Lua Vermelha escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 39
Capítulo 37 - Mudanças




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Capítulo 37 – Mudanças

Por conta de alguns problemas com vôos, Edward, Bella, Matt e Leah tiveram que ficar em Chicago por mais uns dias, até que tudo se resolvesse... Não que vôos fossem problemas para vampiros, afinal eles podiam chegar em Chicago em questão de minutos ou horas...

As coisas não mudaram muito depois da primeira conversa com Elizabeth. Bella e Leah tentavam decifrar o dilema que estava torturando Edward; as duas estavam no mercadinho próximo a residência. O sol estava pino e só restou a elas ir comprar alguns mantimentos para um jantar decente, visto que todos os outros eram vampiros e não pretendiam comer.

- Edward anda quieto, não é? – Leah perguntou.

- Você também percebeu? – Bella murmurou. – Essa história toda mexeu com ele.

- Por causa da mãe dele, né?

- É. Acho que ele está dividido. Uma parte dele acha que ele tem que recuperar aquele amor de mãe e filho que existia quando os dois ainda eram humanos. - Bella falou, ao mesmo tempo que dava o dinheiro para o balconista. – Obrigada. – Ela agradeceu.

- E a outra parte dele não consegue mais ver uma relação assim. – Leah supôs.

- bem isso. Eu queria ter alguma outra forma de reconfortá-lo, mas não vejo como. Talvez só se eles dois conversarem e esclarecerem.

- Mas não é só ele que está sofrendo. – Leah falou. – Quando chegamos na casa, haviam porta retratos na mesinha e, na outra sala, havia um grande retrato, acho que era uma pintura de um homem. Assim que entrei, Elizabeth me viu olhando e fechou a porta. Não é como se ela tivesse passado esses anos como o Edward, que aparentemente, não tinha mais os pais biológicos... Ela sabia que o filho tinha sido salvo, mas não o encontrou, ou não conseguiu...

- ou não quis. – Bella respondeu. – acha que ela faria isso? Mesmo sabendo que ele estava vivo, não ir procurá-lo? Mesmo naquela época, ela conseguiria achar o nome de Carlisle e então procurá-lo... Mesmo que levasse anos.

- Esta é mesmo uma questão interessante. Vamos tentar descobrir. – Leah falou.

As duas continuaram seu caminho pela curta alameda, até virarem a conhecida esquina e então chegarem á rua da casa. Bella e Leah pararam na esquina e observaram aquele pequeno lugar, ainda existia o paralelepípedo e as casinhas antigas. Se forçasse mais, podia imaginar alguns vultos negros e Elizabeth sendo atacada. Talvez Elizabeth, sua sogra, ser uma Swan fosse apenas uma coincidência.

Era final de tarde e o crepúsculo tingia o céu. Aquele era o único momento em que dia e noite estavam unidos, era o único momento em que sol e lua podiam se encontrar. Fermín e Matt se levantaram, sendo seguidos por Edward e Elizabeth, que terminava de arrumar sua cama, quando vislumbrou a figura de Edward á porta de seu quarto. Os outros dois pareceram perceber do que se tratava e resolveram sair, dando privacidade aos dois.

- Como foi durante esses anos? Você parece estar presa no passado e ao mesmo tempo seguindo em frente... – Ele murmurou.

- Não foi fácil. – Ela falou. – Ás vezes me sinto sozinha, mas então lembro que você estava vivo, em algum lugar... Isso já me deixa satisfeita.

- Não tentou me procurar? – Ele perguntou, deslizando o dedo pela lateral da poltrona que sue pai sentava quando estava no quarto.

- No começo sim, cheguei bem perto. Havia descoberto que havia um Edward Masen vivendo em Oregon, mas desisti. -  Ela disse baixo. – Me perdoe...

Elizabeth parou em frente á Edward. Novamente, ela queria poder abraçá-lo e ao menos sentir que seu filho ainda estava ali. Ao contrário do que pensava, Edward ainda era o mesmo Edward de 1918. Edward viu em sua mente uma imagem sua, abraçada a sua mãe, quando ainda era humano. De alguma forma, ela conservava todas aquelas lembranças, que para ele não passavam de resquícios.

Ele esboçou um sorriso, e Elizabeth não se conteve. Abraçou-o. Segundos mais tarde, se afastou.

- Então, só tem Matthew como irmão? – Ela perguntou.

- Não. Tem mais cinco que vivem comigo. Quatro deles são meus irmãos. – Edward falou, sabendo que aquela resposta acarretaria a pergunta que faltava ser feita.

- Imagino que este um... Seja companheira de Carlisle, certo? – Ela supôs.

- Sim. Logo depois que Carlisle me transformou, ele encontrou Esme e a transformou. Depois veio Rosalie, Emmett e então Alice e Jasper, que não foram transformados por ele, apenas nos encontraram.

- Um grande clã. – Ela disse. – E depois Matthew.

- Sim. Na verdade, nos tratamos mais como uma família, do que como um clã. – Ele disse baixo. – Esme tem se dedicado a nós durante todo esse tempo. Nos ensinou muito.

- nós não somos mais como antes, Edward. Mas...

- Não dá. – Ele se antecipou. – Existe um século de diferença entre nós, passamos por situações diferentes. – Ele deixou-se cair na poltrona. – Não nego que fico feliz em vê-la bem, mas mesmo assim, não consigo mais vê-la como minha mãe, nem como chamá-la de mãe. Desculpe-me se isso magoa. Você era minha mãe, quando humana. Você mesma disse que desistiu de me encontrar. Mesmo se me encontrasse, aquela ligação que tínhamos nunca seria a mesma.

- Tem razão. Não somos mais os mesmos. – Ela deu um sorriso singelo.

- Esme é minha mãe agora, embora ela não precise cuidar o tempo todo de todos nós... – Ele comentou.

- Eu entendo. Não irei para Treesville com vocês amanhã. Ficarei aqui. Vamos ser bons amigos agora... – Ela disse baixo, entorpecida pela dor que surgia em seu peito. – É difícil para dizer isso... Mas depois, seria melhor se não nos víssemos mais. Vou ajudar Bella o quanto eu puder, mas depois...

- Eu sei. – Ele respondeu.

(...)

- Acho que já podemos voltar. – Matt comentou.

- Você conseguiu ouvir a conversa? – Leah perguntou.

- Não, Edward disse. – Ele deu de ombros.

- ... Vou vir visitar a senhora Masen quando puder. Segunda – feira a livraria volta ao seu funcionamento e eu sou o detetive de livros daquele lugar. – Fermín tagarelava.

- Detetive de livros? Para um vampiro deve ser fácil. – Bella riu.

Os quatro caminhavam pela pequena rua. Já havia escurecido e Edward e Elizabeth conversavam sobre banalidades, amenizando o clima que haviam criado. Bella passou pela porta, e os encontrou no escritório, que antes estava fechado. Ela deixou as sacolas na cozinha e foi ao encontro dele. Elizabeth observava a cena, silenciosa.

- Oi, amor. – Edward deu um beijo singelo em seus lábios. – Tudo bem?

- uhum. Com você? – Ela estreitou os olhos, quando sentiu Edward um pouco triste, embora ele não demonstrasse.

- Bem. – ele sorriu. – Minha Bella... – Ele sibilou.

Naquele instante, Elizabeth concluiu que seu filho Edward ainda estava lá, intacto, cavalheiro e gentil, mesmo depois de um século. Quem havia mudado era ela, não ele. Ela havia deixado de ser a Elizabeth Masen há muito tempo.

- Hum? – ergueu uma sobrancelha, ao ver todos se reunindo naquela sala e seu amado se ajoelhando á sua frente.

- Eu vinha pretendendo fazer isso há algum tempo. – Ele falou sorrindo. – Desde que a vi pela primeira vez, não consegui tirar a sua imagem da minha cabeça. Em pouco tempo, me vi apaixonado pela sua imagem e então, quando você chegou em casa, percebi que eu já te amava. Eu te amo cada dia mais, e tenho certeza que fomos feitos para ficar juntos. Quer se casar comigo?

Em Treesvilee, Alice saltara do sofá com a visão de Edward pedindo a mão de Bella, minutos antes da visão se concretizar. Ela sabia que Bella acabaria cedendo e então começou a fazer anotações e reunir coisas para organizar o casamento. A casa havia ficado em festa no mesmo instante.

- Oh Deus, também te amo, Edward. Não tenho dúvida que pertenço a você, sendo uma jovem talento, ou sendo uma humana comum. Eu te amo! – Ela o abraçou, assim que o anel deslizou por seu dedo.

- Eu te amo. Vou estar sempre ao seu lado. Vou te proteger custe o que custar. – Ele sibilou contra os lábios dela.

- Finalmente, já estava na hora de tomar uma decisão. Estava me perguntando quanto tempo ia levar para pedi-la em casamento. – Matthew riu alto.

- É, eu me pergunto o mesmo, em relação a você e Leah. – Bella mostrou a língua.

(...)

Alice estava num complicado jogo de cartas com seus irmãos, quando sua vista escureceu e suas cartas caíram. Emmett, num impulso reclamou, porém Jasper, que sempre estava atento á fadinha, largou o jogo e virou-se para ela, que mantinha uma expressão calma.

- Não deve ser nada tão alarmante. – Rosalie comentou.

- O que você está vendo? – Emmett perguntou. – Alguma coisa com o Ed? Matt? Com a Bella?

- Não. – Ela disse franzindo o cenho. – Eu só vejo uma praia.

- Só pode ser a da reserva. Olhe ao redor, Alice. – Jasper instruiu, segurando sua mão e a mantendo calma.

- Sim... tem aquele penhasco. – Ela murmurou. – Está de noite.

- Algum de nós está na sua visão? Um borrão?

Ela esperou alguns segundos antes de responder.

- Não. É só a praia. – Ela sacudiu a cabeça.

- E os lobos? Sempre que eles estão envolvidos as suas visões somem. – Rose sibilou.

- Também não. É só a praia. – Ela deu de ombros. - Talvez vá acontecer alguma coisa lá. Espere!

Alice fixou seu olhar num ponto e então deixou-se levar pela visão. A primeira praia da reserva estava deserta. O céu estava negro, como se um manto de veludo estivesse cobrindo aquela parte do  globo terrestre. Não havia nuvens, só a brisa marinha...

- Só o mar agitado, maré alta. Estrelas cintilando. Ondas fortes. Lua cheia. Existe um circulo vermelho em volta da lua, como se fosse uma aura...

- Alice? – Esme apareceu na sala, de repente. – Você disse... Lua cheia com uma aura vermelha em torno dela?

- Sim, Esme. Sabe o que significa?

- Consegue saber se essa noite vai demorar para acontecer? – Esme perguntou novamente.

- Está nítida o suficiente para que eu veja grãos de areia se movendo e sinta o cheiro do mar. – Alice respondeu.

- Mãe, o que está havendo? – Rose perguntou.

- Quando uma lua cheia, com um círculo avermelhado em torno dela, aparece no céu, quer dizer que a verdadeira Lua Vermelha vai acontecer. – Esme falou. - Ligue para o Edward, Emm. Avise que eles têm que estar de volta o quanto antes.

--

Dois dias depois...

As visões de Alice estavam incessantes. A todo momento sua mente era invadida por novas imagens, ora uma Lua Vermelha brilhava no céu, ora um clã inteiro de vampiros dizimavam mulheres, vampiras e crianças. Nenhum deles tinha certeza do que estaria por vir, a única coisa que sabiam, era que os Volturi eram os culpados da vez.

Bella já estava em casa, estava sentada em frente a TV, saboreando um prato de fritas e um copo de coca – cola que pegara na cozinha, com Leah sempre ao seu lado. Carlisle, Esme, Matthew e Edward haviam ido caçar, prometendo voltarem o mais cedo possível, isso deixava Bella e Leah a mercê das piadinhas de Emmett por um bom tempo. Jasper estava disputando uma difícil partida de xadrez com oito tabuleiros com Rosalie, enquanto Alice desenhava dois novos modelos de vestidos de casamento, quando o lápis caiu de seus dedos hábeis.

- Alice? – Jasper voou ao seu lado.

- Volturi. – Ela sibilou. – Oh Deus! – Ela fechou os olhos e colcou-se ao peito de Jasper.

- Eles estão matando-as. –bella sibilou debilmente, quando percebeu que deixara suas barreiras mentais tão abertas, que conseguia ler a mente de Alice com facilidade.

- Bella... – Emmett a segurou antes que ela caísse no chão. – bella, acorda...

- Eles vão matá-la. Eles vão nos matar. Eles querem a Bella. Eles querem... – Alice sussurrava, aflita.

- Shii, não vamos deixar que nada aconteça, Alice. Vai dar tudo certo. Alguma coisa vai mudar, você vai ver. –Jasper tentava acalmá-la.

- ursinho, ligue para Carlisle. Diga para voltarem. – Rosalie pediu. – Nós não vamos deixar que nada aconteça, Allie, você vai ver. Vai dar tudo certo.


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