Harry Potter e o Amuleto de Merlin escrita por ana_christie


Capítulo 6
O Amuleto de Merlin


Notas iniciais do capítulo

Oi,pessoal!! Espero que estejam gostando! bem,tirando um amigo que mais escracha que elogia (brincadeirinha, Padfoot! rsrs), ninguém comenta... bem, mais vai melhorar, ao menos espero!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/86532/chapter/6

 

          O homem sorriu. Olhava para Rabicho como se ele não fosse mais do que um verme, pior, como se compará-lo a um verme fosse uma ofensa para os próprios vermes. Apontava para Rabicho uma longa e lustrosa vareta de madeira que devia ser uma daquelas que Rabicho usava.

            — Morri? — perguntou ele, seus vivos olhos azuis brilhando.

            — Sim! Você morreu! C-como isso pode acontecer?

            — Não pode, seu tolo! Nada pode ressuscitar os mortos! Deveria saber disso!

            — M-mas... mas então...

            — Deixe de conversa! Você deve ir à Azkaban!

            Ao ouvir o nome da temível prisão, os olhos do bruxo se arregalaram, com uma visível expressão de medo. Ana olhava de um para o outro, impressionada. Gostaria de saber o que significava “Azkaban”, já que aquilo era o responsável pela palidez e pavor de Rabicho.

            “Estou num sonho... só pode ser isso...”, pensou ela ao ver aqueles acontecimentos bizarros.

            Enquanto isso ela pensava sobre a diferença que havia entre os dois seres que se encaravam como se medissem forças com o olhar.

            — Não irei a Azkaban! E você não pode estar aqui! Devo estar tendo uma alucinação! Desapareça!

O homem sorriu com ironia, um brilho divertido nos olhos azuis, não dando a mínima a Rabicho, que correu, pegou a sua varinha e lançou um feitiço.

Especiales Revelus!

            — Protego! — gritou o bruxo, e nada aconteceu ao homem, como se um escudo protetor surgisse à sua frente.

            — Seu tolo! Esse golpe deve ser usado com coisas que escondem um segredo! Eu sou de carne e osso! Perdeu a sua chance!

            Ao ver o homem novamente levantar a sua varinha, Rabicho capitulou. Desapareceu em pleno ar.

            O homem, então, virou-se para Ana e deu um passo em sua direção. Ela se assustou e falou:

            — Não se aproxime!

            Ele sorriu bondosamente. Pôs sua varinha sobre uma mesinha.

            — Não precisa se assustar. Não farei nada contra você, Srta. De Carvalho.

            — Como sabe o meu nome?

            — Bem... Eu vou ter muitas coisas a explicar a você... Essa é só uma delas. Eu sou seu amigo, senhorita. Te salvei daquele verme.

            — Eu não entendo mais nada... — Ana murmurou. — Coisas incríveis aconteceram aqui hoje! E... meus pais morreram! Aquele maldito... os matou! — os olhos dela se encheram de lágrimas.

            — Você não tem a mínima ideia da verdade... Você não é uma pessoa como as com quem conviveu. Deve ter percebido isso, não?

            — Eh... sim — ela se lembrou dos fatos bizarros já acontecidos no seu passado e mesmo no seu presente. — Você... sabe quem sou? Ou o que eu sou? Tem respostas para os meus dilemas?

— Creio que sim. Depois do que você viu hoje, não precisará sequer de provas para acreditar no que vou te contar. Ana, você não pertence a essa espécie de humanos com quem conviveu. Você é uma bruxa. Assim como eu e o rato que estava aqui.

            Ao ouvir essas palavras, ela empalideceu. Bruxa?

            — Você quer dizer... — engoliu em seco. — Feiticeira? Essas pessoas que praticam magia?

            — Sim, mas não do jeito como provavelmente deve ter ouvido falar... Os trouxas têm uma ideia bastante equivocada sobre o que é bruxaria. Essa ideia de que magia é coisa má, do Diabo, não é verdade. Embora existam bruxos perversos...

            — O que são trouxas?

            — Os que não são bruxos. Há um mundo, o “seu” mundo, que é desconhecido por você. O mundo em que a magia impera... em que tudo funciona à base dessa magia poderosa, fonte e base de toda nossa vida e todo o nosso mundo.

            — Por que só hoje fiquei sabendo disso tudo?

— Porque ninguém sabia onde você estava, o Brasil é muito grande. Você foi enviada ainda bebê para o Brasil, e por motivos muito importantes. Há muita coisa para você aprender sobre seu verdadeiro mundo, e a mais importante é que tudo gira em torno da magia e dos feitiços.

            — Aquele homem... Pettigrew, não é isso? Ou Rabicho, como ele se apelidou... O que ele queria comigo? Ou melhor, com o meu colar? Ele o chamou de Amuleto... Por que ele matou meus pais?

            Ana estremeceu. Sentindo-se com as pernas bambas, sentou-se no sofá. O homem se sentou numa poltrona em frente, as mãos longas, magras e elegantes unidas e apoiando o queixo.

            — Bem, em primeiro lugar, você deve saber que o colar que carrega porta algo muito poderoso: um Amuleto. Ou parte dele. Há muitos e muitos anos, Merlin, um dos bruxos mais poderosos e famosos de todos os tempos, mesmo para os trouxas, resolveu construir um Amuleto que se tornasse uma verdadeira arma contra todo o Mal. Construiu quatro quartos de esfera de um metal mágico que só é encontrado na lua e armazenou em cada um deles o poder de um dos quatro elementos, o ar, o fogo, a terra e a água, acrescentados ao poder de quatro seres mágicos poderosos, a fênix, o dragão, o unicórnio e o sereiano. Cada parte dessa esfera tem um poder específico, e combinadas, elas se tornam um Amuleto poderoso com um poder especial ainda maior, embora eu não tenha a mínima ideia de quais sejam tais poderes. Era por isso que Rabicho queria a sua parte da esfera, Srta. De Carvalho, para levar ao seu amo, o Lord das Trevas, um bruxo poderoso e cruel.

            — Meu Deus... Estou me sentindo até zonza. Engraçado... Eu sempre senti algo muito forte nesse Amuleto...

            — Sim, a sua magia reage à magia dele.

            — Como esse Amuleto veio parar comigo? Eu lembro de que o tenho desde que me conheço por gente. Você sabe o porquê de eu tê-lo, ou pelo menos o porquê de eu ter sido trazida ao Brasil? Afinal, de onde eu sou?

            — Da Inglaterra, Srta. De Carvalho. Seus verdadeiros pais eram de lá.

            — Meus... meus pais?! Então você sabe quem são os meus verdadeiros pais?!

            — Sim. Infelizmente, eles estão mortos. Você é filha de dois bruxos bastante conceituados, Morgana de Macquay-Howell, descendente do próprio Merlin, e Allan Gryffindor, heptaneto do grande Godric Gryffindor, um dos fundadores da grande Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Quando você nasceu, o mundo bruxo estava em polvorosa, dominado pelo terror provocado por um bruxo das trevas chamado Voldemort, o Lord das Trevas, alcunha que ele mesmo adotou, e também por seus seguidores, bruxos que se intitulavam Comensais da Morte. Você era muito importante, para cair nas mãos deles... Por isso, numa noite de verdadeiro caos, quando esse “Lord” tentou te raptar, seus pais a enviaram a um lugar desconhecido antes de morrerem pelas mãos do maldito. Imagino que tenha sido o Brasil por ser um país distante, onde Voldemort jamais imaginaria que você estivesse. O Amuleto, herança de sua mãe por ser descendente de Merlin, tinha sido dividido por um ascendente dela, muito antes de sua mãe nascer, pois era um objeto de tanto poder que era um perigo ficar nas mãos de uma pessoa só. Com a família, ficaram dois pedaços. Um deles é o que você leva. As duas outras partes foram enviadas a lugares diferentes do mundo, que com o tempo foram esquecidos. Além de enviar você com sua parte do Amuleto para o Brasil, antes que o Lord pudesse tomá-la, seus pais enviaram o outro pedaço que tinham consigo para mim. Infelizmente, Lord Gryffindor não conseguiu avisar a ninguém sobre o seu paradeiro, Srta. De Carvalho, acho que ele mesmo não pode calcular direito para que lugar do Brasil você tinha sido mandada.

            “Porque ele morreu antes...”, ela completou em pensamento. Sofria por saber do sacrifício cometido pelos seus pais para lhe poupar a vida.

            — Após três anos do seu nascimento — continuou o bruxo — o Lord das Trevas foi supostamente derrotado.

            — Como supostamente?

            — Ele desapareceu após tentar matar um menino, o único que sobreviveu ao seu ataque feroz. “O Menino Que Sobreviveu”, Harry Potter, tornou-se um ícone, um marco. Vivemos em relativa paz durante uns anos, achando que Voldemort havia morrido, mas ele ressurgiu há uns dois anos, mais poderoso do que nunca.

            — E como você conseguiu me encontrar?

            O bruxo riu.

            — Eu era amigo e confidente de seus pais. E sou seu padrinho, minha querida. Há anos estou te procurando pelos quatro cantos do Brasil. Eu te encontrei pela afinidade que há entre o seu Amuleto e esse aqui — de dentro das vestes, o bruxo tirou uma corrente na qual havia um pendente que seria igual ao de Ana, se não fosse a figura em auto-relevo. Era um unicórnio.

            Na mesma hora, os dois Amuletos brilharam e se aqueceram. Ana sentiu a conexão que havia entre eles. Estava sentindo várias sensações ao mesmo tempo pelo fato de se descobrir uma bruxa: alegria por saber que seus pais biológicos não a haviam abandonado e que tinha alguém no mundo que se importava com ela, medo do que o destino lhe reservava, tristeza pela perda dos pais adotivos.

            — Gostei de saber que tenho alguém que se importa comigo... Mas estou desnorteada. O que será de minha vida agora? Não poderei viver do mesmo modo que eu vivia, agora que sei a verdade, que sei que sou bruxa.

            — Eu me responsabilizo por você, já que sou seu padrinho, apesar de você já ser maior de idade, de acordo com o mundo dos bruxos, há dois anos. Há muitas coisas a serem resolvidas... Você pretende retornar à Inglaterra comigo?

            — Sim... Agora nada me prende aqui. Não tenho mais família. Eu preciso... — os olhos dela se encheram de lágrimas — preciso fazer funerais dignos para meus pais...

            — Não se preocupe com isso, eu a ajudarei.

— Obrigada... Você sabe o meu verdadeiro nome, o que meus pais me deram?

            — Sim. Você se chama Melanie Clara Gryffindor.

            — Melanie Clara Gryffindor... Não me acostumarei a se chamada por esse nome...

            — Não será preciso. Se quiser, pode adotar só o sobrenome, o que aconselho, pois é um muito conceituado. Ana Christie Gryffindor... Fica até legal, não?

            — Sim. E, a propósito, como você se chama?

            — Dumbledore. Aberforth Dumbledore.                 

             * * *

            A entrada da caverna estava muito escura quando Rabicho aparatou, mas ele sabia que aquilo era apenas um truque para despistar possíveis aurores. Ele sabia que ali dentro estava o bruxo que, quando Dumbledore supostamente morrera, era possivelmente o mais poderoso do mundo, e o mais cruel, também. Covarde como era, estava morrendo de medo de entrar e enfrentar a sua fúria por não ter conseguido cumprir a sua missão.

            Tremendo, ele entrou pela abertura da caverna. Por dentro, ela parecia uma casa, era iluminada e tinha todos os confortos da vida moderna bruxa. Lá dentro, sentados num sofá, estavam Belatriz Lestrange e outro bruxo que chegara há muito pouco tempo dos Estados Unidos, e que ele não conhecia, mas sabia ser tão cruel quanto a bruxa que estava ao seu lado.

            — Rabicho? Que demora... — falou Belatriz. — O nosso Lord já estava preocupado... Com o objeto que você ia buscar, devo acrescentar, não com você — ela falou, irônica.

            — E... onde está o nosso... Lord?

            — Estou aqui, Rabicho... — disse uma voz sibilante, fria e aguda ao mesmo tempo, uma voz que aterrorizava os sonhos de Rabicho. Ele olhou para a escadaria escavada na rocha que subia para o primeiro andar e estremeceu. Um homem muito alto e magro, vestido com uma comprida veste verde escura e uma capa negra com forro prateado — as cores da Sonserina, uma das casas de Hogwarts — descia por ela. Trazia as mãos juntas na frente do corpo, mas dava para ver sua varinha saindo de dentro do bolso da túnica. Seu rosto era incrível, um rosto com feições macilentas e pele branca como a de um fantasma, totalmente careca, feições ofídicas, tanto que o aspecto geral lembrava o de uma cobra.

            — Onde está, Rabicho? — sua voz estava claramente excitada. — Onde está aquilo que o mandei buscar? Espero que tenha trazido. Há muito tempo eu venho querendo esse objeto... Somente agora pude encontrá-lo...

            Rabicho tremia. O que Voldemort faria quando soubesse que ele não recuperara o Amuleto de Merlin? Ele não era um bruxo piedoso nem para seus seguidores.

            — Eu... não o trouxe comigo, m-meu... m-meu Lord...

            — Como assim?! — trovejou Voldemort. — Seu tolo! Você não serve para nada, nem para fazer um serviço que até bruxos improfícuos poderiam fazer!

            Irritado, Voldemort tirou de dentro de sua veste a varinha e a apontou para Rabicho.

            — Por sua inutilidade e não cumprimento de ordens, você merece apenas a morte! Já devia ter feito isso, mas sou “bom” demais! Avada... 

            Rabicho caiu de joelhos e começou a falar:

            — Não, meu mestre! Não faça isso, tem uma razão! Dumbledore voltou!

            Ao ouvir aquilo, Voldemort se calou, os olhos viperinos e vermelhos arregalados. Belatriz e o seu companheiro, Slythower, levantaram-se, mudos de espanto.

            — O que você disse?! Repita, seu trasgo montanhês débil mental!

            Tremendo mais do que vara verde, chorando de medo de morrer, Rabicho continuou:

            — Quando eu estava preste a matar a menina para tomar o... — calou-se a tempo, pois Voldemort não queria que ninguém soubesse a natureza do objeto que desejava — o objeto, apareceu um bruxo que me desarmou, e era Dumbledore, eu sei que era!

            — Pare de mentir! Alvo Dumbledore morreu! Snape o amaldiçoou e ele caiu da Torre de Astronomia, não poderia nunca ter saído vivo daquela! Além disso, seu corpo está dentro de um sarcófago em Hogwarts! Está querendo se salvar, não é? Pois nem tente!

— Eu juro! Se não fosse uma coisa desse tipo, porque eu não traria o objeto? A menina não sabia nem o que era varinha e magia, eu matei os pais dela, por que não a mataria? Era Dumbledore, meu Lord! Era um homem alto e magro, de cabelos e barbas longos e prateados, os inesquecíveis olhos azuis de Dumbledore, óculos com formato de meia lua! Me diga, quem mais teria essas características? Pode mandar um outro bruxo até lá, ele vai confirmar! Os pais da menina estão lá, mortos!

            Voldemort não lançou a Maldição da Morte em Rabicho, pois o bruxo poderia estar falando a verdade. Dumbledore, por algum motivo, fingira a sua morte?Existiria alguma coisa que o bruxo velho escondera de todos? Era bom verificar.

            — Por hora você escapou, Rabicho. Mas deixe-me descobrir que está me enganando! Antes de morrer vai sentir tanta dor que irá implorar por uma morte rápida!

            — Obrigado, meu Lord... O senhor é muito bom... Eu gostaria de dar minha contribuição... Lembre-se, o senhor sabe quem é a menina... Se Dumbledore realmente ressuscitou e se for cuidar da menina, ele terá que ir de um jeito ou de outro ao Beco Diagonal... Deixe alguém espiando no Caldeirão Furado...

            — Finalmente teve uma ideia que vale a pena, Rabicho, e por isso não vou matá-lo tão cedo.

            Voldemort franziu as sobrancelhas. Seria verdade? Dumbledore estaria vivo? E Snape seria, então, um traidor?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, pessoal, até logo, e por favor, não se esqueçam, comentem!!

Beijos

Ana Christie



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter e o Amuleto de Merlin" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.