- Isso porque eu sempre pensei que vampiros vivessem em castelos. Tipo Drácula, sabe... – Bella resmungou. Leah revirou os olhos e bateu a cauda no chão. Como se já não existissem anormalidades suficientes, Leah pensou.

 

A grande lince levantou-se e olhou para o céu, então para Bella, que entendeu que deveriam voltar.

 

(N/A: *Lince – Da família dos felinos e da espécie dos lynx. Algumas espécies são nativas da América do Norte, Europa e Sibéria. É um predador nato. Animal que produz sons baixos e quase inaudíveis, tornando sua presença imperceptível.)

 

[...]

 

Jacob estava em seu escritório na grande casa durante boa parte da tarde. Aproximavam-se das seis da tarde e logo o sol começaria a se por. Ele mantinha uma expressão de preocupação no rosto, enquanto falava com alguém no telefone.

 

-... Tenho que arranjar outra forma, Billy. – Ele passou as mãos cabelo. – Não obtive progresso algum, pelo contrário, se eu me aproximar mais vou ser rejeitado e então tudo estará perdido.

 

“Ganhe a confiança dela, ou terá que torná-la prisioneira.” A voz áspera dizia do outro lado da linha.

 

- Eu jamais faria isso. Se acontecer algo assim, sabe que Leah estará sempre do lado dela. Ela nunca nos viu com bons olhos. –Jacob murmurou.

 

Nesse instante, Leah e Bella, que estavam passando perto da porta, ouviram parte da conversa de Jacob com o desconhecido no telefone. Elas se entreolharam e subiram para o quarto, sem dizer uma palavra. Quando entraram, Bella trancou a porta e ligou o som num volume alto.

 

- O que significava “tudo estará perdido”? – Leah questionou.

- E “eu jamais faria isso. Se acontecer algo assim, sabe que Leah estará sempre do lado dela. Ela nunca nos viu com bons olhos.”. – Bella repetiu a frase, sussurrando, temendo ser ouvida.

- Você é boa com memória. – Leah comentou casualmente, mas então sua expressão tornou-se preocupada. – Eu não sei o quer dizer, mas precisamos descobrir.

- Seja lá o que for, de uma coisa eu sei. Eu e você estamos nessa.

 

[...]

 

O sol já estava se pondo. A imensa bola de fogo, que antes reinava em meio ao azulado do céu e as nuvens de algodão, agora tinha sua maior parte escondida no horizonte. Uma pequena fresta de luz entrava no quarto em que Edward e Tanya estavam. A vampira escultural levantou-se, deixando o lençol escorregar por suas curvas, indo em direção a janela. Ela observava o sol se pôr, de longe, sem encostar na luz. Edward finalmente abriu os olhos, depois de um sono diurno agitado na companhia de Tanya. Ele correu seus olhos desde os pés, até o topo da cabeça da vampira. Levantou-se, deixando seu corpo nu ser envolvo pela brisa morna da noite quente. Abraçou Tanya por trás.

 

- Sente-se melhor? – Ela perguntou. – Eu não me aproveitei muito de você.

- Não se preocupe, estou bem. Não se pode aproveitar muito de um vampiro... – Ele sorriu torto e correu seus lábios pelo pescoço dela, que arfou. – De qualquer maneira precisarei caçar. Vamos ver com Alice, ela nos dirá se a noite é adequada.

 

Edward terminou de abotoar sua camisa e calçou os sapatos. Esperou pacientemente que Tanya colocasse a roupa que antes estava largada em algum canto do quarto, até que pudessem descer. Alice e Rosalie folheavam revistas e mais revistas de moda. Emmett e Jasper jogavam uma partida de xadrez com quatro tabuleiros; Emmett perdia, é claro.

 

- Vejo que a noite foi boa! – Emmett debochou. – Ele não está de cara feia, meus parabéns, Tanya!

- Emmett! – Edward rosnou.

- Só estou falando a verdade, maninho. Não sou eu o mal-humorado da família. – Ele riu mais uma vez, mas logo desfez seu sorriso, quando viu Jasper dar o xeque-mate em seus dois reis.

- Que seja. – Jasper resmungou. – Emmett e eu vamos caçar hoje. Vai?

- Vou. – Edward sibilou.

 

Ele saiu na companhia de seus dois irmãos, enquanto Tanya discutia as novas tendências da moda com Alice e Rosalie. Ouvia-se somente o farfalhar das folhas pela mata. Os três correram em meio ás arvores, descendo a montanha e indo em direção a cidade. Jasper fez um sinal para que continuassem, então, eles chegaram à cidade vizinha.

 

Edward parou em uma rua escura e encostou-se na parede alta. Uma ou outra mulher passava por ali e não notava sua presença. Mas ele sabia que teria que esperar para não chamar a atenção. Quando ergueu novamente o olhar, havia uma mulher morena parada a sua frente.

 

- Precisa de ajuda? – Ela perguntou.

- Preciso. – Ele respondeu num tom sedutoramente fatal.

 

Aquela seria sua presa.

 

A mulher não respondeu. Acompanhou as mãos frias de Edward percorrendo sua cintura e subindo por debaixo da blusa frouxa. Seus olhos se encontraram e qualquer linha de raciocínio que ela tinha naquele momento, se perdeu. A respiração dela tornou-se mais acelerada e irregular, as veias pulsavam fazendo com que o sangue dele fervesse cada vez mais. Edward a beijava avidamente, não dava tempo para que ela respirasse. Aproximou o corpo delineado para si, sentindo os seios dela roçarem em sua camisa.

 

Era o início da noite.

 

O corpo da mulher morena estremeceu ao sentir as mãos frias dele percorrerem toda a extensão da sua coluna. A pele morena arrepiou-se e ela se derreteu com as carícias que o desconhecido estava lhe proporcionando. As mãos da morena eram ágeis, desabotoavam a camisa com habilidade. Mas Edward antecipou-se.

 

Mal sabia ela que aquele seria seu último momento de prazer.

 

Os lábios dele eram ligeiros junto aos dela, logo, trilharam um caminho muito conhecido por ele.  A pele sobre a jugular foi lambida e então recebeu a mordida. A mulher arfou com as sensações que ele lhe dava. O sangue quente e adocicado escorria garganta abaixo e pelo canto da boca dele. Ele parou, encarou-a; ela sorria feito boba, não fazia idéia do que estava acontecendo ao seu redor.

 

Edward a apoiou na parede e então lambeu a ferida. Deslizou mais uma vez seus lábios pelos dela e então a encarou, com os olhos agora dourados.

 

- Nos vemos por aí. – Ele sibilou contra a bochecha dela.

- Pobre coitada. – Resmungou Jasper, ao ver Edward deixando a moça.

- Delicinha. – Emmett sibilou.

- Quer voltar?

- Não, Jazz. Quero sair. Vamos. Vamos beber alguma coisa. – Edward sorriu torto.

- Já bebi, estou cheio. - Emmett disse passando as mãos pela barriga, como se ela estivesse estufada, quando estavam dentro do volvo prateado. – Mas é visível a diferença que a Tanya lhe faz. Talvez devesse...

- Emm, não complete sua frase, por favor. Eu já tenho aborrecimentos demais e, acredite desmembrá-lo vai ser só mais um.

 

O volvo prateado correu pelas ruas de Seattle, parando em um agitado barzinho, Grill’s, era no nome do lugar, que tinha aparência de uma choupana da floresta – bem típico para a região. As paredes eram feitas de toras largas e compridas; o ambiente por dentro era acolhedor, desde jovens até adultos freqüentavam o lugar. Os três vampiros entravam no recinto e olharam a sua volta, procurando um lugar tranqüilo em que pudessem se sentar.

 

- Whisky duplo. Com gelo. – Jasper pediu.

- O mesmo! – Emmett e Edward disseram. Alguns minutos depois, a garçonete baixinha trouxe em sua bandeja três copos com a bebida.

- Porque quis vir aqui?

- Eu só precisava de um lugar onde não tivesse preocupações e todos ao meu redor falando que eu vou ter que matar alguém, Jazz. – Edward respondeu.

- Então... o velho Ed não é tão durão como aparenta, hein?! – Emmett riu e depois bebericou o copo com whisky.

- É porque não é com você.

- Não, sério, eu te entendo. – Emmett encarou-o. – Posso parecer meio idiota...

- Meio? – Edward riu.

- Ok, sei que às vezes sou um completo idiota, mas eu sei que você se sente sobrecarregado. – O vampiro musculoso murmurou. – Afinal, não somos tão cruéis como transparecemos, não é?

- Talvez. – Jazz riu. – Talvez sim, talvez não.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lua Vermelha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.