Harry Potter e o Amuleto de Merlin escrita por ana_christie


Capítulo 7
O Casamento na Toca


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!! Fico triste, não achei que o pessoal fosse detestar essa história.. Bem, por enquanto, vou continuar a postar. Espero que, mais para a frente, vocês passem a gostar. Espero que tenha gostado de minha xará, a Ana!



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             Depois de tantos acontecimentos incríveis, bem que Harry estava precisando de um descanso, para que pudesse continuar com sua missão. Além disso, era hora de sair de casa... Completara 17 anos e já sentia na carne os efeitos que sua maioridade poderia causar na família Dursley. E nada melhor para um descanso que uns dias passados na Toca, o lar de seu melhor amigo, o lugar que, para Harry, era o melhor do mundo depois de Hogwarts. Pensar em Hogwarts lhe dava uma dor no coração, já que não estudaria mais na escola que tanto amava. Rony, bem como toda a família Weasley, convidaram-no para passar uns dias na Toca e comparecer ao casamento de Gui e Fleur. Não podia deixar de comparecer nem que não quisesse ir, o que não era o caso.

            Mandou à Toca uma carta por Edwiges querendo saber se o Sr. Weasley poderia fazer o obséquio de conectar temporariamente a lareira da casa dos Dursley à Rede de Flu. Ela não era mais elétrica, desde que, no quarto ano de Harry na escola, fora destruída pelo Sr. Weasley, numa tentativa de conexão à rede que não dera muito certo. Harry pensava em ficar alguns dias na Toca, ir à Godric’s Hollow e, depois, partir para onde o vento lhe levasse, procurando as Horcruxes de Voldemort.

            No outro dia, Harry recebeu a resposta. No domingo (era sexta-feira) às 17:00 horas o Sr. Weasley viria buscá-lo pela Rede de Flu, e ele deveria estar preparado.

            Durante o sábado, Harry arrumou todas as suas coisas; deixaria de vez a casa dos Dursley, e levaria, portanto, tudo que era seu. E não sentiria falta de nada daquela casa. Só sentia o fato de que não poderia aprofundar o relacionamento com sua tia, ainda tão frágil. Petúnia mudara muito em relação a ele e ao modo como era tratado. Não permitia mais a Válter e Duda humilhá-lo e espezinhá-lo, mesmo com o terrível acontecimento do dia do aniversário de Harry.

            No domingo tio Válter, que sabia que sua lareira seria novamente “profanada” por gente da “laia” de Harry, estivera com sua cara larga e bochechuda supervermelha de irritação, enquanto Duda, apesar do seu 1,90 m e dos 150 kg de peso, parecia pálido de medo, uma das mãos sobre o bumbum e a outra tapando a boca. Nenhum de seus encontros com bruxos fora feliz.

            Antes da hora marcada pelo Sr. Weasley, Harry olhou para os tios e o primo e murmurou:

            — Chegou o momento que vocês tanto queriam, tio Válter e Duda. Dessa vez eu estou indo para nunca mais voltar. Vão se ver livres de mim.

            — Já não era sem tempo, rapaz — grunhiu tio Válter.

            Harry foi até sua tia.

— Tia Petúnia, sempre lembrarei do que fez por mim esses dias. Antes tarde do que nunca — aproximou-se da tia, como se fosse dar um beijo e sussurrou — E não se preocupe, seu segredo vai estar a salvo comigo. — logo a beijou no rosto.

            Nesse momento, ouviram um estalido. A lareira se encheu de luz verde e, por ela, saiu o Sr. Weasley. Atrás dele vinha Rony.

            — Harry, Harry, meu amigo, como você está? — perguntou Arthur Weasley olhando com avidez a casa dos Dursley. Sempre fora fanático pelos trouxas.

— Estou ótimo, Sr. Weasley. Obrigado por me fazer esse favor. Rony, já se recuperou?

            Rony deu um tapa amigo nas costas de Harry.

            — Ainda bem, Harry! “Cê” nem imagina como foi ruim! Bom dia, Sr. e Sra. Dursley.

            Apenas Petúnia respondeu de modo educado. Sentindo o clima, o Sr. Weasley, apesar de querer muito ver mais da casa dos tios de Harry, resolveu ir logo.

            — Bem, bem, Harry, é melhor irmos... Estou ocupado, sabe, problemas no Departamento...

            O senhor Weasley trabalhava, agora, depois de anos na Seção do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas, na Seção para Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos e Objetos de Proteção Forjados, no Ministério da Magia.

            — Sim, Sr. Weasley. Bem, adeus, tio Válter, tia Petúnia, Duda...

            Petúnia se aproximou e lhe deu um beijo na testa.

            — Adeus, Harry. Que você tenha sorte em sua vida e em sua jornada.

            Rony e o Sr. Weasley ajudaram Harry a transportar sua bagagem para dentro da lareira. Ele pegou um pouco do Pó de Flu que o Sr. Weasley lhe forneceu, falou em alto e bom tom o nome da Toca e logo rodopiava, passando vertiginosamente por inúmeras lareiras. Saiu na cozinha da casa de Rony.

            Em torno da mesa, sentavam-se a Sra. Weasley, Gui, Carlinhos, Gina, os gêmeos Fred e Jorge, Fleur e sua irmã Gabrielle, a menina que Harry salvara numa das provas do Torneio Tribruxo. Pelo visto — e pela hora, 17:00 — estavam tomando um lanche.

            — Harry! — gritou Gina assim que o viu. Todos se voltaram para ele, que sorriu para todos. Gina se levantou e correu até ele, abraçando-o com um ímpeto que quase o derrubou.

            Ele a olhou e suspirou. Gina estava cada vez mais linda... Os cabelos ruivos e sedosos estavam mais compridos, e os olhos castanhos brilhavam no lindo rosto sardento. Mas tinha que se controlar. Tinha que se manter forte e agir como se tinha proposto. Por isso, afastou-se.

            — Oi, Gina... — disse, de maneira simples, detestando a mágoa que via nos olhos dela. Voltou-se para os outros.

            — Oi, pessoal!

Logo todos se levantaram para cumprimentá-lo.

— Arry! Que bon verr você aqui! — disse Fleur, que desde que Harry salvara Gabrielle, sua irmã, numa das provas do torneio Tribruxo, encantara-se com ele.

— Meu querido! — exclamou a Sra. Weasley, abraçando-o com tanta força que quase o deixou sem fôlego.

Logo chegaram Rony e o Sr. Weasley. Então todos se sentaram à mesa e ficaram tomando lanche e conversando alegremente. Apenas Gina e Harry estavam meio frios um com o outro. Fleur e Gui estavam superanimados com o casamento, que aconteceria no dia seguinte.

— A Mione não vem? — perguntou Harry.

— Já deveria ter chegado, meu filho — respondeu a Sra. Weasley.

Nesse momento, a garota aparatou na frente de todos.

— Exibida! — exclamou Rony que, no teste de aparatação, não fora aprovado por causa de meia sobrancelha.

— Corta essa, Ronald! Sr. e Sra. Weasley, que prazer estar com vocês de novo... Harry! Que bom ver você após aquela aventura!

Os amigos se abraçaram. Rony e Hermione apenas sorriram um para o outro. Sussurrando, Harry se aproximou dos amigos:

— Tenho coisas a contar para vocês. Soube de novos fatos. Vamos esperar todos dormirem, aí conversaremos.

— Ok, Harry!

— Ei, Harry, é acerca das... Horcruxes ou de Você-Sabe-Quem, é? — perguntou Rony, os olhos arregalados.

— Sobre ele e eu, Rony, mas não vamos falar mais nada agora.

Mais tarde, no quarto de Rony, que ele dividiria com Jorge, Fred e Harry, enquanto os gêmeos dormiam, os três amigos se reuniram. Harry tinha coisas muito importantes para contar a eles. Passara muito tempo decidindo sobre se deveria contar o que Tonks lhe contara.

— Bem... Como vocês sabem, eu não estava querendo que vocês me ajudassem com medo de que morressem. Mas não tenho mais a ajuda de Dumbledore e precisarei de sua tenacidade, Rony, e de sua inteligência, Mione. A ajuda de vocês sempre foi essencial para mim.

Os dois riram. Adorariam ajudar Harry, como tinham feito desde o primeiro ano deles em Hogwarts.

— Há algo que tenho que contar. Lembram da última batalha em frente à casa dos Dursley? A Tonks, antes de ir embora, me contou algo surpreendente. Houve uma nova Profecia.

— O quê?! — eles disseram ao mesmo tempo.

Harry passou a mãos sobre a colcha de um laranja desbotado com a imagem dos Chudley Cannons, o time de quadribol preferido de Rony.

— Ela é muito estranha. Diz que “O Menino que Sobreviveu” pode receber ajuda para derrotar o Lord das Trevas... Só a “feiticeira que não conhece a magia” fornecerá ao Menino Marcado como Igual pelo Lord das Trevas a arma que vencerá Voldemort! Agora me digam, como vamos descobrir a feiticeira que não conhece a magia? Eu mesmo era um bruxo que desconhecia a magia... Deve existir uma bruxa que não sabe que nosso povo existe, mas o mundo é imenso! Como vamos encontrá-la?

Dessa vez, nem mesmo Hermione pôde descobrir uma resposta.

* * *

No dia seguinte, de tarde, estava tudo arrumado na Toca para o casamento. Gui e Fleur estavam muito contentes. Eles e os rapazes estavam ajudando a preparar a parte externa da Toca para a festa que teria após a cerimônia, enquanto Fleur e as mulheres estavam se ornamentando no quarto dela.

— Oh, Sra. Weasley, estou tan nerrvosa! — com seus movimentos delicados de veela, Fleur se admirava diante o espelho.

— Não precisa se preocupar, querida, isso é normal para toda noiva. Eu também fiquei tão nervosa antes de casar com o Arthur! Ainda mais que a minha família não aprovava o casamento, já que consideravam Arthur muito jovem e sem boas perspectivas.

Pessoas aparatavam a todo o momento, vestidos com suas melhores vestes de festa, outros chegavam através de Chave de Portal enquanto outros vinham pelo sistema de Pó de Flu mesmo, aparecendo na lareira dos Weasley.

Num dos morros de Ottery St. Catchpole, perto da Toca, havia uma pequena capela bruxa druida, usada pelos bruxos que moravam nas proximidades. Ela já estava toda enfeitada para a cerimônia, com muitas flores e velas mágicas que lançavam no ar perfumes deliciosos e luzes coloridas e suaves que percorriam o ambiente, dando uma aparência etérea às pessoas que lá se encontravam.

Nos bancos, sentavam-se vários membros da Ordem da Fênix, funcionários do Ministério da Magia, professores e alunos de Hogwarts, enfim, muitos amigos da família. Ao chegarem, Harry, Rony e Hermione foram cumprimentados alegremente pela Professora McGonagall, o Professor Slughorn, Lupin e Tonks. Slughorn, que passara por uma significativa mudança de princípios desde que Dumbledore morrera, mudança essa causada pelo sentimento de culpa, pois fora ele quem ajudara a Voldemort ser o que era, ingressara na Ordem da Fênix, querendo com todas as suas forças ajudar a vencer o Lord Negro. Era um dia alegre, o primeiro após o fatídico dia em que Dumbledore, a Torre Branca, fora sepultado. Todos sentiam a falta dele e de suas palavras naquele evento tão feliz.

Quando a noiva entrou na capela, acompanhada pelo seu pai, todos suspiraram, especialmente os homens. Ela parecia um sonho num longo e esvoaçante vestido cor de pérola, os cabelos louros e longos de veela balançando a cada passo. Rony ficou tão boquiaberto que Hermione deu-lhe um tapa na mão.

— Comporte-se, Ronald! — falou zangada.

A cerimônia, ministrada por um Ministro Matrimonial de origem druida, correspondente ao juiz de paz trouxa, foi muito bonita. Gui estava tão feliz que ninguém percebeu algumas cicatrizes em seu rosto remanescentes do ataque de Fenrir Grayback.

O exterior da Toca estava lindamente arrumado para o baile que se seguiria ao casamento. O jardim fora desgnomizado, cuidado e coberto de mesinhas em que eram servidas as deliciosas guloseimas feitas pela Sra. Weasley, os pneus e outras bugigangas do Sr. Weasley foram guardadas no galpão, as galinhas e outros animais da Sra. Weasley estavam num cercado longe da festa, enfeitiçadas para não gritar. Às mesinhas se encostavam cadeiras acolchoadas, conjuradas por todos que usavam varinhas na casa. Uma banda tocava bonitas canções enquanto casais dançavam numa pista de dança improvisada.

Pela primeira vez em muito tempo Harry não ficava triste. Estava entre amigos de verdade. Sentado a uma mesa junto a Hermione, Rony, Lupin e Tonks, conversava alegremente. De repente, ficou sério. Em sua direção vinha Rufo Scrimgeour.

— Ah, não! — sussurrou. — Olha quem vem atrás de mim de novo... Ele não perde as esperanças?

O Ministro da Magia parou na frente dele. Harry não teve outra opção a não ser se levantar e cumprimentá-lo.

— Boa tarde, Sr. Potter!

— Boa tarde, Ministro. Como vai?

— Bem... Estive à sua procura... Sabe, eu vou dar uma entrevista à Rádio Bruxa. Vim convidá-lo para participar. Vai ser muito bom, todos saberem que O Eleito está do lado do Ministério, nos apoiando! Pense em como você ficaria mais famoso do que já é.

— Ministro, o senhor já sabe o que penso a respeito disso, de me apresentar publicamente, de me expor mais do que já sou exposto por causa disso — Harry pôs a mão na cicatriz. – Você falou certo, sou famoso, mas não é por minha escolha. Queria ser o mais desconhecido dos bruxos, ou então ser lembrado por meus méritos, não por causa de uma cicatriz.

— Mas...

— Nada de “mas”, Ministro. Me desculpe.

Zangado, o Ministro se afastou da mesa. Harry suspirou. Já estava cansado daquilo, daquela notoriedade. Quando se virou, engoliu em seco. Gina, mais linda do que nunca num vestido verde-musgo, aproximou-se.

— Harry, você quer dançar comigo?

Ele não soube como dizer não. Na pista de dança, com a menina que amava entre os braços, ele se sentia no céu e no inferno ao mesmo tempo. Quando ela sussurrou ao seu ouvido, ele fechou os olhos:

— Harry, eu sei que você está assim por causa da sua missão. Eu ouvi ontem sua conversa através das Orelhas Extensíveis, e não me arrependo. Eu te amo e vou te esperar. Sei que gosta de mim... Quero, não, preciso de você pelo tempo que nos restar, Harry. Não faça isso comigo! 

Ele abriu os olhos e mirou os castanhos de Gina.

— Sabe que posso morrer... — sussurrou, finalmente.

— Isso não me importa. Amo você, Harry.

— Eu também te amo, Gina — não conseguiu se conter.

Harry deu um doce beijo nos lábios de Gina e a garota sorriu. Encostou o rosto no peito do namorado e continuaram a dançar. Nesse momento, Harry prometeu a si mesmo que faria de tudo para sobreviver, pois tinha pelo que sobreviver, a mulher que amava. Continuou dançando com ela e, quando se deu conta, não estavam mais na pista de dança. Haviam se afastado, e estavam numa parte do jardim em que ninguém mais podia vê-los. E pelo sorriso maroto que via nos lábios de Gina, fora a garota quem dera um jeito de levá-los até lá. Harry a olhou, os olhos verdes, por trás dos óculos, apertados.

            — Posso saber o que deu na senhorita para trazer a gente aqui?

A garota sorriu.

            — Harry, eu te amo. Não sabe o quanto sofri longe de você, pensando que não me amava mais, que não me queria mais. Eu senti muito a sua falta. Quero mais do que um simples beijo.

Os olhos do garoto ficaram estranhamente brilhantes. Ela não precisou falar mais nada; ele a tomou nos braços, apertando-a forte. Sentia o corpo delicado dela pressionando o seu, e isso excitava seus sentidos. Harry segurou-lhe a cabeça com as duas mãos, seus polegares acariciando suas faces sardentas. Logo, ele beijava-a com uma fome, um desejo que nunca havia revelado, embora o tivesse sentido. Os braços da garota o envolveram pelos ombros, puxando-o para mais perto. As mãos de Harry tocaram a cintura dela e subiram, tocando suavemente seus seios delicados, e ela arfou, sentindo um prazer que jamais sentira na vida. O toque do homem que amava era delirante, tão diferente do toque de outros garotos... Segurou-o pelos quadris, puxando-o em direção às suas coxas, sentindo o quanto ele estava excitado, tanto quanto ela. Entretanto, após algumas carícias e beijos, resolveram parar por ali, pois alguém podia surpreendê-los, o que não seria bom (principalmente para Harry, que teria que se ver com sete Weasleys zangados). Todavia, durante a festa, seus olhos constantemente se encontravam e sorriam, como que sentindo a alegria de terem um segredo só deles, algo para ser guardado como um tesouro nas suas lembranças durante os dias de aflição que viriam.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo, e espero que gostem e que comentem (por enquanto só quem comenta é padfoot, que normalmente mais critica negativamente... mas juro, mais para a frente até ele vai gostar!)Beijos!!

Ana Christie