Harry Potter e o Amuleto de Merlin escrita por ana_christie


Capítulo 29
Quem Vê Cara não Vê Coração


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal. Mando aqui um novo capítulo. Espero que apreciem.



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arry, dentro de sua mente, naquele momento, já não era mais ele. Voldemort estava bastante contente. Sabia que o garoto Potter estava onde ele queria que ele estivesse, Hogwarts, o lugar onde tudo deveria acabar, quando ele, Voldemort, vingaria seu antepassado, Salazar Slytherin, e recomeçaria uma nova era. Iria até a escola com todas as suas tropas e a atacaria com tudo, com todo seu poder e aliados. Tudo tinha que terminar naquela noite, para o dia seguinte já ser outro, o dia em que nada mais nesta vida poderia ameaçá-lo. Só com muito esforço Harry conseguiu fechar sua mente totalmente aos pensamentos e emoções de Voldemort.

— Temos que correr e nos preparar. Voldemort está vindo, e com todo o seu séquito. — disse Harry se levantando. Todos o olhavam com preocupação, pois ele gritara de dor. E acreditaram em suas palavras, pois sabiam que ele tinha um vínculo com Voldemort, ao vê-lo salvar o Sr. Weasley certa vez.  

Harry olhou em volta. Estavam olhando para ele, com resignação e confiança. Não podia falhar. De repente seus olhos toparam com Snape. Ele estava recostado a uma parede, o olhar frio fixado nele. Todo o ódio que sentira por tanto tempo, principalmente desde o assassinato de Dumbledore, explodiu com força em seu peito e ele ergueu a varinha para o bruxo, nem lembrado o que ele acabara de fazer. Estava tão furioso, dolorido e com a mente em pandemônio que cometeu algo que jamais em sua vida pensaria em cometer. Lançou uma Maldição da Morte em Snape.

— Canalha! Dumbledore! Você matou Dumbledore! Tenho que acabar com você, seu covarde! Avada Kedavra!

Snape, entretanto, conseguiu se desviar a tempo do golpe e paralisou Harry com um feitiço. Um sorriso frio tomou conta do seu rosto.

— Nenhuma pessoa até hoje me chamou de covarde e sobreviveu para contar a história, mas no seu caso vou relevar, pois é necessário — ele disse num tom debochado e desdenhoso. Na mesma hora Snape foi desarmado por um dos muitos bruxos que lá estavam e foi obrigado a ficar de joelhos. Tentaram liberar Harry do feitiço, mas não conseguiram.

— Solte-o, condenado! — rosnou Kingsley, louco para “quebrar a cara” de Snape. — Isso não parece um Petrificus Totales normal!

— Garanto que é, fazer o quê, se nenhum de vocês são páreos para o poder de meus feitiços? Irei liberá-lo, mas não podia deixar que ele me matasse, não? Se vocês todos forem um pouco razoáveis e raciocinarem pelo menos um pouco irão ver que não sou o inimigo de vocês.

— Como não?! Você matou Dumbledore!

— Sim, matei, mas juro que não porque eu quis. Mas acho que ter estuporado Belatriz Lestrange para salvar o ressuscitado aí e ter matado Aleto Carrow quando ela estava prestes a matar uma aluna dizem alguma coisa ao meu respeito. Me garantam que o Potter não irá me atacar e juro que tudo se esclarecerá.

Todos ficaram em dúvida, mas o que Snape falara tinha muito sentido. Eles prometeram conter Harry e devolveram a varinha a Snape, que na mesma hora desenfeitiçou o rapaz. Harry, que enquanto estava paralisado ouvira tudo o que foi dito, fez um grande esforço para se acalmar e se conter. O ódio que tinha guardado era muito antigo.

Snape e ele se encararam fixamente por um longo tempo e algo impressionante aconteceu. A expressão de Snape suavizou e seus olhos foram tomados por um brilho que só poderia ser de lágrimas contidas.

— Os seus olhos são idênticos aos de sua mãe... Minha querida Lílian...

Harry arregalou os olhos, uma sensação estranha o percorrendo. “Querida Lílian?” O que ele queria dizer com isso? Rosnou para Snape:

— Lave a boca antes de tocar no nome de minha mãe!

— Eu a amava, Potter, e você não pode tirar isso de mim, afinal é algo que não pode ser mudado. Eu a amo ainda, sinceramente, apesar de que a única coisa que eu obtive dela foi uma grande amizade.

— Amizade? Mas eu vi aquela maldita memória, e você a desprezou, a chamou de Sangue-ruim!

— Acho que aquela lembrança mexeu muito com você, Potter... — Snape falou com voz arrastada. — Revelou algumas facetas... digamos... interessantes de seu amado pai, seu padrinho e amigos...

Harry fez força para não atacá-lo. O pior é que sabia que era verdade, ele percebera o quanto os marotos tinham sido cruéis com Snape, e ele não fizera nada para provocá-lo, tinha sido agressão gratuita.

— Na hora eu estava bastante... envergonhado, humilhado, para ser salvo por uma mulher... Mas eu me desculpei e acredite que continuamos amigos ainda por muito tempo até que... que ela o escolheu. Escolheu ele como marido, embora eu sempre achei que devia ter ficado comigo, pois eu a conhecia, bem como à sua irmã, aquela garota chata, muito antes disso, desde criança, pois morávamos perto — a voz de Snape estava carregada de dor ao falar aquilo. — Não acredito no que vou falar agora, mas acho que é preciso. Não sou de pedir desculpas a ninguém, mas acho que as devo a você. Você não tem culpa de parecer tanto fisicamente com o seu pai, embora deva confessar que seu jeito lembre muito o de Lílian. Mas, vamos ser justos, você nunca foi de cumprir os regulamentos e, além disso, era a prova viva do amor que eu nunca tive e que sempre desejei...

Todos estavam abismados, pois jamais imaginavam ver Snape pedir desculpas por algo que tinha feito, ainda mais a Harry, por quem sempre demonstrara odiar acima de todos, exceto Tiago Potter. Harry o olhava com desconfiança, com medo de que tudo aquilo não passasse de algum estratagema para ludibriá-los e entregá-los diretamente a Voldemort, ficando com as glórias inteiras para si.

— Claro que é difícil acreditar em mim, pois sempre o tratei mal, mas não pode duvidar de que algumas coisas eu fiz em prol de você... Não deixei que Quirrel te matasse, no seu primeiro ano, enquanto ele te amaldiçoava na partida de quadribol. Também hoje os ajudei bastante. Por que acha que a passagem entre a Casa dos Gritos e o Salgueiro Lutador não foi fechada ou ao menos vigiada? Poderia fazer uma armadilha perfeita ali. E os dementadores que deveriam estar esperando por vocês nos portões da propriedade e do castelo? E, convenhamos, eu poderia ter dito quais os prováveis feitiços com que Moody, com certeza, protegeu a sede da Ordem. O conheço bastante bem para saber quais as defesas que ele usaria.

— É verdade, Harry, eles comentaram isso durante minha tortura — disse Slughorn. — Disseram que Snape tinha ficado com a missão de pôr dementadores nos portões da escola e do castelo, para esperar por quem de vocês aparecesse.

— E por que você fez isso, Snape? — perguntou Harry.

— Porque você é filho de Lílian, Potter. Não pude salvá-la, então salvo o filho dela. Ela o amava demais, e fui de certa forma responsável por sua morte e a de Tiago Potter.

Harry estava pálido. Sabia daquilo, e era um motivo a mais para odiar Snape.

— Eu era um Comensal da Morte, e todos sabem disso. Todos sempre brigaram com Dumbledore, pelo fato de ele ter me dado uma chance. Fui eu o bruxo que ouviu parte da Profecia sobre você e Voldemort há tanto tempo atrás. Por isso fui, de certa forma, responsável por matá-la. Eu contei a ele, e não cheguei há tempo de salvar os seus pais. Quando cheguei lá, já estavam mortos. Então resolvi me redimir. A culpa até hoje é meu maior inimigo, ela jamais me abandonará. Fui atrás de Dumbledore e ofereci meus préstimos a ele, como agente duplo. Além disso, ele exigiu que eu protegesse você, Potter, enquanto eu pudesse.

Harry estava tremendo. Se não fosse Snape, seus pais poderiam estar vivos... No lugar dele, talvez os pais de Neville tivessem sido mortos. Harry sacudiu a cabeça. Não. Jamais desejaria seu sofrimento ao seu amigo.

— Mesmo assim, tínhamos razão ao advertir Dumbledore! Você o traiu, traiu o único homem que acreditou em você! Você o matou! Você, durante todo o tempo, sabia que Draco Malfoy planejava matá-lo e não fez nada! Você o matou quando o Malfoy perdeu a coragem!

Snape baixou a cabeça por um tempo. Em seguida a ergueu bem erguida e encarou Harry nos olhos, sem mostrar uma gota de negação ou de arrependimento. Revelava apenas cansaço e resignação.

— Não posso negar, mas o fiz, sim. Mas não por vontade própria. Dumbledore sabia que morreria, a maldição que o atingiu quando foi atrás do anel dos Peverel estava se espalhando por seu corpo. Ele sabia de tudo! Ora, Potter, você é inteligente, odeio ter de confessar isso, mas deve ter percebido as meias-verdades de Dumbledore, suas maquinações. Ele tinha um plano para você, para todos nós, desde o desaparecimento de Voldemort. Eu era, e ainda sou, seu testa-de-ferro, quem o ajudava em seus planos, e fui seu único confidente. Estou a par dos planos de Dumbledore, e até hoje, tudo o que fiz, foi seguindo suas ordens. Inclusive sua morte.

— Mentiroso! — gritou Harry. — Dumbledore jamais planejaria sua própria morte, ele não faria isso comigo, não faria isso com todos que o amavam!

— Ele não planejou a própria morte, acreditava que, caso surgisse a necessidade de matá-lo, eu deveria fazê-lo. Dumbledore sabia que Draco Malfoy jamais teria coragem de matá-lo à queima-roupa! Queria proteger o menino. Se ele não tivesse morrido, Draco seria morto por Voldemort, e isso era precisamente o que Voldemort esperava que acontecesse, uma espécie de vingançazinha contra os Malfoy. Naquele momento, na Torre de Astronomia, nós nos comunicamos via Legilimência. Por causa da missão que vocês tinham aquela noite... — ele parou ao ver a expressão de Harry e, num tom meio debochado, continuou — Sim, eu sabia da missão de vocês. Na verdade eu sei de sua missão e de seus amigos inteira, meu caro. Naquela hora, quando me aproximei dele, ele me disse que estava à beira da morte, por causa daquela poção que precisara tomar. E me pediu, na verdade exigiu que o matasse.

Harry estava chocado. Snape só poderia saber sobre a poção tomada por Dumbledore na caverna da Horcrux se realmente tivessem se contatado via Legilimência. E Dumbledore era muito bem capaz de ocultar seus pensamentos, se os revelara a Snape era porque queria. Parecia uma piada, mas o que Snape estava contando deveria ser verdade.

— Quer dizer que... quando ele falou o seu nome num tom tão implorante... não foi para pedir que não o matasse?

— Ao contrário. Foi para exigir que eu cumprisse minha promessa de matá-lo quando o momento o exigisse, e aquele era o momento. Por mais que eu detestasse aquela missão, eu tinha que cumpri-la. Ela fazia parte do plano magistralmente arquitetado por Dumbledore. Tudo foi planejado para que esse momento que ocorre aqui e agora acontecesse, Harry. Que você viesse a Hogwarts no momento certo para ouvir as derradeiras explicações e instruções que te permitissem matar Voldemort.

— Há uma maneira de provar se o que diz é verdade? — Harry perguntou em dúvida. Snape parecia muito sincero, mas ele era capaz de enganar quem quisesse. Pois se fosse verdade, ele fora capaz de enganar Voldemort, um ótimo Oclumente, durante todo aquele tempo.

Snape deu um sorrisinho irônico.

— Estava esperando isso. As provas. Poderia agora tirar minhas lembranças para que você visse tudo o que falei pela Penseira, mas será mais interessante se ouvir a verdade e receber o restante das explicações e instruções direto da fonte. Weasley — ele se virou para Gina — poderia fazer a gentileza de ir buscar na Sala Precisa o quadro de Dumbledore que vocês tão engenhosamente roubaram da Sala dos Diretores, bem debaixo dos nossos narizes?

A garota fez uma cara de assombroso espanto.

— Mas... como você... como soube?

Ele deu novo sorriso irônico.

— Ora, tenho outro quadro igual na minha sala, onde conversamos durante todo esse tempo desde a morte dele. Ele elogia bastante os membros da AD. Poderia buscar o quadro de meu quarto, mas ele fica nas masmorras, vai demorar bastante trazê-lo por um Feitiço Convocatório.

Ainda espantada, a garota obedeceu. Pediu ajuda aos outros quatro alunos que lá estavam para ajudá-la a carregar o quadro, que era pesado, e em pouco tempo eles o trouxeram. Ao ver a cena surreal, Dumbledore deu um sorriso, seus ardentes olhos azuis brilharam intensamente.

— E as cortinas se abrem! — foi o que ele disse, mantendo um intenso olhar em Harry. — Bem, creio que a maior parte meu bom e velho Severo já deve ter contado. O resto, eu preciso ficar a sós com Harry e Severo para contar. São últimas explicações e instruções. Creio que, se todos vocês estão aqui — seu olhar vagueou por toda a sala cheia de gente boquiaberta — é porque a batalha realmente começou ou está prestes a acontecer. Creio que há muitas medidas a serem tomadas antes do ataque.

Harry sacudiu a cabeça. Eram informações demais dentro de uma cabeça só! Mas pelo visto — não podia desconfiar de Dumbledore — tudo o que Snape falara era verdade e ele não era um inimigo. Mas era verdade, antes de qualquer outra coisa tinham que se preparar para a batalha, Voldemort e seu séquito não demorariam a aparecer. Respirou fundo e virou-se para os outros, assumindo seu papel de liderança, aceito mesmo por Minerva, a líder da Ordem da Fênix.

— Vamos nos preparar, pessoal. Mantenham a mente na batalha iminente e não no que está acontecendo aqui entre eu, Snape e Dumbledore. Professores, aurores e qualquer um que tenha um nível avançado de magia, protejam a escola. Criem o máximo de barreiras mágicas protetoras que puderem em torno da escola, se possível inclusive nos terrenos. Protejam cada porta e janela que puderem. Também vão até as sedes das Casas, peguem os alunos que não queiram lutar ou que sejam jovens demais para tanto, para protegê-los. Os de Grifinória, Lufa-Lufa e Corvinal, mandem para a Casa dos Gritos pela passagem; os de Sonserina, nos quais não podemos confiar, os mantenham presos na Sala Precisa, mas desejem um lugar em que possam aprisionar de verdade, sem correr o risco de que consigam sair ou alguém do outro lado, se for inimigo, entrar. Peguem os demais alunos, principalmente os da AD, avisem-nos de tudo o que aconteceu e depois que todos estiverem juntos a vocês se dividam em grupos que possam cada um defender uma frente de batalha. Cada grupo deve ser liderado por um bruxo de alto poder de liderança e poder mágico. Creio que Moody, Kingsley, McGonagall, Tonks, Sprout, Flitwick e Arthur são os mais indicados para esse cargo, mas façam do jeito que acharem melhor. Eu tenho, por enquanto, que cumprir minha missão, aquela que não sabem, ela ainda não foi totalmente cumprida, e só se eu a cumprir poderemos vencer essa batalha. Agora vão, o tempo urge.

Rony, Hermione e Ana olharam para Harry com desafio.

— Você não vai se desfazer de nós tão facilmente. Estivemos ao seu lado durante toda a missão e creio que merecemos ouvir essa conversa e participar de tudo que envolva... você-sabe-o-quê — disse Hermione.

— Ah, com certeza, nada me tira dessa sala — Rony falou cruzando os braços.

Ana só fez ficar no seu canto, a postura e a expressão facial irredutíveis.

Harry olhou meio em dúvida para o quadro de Dumbledore, mas o velho bruxo apenas sorriu.

— Realmente, Srta. Granger, Sr. Weasley, creio que devem ter feito o suficiente para participar de nossa conversa. Só não sei quem é você, senhorita...

Com orgulho na expressão e na voz, Ana disse:

— Ana Christie. Ana Christie Gryffindor.

Um olhar sábio e entendido foi trocado entre Snape e Dumbledore.

— Sim, creio que a senhorita pode... não, deve ficar entre nós.

— Então tudo bem, Mione, Ana, Rony, fiquem. Pessoal, nos deixem sozinhos, vão cuidar dos preparativos para a batalha.

Todos aquiesceram e partiram, para seguir à risca os conselhos, ou melhor, as ordens de Harry. Sábias e necessárias ordens, na visão de todos. Harry fechou a porta mediante magia, de maneira que ninguém pudesse entrar. Antes de qualquer coisa, amarrou bem Belatriz Lestrange com cordas mágicas e lhe deu outro Feitiço Estuporante, para ter certeza de que ela ficaria estuporada durante a conversa e a batalha. Enfim, virou-se para Dumbledore.

— Pode falar, Prof. Dumbledore.

***

Gina e os quatro alunos se dirigiram às suas salas para avisar ao pessoal da AD para que ficasse preparado. Muitos dos alunos ficaram praticando alguns feitiços e azarações enquanto esperavam que os líderes dos grupos, quando esses fossem formados, viessem dividi-los e comandá-los.Enquanto isso acontecia, todos os bruxos mais velhos e poderosos, como os professores, Moody, Lupin, Sirius, Tonks, Kingsley e outros foram aumentar as defesas de Hogwarts. Cada um correu por um andar, pondo defesas cada um ao seu modo.

A Prª Sprout utilizou plantas que pegou da estufa, como Visgos-do-diabo, imensas plantas carnívoras, Arapucosos e Tentáculos Venenosos, que fez crescerem com ajuda de feitiços, de modo que elas percorreram todas as paredes externas do castelo de Hogwarts, e se estenderam, também, para os jardins.

A Prª McGonagall usou a sua habilidade em Transfiguração para aumentar as tropas do castelo, convocando as estátuas e dotando-as de “vida” através do feitiço Pietortum Locomotor, bem como transfigurando os ratos e outros pequenos animais que sempre existiam em antigas propriedades, transformando-os em imensos, ferozes e obedientes (ao pessoal aliado, é claro!) cães resistentes a feitiços de leves a moderados. Eles foram soltos pelos jardins e por toda a área externa de Hogwarts, exceto a Floresta Proibida, com a ordem de patrulhar, atacar os inimigos que entrassem e avisar por meio de latidos e uivos quando Voldemort e seus asseclas aparecessem.

O Prof. Flitwick fez vários feitiços e encantamentos pelo castelo, cuidando principalmente das portas, janelas e lugares vulneráveis a ataques. Tornou essas entradas invioláveis a qualquer feitiço, mesmo um explosivo e poderoso Bombarda, fez espadas, lanças e outras armas do acervo de Hogwarts ficarem “inteligentes”, ou seja, capaz de distinguir entre inimigos e amigos, e as dotou de iniciativa, para que atacassem todos os adversários que passassem por elas.

Slughorn foi ao imenso estoque de poções da escola e pegou várias poções perigosas e venenos, que, se lançadas sobre a pele de alguém, causariam reações de incômodas a horríveis, desde coceiras e queimaduras a dissolvimento de membros e envenenamento por via cutânea. Preparou vários arco-e-flechas, embebendo as pontas das flechas nas poções e venenos, e distribuiu a várias pessoas. Também preparou, com a ajuda de madame Pomfrey, a enfermeira, as salas-de-aula que ficavam nas masmorras — e por isso mesmo, na parte subterrânea do castelo, mais segura — transformando-as em enfermarias de campanha, deixando lá as principais Poções de Cura e outros remédios bruxos, para cuidarem dos feridos.

Os professores, depois de prontas as defesas, também pediram auxílio aos sereianos e aos elfos domésticos. Aqueles se encarregariam de qualquer inimigo que caísse no lago, bem como salvariam aliados lançados lá dentro; estes iriam ajudar os combatentes no que pudessem, seja defesa contra um ataque por trás, ou na enfermaria, ou mesmo na cozinha, fazendo refeições caso o conflito durasse demais.

Os demais bruxos também ajudaram no reforço das defesas, principalmente Moody, que era um bruxo bastante preparado, mas eles preferiram atuar no planejamento da batalha e divisão e preparação dos combatentes. Os alunos da AD e outros que não pertenciam ao grupo, mas que eram maiores de idade e queriam lutar, foram separados dos demais alunos. Ficaram à disposição dos bruxos líderes dos grupos, que dividiram em frentes de batalha o pessoal disponível para a luta, cada grupo ficando com um número de integrantes da AD, alguns bruxos mais velhos e poderosos, outras pessoas que queriam lutar e algumas das estátuas transfiguradas por McGonagall. Quando os grupos estiveram formados, cada Diretor de Casa foi cuidar de sua Casa. McGonagall, Sprout e Flitwick, diretores respectivamente de Grifinória, Lufa-Lufa e Corvinal, conduziram os alunos de primeiro a quinto ano, bem como os de sexto e sétimo que não queriam lutar, até a passagem no Salgueiro Lutador; Slughorn, diretor de Sonserina, levou todos seus alunos, exceto Draco Malfoy, à Sala Precisa, onde os prendeu, num lugar tão protegido que não poderiam sair para interferir de maneira negativa na batalha, nem poderiam sofrer dano algum, nem mesmo se os conflitos recrudescessem. Depois, os líderes dos grupos de combatentes levaram seus comandados a pontos estratégicos de defesa. Moody e Tonks ficaram com seus grupos no hall do castelo, bem na entrada, preparados para os ataques iniciais. No salão principal, imenso, onde as mesas foram afastadas, a maior parte dos grupos ficou, pois achava que, além dos arredores do castelo, os ataques se dariam mais naquela parte, a mais central de Hogwarts. Outros grupos ficaram em alguns corredores próximos, enquanto outros, ficaram em lugares que seriam vulneráveis a um ataque aéreo, como o alto das torres da Grifinória, de Corvinal, de Astronomia e da Diretoria e nas ameias do castelo. Slughorn, que não participaria dos conflitos abertos, pois aquilo não era muito de seu feitio, arregimentou alguns alunos que não estavam muito preparados para combate, e os orientou na enfermaria improvisada, para que pudessem agir rápido e eficientemente quando os primeiros feridos começassem a chegar. Enfim, Hogwarts estava pronta, e ansiosa, pelo surgimento do inimigo.

***

Vendo-se sozinho na Sala do Diretor, apenas com seus quatro inseparáveis amigos, Snape e o retrato de Dumbledore, Harry se voltou para o último, com a testa franzida.

— Pode falar, Prof. Dumbledore. Creio que tem muitas coisas a me explicar.

“Dumbledore” apoiou o queixo sobre as mãos magras e elegantes e olhou para Harry com um brilho nos olhos azuis que faiscavam.

— Sim, tanto eu quanto Severo. Tudo foi cuidadosamente preparado para quando você viesse aqui depois de ter destruído as Horcruxes que tinham que ser encontradas. E destruiu, não, Harry?

— Sim, “destruímos” — ele salientou bem a participação dos amigos na história. — O Medalhão de Slytherin, a Taça de Hufflepuff e o Diadema de Ravenclaw. Mas ainda faltam Nagine e a última Horcrux, que infelizmente não sabemos qual é, mas que tenho certeza que deve ser algo pertencente à Gryffindor. A espada, ou o Chapéu Seletor, talvez.

— Sim, Harry, você está coberto de razão. A última Horcrux com certeza é algo que tem uma profunda ligação com Gryffindor. Eu sempre desconfiei qual seria essa Horcrux, mas precisava ter certeza.

— Antes queria saber, que história é essa de você e Snape fazerem planos para mim? Falarem sobre mim? Desculpe-me, Dumbledore, mas você sempre me deixa no escuro, será que não seria melhor se eu soubesse de tudo desde o começo? Mas você sempre tem esses seus planos, conchavos, segredinhos, não acha que isso só atrapalha?

O olhar de Dumbledore se tornou sombrio.

— Professor Snape, Harry — disse delicadamente, fazendo os dentes de Harry se apertarem. — Sim, eu sei que tudo seria mais honesto se te contasse tudo o que sabia, ou desconfiava, desde o início, mas a pergunta é: você teria entendido? Não, Harry, não teria. Você era muito novo, tinha que amadurecer e conhecer a verdade e todas as coisas que estão por trás dela aos poucos, tenho certeza que acabaria enlouquecendo ou pondo tudo a perder. Às vezes conhecimento demais só atrapalha, e falo por experiência própria. Harry, irei contar tudo o que sei a você agora, e te peço para que me ouça, ouça tudo, e só depois opine.

“Como o Professor Snape deve ter te contado, ele é um ex-Comensal da Morte arrependido. Ele é, com certeza, a pessoa em que mais confio no mundo, Harry, e deve ser para você também, apesar das... diferenças que existem entre vocês. Bem, claro que tem defeitos, e o orgulho, o ciúme e o rancor são os principais, mas quem não tem os seus defeitos? Tudo começou de verdade quando ele escutou parte da Profecia, contou a Voldemort, mas depois se arrependeu e passou para o nosso lado como agente duplo, e o tem sido com louvor até hoje, pois Voldemort, o maior Legilimens que já existiu, não conseguiu descobrir seus mais íntimos segredos. Estou começando com Severo porque ele é uma peça chave na história e no meu plano em relação a você.”

“Ao ser atingido pela Maldição da Morte e não ter morrido, Harry, eu fiquei impressionado com você, embora imaginasse que a magia antiga de amor de sua mãe fosse capaz de qualquer milagre. Você foi o único que conseguiu tal proeza, e a cicatriz em sua testa me incomodou bastante. Cicatrizes causadas por um grande feitiço, Harry, sempre querem dizer alguma coisa, em geral muito séria, e esperei por anos para saber se ela te traria alguma sequela. Já nessa época eu desconfiava da terrível verdade que havia por trás da sua cicatriz, mas esperava por provas concretas, afinal, a Profecia revelava bastante. Aquele com o poder de vencer o Lord das Trevas se aproxima. E o Lorde das Trevas vai marcá-lo como seu igual, mas ele terá um poder desconhecido pelo Lord das Trevas. Já te expliquei, há dois anos, que ao te marcar como ‘um igual’, ele te dotou com a capacidade de poder matá-lo. Mas eu me perguntava o que seria ser marcado como ‘um igual’. Eu desconfiava, e confesso que rezava para estar errado, desconfiava principalmente por causa das dores em sua cicatriz. E no quinto ano, Harry, eu tive a terrível certeza. Você, agora há pouco, disse-me suspeitar ser a espada de Gryffindor ou o Chapéu Seletor a Horcrux que faltava, fora Nagine. Não, Harry. A Horcrux que falta é você.”

Harry, a princípio, não entendeu o que Dumbledore falou. Ele, uma Horcrux? Mas como? Sentia um suor frio como se sua pressão estivesse baixando. Tentou falar alguma coisa, mas a voz não conseguiu sair. Assustado, olhou para os amigos: Rony, Hermione e Ana pareciam extremamente chocados, pálidos, as bocas abertas como se tivessem se deparado com a pior coisa que poderiam ter ouvido. Snape não parecia surpreso. Claro, ele era o confidente e cúmplice de Dumbledore. Ele limpou a garganta e novamente tentou falar alguma coisa, mas Dumbledore o cortou:

— Não, eu disse que as perguntas ficariam para depois. Sim, Harry, lamento ter de dizer isso, mas você é a Horcrux que faltava. O que me deu a certeza disso foi a conexão mental e espiritual que há entre você e Voldemort, as habilidades em feitiços poderosos como Maldições Imperdoáveis que você tem, e sua Ofidioglossia. Eu te disse que Voldemort “passou” a você algumas de suas habilidades no instante que te atingiu com o feitiço e seu corpo físico morreu. Isso aconteceu porque você se tornou uma Horcrux, recebeu dentro de você um pedaço da alma de Voldemort. Mas desconfio que Voldemort não fez de propósito. Vou te contar o que desconfio que aconteceu naquela noite. Voldemort queria fazer uma sétima Horcrux, Harry. Queria correr o risco de danificar ainda mais a sua alma, já dividida em sete pedaços, para ter ainda mais uma salva-guarda. Acho que isso aconteceu por ter acesso à Profecia, e resolveu se precaver.

            “Acho que ele foi à sua casa querendo matar dois coelhos com uma só cajadada, como se diz. Na mesma noite, acabaria com a ameaça que você representava e faria sua sétima Horcrux. E faria uma Horcrux de um objeto realmente importante e que foi pertencente à Godric Gryffindor. Você deve se perguntar sobre que objeto seria esse, na sua casa, não é? Sua Capa de Invisibilidade, Harry. Ela pertenceu a Gryffindor. Godric Gryffindor teve dois filhos, um homem e uma mulher. Dos dois derivaram dois ramos da família, o Gryffindor e o Potter, esse porque as meninas perdem o nome de seus pais ao se casarem, e a filha de Godric se casou com um Potter. Gryffindor deu a cada filho, para ser passado de geração em geração, uma relíquia sua. Ao filho, deu a espada de Gryffindor, que mais tarde foi doada à Hogwarts. À filha, deu sua Capa de Invisibilidade, a única realmente perfeita do mundo. Para quem conhece genealogia e as antigas lendas e histórias dos bruxos, isso é fácil de ser percebido. E parece que não fui apenas eu que descobri que a linhagem dos Potter descende dos Gryffindor. Vejo que isso não parece surpresa para vocês. Como os conheço bem, aposto que foi a Srta. Granger quem tenha descoberto. Mas aposto que, ao ler meu nome na lista de pessoas que leram o livro, deve ter ficado tão excitada que nem pensou em descobrir quem mais tivera acesso à informação. Estou enganado, Srta. Granger?”

Hermione, aturdida com aquela história, apenas maneou a cabeça de forma negativa.

— Pois, se tivesse olhado bem mais acima na lista, numa data de uns anos antes, teria visto o nome Tom Marvolo Riddle. Voldemort sempre foi obcecado por genealogia bruxa e pelas lendas e histórias que cercavam os bruxos de família nobres. Aquele livro especificamente tem um feitiço que faz com que seja constantemente atualizado a cada nascimento. Quando ele o leu, você não tinha nascido, mas a família Potter era importante e tinha a descendência nobre dos Gryffindor. Por que acha que Voldemort odiava tanto os Potter, de tal forma que os obrigou a desafiá-lo três vezes? Acredito que aquilo era um fator a mais para ele se decidir que era você, e não Neville, a criança da Profecia. Ao descobrir sobre a Profecia e ter de escolher entre os dois garotos nascidos no sétimo mês de pais que os desafiaram três vezes, ele optou pelo menino que achava ser mestiço, mas de origem nobre, como ele próprio era. O menino com o sangue de Gryffindor, rival de Slytherin, de quem ele tinha o sangue. Ele deve ter sabido sobre a Capa, afinal, isso não era segredo, e decidiu na mesma noite aniquilar a ameaça e fazer a Horcrux que faltava, pertencente ao único fundador de Hogwarts de quem não utilizara ainda uma relíquia na confecção de Horcruxes. E se tornar ainda mais amaldiçoado. Mas ele não esperava o sacrifício de sua mãe, Harry. Creio que sua mãe deve ter tentado utilizar a Capa para te proteger antes do ataque final dele, que deve ter percebido e tentado fazer a Horcrux, que por algum motivo não deu certo, talvez pela grande magia de Gryffindor. O feitiço deve ter caído em você, antes de sua mãe lançar a magia antiga de amor e sacrifício, e quando ele a matou, cumpriu-se o ritual para a criação de uma Horcrux: o feitiço e o assassinato de uma pessoa. Voldemort não percebeu. Senão não teria tentado te matar e destruir um de seus pedaços de alma. Naquela noite eu peguei a Capa e a guardei para quem era de direito. Isso tudo são apenas suposições minhas, Harry, mas tenho noventa e nove e meio por cento de certeza que é verdade. Pode começar as perguntas, meu filho.

Após essa explicação, a mente de Harry girava e girava. Ele, uma Horcrux. Não queria acreditar, mas tudo o que Dumbledore falara fazia todo o sentido! Não poderia haver outra razão para o compartilhamento de habilidades e de mentes entre eles. E o repentino ódio que sentira por duas vezes contra Dumbledore no quinto ano... Ora, as evidências disso eram muitas.

— Por quê, Dumbledore? Por que não me contou tudo isso?

— Bem, Harry, algumas coisas, como te disse naquela conversa que tivemos após a invasão do Ministério, eu devia ter mesmo te falado, teria te ajudado se eu tivesse falado. Errei, e confesso. Mas sobre essa verdade de hoje, não me arrependo nem jamais me arrependerei de não ter te contado. Nem sobre as Horcruxes você sabia antes, Harry...

— Mas eu sabia desde o ano passado!

— Maturidade, Harry. Você não teria maturidade para perceber a verdadeira extensão disso, muito menos as consequências que esse fato poderia trazer para você. Responda-me, honestamente, o que você diria, ou o que faria se eu te contasse isso antes? Como você encararia sua missão de encontrar as outras Horcruxes?

O rosto de Harry apresentava uma miríade de expressões, que variavam da pura raiva, da autocomiseração, da perplexidade, da não-aceitação ao sofrimento. Fechou os olhos e se pôs a pensar. O que faria se tivesse sabido com antecedência que era uma Horcrux?

— Não sei, Dumbledore. Realmente não sei. Isso é demais...

— Se isso é demais para você, agora, que é adulto e maduro, o quanto não seria para um jovem adolescente com uma carga tão pesada nas costas e a série de mudanças que deixa a fase adolescente tão conturbada? Digo-lhe, rapaz, e com toda a certeza, que você não entenderia. Pode ser que não entenda também, agora, mas tem que concordar que essa notícia, que sei ser horrível, teria sido muito mais mal recebida do que agora. Você poderia ter se revoltado... E como ficaria sua missão? Você já tem tantas coisas na cabeça, mais essa...

— Tudo bem, vou parar as acusações. Temos coisas mais importantes a discutir. O que tudo isso implica? Que eu terei de morrer, para que Voldemort morra? Por que uma Horcrux é uma salva-guarda da vida. Enquanto eu viver, Voldemort continua vivo. Espere um pouco... Será que isso é o que aquela maldita Profecia quis dizer? “Um deve morrer pelas mãos do outro porquanto nenhum poderá viver enquanto o outro sobreviver...” Será que isso quer dizer não que apenas um tem que sobreviver, mas que os dois devem morrer?

— Bem, creio que, por mais que me doesse, porque você sabe, Harry, que o tenho como o filho que não tive, meu plano realmente se baseava nisso. Acreditava que você teria de morrer para que Voldemort morresse. Meu plano se baseava nisso, pois não tinha outra ideia. Acreditava ser impossível destruir o pedaço de alma dentro de uma Horcrux sem destruir o portador. Meu plano, o qual Severo sempre soube, era a destruição das Horcruxes. Imaginava que você viria aqui procurar a última Horcrux, um objeto de Gryffindor, e como eu tinha certeza de que morreria de uma forma ou de outra, combinamos, eu e Severo, que ele ficaria aqui como Diretor de Hogwarts para esperar por esse momento, quando poderia me trazer... ou meu quadro, para termos essa derradeira conversa, onde eu lhe explicaria tudo, e te deixaria a escolha sobre sua própria vida e a vitória sobre Voldemort.

Harry, tenso, baixou a cabeça, os dentes apertados. Então, tudo estava acabado. Ele teria que lançar um feitiço mortal em Voldemort ao mesmo tempo em que o bruxo o atingisse com um feitiço igualmente mortal, e aí seria o fim de tudo.

— Então não tenho mais nada a fazer, é isso? Ou escolho que ele continue com seu governo de horror e vivo, fugindo, claro, porque ele não me deixaria vivo, ou o mato ao mesmo tempo em que ele me mata. Meu destino sempre esteve marcado por uma estrela agourenta, pelo visto... É, acho que a Trelawney tinha razão, ao sempre prever a minha morte... Afinal é isso que vai acontecer mesmo! — Harry falou rindo com uma nota de humor negro, mas deixando clara a sua escolha pelo Bem de todos.

— Não, Harry, creio que, depois de minha morte, alguns... bem, fatos aconteceram que mudam tudo... — o olhar de Dumbledore estava fixo, enquanto falava, em Ana.

Todos na sala olharam para a garota, que ficou corada com tanta atenção.

— Sim — continuou Dumbledore — Severo me contou sobre a Profecia. A nova Profecia. Ele espionou a meu pedido os membros da Ordem da Fênix aqui, no castelo, e soube de tudo. E tanto eu como ele, que tínhamos certo contato com os Gryffindor, sabíamos sobre o Amuleto de Merlin. Não foi preciso pensar muito para percebermos que o Amuleto seria a arma com que “a feiticeira que não conhecia a magia” ajudaria você a vencer o Lord das Trevas. Logo pedi a Severo que investigasse, espionasse. Por isso o mandei tanto ao Caldeirão Furado, o melhor lugar para se saber de todas as fofocas do mundo bruxo, e ele a viu com meu irmão Aberforth. No mesmo instante que me contou sobre você, fiz a conexão.

Ana se lembrou do sujeito encapuzado de expressão macilenta que a tinha assustado no Caldeirão Furado no dia em que chegara à Inglaterra. Então era Snape!

— Isso mudou tudo — continuou Dumbledore. — Percebemos que poderia ter uma esperança para você, Harry. O Amuleto é, talvez, o objeto mágico mais poderoso que existe e que já existiu. Ele pode ser capaz de destruir o pedaço de alma sem te matar, Harry. Claro que isso é conjetura, mas acredito que pode dar certo, senão a Profecia não teria acontecido, afinal você poderia vencer Voldemort mesmo morrendo. Ela só teria sentido de acontecer caso o Amuleto servisse para te manter vivo.

Na mesma hora um raio de esperança desceu sobre Harry. Ele olhou para os amigos, principalmente para Ana, impressionado, uma expressão quase aliviada no seu rosto. Uma esperança era tudo o que precisava para lutar com mais vigor e ir atrás da vitória custasse o que custasse.

— Hermione, você já viu no livro sobre Horcruxes sobre os poderes do Amuleto quando montado?

— Infelizmente, Harry, não há muitas indicações, nem mesmo feitiços, há apenas uma nota que diz ser o Amuleto capaz de manter a vida em combate indefinidamente, fora outras coisas igualmente poderosas, mas que Merlin não pode descobrir, porque morreu antes de estudar todas as suas funções.

— Mas isso já é grande coisa! Ele consegue manter a vida indefinidamente. Ou seja, isso indica que mesmo que Voldemort me lance uma Maldição da Morte ou outro feitiço de magia negra igualmente fatal, eu não morrerei, mas poderá destruir o pedaço de alma! Afinal, o Amuleto estará protegendo meu corpo e minha alma, não uma presença alienígena em meu corpo!

Os quatro, esquecidos até da presença de Snape e do quadro de Dumbledore, abraçaram-se fazendo a maior algazarra. Até que Harry se lembrou de algo crucial. Para servir como a grande salva-guarda da vida, mas de magia branca, o Amuleto deveria estar unido. E eles não tinham a menor ideia de como fazer isso. Harry se voltou para Snape e Dumbledore.

— Pessoal... hum... há um problema. Não temos a mínima ideia de como unir as partes do Amuleto. Separadas, elas têm funções diferentes, como se fossem Amuletos individuais.

Snape franziu as sobrancelhas, como se estivesse raciocinando, bem como Dumbledore, que apoiou o queixo nas mãos cruzadas. Logo um grande sorriso iluminou o rosto de Dumbledore.

— Harry, qual foi o poder que eu sempre disse que você tinha em abundância e que Voldemort desconhece? Poder esse que a própria Profecia diz?

— Hum... o amor?

— Sim, Harry, o amor. O amor, Harry, é a verdadeira Magia. Ele é a Magia unificante, Harry, como o ódio é a Magia destrutiva. O amor conseguirá unificar as partes do Amuleto, tenho certeza. E o lugar onde há mais dessa Magia concentrada e pronta para ser usada, Harry, é por trás da porta secreta do Ministério, aquela em que não conseguiram entrar. Naquela sala, tenho certeza que conseguirão unir as partes.

— Mas... mas... e a batalha iminente? E Nagine?

— Deve se preocupar em conseguir os meios que o farão derrotar Voldemort, Harry. Deixe o resto com os outros. Cada um tem sua função, cada um precisa fazer a sua parte nessa batalha, pois ela é derradeira, e nela está o futuro da nação bruxa inglesa, e também do mundo, pois Voldemort, se conseguir ser vitorioso, conquistará o mundo bruxo, e talvez o trouxa, isso é um fato, não uma conjetura. Vá ao Ministério com seus amigos e consiga unir o Amuleto.

— Não temos a mínima ideia de como entrar por aquela porta, Dumbledore.

— Para entrar num lugar onde só há amor, Harry, é preciso apenas amor. É tão simples que por isso até hoje ninguém conseguiu entrar ali dentro. É uma ideia minha, e como sabia que ali está o maior poder do mundo, tanto bruxo quanto trouxa, jamais dei essas dicas a ninguém. Seria perigoso. Mas agora é necessário. Quanto a Nagine, ela terá a sua vez, não se preocupem. Onde Voldemort estiver, ela estará. Vocês estão mesmo com as quatro partes do Amuleto com vocês?

— Sim — Hermione deu a Harry, tirando de sua bolsa, as quatro partes, e ele as mostrou a Dumbledore, que ficou com os fabulosos olhos azuis faiscantes.

— Aconselho que, enquanto não unirem o Amuleto, cada um leve ao pescoço uma das partes. É mais seguro para o próprio Amuleto e pode ajudá-los na batalha, além de protegê-los, pois sua magia do Bem é muito forte. Agora vão.

Os garotos repartiram as quatro partes e se viraram prontos para partirem.

— Esperem!

Diante a voz de Snape, eles se voltaram.

— Gostaria apenas de saber algo. Que poderes isolados essas quatro partes têm?

Harry ficou indeciso sobre dizer ou não, mas resolveu jogar tudo para o alto e começar a confiar inteiramente em Snape, afinal ele já dera provas suficientes de que lado ele estava.

— A da fênix ressuscita os mortos. A do sereiano neutraliza a Maldição da Morte. A do unicórnio resgata de outras dimensões. E a do dragão reúne espectros corpóreos de guerreiros bruxos mortos em batalha para ajudar na luta.

— Ressuscitar os mortos? Nada pode ressuscitar os mortos! — comentou Dumbledore em tom grave.

— Bem, não sei, mas é o que diz no livro sobre a magia druida, escrito pelo próprio Merlin.

Revelando a confiança que estavam depositando em Snape, Harry tirou de dentro da bolsinha de Hermione o livro sobre Horcruxes e o entregou a ele. Olhou-o nos olhos.

— Leia, se quiser. E mostre a “Dumbledore”, se ele revelar interesse.

Os olhos de Snape se apertaram. Logo ele acenou para Harry, Rony, Hermione e Ana, que acenaram para ele e Dumbledore e saíram da sala. Ninguém percebeu que, apesar do feitiço para impedir que alguém entrasse ou que algum som saísse, alguém escutara a conversa que tiveram, através de uma Orelha Extensiva.

***

Ao saírem, encontraram a escola toda preparada para a guerra. Logo alguém na torre de astronomia mandou um Patrono. Era a voz de Kingsley.

— Pessoal, um grupo relativamente grande se aproxima. Na sua frente vem uma pessoa realmente alta, se fosse larga, acreditaria ser Hagrid, mas não é.

Todos se prepararam, inclusive Harry, Rony e Hermione, que não podiam largar seus aliados ali num ataque iminente. A espera era uma agonia. Alguns seguravam suas varinhas com tanta força que seus dedos ficavam brancos. Um Patrono partiu e entrou no castelo. Era uma girafa.

— Olá, pessoal. Rrecebemes a inforrmação que hoje serria a guerra contrra o Lorrd das Trrevas. Eu e meus alunes estames vindes da Frrança parra lutarrmes com vocês. Fomes à nova sede da Orrdem, depois à Casa dos Grrites e viemes aqui pelo túnel. Prrecisames de ajuda parra conseguir entrrar, há muites defeses.

Ela dera todas essas informações para que não tivessem a mínima dúvida de que era realmente ela e não alguém das forças das trevas disfarçado. Moody, Tonks e outros, ainda com medo de que fosse alguma armadilha, desfizeram algumas das defesas e foram para fora cautelosos, as varinhas em punho, muito bem protegidos pelos casacos, chapéus e luvas das Gemialidades Weasleys. Nos jardins, antes de começar as plantas defensivas da Professora Sprout, estava uma mulher enorme, com bem mais de dois metros e meio de altura. Atrás delas, havia alguns jovens que os olhavam também com desconfiança. Moody fez, então, um feitiço, para descobrir se havia presença de magia das trevas neles, e como não notou nada, além das outras evidências, como o fato de os cães transfigurados por McGonagall não tê-los atacado, disse:

— É um grande prazer que a senhora e seus alunos queiram lutar com a gente. Muito obrigada. Vamos.

Por entre as defesas, paralisadas apenas por aquele curto tempo, eles guiaram os novos guerreiros até o interior do castelo. Os distribuíram entre os grupos já formados. Harry, Rony e Hermione se prepararam, então, para sair do castelo via Chave de Portal.

— Temos que ir, pessoal. Minha missão ainda não acabou — Harry disse. — Se não conseguir cumprir essa missão a tempo, essa batalha não adiantará nada, pois só poderei matar Voldemort quando eu terminá-la. O crápula não é fácil de matar. Mas voltaremos o mais breve possível.

Harry se virou e, de repente, viu, perto de Slughorn, um de seus maiores inimigos, que acabara de aparecer. Draco Malfoy! Inundando-se de raiva, Harry partiu para cima do loiro sonserino, gritando:

— O que você está fazendo aqui, desgraçado?! Slughorn, por que não o deixou preso junto aos outros malditos sonserinos?!

Draco o olhava com uma expressão que mesclava culpa e determinação. Não fez nada para se defender de qualquer feitiço ou azaração que Harry por acaso lançasse nele. Slughorn, tentando acalmar o ânimo exaltado de Harry, pôs suavemente sua mão gorducha no ombro do rapaz.

— Calma, Harry. Draco mudou bastante desde o ano passado. Ele se arrependeu totalmente do que fez. — Slughorn se afeiçoara ao rapaz porque ele lhe lembrava dele mesmo, alguém arrependido das coisas que fez. — Na verdade, nunca quis de verdade fazer o que o Lord das Trevas o obrigou.

Draco ergueu a mão, fazendo Slughorn se calar. Adiantou-se dois passos e disse, olhando Harry nos olhos.

— Não posso negar, Potter, que sempre fiz coisas horríveis. Estava na minha natureza, acho, nos genes, ou então na criação totalmente inadequada que recebi de meus pais. Não vou dizer que virei bonzinho, que pretendo me transformar num santo, na verdade acho que todos têm seu lado de luz e o de trevas. O importante é fazer esses dois lados se conciliarem e não deixar nunca que as trevas o dominem totalmente, como eu estava correndo o risco. Quase aconteceu. Não me arrependo da maior parte das coisas que já fiz, mas me arrependo, sim, de ter tentado matar Dumbledore e trazer os Comensais da Morte para dentro da escola. Ver Dumbledore morrendo abriu meus olhos.

— Harry, é verdade... — disse Gina. — Malfoy foi bastante hostilizado por seus antigos amigos sonserinos e por Aleto e Amico Carrow, pois ele se recusou a participar das aulas de Artes das Trevas e se recusou, também, a usar os demais alunos como cobaias nas torturas e nas aulas. Ao contrário, ele mesmo foi muito maltratado. Não digo que mudou seu jeito esnobe de ser, nem seus preconceitos sociais e raciais, mas mudou bastante.

— Ele está me ajudando nas enfermarias improvisadas, Harry, pois adquiriu muita prática com isso servindo Madame Pomfrey por vontade própria o ano inteiro, como maneira de tentar se redimir.

Diante tanta defesa, Harry não pôde fazer nada, mas não conseguia confiar em Malfoy, mesmo porque não se confiava nas pessoas tão rapidamente, sem ver na prática seus atos. Olhou para Slughorn e disse:

— Tudo bem, mas mantenha o olho nele.

Quando se preparavam para partir de novo, outro Patrono apareceu. A voz, agora, estava completamente alarmada.

— Alerta, alerta! Uma grande formação se aproxima dos portões de Hogwarts! É o inimigo!

Todos ficaram em silêncio por um momento, para logo se começar um grande zunzum. Agora não tinha mais volta. Era lutar para valer. Os Patronos continuaram a vir, dando informações à medida que o inimigo se aproximava mais e mais da propriedade. Era uma grande formação: na frente, uma tropa imensa de Comensais, que protegiam seu Lord com escudos protetores de magia, e na retaguarda vinham alguns gigantes. Rodeando a formação de centenas de seres entre bruxos e não-bruxos, corria um monte de lobisomens, que verificavam com seus apurados sentidos e instintos, ameaças por perto. Ao mesmo tempo os “cães” transfigurados começaram a uivar e latir, denunciando a chegada. Logo não foi preciso a presença de um Patrono para os de dentro do castelo saberem o que estava acontecendo: um som superforte foi ouvido e todos souberam no mesmo instante que os portões da propriedade tinham cedido. O inimigo estava há poucos quilômetros do alvo principal: o castelo de Hogwarts.

Logo, ouviu-se uma voz evidentemente ampliada por feitiço, que com certeza era ouvida em toda a região, inclusive Hogsmead.

Bruxos de Hogwarts! Eu, Voldemort, o Lord das Trevas, tenho a certeza de que Harry Potter e a garota que anda com ele, Ana Gryffindor, estão com vocês, escondidos em Hogwarts. Peço-lhes que me entreguem os dois e serei misericordioso. Ou então, aguentem as consequências de um ataque feroz e em massa.

Usando também um Feitiço Sonorus, Harry gritou de volta:

Não adianta insistir, Cara de Cobra! Aqui não há nenhum traidor, ou pelo menos os que poderiam nos trair estão inutilizados! Não há covardes entre os que defenderão Hogwarts, o Amor e a Verdade até a morte!

A essas palavras de Harry, todos os aliados a ele gritaram e bateram palmas, e foi um barulho tão intenso o que causaram que sobrepujou o som das vozes aumentadas de maneira artificial. Isso também porque os moradores de Hogsmead também se juntaram ao coro de louvor às palavras de Harry, que como a de Voldemort, fora ouvida lá. O som, que era como um brado de guerra e um desafio a Voldemort, prejudicou um pouco o moral do bruxo das trevas, que ao ouvir recuou instintivamente, fato evidentemente presenciado pelos bruxos que protegiam as principais torres do castelo, que não perderam tempo em bradar e gargalhar.

Então nada mais me resta fazer.

Essas foram as últimas palavras de Voldemort antes de dar o sinal do início da batalha: lançou ao céu, bem acima de toda a propriedade de Hogwarts, uma Marca Negra, que banhou o território, a floresta e o castelo com sua fantasmagórica e lúgubre claridade esverdeada. Por um segundo, um bater de coração, tudo ficou num silêncio mortal e total, que em si era o prenúncio de algo. Então o cortejo de Comensais da Morte gritou e atacou. Começaram a correr e se lançar ao ataque, bem como os lobisomens. Ainda não era hora dos gigantes.

Logo as paredes, janelas e portas de Hogwarts receberam o impacto dos variados e potentes feitiços lançados. Por enquanto, entretanto, as defesas feitas pelos professores estavam tendo resultado. Os “cães” selvagens de McGonagall atacavam com fúria, mordendo qualquer um que tentasse entrar no castelo. As plantas de Sprout também causavam bastante dano. De fendas especialmente feitas com esse fim, Harry e os demais, já empenhados na luta, lançavam feitiços em quem pudessem, bem como o pessoal lá de cima da torre. Mas não demorou para algumas defesas do castelo ruírem. Os cães não eram páreos para os lobisomens, e as defesas mágicas dos professores eram fracas diante tanta magia negra reunida. Logo os primeiros Comensais puderam entrar dentro do castelo e o combate de verdade começou, com duelos ferozes entre os bruxos. Os grupos de Moody e Tonks foram os primeiros a terem contato com os Comensais, mas outros vieram em sua defesa e passaram a lutar. Enquanto isso, Voldemort ficava totalmente protegido em sua redoma de magia das trevas perto de Nagine e dos gigantes, na entrada do castelo.

Harry, Rony, Hermione e Ana passaram a lutar também, lançando feitiços a torto e a direito. Em pânico, os quatro às vezes se encaravam, sem saber o que fazer. O combate começara antes de eles poderem sair do castelo para irem até o Ministério, e agora não tinham ideia do que fazer. Também não queriam deixar seus amigos e aliados a mercê de Voldemort e seus Comensais, mas era a única maneira de ganharem de verdade aquela guerra.

Como se lesse os pensamentos dos quatro, McGonagall correu até eles, bem como Tonks, e gritou:

— Vamos, Harry, faça alguma coisa, precisa terminar sua missão!

— Mas...

— Sem “mas”! Para vencer Voldemort é imprescindível que você cumpra essa missão fora de Hogwarts?

— Sim, mas...

— Esqueça tudo, se concentre nela, rapaz!

Ele maneou a cabeça e, enquanto se defendiam do ataque dos Comensais, Hermione tentou fazer uma Chave de Portal. Entretanto, ela não conseguiu, por mais que tentasse.

— Droga, não estou conseguindo fazer! Harry, você não disse que as Chaves de Portal funcionavam em Hogwarts, que até viu Dumbledore fazer uma?

Quem respondeu aquilo foi McGonagall.

— Normalmente as Chaves de Portal não funcionam aqui, igual à Aparatação, e as lareiras são bem restritas e vigiadas, mas Dumbledore era um grande e poderoso bruxo, bem como era ele quem renovava os feitiços de defesa do castelo, era capaz de tirá-las se quisesse. Bem, se desilusionem, Harry, vista a Capa de Invisibilidade em você e Ana, que são os alvos principais, e venham todos conosco, vamos tentar despistá-los e proteger sua retaguarda! Precisam sair de Hogwarts, e a melhor maneira é vindo por onde vieram, que foi...?

— Através do túnel do Salgueiro Lutador! Vamos, pessoal, vamos nos preparar!

Eles se desilusionaram, mas não havia tempo para pegar a capa dentro da bolsa de Hermione, portanto correram para fora do castelo, onde vários combates já se davam, causados por pessoas que tinham saído de dentro do castelo para lutar. McGonagall ia à frente dos quatro, Tonks atrás, protegendo-os o possível. Mas elas, como inimigas e membros da Ordem, também eram alvos, e todos foram recepcionados com uma saraivada de feitiços que não os atingiam graças aos seus fortes Escudos Protego Horribilis e às capas, luvas e chapéus escudo das Gemialidades. Entretanto, quando os feitiços passaram a Maldições, principalmente a da Morte, foi mais difícil correrem em direção ao Salgueiro e ao mesmo tempo se defender. Foi quando Hermione, que tinha estudado a fundo o livro de Merlin, lembrou-se do poder da parte do Amuleto que carregava, a do sereiano. Era capaz de neutralizar Avada Kedavra! Ela se lembrou do feitiço utilizado e, segurando o Amuleto no alto, passou a se concentrar e gritar enquanto corriam:

Impedimenta Maldicione Mortĭum!

E logo uma grande redoma de uma clara magia rodeou a todos que Hermione pensou em proteger e que estavam em um raio de alguns metros dela. Os jorros de mortal magia verde batiam nessa redoma e simplesmente sumiam, como que neutralizados. Isso permitiu que todos conseguissem chegar relativamente ilesos até o destino, o Salgueiro Lutador. Entraram por ele e pararam um momento no corredor, tentando recuperar as respirações forçadas. Harry tirou de dentro da bolsa de Hermione a Capa de Invisibilidade e a deu a McGonagall e a Tonks, dizendo:

— Tomem, vão precisar mais do que nós! Aí fora há mais inimigos que aliados, que se concentram mais dentro do castelo, será melhor que voltem para defender a escola, e com a Capa ninguém vai perceber vocês! “Vam’bora”, pessoal!

— Boa sorte, Harry!

— Beleza, Tonks! Até logo!

E correram ao longo do corredor, os pensamentos fixos em uma porta secreta e misteriosa aparentemente impenetrável.


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Notas finais do capítulo

Aposto que estão me odiando, mas tudo bem. Kkkkkkkkk Até o próximo! Comentem, Please! Bjs