Harry Potter e o Amuleto de Merlin escrita por ana_christie


Capítulo 30
A Porta Secreta do Ministério


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Um capítulo aqui com mistérios e muito duelo! Podem esperar, Voldie está cada vez mais desesperado!



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Antes mesmo de chegarem à Casa dos Gritos, Hermione fabricou uma Chave de Portal e assim, como num “passe de mágica”, os quatro se deslocaram ao longo do tempo e do espaço e surgiram na esquisita rua do Ministério da Magia. Tudo estava quieto, e era de se esperar. Hogwarts era, por assim dizer, o lugar que “bombava” no momento. Voldemort jamais imaginava que algum bruxo oponente iria ao Ministério quando uma guerra acontecia tão longe dali. Harry, Rony, Hermione e Ana entraram no átrio do Ministério e logo perceberam que ele estava vazio. Voldemort usara todos os bruxos aliados possíveis no ataque a Hogwarts.

Tensos, eles se deslocaram em direção aos elevadores e numa voz sem expressão Harry disse:

— Departamento de Mistérios.

Logo o elevador os levava ao departamento que queriam. Tudo parecia um “deja vu”, pois fora da mesma forma e período do dia que se dirigiram àquele mesmo departamento duas vezes, a primeira para procurar Sirius, a segunda, para trazê-lo de volta de dentro do véu. Utilizando o mesmo feitiço que já utilizara, Hermione marcou a porta de entrada da sala circular de paredes, portas e piso negros e velas azuis e depois todos tentaram as demais portas, até que enfim encontraram a porta que não tinham conseguido abrir da outra vez. Os quatro se entreolharam, sem saber o que fazer. Como abrir a bendita porta?

— Já vimos que com magia “normal” não dá... Não tem fechadura, Alorromora não dá, duvido que o Bombarda consiga, meu canivete mágico, como já provamos, não é capaz, nem há enigmas a serem respondidos como a porta do quarto de Voldemort na Casa Ministerial — disse Harry. — Alguém tem alguma ideia? Porque eu não tenho...

Harry foi até a porta sem maçaneta, como as demais, e encostou as mãos nela. Ela era quente, diferente das outras, exalando um calor gostoso e relaxante. Na mesma hora uma sensação de paz que há muito tempo não sentia chegou ao coração de Harry, que perdeu a maior parte da tensão que sentira durante todo aquele tempo. Logo as palavras de Dumbledore lhe vieram à mente. Ele as repetiu para que os outros ouvissem e se lembrassem:

Para entrar num lugar onde só amor, Harry, é preciso apenas amor. Foram essas as palavras de Dumbledore. Temos que encontrar uma maneira de fazer com que o amor possa abrir essa porta. Só não sei como fazer... Ele disse que era algo simples, mas não acho que seja algo que um feitiço possa resolver. Tem que ser algum ato, algo que parta de nós mesmos, afinal, a maior magia, ao menos para Dumbledore, é o amor. E ele acha que isso nós temos demais... — ele se calou e ficou um tempo pensando, mas logo olhou para os amigos com olhos brilhantes. — Tive uma ideia. Venham, se aproximem de mim.

Intrigados, os três se aproximaram de Harry. Ele estendeu a mão e segurou na mão de Ana. Entendendo, ela pegou na mão de Hermione com a outra mão, que pegou a de Rony.

— Vamos fazer uma corrente, pensarmos em coisas boas, nas pessoas que amamos, deixar o Amor penetrar em nossas almas... — Harry disse, meio incomodado por parecer meio meloso, mas sentindo que aquele era o jeito certo. Ele pegou na outra mão de Rony, formando, assim, entre os quatro, um círculo, e encostou suas duas mãos unidas na porta, deixando o calor reconfortante dela penetrar lentamente na pele deles. Logo esse calor se estendia por todos os membros do círculo, como se fosse uma corrente elétrica.

Harry fechou os olhos e logo todos o imitaram. Abriram seus corações para si mesmos, pensando pela primeira vez em muito tempo em coisas boas, em fatos emocionantes de suas vidas, nas pessoas que amavam. O momento, para eles, era tocante, pois sentimentos belos e fortes percorriam seus corpos como um todo, fazendo seus olhos se encherem de água e suas peles se arrepiarem. O Amor que reuniam ali, entre eles, era potente, era como uma magia suave e poderosa ao mesmo tempo, e o interessante era que, nos sentimentos dos quatro, havia emoções dirigidas aos outros do grupo, pois havia, entre os quatro amigos ali reunidos, um amor muito forte, um dos tipos de amor mais duráveis e maravilhosos possíveis: a amizade. Não o tipo de amizade que se sentia entre pessoas que apenas se conheciam, mas uma amizade que era como uma fraternidade, era como o reconhecimento de que tinham, nos outros, irmãos. Aquela energia toda pareceu fluir entre os corpos dos quatro e atingir a porta, que após um tempo estava tão quente que deveria queimar as mãos de Harry e Rony, mas ao invés disso apenas os deixava mais sintonizados entre si, mais felizes e se sentindo cada vez mais amor. Logo a porta pareceu tremer suavemente e, sem rangido algum, começou a se abrir lentamente.

Harry e Rony perderam a conexão com a porta, que se abria.  Entretanto, era como se estivessem ainda a tocando, pois as emoções profundas e o calor que tinham sentido não foram embora quando a conexão se perdeu. Isso porque o amor, a Grande e Eterna Magia, estava neles próprios. Os quatro sabiam que a porta se abrira mesmo com os olhos ainda fechados, pois por trás das pálpebras cerradas percebiam uma claridade, uma luminosidade tão intensa que não os deixava sentir um mínimo de escuridão. Ao mesmo tempo, os quatro abriram os olhos. Era fascinante. Aquela sala circular, antes tão lúgubre e sinistra, com suas paredes e portas negras e velas de luzes azuis, estava banhada em luz. Uma luz potente que, incrivelmente, não cegava, ao contrário, deixava seus olhos ainda mais potentes, capazes de ver tudo. Ainda de mãos dadas, os quatro entraram na porta do lugar mais misterioso de todo o mundo bruxo, o lugar jamais visitado por alguém. Na verdade, o Ministério da Magia fora construído ali por causa daquele lugar, para protegê-lo. A razão da existência dele possivelmente jamais seria descoberta.

A luz incrível que iluminava tudo provinha de uma outra porta, tosca, de cristal não lapidado, construída, por sua rusticidade, pela própria natureza. O lugar onde estavam era uma pequena sala circular como se fosse uma antessala, talvez construída pelos bruxos que arquitetaram e construíram o Ministério da Magia. Deviam tê-la feito para a proteção da porta de cristal, da qual minava a luz poderosa, e essa luz devia ser a responsável por não deixar ninguém entrar sequer na antessala.

Harry, Rony, Hermione e Ana enfim se olharam. Estavam fascinados, jamais tinham sentido emoções tão intensas, jamais tinham se sentido tão bem na vida. Logo os quatro se abraçaram num abraço coletivo e forte, sorrindo.

— Enfim, conseguimos! — Harry disse, num sussurro, fascinado e reverente.

— Vamos, então, Harry! — falou Hermione excitada, apontando para a porta de cristal.

Dirigiram-se, portanto, à porta, que emanava o mesmo calor da outra, mas essa não era trancada. Abriu-se tão só com a aproximação dos quatro. O ambiente por trás dela era impressionante. Ali havia pura magia, dava para se perceber, para sentir até a última célula do corpo, pois apesar de estarem tão fundos dentro da terra, pois o Departamento de Mistérios ficava no subsolo, o lugar parecia ser ao ar livre. Era como uma imensa clareira rodeada de árvores. Um céu azul claro, apesar de ser noite e estarem no subsolo, havia sobre suas cabeças. Andando sobre terra fresca, eles caminharam até o centro da clareira, onde havia uma espécie de altar de onde se desprendia a poderosa energia luminosa.

O altar era de um material estranho, branco brilhante, e sobre ele havia uma peça que parecia ser diamante, embora eles não soubessem com certeza. Essa peça, que tinha o formato de um triângulo, parecia pulsar como um coração. E sua luz poderosa continuava a ser não cegante.

— Me deem as partes do Amuleto, pessoal... — Harry sussurrou, num tom reverente e respeitoso. Sentia que aquela peça era como uma ligação entre o mundo real, entre a dimensão terrena do mundo e o Criador, o Universo, a Terra. Ele pôs as partes do Amuleto sobre o altar, em frente à peça, e se ajoelhou. Os demais logo o seguiram. Humildemente, num tom deferente e respeitoso, Harry murmurou:

— Por favor, transforme em Uno o que está separado...

Logo a luz se tornou ainda mais forte. Os raios os atingiram, e nas mentes deles as cenas mais emocionantes e cheias de amor de suas vidas começaram a se desenrolar. Como a cena em que Harry vira os pais no espelho de Ojesed, a em que Rony se sacrificou por Harry no jogo de xadrez gigante, a em que Ana descobriu que ainda tinha alguém de seu sangue vivo, a que Hermione beijou Rony pela primeira vez, e muitas outras. Era como se o amor que eles já sentiram em sua vida, e que eles ainda sentiam, estivesse sendo usado para o pedido de Harry. Quando eles voltaram ao normal, com domínio sobre seus pensamentos, a luz retrocedeu à intensidade de antes. Harry se ergueu e viu, para sua felicidade, em vez dos quatro quartos de esfera, uma esfera completa, brilhando radiosamente. O Amuleto de Merlin estava, enfim, completo. De repente, palavras pronunciadas numa voz antiga, bela e sobrenatural soaram no ambiente mágico:

— Lembrai sempre, o verdadeiro amor está presente em vós mesmos... em vossos corações... 

A voz ecoante calou fundo nos corações deles. Harry pegou o Amuleto, que estava quente, e murmurou respeitosamente:

— Obrigado — voltou-se para os outros. — Bem, pessoal, vamos. Temos uma guerra para ganhar. E agora os meios para isso — ao falar isso, olhou com carinho para o Amuleto de Merlin em sua mão. Estendeu-o para Ana, sua legítima dona.

— Não, Harry, ponha-o em você. Não sabemos quando será o momento de enfrentar Voldemort, e você, que é a Horcrux, deve mantê-lo, para assim estar pronto a qualquer momento.

Harry maneou a cabeça e colocou o Amuleto em seu pescoço. Os quatro, então, se dirigiram de volta à antessala, à sala circular e logo estavam novamente no átrio do Ministério da Magia.

***

Em Hogwarts, o combate estava ficando cada vez mais difícil para o lado do Bem. Embora não tivesse ainda ocorrido nenhuma morte no lado deles, já houvera algumas baixas por causa de feridos, que estavam enchendo as camas de campanha da enfermaria. Nas masmorras, Slughorn, Madame Pomfrey, Snape, que era perito em poções, Draco e alguns voluntários estavam se desdobrando para ajudar os que chegavam lá de cima feridos.

Lá em cima, a mando de Voldemort, os gigantes passaram a continuamente golpear as paredes, portas e entradas do castelo. Apesar de todas as magias defensivas e outras formas de defesa, a incrível força bruta dos seres de mais de seis metros conseguia, em muitos lugares, abrir fendas que permitiam a entrada dos inimigos. Apesar do preparo dos combatentes, principalmente os membros da Ordem e os da AD, que conseguiam lutar muito bem contra os Comensais da Morte, a batalha estava difícil porque os lobisomens tinham, enfim, conseguido vencer os cães de McGonagall e alguns conseguiam entrar pelas fendas abertas pelos gigantes. Os lugares que mais sofriam o impacto da força deles eram as torres do castelo, desprotegidas. Os bruxos que as defendiam tinham que se proteger e recuar mais que atacar, pois, como os dragões, a pele dos gigantes era muito resistente até aos feitiços. O lugar mais vulnerável deles era os olhos, muitos difíceis de serem atingidos por feitiços da distância em que os grupos de bruxos podiam atacar.

O Salão Principal era o lugar onde os combates mais se intensificavam, fora os arredores do castelo. Cada um dos bruxos tinha que combater com um, às vezes mais de um Comensal, e as coisas pioraram ainda mais com a participação ativa dos lobisomens. Luna teve que lutar contra um particularmente grande e forte, e não estava conseguindo se safar de suas garras afiadas e mortais. Já contava vários arranhões sangrentos pelo corpo. Em dado momento, ela caiu e foi encurralada pela fera, que abriu sua bocarra, pronta para mordê-la. Neville, que lutava contra Rookwood no momento, quando a viu ficou desesperado. Como fora sempre um garoto tímido, ele jamais revelara seus sentimentos à garota, mas ele a amava.

Neville lançou um Alarte Ascendare em Rookwood, mas ele conseguiu se afastar a tempo de ser atingido, revidando com uma Maldição da Morte, que Neville conseguiu evitar com o uso de um forte Feitiço-escudo. Ele avistou no chão um dos arcos-e-flechas que Slughorn lhes dera; o seu se perdera há muito. Pegou uma das flechas envenenadas que tinha na aljava passada pelas costas e a lançou em Rookwood, que não conseguiu se desviar a tempo e a recebeu direto no peito. O veneno era tão potente que bastaram dois minutos para o bruxo morrer, num poderoso ataque de tremores e espuma pela boca. Angustiado, Neville se voltou para Luna. Ela estava conseguindo se defender do lobisomem com um Feitiço-escudo, mas como estava enfraquecida por causa da perda de sangue causada pelos ferimentos impostos pela fera, o poder do escudo estava diminuindo. Logo Neville percebeu que em poucos segundos o lobisomem iria conseguir matá-la. Quase por instinto, ele conseguiu fazer a primeira Transfiguração Avançada perfeita que tinha feito na vida. A flecha de madeira que pegou em sua aljava transformou-se em prata, o máximo que se podia fazer em transfiguração de metais nobres, segundo a Lei Elementar de Transfiguração de Gamp, pois a única maneira de se transfigurar substâncias quaisquer em ouro era através da Pedra Filosofal. Rápido como um raio, ele pôs a flecha no arco e a atirou contra as costas do lobisomem. A flecha entrou pelas costelas e atingiu o coração da fera bem no momento em que conseguiu romper o escudo protetor de Luna. Com os dentes escuros perto da garganta da garota, ele subitamente parou, num estertor, e soltou um dolorido e intenso uivo, antes de cair para trás, o que só inseriu ainda mais a seta em seu corpo, varando seu peito.

— Luna! — gritou Neville, correndo em direção à garota. Ela chorava, nervosa. Pela primeira vez ele a via parecendo humana e não etérea como um anjo ou fada. Abraçou-a.

— Calma, minha querida, ele está fora de combate... Vamos, tem que fechar essas feridas e tomar uma poção para repor o sangue e outra para a energia antes de voltar ao combate.

E a levou rapidamente às masmorras para, então, voltar à luta. Quanto mais guerreiros inteiros, melhor.

Lá fora, num meio hostil, Tonks e McGonagall se cobriram com a Capa de Invisibilidade de Harry e saíram de dentro da abertura do Salgueiro Lutador. Havia muito mais combatentes inimigos ali fora do que aliados, e elas tinham que passar despercebidas até que o perigo não fosse tão intenso. Evitando esbarrar nos que se digladiavam, elas dispararam em direção à entrada do castelo, que era o que tinha que ser defendido. Entretanto McGonagall, que estava bastante idosa para conseguir acompanhar o ritmo de Tonks, tropeçou e como Tonks tinha mantido o ritmo, a capa começou a deslizar. Percebendo o que aconteceria, antes de ser descoberta a metamorfamaga se transformou na primeira pessoa que lhe veio à mente, e que sabia estar presa: Belatriz Lestrange. Murmurou para McGonagall:

— Vai, Minerva! Corre, eu posso me safar!

Após uns momentos de hesitação, McGonagall continuou a correr ao castelo. Se fosse descoberta, seria pior para Tonks, que já estava interagindo com alguns Comensais, agindo como se fosse a própria Belatriz. Com a desculpa de lutar contra os “inimigos”, a metamorfamaga poderia entrar no castelo e se salvar.

Entretanto, um Comensal, Yaxley, se aproximou dela, dizendo-lhe:

— Venha comigo, o Lord quer vê-la.

Tremendo de medo, mas fazendo de tudo para que ninguém notasse, Tonks se deixou levar por Yaxley. Não podia fazer nada, rodeada por tantos inimigos. Voldemort se mantinha sob um protetor escudo de magia, com Nagine, sua imensa cobra, enrodilhada aos seus pés. Estava protegido por uma guarda de quatro Comensais, um gigante e dois lobisomens. Tonks não pôde deixar de pensar que o tão famigerado Voldemort era um covarde, já que não participava da luta e se escondia atrás de tanta proteção.

— Então, minha cara Bela... onde esteve esse tempo todo? Foi uma grande surpresa para mim encontrar uma resistência tão grande e tantos adversários... Não me mandou relatos, nem avisos... Isso não foi nada bom, minha cara... — ele lhe disse no seu tom agudo e frio, onde se notava uma leve ameaça.

Tentando agir como Belatriz agiria, Tonks se deixou cair de joelhos em frente a Voldemort e baixou a cabeça, evitando olhá-lo nos olhos, a principal porta para a alma e os pensamentos, e praticando uma severa Oclumência. Voldemort era o mestre dos Legilimens, e ela tinha certeza que não conseguiria aguentar seu sutil e poderoso ataque mental por muito tempo. Rezava para que tudo desse certo.

— Me desculpe, meu Lord, eu fiz tudo o que estava ao meu alcance, bem como Snape... — sabendo agora tudo o que Snape fizera, não o jogaria aos leões. — Aparentemente eles sabiam de uma passagem para entrar em Hogwarts, e quando vimos foi tarde demais... Só tive tempo, antes de me aprisionarem, de mandar o sinal pela Marca Negra...

— E como conseguiu se soltar e sair ilesa do castelo? — era perceptível a desconfiança na voz de Voldemort.

“E agora, o que faço?”, perguntou-se Tonks, temerosa. Na sua mente só veio a imagem de uma pessoa, e ela pediu perdão mentalmente a ela.

— Foi com a ajuda de meu sobrinho, meu Lord, o Draco Malfoy... Ele me soltou e me ajudou a sair do castelo para vir até o senhor e receber suas mais novas ordens... Peço-lhe, meu senhor, que me deixe lutar... Quero acabar com esses Traidores do Sangue e Sangues-ruins!

Ela contou a Voldemort uma história mirabolante de como Draco conseguiu invadir a sala onde ela estava presa e correra com ela pelos corredores do castelo, onde havia menos gente; de como tinha matado alguns inimigos antes de conseguirem sair de lá por uma fenda aberta na parede por um gigante.

Os ofídicos e frios olhos de Voldemort se fixaram na varinha que Tonks tinha nas mãos.

— Por acaso costumam prender inimigos e fazerem a estupidez de lhes permitir continuar com suas varinhas?

Por pouco os olhos de Tonks não se dirigiram à própria varinha, o que teria denunciado seu nervosismo e sua mentira. Ela balançou a mão suavemente.

— Oh, isso? Não é minha, meu Lord, deve se lembrar que minha varinha é bastante diferente... — de fato, a varinha de Belatriz era de nogueira, inflexível, trinta e dois vírgula quatro centímetros e fibra de coração de dragão, enquanto a de Tonks era de vinte e cinco centímetros, de carvalho, semi-flexível e pelo de crina de unicórnio. — O Draco matou um inimigo e me deu a varinha, para eu lutar e me defender.

— E onde ele está agora? Malfoy?

— Não sei... Acho que acabamos nos desencontrando... Agora, por favor, meu Lord, vai me deixar lutar? Quero me vingar de quem me prendeu! Quero derrotar esses idiotas!

Enquanto Tonks e Voldemort tinham essa conversa, a luta se acirrava bastante. Os lobisomens tinham passado a agir com ainda mais voracidade, excitados com o cheiro metálico e doce do sangue derramado nas batalhas. Voldemort estava prestes a liberar “Belatriz” quando a bruxa verdadeira apareceu, ladeada por uns quantos Comensais! Tonks gelou, sentindo-se pega no ato.

As duas se encararam por um momento, e logo passaram a gritar, Tonks tentando com isso conseguir algum tempo. As duas se acusavam, lançavam desaforos, só contidas pelos braços dos Comensais que as seguravam.

— Ora, ora, o que temos aqui... — murmurou Voldemort, vendo as duas bruxas idênticas em tudo, inclusive nas roupas. Isso acontecera por acaso, as duas vestiam vestes longas e pretas como a maioria das pessoas ali, e capas e luvas. — A mesma situação já nos ocorreu, Bela, as pessoas gostam de se disfarçar de você... — ele se referia à vez em que Hermione se disfarçara da bruxa das trevas.  — Mas não estou com vontade de esperar uma hora para que o efeito da Poção Polissuco termine... O que só me resta uma opção... Matarei as duas... Assim, acaba-se a confusão — terminou ele num tom frio e indiferente.

As duas Belatriz, tanto a verdadeira quanto a falsa, olharam para o Lord das Trevas horrorizadas. A crueldade dele era tamanha que não hesitaria em matar uma aliada tão fervorosa. Tonks tinha por certa a sua morte quando aconteceu algo bastante inesperado...

Uma horda de lobisomens invadiu de supetão pelos portões de Hogwarts, perto de onde Voldemort estava. A princípio, pensavam que eram lobisomens retardatários, que finalmente se juntavam às tropas de Voldemort no ataque ao castelo. Entretanto, tais feras não partiram para cima dos adversários dos Comensais... Elas atacaram os próprios lobisomens! Foi um deus-nos-acuda. O próprio Voldemort se viu desnorteado, vendo suas “feras de estimação” começarem a cair vítimas dos de sua própria espécie, notadamente a melhor forma de se matar lobisomens. Tonks reconheceu o lobisomem grande de pelo cor de caramelo e olhos surpreendentemente inteligentes e gentis que parecia liderar os outros. Era Lupin! E ele estava, como os demais lobisomens dentro dos terrenos da escola, induzido à transformação pela Poção de Libera-cão, pois não era noite de lua-cheia. Tonks não tinha ideia se o raciocínio humano se mantinha com uma transformação induzida, mas preferia a morte causada pelo homem que amava a uma indigna morte nas mãos de seres desonrados e desalmados como Voldemort e seus asseclas. Com um coice, ela conseguiu se livrar do Comensal que a segurava, pois ele ficara momentaneamente surpreso com o ataque dos lobisomens. Correu o mais longe deles que pôde, retomando a sua forma original, e gritou, rezando para que desse certo:

— Remo!

O lobisomem ao escutar o agudo grito parou e suas orelhas se voltaram na direção do som. Pareceu reconhecer a voz e correu rapidamente em direção à Tonks. Numa voz totalmente diferente da sua, grave e animalesca, gritou:

— Salte!

Tonks não pensou duas vezes. Deu um salto sobre as costas da fera, agarrando-se ao seu largo e musculoso pescoço, as pernas rodeando o rijo tronco e, sobre as potentes e velozes quatro patas, foi levada dali pelo ser que, lobo ou homem, amava mais que a própria vida. Fechou os olhos e só o que sentia era o vento fustigante e os feitiços sibilantes perto dela, dos que queriam atingi-la, e só abriu os olhos quando sentiu que paravam. Estavam no Salão Principal e todos olhavam abismados para a estranha dupla, tanto os aliados quanto os inimigos.

— Beleza, pessoal, não parem de lutar! É apenas o Remo! Deixem ele e os lobisomens dele fazerem sua parte, galera! — gritou entusiasticamente ao saltar de sobre suas costas.

Aquilo deixou o ânimo de todos, que tinha decaído ligeiramente, lá em cima. Passaram a lutar com novo ímpeto.

***

 No Ministério da Magia, Harry, Rony, Hermione e Ana começaram a se dirigir em direção ao elevador ligado à entrada de visitantes, a única entrada que conheciam, embora houvesse outras formas de se entrar no prédio. Agora que tinham a chance de derrotar Voldemort, enfim, para sempre, um novo ânimo os deixava mais esperançosos. Subitamente, Rony parou. Os outros, ao perceberem, pararam também e se viraram.

— O que houve, Rony? — Mione perguntou, preocupada.

O ruivo olhou para eles, um sorriso estranho no rosto.

— Harry, você poderia me dar o medalhão? Gostaria de vê-lo mais de perto, agora que está montado...

Harry e todos os outros acharam muito estranho que justamente naquela hora Rony quisesse olhar para o Amuleto. Estavam atrasados, uma batalha acontecia em Hogwarts, e eles não podiam ficar fora muito tempo.

— Mas... Rony. Tem que ser agora? A gente tem que voltar ao castelo mais rápido que nunca, lembre-se, tem muita gente lutando, e talvez sendo ferido e morrendo, são nossos amigos. Por que você quer tanto assim ver o Amuleto?

Os olhos dele ficaram estranhamente sem foco, para logo voltar a encará-los fixamente, mantendo o sorriso bobo no rosto.

— Ah, eu queria descobrir se os outros feitiços, os que acontecem quando as partes estão separadas, continuam válidos quando o Amuleto está completo.

De repente, algo estranho aconteceu. Os corpos de Harry, Hermione e Ana passaram a brilhar com uma aura de clara luz dourada, enquanto o corpo de Rony brilhava com uma aura escura. Uma sensação de asco, dor e tristeza percorria os corpos de Harry, Ana e Hermione, enquanto Rony continuava com a mão estendida e o sorriso bobo no rosto, como se nada estivesse acontecendo.

— Mas o que é isso?! — gritou Harry, assustado.

Hermione olhava fixamente para Rony, o cenho franzido, pela primeira vez notando de verdade a aparência estranha em que ele estava. Uma expressão de entendimento aflorou em seu rosto.

— É simples, Harry. O Rony está nos traindo. Está nos contando uma mentira.

— O quê?! — murmurou Ana.

— O feitiço da Amizade Eterna que fizemos, lembra? Ele nos avisa sempre sobre a mentira ou traição de um amigo que participou do feitiço.

— Mas... não posso acreditar! O Rony nunca nos trairia, ele nunca... me trairia.

— Não é porque ele quer... — Ana falou, uma compreensão surgindo em seu rosto também. — Eu não estava entendendo a razão do estranhamento que a expressão de seu rosto me causou, mas agora desconfio... Enfeitiçado, Mione?

— Sim, Ana, ele está sob a ação de uma Maldição Imperius. Olha, Harry, o jeito dele, estranhamente parado, a expressão vaga, os olhos fixos, o sorriso bobo e contínuo. Há algum inimigo aqui, e que quer o Amuleto!

Nesse momento, mesmo mantendo a expressão vaga, Rony atacou-os. Enquanto lançava azarações não-verbais, falava:

— Me dê o Amuleto, Harry. Eu preciso do Amuleto...

Os três tiveram que se lançar ao chão, cada um para um lado, tentando escapar dos feitiços e azarações.

— Rony, resista! — gritou Harry, que sabia ser possível resistir ao poder de persuasão da Maldição Imperius, como ele mesmo já fizera no seu quarto ano. Bastava ter uma mente forte e resistir aos comandos alienígenas que moviam o corpo.

De trás do balcão que geralmente ficava o funcionário do Ministério responsável pela avaliação e guarda de varinhas de visitantes, um bruxo mirrado e calvo apareceu, a varinha em punho. Estivera escondido e atacara pelas costas, revelando-se o covarde que sempre fora.

Ana foi o primeiro que o viu. Arregalou os olhos e gritou:

— Você?! Rabicho!

Em choque por vê-lo outra vez, ela tremia de ódio. Ele era o assassino de seus amados pais adotivos. Ele a olhava com um cínico sorriso no seu rosto de rato.

— Finalmente vejo você de novo, garotinha deliciosa... Pena que nunca a gente tenha tempo para um conhecimento mais... digamos... “aprofundado”. Rony, meu “amo” — seu tom agora era de escárnio, pois Rony fora seu dono por muitos anos, quando se disfarçara de rato — prenda o Potter e a garota Gryffindor. Meu Lord os quer vivos, e receberei uma imensa recompensa... Quanto a Granger Sangue-ruim, pode deixar que acabo com ela. É dispensável.

Rony partiu para cima de Harry e Ana como um dínamo, querendo detê-los de alguma maneira, seja prendendo-os com cordas mágicas, os paralisando com Azaração do Corpo Preso ou deixando-os inconscientes. De tudo ele tentava, lançando um feitiço atrás do outro, a sorte era que Harry e Ana sabiam se defender, tanto se desviando quanto conjurando Feitiços-escudos. Essa era a única coisa que se atreviam a fazer, pois Rony era amigo deles e não podiam lançar feitiços perigosos que o prejudicasse de alguma forma.

Enquanto isso, Hermione e Rabicho duelavam. O bruxo não supusera que Hermione fosse uma bruxa tão boa e poderosa. Ele não era páreo para ela, que fora treinada pelos melhores, como Harry e Rony. Entretanto, o combate que acontecia entre Rony e os dois amigos a desconcentrava, ela temia pelos três. Certo momento, ela se distraiu com um gemido de dor que Harry soltou ao ser atingido por um Alarte Ascendare que o jogou longe, e era por isso que Rabicho estava esperando. Querendo primeiro brincar com a vítima, gritou, usando um feitiço verbal para revelar claramente o que iria fazer:

Crucio!

Hermione caiu no chão, sem forças, seu corpo se contorcendo em espasmos horríveis de profunda, impensada dor. Era a dor mais intensa que já sentira na vida, não se comparava a nada que já sentira antes, ou que podia imaginar sentir. Era como a mistura de tudo de ruim ao mesmo tempo, como se ao mesmo tempo seu corpo estivesse sendo esmagado, socado, cortado, rasgado, esmigalhado.

Os gritos de dor de Hermione paralisaram Rony. Em sua mente hipnotizada, ele começou um diálogo consigo mesmo.

Prenda os dois... prenda o Potter e a Gryffindor...”, sussurrava uma voz de potente poder de persuasão em seu cérebro enevoado. Ao fundo, de maneira longínqua, gritos numa voz muito familiar o deixavam levemente angustiado.

“Mas por que prender Harry e Ana? Eles não fizeram nada...”, pensou, tentando ao mesmo tempo atacar e não atacar, num duelo entre o que queria e o que era forçado a fazer.

Prenda os dois... prenda agora!”

“Não, desculpa, mas não tem para quê...”, os gritos estavam mais altos, como se rompendo a névoa que entorpecia sua mente e raciocínio. “Quem está gritando? Por que dói tanto ouvir? É uma voz familiar... é a voz de...” um rosto veio à sua mente, e ele se esforçou para não ser novamente pego pela voz aliciante, e então seu cérebro se clareou de vez, ele se livrou do domínio da Maldição e gritou:

— Mione!

Balançou a cabeça, tentando se livrar dos últimos resquícios de névoa na mente, e quando viu sua namorada se contorcendo e gritando de dor, um ódio profundo preencheu seu peito.

Rabicho, ao ouvir o grito, percebeu que sua Maldição Imperius tinha sido dominada, e olhou para Rony com medo, perdendo a concentração e parando de torturar Hermione. Quatro vozes gritaram ao mesmo tempo, numa total coincidência:

Alarte Ascendare!

E quatro jorros de feitiço azul-brilhante partiram para Rabicho, que não teve sequer tempo para se desviar ou fazer um Feitiço-escudo. Atingido no peito por quatro feitiços de ataque que, separadamente, não tinham força suficiente para matar, mas que, juntos, acabaram por se mostrar fatais, ele morreu na mesma hora, sendo jogado no outro lado do longo Átrio, a veste preta rasgada pelo impacto mostrando um peito chamuscado magicamente, o que normalmente não acontecia, não quando se era atingido por um único Alarte Ascendare. Aquele ato os fazia transpassarem uma linha. Fazia com que todo traço de juventude definitivamente os deixasse, amadurecendo-os duramente. Embora nenhum dos quatro tivessem tido a intenção de matar, tinham cometido a primeira morte a um ser humano. Cada um dos quatro tinha motivos para matar Rabicho, todos precisavam fazer justiça a algo feito pelo bruxo: Harry, a traição aos seus pais; Ana, o assassinato dos pais adotivos; Rony, a tortura que ele causara a Hermione; e Mione, a tortura que sofrera. Entretanto nenhum deles se sentiu feliz quando o viram morto, pois a vida humana sempre tinha valor, não importando de que lado ele estivesse, fosse do Bem ou do Mal. Sentiram um grande impacto emocional por terem ceifado a vida de alguém. Logo, entretanto, se refizeram. Não por terem consciências volúveis que rapidamente esqueciam o que tinham feito, mas por saberem que tinham que se manter firmes até o fim. Depois, podiam até desmoronar; antes de vencer Voldemort, jamais.

— Vamos, pessoal, precisamos chegar a Hogwarts o mais rápido possível.

Os três acenaram e o acompanharam rumo ao elevador da entrada dos visitantes.

***

Hogwarts estava em franca batalha quando chegaram. A proteção do novo Feitiço da Desilusão que tinham feito era suficiente para passarem despercebidos, pois era noite e as pessoas estavam mais empenhadas em lutar que olhar em volta, à procura deles. Ao ver Voldemort ao longe, Harry teve ímpetos de ir até lá, ainda parou, mas Hermione lhe segurou o braço, sussurrando em seu ouvido:

— Esqueça, Harry, você só poderá matá-lo quando destruir todas as Horcruxes, e ainda falta a Nagine. Ao menos ela está lá, com ele, é providencial, imagine se tivesse deixado em outro lugar, sob feitiços que não temos nem ideia. Vamos, devem estar precisando da gente no castelo.

E correram para lá, só se desfazendo do Feitiço da Desilusão quando transpassaram as portas, agora definitivamente em pedaços. E se surpreenderam com os lobisomens que atacavam lado a lado dos seus amigos, defendendo-os de outros lobisomens!

— Isso tem o dedo de Lupin! — gritou Hermione rindo. Seu grito alertou sua presença para os outros, que quando os viram deram urros de alegria. Alguns correram a abraçá-los enquanto outros ficaram em seus lugares, combatendo. A volta de Harry era como um sopro de esperança, pois tinham ao seu lado aquele que era o Escolhido para derrotar Voldemort. Sem sua presença, eles perdiam o norte, ficavam meio desorientados, sem a presença daquele por quem lutavam, que lhes fornecia o motivo, a gana de vencer. Todos tinham em Harry algo como um talismã, sua presença os fazia pensar em sorte e vitória.

Logo os quatro se empenharam em lutar freneticamente, derrotando quantos Comensais podiam, tentando o máximo possível apenas incapacitar os soldados de Voldemort. Mas a maioria das vezes aquilo era impossível, e tinham que matar para salvar as próprias vidas e dos amigos, e não tinham escrúpulos, pois pela vida de um amigo, inclusive podiam matar, embora aquilo lhes doesse. Tentavam usar o mínimo possível a Maldição da Morte, apenas quando seu uso era totalmente necessário o faziam. E o exemplo que deram foi seguido pelos demais, que começaram a imitá-los, inutilizando os Comensais e lobisomens e só matando quando extremamente necessário.

Cinco Comensais cercaram Rony e Harry, que deram as costas um para o outro, mantendo-as quase unidas, protegendo suas retaguardas, as varinhas em punho. Logo os Comensais começaram a atacá-los, mas eles conseguiam se defender, naquela formação a defesa era mais fácil, pois um protegia as costas do outro. Entre um feitiço e outro, Harry gritou para Rony:

— Sabe, Rony, “Sectumsempra”!, Quando você estava sob a Imperius, me disse algo que me fez pensar! “Bombarda!” Disse que queria saber se a gente podia utilizar os feitiços individuais de cada parte do Amuleto mesmo com ele agora unido! “Incendio!”

Combatendo três bruxos ao mesmo tempo, Rony respondeu:

— Sim, isso era algo que eu queria mesmo saber! “Alarte Ascendare!” Na hora eu ouvia apenas uma voz que me mandava dar um motivo para querer ver o Amuleto de Merlin, “Sectumsempra!”, e eu dei esse, mas era verdadeiro! “Protego Horribilis!”

— Bem, só há uma, “Confringo!”, maneira de saber, né? “Limpus Magic Servere!”

Como estava usando ao pescoço o Amuleto completo, Harry estava imune à morte em combate, pois esse era um dos poderes do Amuleto, manter a vida indefinidamente, embora, por experiência própria, ele percebeu que isso não o impedia de ser ferido. Entretanto Rony, Mione e os outros não estavam imunes à morte, e ainda era um milagre que apenas algumas pessoas tivessem morrido, nenhum da AD e da Ordem, os mais bem treinados, apenas alguns alunos mais velhos tanto de Hogwarts quanto de Beauxbatons e alguns membros do time de quadribol em que Olívio Wood era o capitão. Em contrapartida, muitos Comensais tinham morrido, bem como lobisomens, e isso acontecia porque, apesar de estarem em alta desvantagem numérica, tinham uma grande superioridade de combate. Harry segurou o Amuleto de Merlin, que agora, completamente montado, era grande e pesado, concentrou-se e gritou o feitiço que Hermione lançara na corrida ao Salgueiro Lutador:

Impedimenta Maldicione Mortĭum!

Na mesma hora, uma redoma de clara energia envolveu as pessoas que ele pensou em proteger, mas só as que estavam há uns vinte metros de raio de onde ele estava. Não adiantou para as que estavam mais longe dessa distância, aquele era o raio de alcance do poder do Amuleto. Mas mesmo assim Rony, Hermione, McGonagall, Tonks, Lupin, Moody e outros conseguiram se proteger de todas as Maldições da Morte que eram lançadas contra eles, neutralizadas ao tocar a barreira de magia protetora. Isso foi algo impressionante, que claramente desestabilizou os Comensais. A Maldição da Morte era o feitiço mais poderoso e perigoso que conheciam, o único para o qual não tinha volta, e agora estava sendo neutralizado. Isso deu ainda mais ímpeto e ânimo aos aliados, que atacaram com renovado vigor e ferocidade, querendo acabar com a ameaça de vez.

***

Finalmente Voldemort percebeu que havia uma coisa errada. Notou que o número dos seus combatentes ia decaindo drasticamente. Não conseguia imaginar o porquê de isso estar acontecendo, pois estava convencido da sua superioridade numérica e também dos gigantes e lobisomens que trouxera. Na verdade, ele não era um bom estrategista militar, e não se empenhara em treinar bem as suas tropas. Só o que fizera durante todo o tempo da “paz armada” fora arregimentar cada vez mais sequazes. Ele acreditava nos números, para ele quantidade era preferível à qualidade. Não levara em conta, entretanto, que isso era bastante relativo, dependia dos guerreiros oponentes, de seu preparo e sua tenacidade, sua vontade de vencer, o porquê dessa vontade.

— Hora de chamar reforços... — falou para si mesmo, os olhos viperinos meio fechados. A única coisa que soubera fazer bem fora a divisão de suas tropas. Não trouxera todos seus efetivos de uma vez. Perto da escola, deixara um grupo bastante especial de combatentes. Ele se concentrou e os invocou. Logo, ao senti-los a caminho, enquanto passava sua longa, magra e branca mão na cabeça de Nagine, sorriu consigo mesmo.


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Notas finais do capítulo

* Vai haver uma explicação melhor para "o que é" aquele lugar por trás da porta secreta no Ministério no fim da história.

Oo00oo

Espero que tenham gostado!Até o próximo. Comentem, please!

Bjs da Ana



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