Lua Vermelha escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 18
Capítulo 16 - Escolhidos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/87350/chapter/18

Capítulo 16 - Escolhidos

- Eles vão perguntar, Lee.

- Eu sei. Não sei como não nos encheram de perguntas ainda. – Ela respondeu.

- Lembra o que Jacob disse... São meio que... Dois lados, certo? E... Se for assim... Céus, eu tenho que escolher?

- Precisamos conversar. – Edward falou com uma voz quase fria.

Bella engoliu seco. E agora? Deus, o que eu faço? Ela dizia para si mesma. Nem a xícara de chá em suas mãos lhe mantinha calma o suficiente para ter aquela conversa. As duas sabiam que teriam que revelar o segredo. Eles são frios...

- B? – A menina morena chamou a atenção da prima. Não sei o que fará Bella, mas agora é com você.

- Nós estávamos fugindo de Jacob Black. – Bella murmurou.

- Percebemos. – Tanya disparou.

- Eu... Não sei como explicar. Não... Sei se devo. – Bella engoliu seco. Como podia saber se valia a pena entregar todo o seu segredo para os frios?

- Você é a nova jovem-prodígio. – Edward disse baixo.

- Co-como-o sabe? – Bella gaguejou.

- Minha irmã é uma vidente e viu sobre vocês. Na verdade, já sabíamos que estavam fugindo do Black. – Edward contou.

Bella levantou-se e passou a mão entre os fios de cabelo. Estava nervosa e não sabia como agir. Estava no meio de vampiros que sabiam a verdade sobre ela. Não podia confiar em Jacob e não sabia se podia confiar naqueles que ajudaram a escoltá-las em sua fuga. Seus olhos percorreram a sala de estar e encarou um a um. Os cabelos provavelmente macios e ondulados de Matt, sua mão roçando – inconscientemente - sobre a de Leah; as ondas compridas do loiro daquela vampira deusa da beleza, o olhar... doce? Que vinha de sua face... E por fim... As orbes topázio de Edward Cullen, seu salvador de outrora e de hoje. Os cabelos cor de cobre e a expressão de um deus grego.

Estou perdida. Ela passou o dedo pela gota de suor.

- Obrigada, isso ajudou. – Ela admitiu. – Eu descobri essa coisa há pouco tempo, nem sei direito como funciona... Mas...

- Você está assustada. – Tanya interrompeu-a, lendo os sentimentos de Bella. – Ouvir todos dizendo que você tem que ficar com o Black ou com... Um da nossa espécie para que alguém sobreviva não é fácil.

- Sim, você entende. – Bella murmurou e jogou seu corpo na poltrona. – Por mais que a Leah confie no Matt, como vou saber que posso confiar em vocês? Digo, não que isso vá se prolongar porque eu pretendo fugir...

- Bella... – Edward interrompeu-a. – Sei que é complicado, acredite eu sei como se sente. Não quero que tenha mais pressão em sua cabeça, mas se fugir, não serão os humanos condenados...

- Seremos nós. – Matthew completou.

- Deus!! O que faço?!! Mamãe me ajuda! – Bella disse baixinho.

“Bella, filha, vai dar tudo certo. Eu sei que pode confiar neles. Não escolha ainda, escolha viver, Bella. Seu coração vai te guiar, tenho certeza.” A voz de Renée Swan soou suave como uma canção de ninar, acalmando o coração desesperado de Bella.

“Edward, talvez se as levarmos para a mansão, Esme poderá ajudar Bella. Tenho certeza.” Tanya pensou. “Ela está aflita... Sei que parece estranho eu estar agindo assim, mas... É com ela que você deve ficar.”

Edward enrijeceu-se com as palavras incrivelmente doces de Tanya. Ela estava sendo sincera, ele podia perceber. Não havia aquele tom sensual e malicioso em sua voz ou em seus pensamentos.

- Quem?

- Quem o quê, B.? – Leah disse curiosa.

- Eu. – Edward murmurou quase inaudivelmente.

O silencio passou de agradável, para tenso. Nenhum deles conseguiu pensar o que dizer naquele momento. As palmas da mão de Bella suavam e seu coração estava acelerado. O que dizer para o vampiro que tecnicamente deveria possuí-la? Bella estava constrangida.

- Por que vocês duas não dormem um pouco? Nós ficaremos de guarda. – Matt falou.

- Tem razão. Precisamos mesmo dormir. – Leah assentiu e puxou Bella pela mão.

- Obrigada. – Bella disse a eles antes de subir.

Matt aconchegou-se na poltrona, onde podia esticar os pés. Não que precisasse, mas era bom fazer aquilo e não ficar parado na mesma posição por muito tempo. Edward sentou-se no sofá maior e Tanya colocou a cabeça em seu colo, seus pés estavam esticados até o outro braço.

- Vai amanhecer em pouco tempo. – Tanya disse baixo. – Eu não quero ter que sair no sol, não sou como vocês.

- Tem razão. Vou pedir para Alice ver como vai estar o tempo amanhã. – Edward respondeu.

- Vamos deixá-las dormir por algum tempo, até que seja seguro que elas saiam. – Matthew sibilou. – Black acreditará que elas subiram e entraram em nossas terras. Ele sabe que elas não se arriscariam na cidade por causa de seus olheiros.

- Esperamos que ele acredite nisso.

[...]

Na casa de campo, Jacob esticava suas pernas no sofá e os outros lobos ajeitavam-se na sala de estar. Estavam todos exaustos por virar a noite procurando pelas duas meninas. Uma das criadas arrumou a grande mesa da sala de jantar para que eles almoçassem depois de tirarem um bom cochilo na sala. O cheiro da comida despertou todos eles, que logo se dirigiram para a mesa. Estas eram as vantagens de estar num bando que tinham um líder com uma casa grande e comida boa.

- Não adianta você procurar por elas agora. Deixe que dêem sinal, que apareçam na cidade. – Paul dizia, enquanto mastigava o bife.

- Paul... Tem razão. – Seth murmurou entre mordidas. – Além do mais, vamos ter uma guerra de qualquer maneira.

- Podíamos raptá-la quando tivermos a chance. – Paul falou novamente.

- Esta sim é uma boa idéia. – Ele disse num tom frio. – Eu tentei ser bom, mas não posso mais esperar. Por hoje estão dispensados. Amanhã começaremos a planejar nossos primeiros movimentos.

[..]

- Bella... Acorda.

- Hã... Que... horas são?

- Hora de comermos alguma coisa e sairmos desta casa. Não podemos mais ficar aqui.

- Certo. Preciso pegar algumas coisas na biblioteca. – Bella levantou-se da cama de seu antigo quarto e se vestiu.

A conversa da noite anterior não saia de sua cabeça. Então ele é o cara. Ela pensou, lembrando-se das feições de Edward Cullen. Até que é bonito. Mais que Jacob. Por um instante, uma pontada de esperança surgiu em seu peito. Teria alguma outra escolha que podia ser feita? Talvez não seja tão ruim. Um lado de sua mente lhe dizia. Mas ele é um frio, Bella. O outro lado teimava.

- Boa tarde! – Tanya disse às duas quando desceram dos quartos, carregando suas mochilas agora mais pesadas.

- Oi, Tanya. – Bella respondeu.

- Bom, eu achei que estariam com fome. Então... Fiquem a vontade.

Bem, se eu não posso ficar com o Edward por causa dela... Tanya murmurava para si. Vou pelo menos fazer a coisa certa. Ela pensou. Não serei como Irina. Jamais.

Irina Denali era a irmã de Tanya, a mais nova e a mais rebelde, a mais insensata e a mais egoísta das três irmãs succubus. Kate e Tanya agüentaram a irmã e suas armadilhas por muito tempo, até que um dia, ela foi executada pelo clã Volturi por suas imprudências.

- Hum... Isso está muito bom, Tanya. – Leah elogiou as panquecas. – Bella, me passa o suco.

Bella olhou para a jarra e imediatamente, a fez flutuar pelo espaço que havia entre elas. Esse pequeno gesto chamou a atenção dos vampiros, que observavam a cena. Leah e Bella riram. Talvez não seja tão ruim ser o que sou. Bella pensou de forma encorajadora.

- Preciso pegar alguns livros e papéis que estão na biblioteca.-  Bella falou a eles. – Será rápido.

A jovem cruzou a sala de estar e parou em frente à porta de correr. Tirou a chave do seu bolso e girou-a no buraco da fechadura, quando destrancou, empurrou as duas partes, que fizeram as partículas de poeira levantar. Preciso lembrar-me de vir limpar isso aqui. Ela encarou o lugar, que por mais que estivesse mobiliado há alguns anos, estava bem empoeirado.

Bella pegou o livro de capa verde escura, alguns papéis que ela e Leah olhavam da última vez e mais dois livros que estavam separados. Colocou tudo em outra bolsa e ficou observando o lugar por algum tempo. Imaginou sua mãe e seu pai debruçados na escrivaninha... Seus pais com seus óculos de grau, lendo algum daqueles livros e sua mãe entrando pela porta com um jarro de suco ou uma lata de cerveja. Queria que isso fosse real. Em seu íntimo, sabia que Jacob estava relacionado à morte de seus pais, mas não sabia até que ponto.

- Bella, pegue aquele livro. – Leah disse a prima, que logo olhou para o exemplar e o fez flutuar até suas mãos.

- Está ficando prática. – Edward riu. Nem ele e nem ela, tinham se falado desde a noite anterior, quando ele lhe disse que era o escolhido para tê-la.

- Até que gosto disso. E de algumas coisas mais. – Ela lembrou-se de quando conseguiu fazer a cabeça de Jacob quase explodir de dor. Ficou pensando se conseguia fazer com vampiros também. – Podemos ir agora.

- Precisaremos ir pelo mesmo lado que entramos, assim não corremos risco de encontrar algum lobo. – Matthew explicou. Só que precisamos ir pela sombra.

- Por quê?

- Tanya não tem a mesma resistência ao sol que nós dois temos. – Edward falou.

- Ah, sim... – As duas assentiram.

Leah subiu rapidamente para seu quarto e tirou suas roupas. Logo, começou a sentir o calor percorrendo sua espinha e sua coluna, vértebra por vértebra, até o último cílio. No segundo seguinte, uma lince** batia as patas no chão do aposento.

- Isso vai ser interessante. – Tanya riu baixo, entregando a mochila de Leah para Matthew.

Quando trancou a casa, os quatro – e mais uma lince de tamanho médio - viraram a esquerda e seguiram pelas ruas até que chegassem a parte de trás do centro da cidade. Treesville não era grande e seu centro possuía apenas algumas quadras, sendo que os arredores eram áreas residenciais. Tanya caminhava perto da parede, o mais longe possível do sol, embora não entrasse em combustão espontânea como os vampiros comuns (aqueles que não têm sangue nobre*), sua pele ganhava queimaduras leves. Ela trajava um casaco comprido, que protegia sua pele marmórea dos raios uv.

- Agora podemos correr. – Edward murmurou, assim que eles entraram sorrateiramente na mata.

- Ótimo. – Bella sorriu. Se tinha uma coisa que ela gostava, era correr nas costas do imenso felino que Leah se metamorfosearia.

E ela não estava errada. Leah soltou um rosnado e logo sua pelagem clara e cinzenta foi trocada por uma negra. Seu tamanho quase triplicou. Matthew olhava para a pantera*** com brilho nos olhos, encantado com a facilidade que ela tinha para suas mudanças.

- Vamos. – Edward falou e correu montanha a cima.

 --

N/A: *Sangue nobre: Um vampiro só tem sangue nobre quando ele nasce vampiro. Os vampiros que ele transformar, também terão o mesmo sangue. É só uma grande minoria que tem este sangue raro.

**Lince:

***Pantera

****Filhotinho da pantera (só para vocês verem como é fofinho *--*)

 OBS: Deu para perceber que gosto de felinos né? :P


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lua Vermelha" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.