Harry Potter e o Amuleto de Merlin escrita por ana_christie


Capítulo 20
A Reconstituição da AD


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Queria avisar apenas que não houve nada de sério, por não ter postado semana passada. O problema foi minha internet, que teve um probleminha, e não pude nem atualizar as fics. Mas não se preocupem! Acho que agora se normalizou!

Ah, esse capítulo vai ser legal para quem estava com saudades de Hogwarts, Gina, Neville, Luna e companhia!



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           Vendo-se na frente do imenso portal de pedra com seu véu negro, Harry mal podia acreditar que entrara nele e conseguira sair. E podia acreditar menos ainda que tinha ao seu lado Sirius. Com olhos brilhantes de excitação e alegria, Rony e Mione olhavam para ele, seu padrinho e Ana, incrédulos e com as respirações suspensas. Sirius abriu a boca, ante as palavras de Rony e falou, numa voz rouca de quem não usava as cordas vocais há muito tempo:

— Sim, Rony, de volta ao mundo! E graças ao meu afilhado aqui...

Ele se voltou para Harry, um largo sorriso no rosto macilento, e lhe deu um grande abraço. Harry permaneceu uns minutos abraçado a ele, as mãos apertando forte as suas costas, ainda sentindo algo que não conseguia discernir direito. Era uma mistura de emoções gritante, alegria, emoção, medo retardado, descrença.

— Obrigado, Harry... Se não fosse por você...

Sirius soltou Harry e se afastou dele, pondo as mãos nos seus ombros. Olhou-o intensamente.

— Pelas barbas de Merlin! — seu olhar vagou por Rony e Hermione. — Quanto tempo eu passei fora do mundo? O tempo não passa lá, onde eu estava... Na verdade, nem consciência nós temos direito, é como se ficássemos adormecidos, num limbo eterno...

— Um ano e meio, Sirius... — disse Harry, olhando-o intensamente.

— Tudo isso?! Nossa! Quanta coisa deve ter acontecido...

Harry ia falar mais, entretanto, olhou o relógio de pulso e quase deu um salto.

— Temos que sair daqui! Imediatamente! Olha as horas! São quase cinco da manhã! Mas como é que pode? Não fiquei lá dentro meia hora!

— Pois para nós foi a maior tortura esperar por vocês! — resmungou Mione. — As horas passaram e vocês não apareciam!

— Bem, eu disse a vocês, o tempo não passa lá, do outro lado — disse Sirius. Voltou-se, então, para Ana. — Bem, e quem é essa moça? Se não fosse por ela, Harry não teria conseguido...

— Bem, Sirius, essa é Ana Christie, mas as explicações ficarão para depois, pois daqui a pouco começará a chegar gente aqui, no Ministério.

Apenas nesse momento Sirius tomou ciência de onde estava. O Ministério da Magia. O lugar onde ele e outros bruxos lutaram contra Comensais da Morte para tentar salvar Harry e seus amigos e proteger a Profecia. Virou-se e olhou o véu negro e tremulante. O lugar exato em que Belatriz Lestrange o lançara para o esquecimento, o limbo.

— Vamos! — disse Harry.

Todos seguiram Harry pelo caminho através do Departamento de Mistérios que os levaria ao átrio do Ministério e daí à entrada de visitantes. Quando o elevador parou à entrada do átrio, entretanto, eles congelaram. Alguns dos funcionários já estavam lá, os da limpeza e manutenção. Deviam ter chegado há pouco tempo, pois se tivessem achado Mulciber caído sobre a mesa do bruxo que guardava temporariamente as varinhas dos visitantes, já teriam dado o alarme e haveria uma tropa de Comensais da Morte os esperando. Tinham que fazer alguma coisa, a qualquer momento eles poderiam vê-los. Quem resolveu o problema foi Hermione. Erguendo sua varinha, ela apontou para um deles e lançou um feitiço verbal, em tom baixo, mas suficiente para que os outros ouvissem:

Imperio!

Logo o bruxo ficou com um ar vago e levemente feliz e se virou de costas para eles e a entrada de visitantes. Os outros viram e fizeram o mesmo, inclusive Sirius, que fora empurrado para dentro da outra dimensão com a sua varinha. Quando todos os bruxos estavam voltados de costas, correram para a entrada de visitantes, a cabine telefônica, que servia tanto de entrada quanto de saída. Agora, com mais um, tiveram de ir em duas viagens. Lá fora, ao ver que não tinha ninguém nas proximidades, correram para o reduto apertado entre dois prédios decadentes e com paredes pichadas. Hermione fez uma Chave de Portal e todos foram parar no quarto do hotel onde Harry, Rony, Hermione e Ana se hospedavam.

No quarto, todos os principais acontecimentos desde que Sirius sumira foram contados a ele pelos demais, mas o que mais abalou Sirius foi a morte de Dumbledore. Ele mal podia acreditar que o maior bruxo de todos os tempos, de acordo com sua opinião, morrera, e saber que fora Snape quem o matara só piorou. Snape e Sirius eram inimigos figadais desde os tempos em Hogwarts, e saber de sua traição o deixou com ganas de partir para Hogwarts o mais rápido possível para acabar com a vida do “Ranhoso”. Mas em vista das circunstâncias, teve que se controlar, pois era melhor que sua volta não fosse conhecida pelos inimigos.

Harry ficou em dúvida se contava ou não a Sirius sobre sua missão, as Horcruxes, pois agora que seu padrinho voltara ao convívio dos “vivos”, não queria mais se separar dele, queria que ele o acompanhasse nas aventuras que por acaso lhe surgissem, sabia que ele iria adorar, lembrar os tempos dos Marotos. Entretanto, sabia que não era possível. Quanto mais Sirius ficasse exposto, mais perigoso seria, pois com o “novo” Ministério, as perseguições a ele como assassino continuariam, e Sirius não podia ir para Azkaban, tendo permanecido injustamente lá por doze anos.

A decisão de Harry enfureceu Sirius, que queria ficar perto do afilhado, que lhe lembrava Tiago, seu maior amigo, mas não houve súplica nem grito que demovesse Harry de sua decisão. Sirius tinha que ser protegido pela Ordem da Fênix, quem sabe participar de qualquer coisa em prol da Ordem que Minerva McGonagall, a nova líder, lhe permitisse fazer. Após alguma reflexão, Sirius reconheceu a tristeza de Harry em fazer o que era certo e os motivos que estavam por trás de sua decisão e decidiu obedecê-lo sem mais discussões. Harry então, decidiu marcar uma reunião com os membros da Ordem. Deu o aviso pelo medalhão enfeitiçado.

A reunião foi marcada para esse mesmo dia, o primeiro do ano, pois era imprescindível que começasse logo a segurança de Sirius para que Harry e os outros pudessem continuar com sua missão. De noite, através de uma Chave de Portal, os cinco se mandaram para a sede da Ordem, no Largo Grimmauld. Harry não avisara, pelo medalhão, o motivo da reunião. Já havia uma boa quantidade de pessoas quando eles chegaram, por isso a visão de Sirius, atrás dele, deixou a casa subitamente silenciosa, a ponto de o silêncio ficar tão pesado que poderia ser cortado com uma faca. As saudades que estavam sentindo de Harry e dos outros, há um bom tempo sem dar notícias, pareceu até ser esquecida.

Com seu olhar maroto, Sirius sorria para todos os seus amigos, que o olhavam como se estivessem vendo um fantasma. Todos o acreditavam morto, pois jamais alguém voltara depois de atravessar aquele véu. Podia entendê-los.

— Não parabenizam um amigo que retorna do mundo dos mortos? — perguntou com malícia, olhando para cada um e falando em alto e bom som para que percebessem que ele não era um fantasma ou qualquer outra coisa que não um ser humano vivo, na frente deles e em pleno uso de suas faculdades mentais. 

Foi um verdadeiro pandemônio. Harry, com um largo sorriso no rosto, agradeceu a Deus por ter tido a ideia de trancar o quadro da mãe de Sirius na sala da genealogia dos Black. Após perceber que era Sirius verdadeiramente quem estava ali, pois não tinha como se fazer uma Poção Polissuco sem algum pedaço dele, todos correram a abraçá-lo, dar tapinhas em suas costas e pedir explicações sobre o tempo que ele sumira e como era o lugar por trás do véu, bem como saber como ele conseguira sair de lá. Claro que esta informação não foi explicada de maneira convincente... Por muito tempo não se falou de mais nada, pois a cada momento novas pessoas chegavam e tudo recomeçava, a emoção, os abraços e explicações. E tudo ficou ainda mais emocionante quando Lupin e Tonks chegaram, essa, prima de Sirius, aquele, seu maior amigo vivo. Tonks correu para dar um abraço nele tão alvoroçado que os dois caíram no chão com o impacto; algo desse tipo era esperado, dada a propensão de Tonks sofrer acidentes...

Por incrível que pareça, só quando todos chegaram e se acalmaram foi que os bruxos, inclusive os Weasley, perceberam “de verdade” a presença de Harry, Rony, Hermione e Ana. Uma nova rodada de abraços e explicações, reclamações chorosas por parte da Sra. Weasley, que quase matou Rony de tanto apertá-lo, foi iniciada. A única pessoa que desde a entrada deles se ligara imediatamente fora Gina, que devia estar no último dia das férias de Natal, e grudara em Harry — e ele nela... — sem querer soltá-lo por nada do mundo.

Apenas após o novo tumulto as coisas voltaram a uma relativa paz, e puderam começar a reunião da Ordem da Fênix, onde discutiram coisas sérias, como um lugar seguro onde Sirius ficar, os relatórios dos bruxos a quem Minerva McGonagall tinha dado missões, as baixas e vitórias que a Ordem tinha conseguido — poucas em ambas. Ficou resolvido que Sirius ficaria com Aberforth, que tinha as maiores defesas mágicas em sua casa. Quem ficou triste foi Ana, pois Carlinhos não pudera comparecer à reunião, dadas a distância em que estava e as novas dificuldades que tinham surgido em relação às viagens internacionais, causadas, essas, pelo “Ministério”. Para tristeza de Harry, ele teve que ficar separado de Gina, porque a Sra. Weasley não permitiu que a garota, menor de idade, assistisse a reunião.

Uma grande surpresa da noite foi o aparecimento, depois de umas horas, do mesmo Ministro Matrimonial druida que presidira o casamento de Fleur e Gui. Todos estavam surpresos pelo fato de o bruxo saber como entrar na casa do Largo Grimmauld, tão protegida que era pelo Feitiço Fidelius. O bruxo era pró-Harry Potter, por isso recebera a honra de receber essa permissão dada por ninguém menos que Remo Lupin. Com os olhos brilhando, ele e Tonks resolveram fazer uma surpresa para aquela noite em que praticamente toda a Ordem estava reunida, iriam se casar ali mesmo! Foi um casamento simples, sem festa — apenas um brinde — mas realmente perfeito, pois o principal para uma cerimônia realmente bonita ali tinha de sobra: muito amor e amizade.   

Mais tarde, quando só havia Harry, Aberforth, Ana e os Weasley na casa, começou-se uma discussão. No dia seguinte, Gina deveria partir para Hogwarts, mas seus pais não queriam que ela voltasse, por causa das coisas ruins que estavam sendo ensinadas na escola, fora o medo de que, a qualquer momento, a usassem para tentar descobrir o paradeiro de Rony, seu irmão, e assim o de Harry.  A garota, entretanto, estava resoluta: voltaria à escola e terminaria o ano letivo. Praticamente ninguém sabia o verdadeiro motivo dela para querer isso. O fato era que Gina tinha, juntamente a Neville, a convicção de que os alunos fiéis a Dumbledore e a Hogwarts não deviam ficar parados, sem fazer nada para ajudar na batalha que sabiam ser iminente. Pretendiam reorganizar a Armada de Dumbledore. Irredutível, ela não permitiu que seus pais decidissem por ela. Iria, sim, para Hogwarts.

Na hora da despedida, houve muitas lágrimas por parte das mulheres, principalmente as Weasley. Não tinham a mínima ideia de quando poderiam se ver novamente. Pior, não sabiam se iram se ver de novo. Na verdade, esse sombrio pensamento passou pela cabeça de todos, mas nenhum foi capaz de expressá-lo em palavras. O medo era algo muito poderoso e precisava ser aprisionado dentro deles a sete chaves, como os sentimentos guardados na Caixa de Pandora. Libertado, esse sentimento sombrio e corrosivo podia causar mais estragos do que eles queriam admitir.

Voltaram para o hotel, totalmente calados. O que fariam agora?

***

Em frente à Plataforma 9 ¾, Gina olhou para seus pais, que estavam pálidos, apreensivos com o retorno da garota a Hogwarts. Ela os olhava com uma expressão de tranquilidade, embora por dentro sentisse tanta apreensão quanto eles.

— Não se preocupem, nada de mal irá me acontecer, sou esperta o suficiente para que não encontrem nada no meu comportamento que os façam ter motivos para me pressionar ou ferir — por trás das costas, ela cruzou os dedos, pois o que faria seria muito perigoso. — Eu... eu preferia que não entrassem comigo na Plataforma. Não vai ser bom para nenhum de nós... Não quero que me vejam partindo.

Com lágrimas nos olhos, a Sra. Weasley abraçou forte a ruiva, logo depois tomando seu rosto entre as mãos e a olhando com orgulho.

— Acho que só agora percebi o quanto você cresceu, Ginevra. Pode parecer estranho, já que estou chorando como manteiga derretida, mas eu estou tremendamente orgulhosa de você. De todos os meus filhos, que estão lutando para combater o Mal... Bem, exceto o Percy. Mas saber que seis dos meus filhos são honrados e valentes já me deixa muito feliz.

Era a primeira vez que a Sra. Weasley reconhecia que seu filho não era quem esperava. Percy não se desligara do Ministério da Magia, apesar de o Ministro ser, agora, Voldemort. E finalmente Molly Weasley reconhecia que seu filho mais inteligente era o mais tolo, apenas pensando em sua carreira política. Esse reconhecimento devia ter doído muito para Molly, e Gina a abraçou com força. Arthur abraçou as duas num abraço coletivo e amoroso e enfim eles se despediram e Gina, respirando fundo, atravessou a barreira que a separava do mundo trouxa.

A locomotiva a vapor já esquentava, o som de seus motores ecoando, fumaça saindo da sua chaminé. Entretanto, havia muita diferença entre a atmosfera atual e a atmosfera do início do ano letivo, quando Hogwarts ainda não estava nas mãos do novo Ministério. Agora não havia a bagunça saudável dos alunos que se encontravam após férias para contar suas aventuras e novidades, risadas, alegria. Todos pareciam taciturnos, temerosos, nos seus olhos um ar vazio de desespero ou resignação. Apenas os alunos da Sonserina pareciam se divertir, por certo na iminência de voltar a aprender Artes das Trevas ou poder usar os alunos das demais Casas como sacos-de-pancada sem receber detenções ou perda de pontos por causa disso. Os alunos agora cochichavam entre si, olhando para os outros com os rabos dos olhos, sem saber quem seria um traidor capaz de ouvir suas opiniões para contá-las aos novos diretores da escola. Gina olhou em volta, à procura de Neville. Agora, apesar da diferença de ano dos dois, eram os melhores amigos em Hogwarts, e estavam preparados para reorganizar a AD, convocando os antigos membros que ainda estavam na escola e arregimentando novos membros.

Ao ver Neville, parado perto do trem, ela sorriu e foi ao seu encontro. O rapaz mudara muito desde o dia em que tiveram de lutar contra Comensais da Morte que invadiram a escola na noite em que Dumbledore fora assassinado. Isso e as constantes perseguições esse ano enrijeceram-no, deixaram-no mais maduro, forte e corajoso. Ele emagrecera e ficara mais forte e mais confiante, na visão de Gina, embora ainda não tivesse se tornado um grande aluno, a não ser em Herbologia.

— Oi, Gina. Então, está preparada? Vamos continuar com esse plano arriscado? Eu pretendo, mesmo que você não queira. Se não quiser, vou entender. Só voltei a Hogwarts para isso.

— Ora, acha que sou covarde, Neville? Vou até o fim nisso, seja o que Deus quiser. A gente tem que se preparar, pois eu acredito em Harry e na Ordem. Eles vão vencer o “cara de cobra”, você vai ver! E a gente vai ajudar. Hogwarts não vai se render.

Sorrindo, uma sensação que era um misto de empolgação e medo, eles apertaram as mãos, como se estivessem selando um acordo. Então embarcaram no Expresso de Hogwarts e o trem começou a se locomover, levando-os para o lugar que seria um reduto de resistência secreta.

***

As aulas foram retomadas sem muita diferença de antes das férias de Natal. Apenas os alunos sonserinos se tornaram ainda mais insuportáveis, tratando os bruxos mestiços com mais desprezo e zombaria. Para que apenas a Sonserina pudesse acumular pontos para o Campeonato das Casas, um dos diretores, Aleto Carrow, mudou as regras do ganho e perda de pontos dos alunos. Apenas os diretores da escola e o diretor da Sonserina tinham, agora, o direito de tirar e conceder pontos, de modo que apenas a Sonserina estava pontuando. Isso era visto na prática por quem observasse as ampulhetas que mediam a quantidade de pontos que cada Casa tinha: enquanto a ampulheta da Sonserina estava cheia de esmeraldas, as ampulhetas das demais Casas estavam quase vazias.      

Em menos de uma semana Gina convocou os alunos que pertenciam à antiga Armada de Dumbledore, Simas Finnigan, Luna Lovegood, Lilá Brown, as gêmeas Patil e todos os demais. Eles se encontraram na Sala Precisa, como nas reuniões de há dois anos atrás. Todos ficaram felizes por poder retomar os encontros secretos, onde passaram a treinar cerca de duas vezes por semana. Agora todos se ajudavam mutuamente, pois não tinham mais um professor com conhecimento superior, como fora Harry. Agora eles próprios buscavam aprender novos feitiços de defesa, azarações e contra-azarações, e se ajudavam na Sala Precisa, cada um ensinando o que aprendia aos outros.

Com a passagem dos dias, foram arregimentando outros alunos, entre os confiáveis de Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa, e todos tinham que assinar uma lista azarada como segurança antitraição. Certo dia após um treinamento particularmente difícil, todos os membros da AD, que agora tinha cerca de cinquenta membros, entre os antigos e os novos, ficaram mais um tempo na sala para ouvir uma ideia que Neville tivera. Todos se sentaram em círculo sobre as almofadas que a Sala Precisa oferecera para os treinamentos. Meio corado, pois ainda tinha muita timidez, Neville começou a falar:

— Pessoal, eu tive uma ideia... Não sei se ela vai servir para alguma coisa, mas pensei em perguntar a vocês. É algo perigoso, mas pode ser bom, não sei...

— Ah, fala, Neville! — encorajou Gina, ao perceber que ele estava com certo receio de falar.

— Bem, eu acho que a gente precisa de uma orientação melhor, se queremos nos preparar para uma batalha iminente. A Gina e a Luna sabem que, quando lutamos naquela noite contra os Comensais, a noite em que... em que Dumbledore morreu, nós tivemos apenas sorte, pois tomamos a Felix Felicis que o Harry mandou que fosse distribuída entre nós. Se não tivéssemos tomado, Gina sabe, eu sei, não estaríamos vivos agora. Precisamos de alguém que nos ensine, se possível alguém com ainda mais experiência que o Harry.

— Ora, isso está claro, Neville, mas quem poderia fazer isso? — disse Simas. — Sabe que não podemos pedir ajuda aos professores... McGonagall, Flitwick, Sprout...  Nenhum deles nos ajudaria, acham que seria perigoso para nós...

Neville respirou fundo.

— Sim, eu sei... Eu não estava pensando neles, Simas. Estava pensando em alguém que é melhor que eles, muito melhor. O Prof. Dumbledore.

Todos passaram a olhar Neville como se ele estivesse louco, alguns com expressão assustada e outros, compadecida. Até Gina o olhou meio de lado, achando que dessa vez seu amigo se excedera em tolice.

— Bem, me deixem explicar — falou Neville, ao perceber a reação deles. — Eu sei que o Dumbledore está morto. Estava pensando num quadro dele. Melhor, o quadro. O quadro que está guardado na sala dos diretores. Se vocês não perceberam, os quadros dos diretores são mais... “vivos” que os quadros normais. Parece que a gente está conversando com o próprio bruxo. Imaginem como o quadro do Dumbledore será útil para a gente! Os feitiços que poderá nos ensinar...

Agora, todos olhavam para Neville de maneira diferente. Com assombro! Não podiam crer que aquela ideia saíra da mente dele. Sim, ter o quadro do Dumbledore na Sala Precisa seria perfeito! Teriam o melhor mentor possível para prepará-los para uma possível batalha. Entretanto, seria perigoso demais se arriscarem a entrar na sala dos diretores, Snape e Aleto Carrow. Se fossem pegos, não tinham nem a ideia do que fariam com eles, mas com certeza seria algo pavoroso.

— Mas é um risco muito grande, Neville — disse Lino Jordan. — Teríamos que descobrir a senha da gárgula que guarda a porta, e conseguirmos entrar e sair sem que percebam a nossa presença. Imagine os perigos que vamos enfrentar...

Neville estufou o peito.

— Tenho certeza que não será mais perigoso que enfrentar Comensais da Morte e o próprio Voldemort numa batalha de vida ou morte. É o que pretendemos fazer, com esse treinamento todo que estamos tendo. Ou não?

Eles concordavam, nenhum dos alunos ali presentes estava envolvido em todo aquele esforço apenas por farra, para passar o tempo. Os que se engajaram na AD queriam combater realmente as forças das trevas, e lutar junto a Harry no momento certo. Mas entrar na sala de Snape... Isso “eram outros quinhentos”. Na hora da batalha, teriam que escolher um lado para combater e lutar por suas vidas e pelo mundo que queriam ter, não teriam muita escolha, mas se envolver voluntariamente em algo perigoso como aquela invasão, era o mesmo que desejar ser expulso ou sofrer a pior das detenções.

— Bem — disse Neville — fui eu quem teve essa ideia, por isso acho que quem deve se arriscar sou eu. Eu vou precisar apenas da ajuda de alguns de vocês para coisas de pouco risco, mas essenciais.

— Não, Neville, sua ideia vai ajudar a todos nós, por isso, eu vou ajudar você a entrar na sala — disse Gina, que era muito corajosa.

            — Pode contar comigo também Neville... — disse Luna com ar sonhador. — Na verdade, sempre quis entrar na sala do diretor... Saber se é verdade o que meu pai desconfia, que nela está o segredo dos Colondores de Asas Azuis, sabe, seres mágicos das florestas que os diretores de Hogwarts mantêm aprisionados nas suas salas, em segredo, para usá-los em experiências mágicas...

Todos olharam para Luna com um olhar ainda mais estranho do que o que deram a Neville quando ele falara que o Prof. Dumbledore poderia ajudá-los. Mas àquela altura todos já estavam acostumados com as excentricidades da garota Corvinal, que acreditava em coisas estranhas e inacreditáveis até para os bruxos, como Narguilês e Bufadores de Chifre Enrugado.

— OK, Luna, sua ajuda vai ser muito bem-vinda — disse Gina sorrindo. 

— Isso mesmo, Gina, Luna, obrigado! — disse Neville, feliz. Não era algo normal que uma ideia dele fosse acatada, mesmo só por duas pessoas entre um número de quase cinquenta. — Vamos pegar o quadro do Dumbledore e usá-lo como nosso mestre de duelos! Pessoal, de vocês só vou precisar de uma ajuda simples, que não vai comprometê-los, apenas alguns para despistar os diretores e afastá-los da Sala do Diretor. Estão dispostos a nos ajudar?

Eles aquiesceram, pois podiam usar vários estratagemas para despistar Severo Snape e Aleto Carrow sem contudo se comprometerem. Bastava que todos se reunissem para fazer um bom plano, pois era preciso organização para que as coisas não dessem errado logo de primeira. Como já era bastante tarde, e era muito perigoso todos saírem da Sala Precisa de uma vez, foram se dispersando aos poucos, tomando cuidado para que ninguém os visse. O que ficou acordado foi a próxima reunião ser usada exclusivamente para os perigosos planos de invasão.

***

Era dia de partida de quadribol. Corvinal versus Sonserina. Apesar de todo o clima atual, sombrio do castelo, o esporte continuava com sua fama, talvez a única maneira de os alunos oprimidos desopilarem, livrarem-se do estresse acumulado em várias semanas. E era o dia também escolhido cuidadosamente pela Armada de Dumbledore para tentar sua perigosa aventura na Sala do Diretor.

O plano fora muito pensado por todos os membros da AD juntos, que pesaram prós e contras, decidiram qual seria o melhor dia, quem seria encarregado de cada coisa. O que logo ficou claro era que o dia da tentativa de invasão deveria coincidir com um dos jogos de quadribol, quando a escola em peso, inclusive professores, reunir-se-iam no campo de quadribol. E como Gina era ainda a apanhadora do time da Grifinória e como seria preferível ter o mínimo possível de sonserinos zanzando pelo castelo, tinha que ser uma partida de Sonserina contra Lufa-Lufa ou Corvinal. A mais próxima, em algumas semanas, era contra Corvinal. A próxima partida de quadribol de Sonserina, depois dessa, seria em pelo menos dois meses e contra Grifinória, o que não seria o ideal. Alguns alunos participantes da AD de Corvinal e Lufa-Lufa, Casas não tão visadas pelos sonserinos quanto Grifinória, foram incumbidos de espionar o corredor onde ficava a gárgula que tomava conta da entrada da Sala do Diretor durante alguns dias na esperança de ouvir a senha usada para entrar. Caso fossem pegos, podiam sempre dizer que estavam indo para a biblioteca, fazer atividades que tinham deixado pendentes. O problema era saber o que fazer quando Gina, Luna e Neville estivessem “dentro” da referida Sala. Não sabiam o que podiam esperar lá

***

Era dia de jogo e o castelo de Hogwarts parecia abandonado. Sonserina em peso estava nas arquibancadas, torcendo por uma outra vitória — desde a “posse” do colégio pelos bruxos das trevas, o time sonserino não perdia — e o restante dos alunos estava lá, também, esperando e torcendo para que Corvinal desse uma surra merecida no adversário: isso nunca seria permitido fora do campo de quadribol. Entretanto, o castelo não estava tão desprovido de pessoas como se imaginava... — isso falando de pessoas “vivas”, bem entendido. Um pequeno grupo de alunos sorrateiramente se dirigia para pontos estratégicos previamente decididos. Do grande hall do castelo até o corredor onde ficava a Sala do Diretor, que ficava numa torre circular do castelo, havia alunos passeando como se não tivessem mais nada para fazer — embora cada um tivesse uma desculpa plausível para se encontrar nos lugares em que estavam.

Eram alunos da AD. Preparando uma espécie de sistema de aviso rudimentar. Um plano simples, mas útil: caso algum dos diretores entrasse no castelo, o aluno que estava no hall, depois que ele passasse, avisaria a AD por meio do antigo medalhão enfeitiçado pelo Feitiço de Proteu, e isso deixaria Gina, Neville e Luna de sobreaviso. Então o aluno do próximo ponto estratégico tentaria retardar de alguma maneira o diretor, e quando ele fosse em frente, com o mesmo esquema, avisaria novamente a AD, e o aluno no próximo corredor retardaria o diretor novamente, e assim sucessivamente, para dar tempo de Gina, Neville e Luna escaparem da sala antes que o dono dela chegasse.

Neville, Gina e Luna, as respirações em suspenso, pararam em frente à feia gárgula que tomava conta da entrada da Sala do Diretor. Não era para os alunos saberem onde ficava a Sala do Diretor, muito menos ter acesso a ela, mas, como qualquer segredo em Hogwarts — talvez pelo próprio fato de ser um segredo — todos sabiam, como bem disse Dumbledore para Harry no final do seu primeiro ano na escola. Os três se olharam, pálidos, como se perguntando se realmente deviam fazer aquilo. Acabando logo com as dúvidas, Gina respirou fundo e disse à gárgula a senha que um aluno de Corvinal ouvira a horrível Aleto Carrow dizer:

            Lord das Trevas. Somente alguém muito idiota mesmo para colocar essa senha tão previsível! Era a que eu tentaria caso nenhum dos “espiões” conseguisse ouvir um deles dizer a senha.

A gárgula, ao som da voz de Gina falando tal senha, girou, deixando uma passagem à mostra que revelava uma estreita escada em espiral. No momento em que todos entraram, ela começou a girar para cima, como uma escada volante. Pararam em frente a uma porta, que Gina abriu logo, e entraram. O lugar estava muito diferente tanto da época em que Dumbledore quanto da época em que McGonagall eram os diretores. A ampla sala circular estava muito escura, cortinas de veludo negro cerradas sobre as janelas. No piso, um tapete verde-claro que cobria toda sua extensão contrastava violentamente com a escuridão da parede e cortinas. Prateleiras que acompanhavam o formato curvo da parede estavam espalhadas por todo canto, cheias de instrumentos que pareciam ser de tortura e frascos com substâncias suspeitas dentro deles, bem como outros com coisas viscosas boiando em líquido amorfo. Gina suspeitava que os frascos deviam ser de Snape e os instrumentos de tortura, de Aleto Carrow, que parecia ser uma bruxa demente, além de maligna, pois fora ela a instaurar as detenções em forma de tortura em Hogwarts. Ela tinha uma mente estranhamente deturpada, sentindo prazer em infligir dor.

Junto às prateleiras, os quadros dos antigos diretores de Hogwarts pareciam fora de lugar. Como o ambiente estava muito escuro, os bruxos dentro das molduras dormiam, ou pelo menos pareciam dormir. Inclusive o quadro de Dumbledore. Os três ergueram suas varinhas e iluminaram o lugar. Alguns bruxos, parecendo acordar com a súbita claridade, falaram coisas do tipo:

— Apague essa luz! Queremos dormir!

Neville se aproximou do quadro de Dumbledore e falou, meio incerto:

— Unh... Prof. Dumbledore?

Os olhos azul-claros e brilhantes se abriram e olharam bondosamente para o garoto. As sobrancelhas se arquearam levemente, num ar divertido.

— Ora, se não é Neville Longbottom... — seus olhos passearam pelos rostos tensos dos outros dois bruxos. — Luna Lovegood e Gina Weasley, também... Posso saber o que os senhores fazem na Sala do Diretor? Levando em conta o tipo de bruxa que é um dos atuais donos desta sala — nesse momento houve certa expressão de asco no rosto bondoso e enrugado — duvido que vocês seriam chamados para tomar um chá com bolinhos de minuto.

— É que... professor... a gente precisa de sua ajuda... — disse Neville, olhando-o com uma expressão meio reverente, meio temerosa.

Os olhos azuis por trás de óculos em forma de meia-lua se fixaram neles, atentos.

— Nós... — disse Gina, primeiro hesitando, depois erguendo o queixo numa atitude desafiante — Nós reconstituímos a Armada de Dumbledore. Achamos que era preciso, dados os tempos atuais, se o senhor me entende.

O bruxo suspirou.

— Sim, Srta. Weasley, eu entendo. Como entendo... Mas, prossigam.

— Não temos mais o Harry para nos ajudar. Queremos saber se o senhor, ou melhor dizendo, sua imagem pode nos ajudar. Nos treinar para... a batalha que sabemos estar por vir. Invadimos essa sala, enfrentamos o perigo para saber isso e, se o senhor concordar, mudarmos seu quadro de lugar.

Os olhos do bruxo brilharam divertidos, pensando no jeito decidido, meio atrevido, tipicamente Weasley da garota ruiva.

— E que lugar seria esse, senhorita?

A imagem de Dumbledore imaginava muito bem qual seria, mas preferiu perguntar antes de aceitar, pois o que menos queria era ficar num lugar fácil de achar que comprometesse os garotos e os fizessem pagar caro pelo ato de rebeldia.

— A Sala Precisa.

— Imaginava... — disse o bruxo, cruzando os dedos e apoiando o queixo no dorso das mãos, um gesto típico de Dumbledore que continuava na essência dele que permanecia no retrato. — Bem, acho que vocês precisarão mesmo de um mentor... E imagino que não sejam só vocês três, não?

— Somos em número de cinquenta, Professor — disse Luna em tom etéreo, os olhos ávidos percorrendo todos os lugares da sala, por certo procurando pistas da presença dos tais Colondores de Asas Azuis.

— Imaginava mesmo que eram uns a mais — disse Dumbledore sorridente. — Bem, irei com vocês — seu sorriso se tornou maior. — Estou louco de curiosidade para saber como Aleto Carrow vai reagir à ideia de que alguém entrou em sua sala e roubou um dos quadros dos diretores bem debaixo de seu nariz. Bem, apressem-se, cada momento que ficam aqui dentro o perigo aumenta.

Ao perceber a verdade das palavras do professor, seus medalhões aqueceram e viram a mensagem que o bruxo de plantão no hall mandou-lhes. Severo Snape vinha em direção à Sala! Tinham esquecido o quanto o tempo de duração de uma partida de quadribol era imprevisível, podia durar tanto meses quanto minutos, tudo dependia do apanhador pegar o pomo de ouro.

Neville e Gina se esforçaram a tirar o quadro da parede. Era pesado e grande, e não seria fácil carregá-lo. A imagem de Dumbledore se voltou para os demais quadros, onde suas imagens ainda pareciam dormir, e falou:

— Por favor, meus caros colegas, não deixem escapar isso para ninguém que não possa ouvir... — disse de maneira enigmática, que Gina, Neville e Luna não puderam entender. — Inclusive você, Fineus.

Os olhos das imagens se abriram, revelando que não estavam propriamente dormindo, e assentiram com movimentos da cabeça. Fineus Nigellus, um bruxo sonserino que fora diretor de Hogwarts, olhou-os todos com desdém, dizendo:

— Ah, no meu tempo alunos atrevidos não ousariam sequer entrar na minha sala... Não se preocupe, Dumbledore, seu segredo, ou de seus alunos, estará bem guardado.

Neville envolveu o quadro num tecido que tinha trazido especialmente para isso e ele e Gina o sustentaram enquanto Luna abria a porta. Desceram pela escada em espiral, tomando cuidado para não caírem, e pararam na entrada protegida pela gárgula. Luna espiou para os lados e, vendo que não vinha ninguém, eles saíram, fazendo a gárgula voltar para o lugar, e começaram a percorrer o corredor, dirigindo-se para outro. Quando estavam quase na esquina, ouviram as vozes se aproximando. Era a voz de Snape e de alguém mais jovem, e vinham discutindo sobre poções! Devia ser o aluno que tentava retardá-lo! Começaram a correr, apesar da dificuldade de carregar o quadro, para conseguir atingir a outra esquina do corredor e irem para o corredor da Sala Precisa por outro caminho. Por sorte, Luna, que apesar de aérea era inteligente, enfeitiçou os pés deles para que não fizessem barulho ao pisar no chão.

Quando entraram no corredor da Sala Precisa, tiveram que parar e encostar o quadro na parede. Todos lutavam para respirar, e Gina e Neville apertavam as laterais do corpo, que doíam imensamente com o esforço que fizeram. Estavam tentando se acalmar quando Pirraça, o poltergeist da escola, apareceu flutuando.

— Oh, não! De todos os lugares desse imenso castelo Pirraça tinha que aparecer logo aqui? — reclamou Gina ainda arfando.

O poltergeist parou no ar, de cabeça para baixo, e olhou para os três, que não estavam em sua melhor forma. Seus olhinhos redondos, negros e cruéis pousaram no quadro encostado na parede e novamente olharam as caras culpadas dos alunos. Um sorriso maléfico apareceu no seu rosto diáfano e ele abriu a boca, por certo para gritar alguma coisa, pois o que Pirraça mais gostava era do caos e de delatar transgressores — e não por desejo de respeito às regras e ordem, fique isso bem claro!

— Oh, não, Pirraça! Por favor... — disse Neville, pálido e com voz estrangulada. A coisa que ainda mais tinha medo não deixara de ser o Prof. Snape!

Uma voz límpida e bondosa se ouviu:

— Deixem-me falar com ele.

Pronto para gritar, Pirraça se calou, intrigado, ao ouvir aquela voz sem corpo. Gina abriu um pedaço do quadro e os olhos azuis brilhantes de Dumbledore olharam para o poltergeist. Na verdade, Pirraça sempre tivera respeito — e certo medo — por apenas duas pessoas: o Barão Sangrento, fantasma sonserino residente nas masmorras, e Dumbledore. Ao ver o quadro, além de surpreso, Pirraça pareceu levemente untuoso.

— Bem, Pirraça, eu gostaria de que esse pequeno segredo nosso não fosse revelado. Pense numa coisa boa, o caos que o desaparecimento do meu quadro vai causar por todo o tempo em que eu ficar desaparecido.

O poltergeist apoiou seu queixo na mão e ficou “pensando”. Por certo deve ter aquiescido, pois fez uma coisa que Gina e os outros jamais vira ele fazer, exceto para Fred e Jorge Weasley no dia em que eles fugiram de Hogwarts: tirou o seu chapéu verde e curvou-se para Dumbledore, desaparecendo num estalo. Gina, Luna e Neville recostaram-se na parede, respirando de forma aliviada. Por pouco as coisas não tinham saído errado. Luna correu para a parede que ficava em frente ao quadro de Barnabás, o Amalucado, sendo massacrado pelos trasgos a quem tentava ensinar balé, e passou por ela três vezes. Uma porta se abriu e todos entraram, levando o quadro para dentro. A porta se fechou e eles olharam abismados para o que tinham à sua frente. Quase toda a AD já estava lá, esperando-os, para saber se o plano dera certo! Quando viram o quadro, ovacionaram Gina, Neville e Luna de pé, indo até eles e os cumprimentando. Após aquele monte de cumprimentos — Neville ficou vermelho como um tomate, pois não estava acostumado a isso — todos se voltaram para o quadro, em expectativa.

Eles o levaram até a parede do fundo da ampla sala o encostaram à parede. Tiraram, enfim, o tecido que o embalava. Foi um espanto e admiração geral ao verem a curiosa, bondosa e sorridente imagem do Prof. Dumbledore, que foi cumprimentado por todos, admirados de poderem ver, conversar e receber treinamentos por parte de um bruxo tão ilustre — ou sua imagem. Penduraram o quadro na parede e o bruxo os olhou por cima dos seus óculos em forma de meia-lua, o queixo apoiado nas mãos cruzadas. Citando uma famosa passagem de um célebre filme trouxa, o bruxo falou:

— Bem, acho que esse vai ser o início de uma bela amizade.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, pessoal!

Lembrem-se, um review sempre ajuda! Bjs



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