Harry Potter e o Amuleto de Merlin escrita por ana_christie


Capítulo 14
A Aliança


Notas iniciais do capítulo

Ai, pessoal!! Decepcionada com o Nyah!! Não o site em si, mas as pessoas que leem as fics postadas aqui, ao menos as minhas... Ninguém comenta!



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           O dia amanheceu divertido para Ana Christie. Ela firmou mais a amizade com o povo da casa, assistiu uma das que, veio a saber depois, era uma das últimas aulas que os três inseparáveis amigos tinham com o ex-auror Alastor “Olho-Tonto” Moody, que a princípio lhe parecera assustador, mas, ao longo do dia, lhe parecera mais “simpático”. A magia que eles estavam aprendendo era de nível muito avançado, que ela não conseguiria aprender tendo estudado tão pouco, mas foi muito interessante assistir.

Os quatro, após o treinamento, conversaram bastante, trocando informações sobre os países em que cresceram. Ana Christie tinha vergonha de seu parco aprendizado em magia, do tempo que passara sem saber que era uma bruxa, por isso evitava os tópicos que tratavam diretamente do seu conhecimento em magia, como a “escola” que ela frequentara, esse tipo de coisa. Achava humilhante ser mais velha que eles dois anos e ter menos conhecimento que qualquer aluno primeiranista. Portanto, eles não podiam saber que estavam com “a feiticeira que não conhecia a magia” bem diante deles.

Após o jantar, enquanto Ana ajudava a Sra. Weasley com a arrumação da cozinha, Harry, Rony e Hermione, no quarto da garota, conversavam sobre a viagem que empreenderiam a Godric’s Hollow em menos de uma semana. Ana subiu, pois estava, nesses dias de visita, compartilhando o quarto com Hermione. Ao chegar perto do quarto, ouviu, sem querer, parte da conversa. Harry falava:

            — ... e é bem provável que a gente tenha de enfrentar algum Comensal da Morte lá, em Godric’s Hollow. Afinal, Voldemort sabe que é só uma questão de tempo eu ir visitar o túmulo de meus pais e a casa onde nasci.

— E acho, Harry, que essa casa, um lugar que teve sua importância na vida de Voldemort, onde perdeu seus poderes e seu corpo, deve nos revelar alguma coisa... — disse Hermione. — Pode ser até que lá esteja uma Horcrux, não é?

— O que é uma Horcrux? — perguntou Ana Christie entrando no quarto.

Os três se calaram, olhando-a com ar culpado.

            — Unh... — gaguejou Rony. — Não é nada, Ana, nada com o que você deva se preocupar.

— Como não? Estão querendo subjugar minha inteligência? Saibam que sou considerada superdotada! Ouvi vocês dizerem que vão enfrentar perigos nessa tal Godric’s Hollow, e encontrar essa tal de Horcrux, que parece ser algo ligado a Voldemort. É claro que deve ser algo importante! Já que não querem me dizer, vou perguntar a outro bruxo...

Fez menção de sair, mas, com um movimento da varinha, Hermione fechou a porta.

— Não! Ninguém pode saber disso!

— Então essa tal de Horcrux está ligada à missão que a Sra. McGonagall disse que você tinha, não é, Harry?

O garoto, exasperado, deu um soco no travesseiro no qual apoiava a cabeça.

— M...! Porque me esqueci de usar o Abaffiato? E, antes que pergunte o que é, é um feitiço que não deixa nossas vozes serem ouvidas. Bem, sente-se, Ana. Acho que o jeito é contar tudo a você, pois nenhum de nós tem coragem de te lançar um feitiço de alteração de memória.

E ele contou tudo sobre as aulas sobre Voldemort que ele tivera com Dumbledore no ano letivo passado. Contou sobre o que eram as Horcruxes e que a sua missão era encontrá-las e destruí-las. A moça estava horrorizada.

— Como alguém de livre e espontânea vontade decide romper a sua alma? E ainda mais em tantos pedaços? Esse Voldemort é o ícone da crueldade. Sabe, tenho verdadeiro ódio a ele. Como falei a vocês, foi ele que matou meus pais verdadeiros e mandou matar minha família adotiva. Eu os vi mortos, um homem chamado Rabicho os matou e tentou me matar, quando Aberforth me salvou.

— Rabicho?! Aquele desgraçado daquele rato! — disse Rony, e contou para ela a história de Pedro Pettigrew.

— Harry, você me disse que Voldemort matou seus pais, também, não sei se você se lembra.

Os olhos verdes do rapaz se nublaram enquanto ele pensava nos pais que sequer chegara a conhecer.

— Sim. Matou-os a sangue frio, como se diz nos filmes policiais trouxas. Matou-os por tentarem me salvar. Ele queria a mim. E marcou-me como seu igual — sua mão tocou a cicatriz na testa. — E agora, tenho que derrotá-lo. Não só tenho, como quero. As suas crueldades têm que parar.

Pensando nos próprios pais que sequer chegara a conhecer, Ana tirou a varinha do bolso e ficou-a admirando-a, tocando-a reverentemente. Harry, Rony e Hermione se encantaram com a beleza e peculiaridade da varinha.

— Ela é especial... — sussurrou Ana. — Era de minha mãe... e pertenceu a um grande ancestral meu...

— Não me diga que pertenceu a Gryffindor? — perguntou Harry, os olhos brilhando de admiração.

— Não, a um bruxo mais importante e famoso que esse fundador da escola de Hogwarts. Essa varinha pertenceu a Merlin, o bruxo dos bruxos e, pelo que soube, é passada, desde ele, de geração a geração, de pai para filho. Sou a última descendente viva de Merlin, como Olivaras deve ter me dito, se não me engano.

Disso eles sabiam, mas não tinham a menor ideia de que ela era possuidora de uma varinha tão especial como aquela, a varinha do grandioso Merlin. Após a declaração de Ana, a varinha passou de mãos em mãos, sendo admirada e reverenciada mais de perto.

— Foi o próprio Olivaras que guardou para mim... Somente eu posso usá-la, está enfeitiçada para isso, só ser usada por descendentes diretos de Merlin, e sou a última. Olivaras, coitado, está escondido, apenas Aberforth sabe onde ele está. É que está sendo perseguido pelos Comensais da Morte, Voldemort o quer para fabricar novas varinhas para repor as que seus asseclas percam nas batalhas.

Harry achava que tinha outro motivo, também, descobrir o porquê da reação peculiar que ocorria entre a varinha dele e a sua quando duelavam.

Após guardar a varinha, Ana Christie olhou, séria, para os três.

— O que percebi é que vocês são como uma tríade. Estão unidos pelo objetivo de derrotar Voldemort, e por sua inquebrantável amizade, é claro. Quero saber se essa tríade pode virar um... como posso dizer... um quarteto?

Imaginando onde ela queria chegar, eles se entreolharam.

— Assim como para você, Harry, Voldemort foi o responsável por toda minha infância infeliz. Ele matou os únicos entes que me amaram, meus pais, tanto os verdadeiros quanto os adotivos. Quero me vingar dele. Não pense que é apenas pessoal; quero evitar que ele faça com outras famílias o que fez com a minha, é mais uma questão de justiça. Lutarei até a morte por isso. Podemos formar uma aliança, nós quatro? Afinal, estamos no mesmo barco!

Harry pensou bastante. Ela já sabia de tudo, era uma bruxa de convicção, além de ter nas veias o sangue de grandes bruxos. Parecia ser corajosa e tinha motivos válidos para lutar contra Voldemort e sua corja, assim como ele. Tinha direito de querer vingança, na verdade, justiça. Um bruxo a mais só poderia ajudar em sua busca.

— Sim, Ana. Poderemos fazer uma aliança. Uma aliança em prol da justiça. Nós quatro iremos atrás das Horcruxes restantes e as destruiremos. Seja bem vinda ao grupo.

Ela, confiante, apertou a mão dos novos parceiros e, mais que isso, amigos. Os primeiros mais ou menos da sua faixa etária. Não havia dúvida. Aquele era o mundo dela!

            ***

À noite, enquanto jantavam o Sr. e a Sra. Weasley, Harry, Rony, Hermione, Ana, Fred e Jorge, uma surpresa aconteceu. Quando estavam comendo a deliciosa sopa de cebola da Sra. Weasley, na cozinha entrou outro ruivo a quem Ana não conhecia e que, pela semelhança, só podia ser um Weasley.

— Carlinhos, meu filho! — gritou a Sra. Weasley, levantando-se para abraçar o rapaz, mas foi detida pelo Sr. Weasley.

— Pare, Molly! Espere até termos certeza que é nosso filho — voltou-se para ele, a varinha em riste. — Qual a causa da cicatriz que meu filho Carlinhos tem na dobra do joelho direito desde criancinha?

— Ora, papai, desde quando eu tenho cicatriz nas pernas? Sardas, essas são muitas, mas cicatriz, só mesmo nos braços, pelo contato com os dragões... — o rapaz falou sorrindo.

— Sim, esse é o meu filho Carlinhos! — disse Arthur, abrindo-se todo num sorriso, correndo a abraçar o filho. Como ele morava na Romênia, onde estudara dragões e agora trabalhava numa reserva, raramente podiam vê-lo. A última vez tinha sido no casamento de Gui, quando fora padrinho, e antes disso, ficara longe da família desde a primeira tarefa do Torneio Tribruxo, há quase três anos.

Todos cumprimentaram Carlinhos Weasley e, enquanto esperava a vez de ser apresentada e cumprimentá-lo, Ana examinou-o detalhadamente. Diferentemente de Rony e de Gui, Carlinhos era mais baixo e entroncado, como os gêmeos. E era ainda mais que esses: tinha ombros largos, braços e peito bastante musculosos, braços esses visíveis sob as mangas curtas da camisa de malha justa e preta — com o desenho de um dragão Rabo-Córneo Húngaro agitado — que realçava seus músculos, e cabelos vermelho-escuros brilhantes e meio compridos e fartos que caiam meio displicentemente sobre o rosto sardento, queimado de sol e simpático e sobre a testa. Seus olhos castanho-claros eram sensuais e profundos e suas feições, agradáveis.

Sentindo uma sensação especial e desconhecida percorrendo seu corpo, Ana olhou-o mais detidamente. Seu pulso se acelerava enquanto ela imaginava que aquele Weasley era o ruivo mais bonito e sensual que ela já vira.

Quando finalmente foi apresentada, ela estava trêmula e muito tímida. Ele apertou-lhe a mão, sorrindo, e falou, galanteador:

— Que é isso, Harry, esqueceu de nos dizer que “prima” linda como essa você tinha ou foi de propósito?

Com isso, Ana ficou muito corada, sorrindo timidamente para ele.

— Não, Carlinhos, essa nem eu mesmo conhecia.

Carlinhos se sentou e sua mãe o serviu com um prato de sopa, que ele começou a tomar satisfeito.

— Que surpresa é essa, meu filho, você aparecer por aqui, e ainda mais nessa época que está tão perigosa para viajar, ainda mais sendo você um Weasley... — falou Arthur.

— Fiquei sabendo tardiamente da reunião da Ordem da Fênix e resolvi oferecer meus préstimos ao novo líder. Por sinal já me encontrei com a Profª McGonagall e ela já me deu uma missão.

— Mas, e o seu emprego, Carlinhos? — falou Molly, passando a mão nos cabelos do filho. — Hum, seu cabelo está grande demais...

— Não inventa, mamãe, gosto deles assim. E a minha missão será na Romênia mesmo, na reserva. Será protegê-la do roubo de dragões por Comensais da Morte, como fizeram em julho na reserva de Dragões Verde-Galeses do País de Gales. E devo prender e extraditar qualquer Comensal que tentar roubar algum dragão... Exceto que tenha de matá-lo por motivo de autodefesa. Sabem que a Romênia não se curvou a Voldemort.

— Quanto tempo ficará aqui, meu filho?

— Irei embora depois de amanhã, minha licença é só de três dias, e sabe que não é possível aparatar diretamente em um país europeu, por motivo da Restrição de Aparatação Internacional da União Européia Bruxa.

Mais tarde, no quarto, Ana caiu na cama e murmurou para Hermione:

— Acho que estou apaixonada...

A garota riu.

— Esses ruivos Weasley são incríveis, não é? Você está caidinha pelo Carlinhos, mas pudera, ele é bonito, tem um físico! O Harry também é louco pela Gina.

— E você pelo Rony.

Hermione enrubesceu.

— Como você notou? Nós não fomos indiscretos, e apenas antes de ontem nos entendemos!

— Ora, Mione, tá na cara! As pessoas dessa casa não são muito observadoras, mas é incrível a mudança que se opera em vocês dois quando se vêem! Tem uma química muito forte entre os dois, são como combustível e fogo. E acho que o fogo você já deve saber quem é... — ela comentou maliciosa num jogo de palavras com os cabelos vermelhos do ruivo.

            ***

No dia seguinte, quando se levantou mais cedo que os outros, Ana foi até a cozinha e preparou um café para si — como boa “brasileira” (mesmo só de coração) que era, adorava a bebida preta e forte, ao contrário dos ingleses, que preferiam chá. Com uma xícara nas mãos, foi até a sala e quase deixou a bebida entornar. Sem camisa, Carlinhos fazia uma série de flexões. Ela olhou as costas e braços desnudos, musculosos e cheios de sardas e antigas cicatrizes de queimaduras.

Ao perceber não estar sozinho, o rapaz se levantou e enxugou o rosto suado numa toalha, que jogou sobre os ombros. Sorriu e cumprimentou:

— Bom dia, Srta. Ana Madrugadora!

— Olha quem fala... Não sou eu quem está fazendo exercícios a essa hora!

— Estava sem sono, eu acordo muito cedo na Romênia. O que é isso que está bebendo? Pelo cheirinho é café... Tem mais? Aqui só servem chá, e prefiro um bom cafezinho.

Ele a seguiu à cozinha e ela pôs sua xícara sobre a pia. O coração de Ana batia acelerado ao sentir o cheiro dele, de suor limpo e virilidade, e ver seu tronco desnudo. Ela, na pia, de costas para ele, serviu uma xícara da bebida fumegante e, ao se virar, arregalou os olhos. Ele estava bem na sua frente, a centímetros. Os olhos castanhos dele a olhavam de forma sedutora. A mão grande e muito masculina, calosa e cheia de bolhas, ergueu-se para acariciar uma mecha dos cabelos louros dela.

— Sabia que você é linda?

Sem saber como agir, ela umedeceu os lábios e olhou a boca dele, carnuda e sensual. As mãos dele se plantaram na pia atrás dela, uma de cada lado de seu corpo, como para impedi-la de fugir, e ele se inclinou, tocando os lábios nos dela. Ana fechou os olhos, todos seus sentidos se convergindo para o prazer que sentia, o bater alucinado do seu coração, os braços que iam enlaçando-a pela cintura e puxando-a para perto de si...

Sem nem perceber, Ana estava enroscada nele, sentindo os músculos poderosos de suas coxas nas dela, de seu peito pressionando seus seios, e, sob suas mãos, as costas musculosas, a nuca e os cabelos macios. E suas bocas estavam unidas num beijo quente e intenso, cheio de desejo.

Naquele momento, o Sr. Weasley entrou na cozinha e pegou seu filho e a parenta de Harry naquela situação. Corado, pigarreou. Os dois se soltaram no mesmo instante, muito vermelhos e ofegantes, expressões culpadas no rosto. Começaram a falar ao mesmo tempo:

— Papai, a culpa...

— Sr. Weasley, não é nada...

Arthur ergueu a mão, interrompendo-os.

— Não precisam se desculpar, já fui da idade de vocês. Só peço que tomem cuidado, se fosse Molly que os pegasse, ela faria uma tempestade em copo d’água. Até parece que esqueceu nossos tempos em Hogwarts...

Sorrindo, Arthur saiu da cozinha. Carlinhos e Ana respiraram aliviados. Ela o olhou, envergonhada:

— Não sei o que deu em mim...

— Apenas sentimos atração um pelo outro, Ana, isso é natural, somos jovens e saudáveis. Bem, me dê o café que pôs na xícara para mim. Creio que estamos precisando de um pouco de cafeína... — ele disse sorrindo e piscando um olho com ar maroto.

Ana Christie voltou ao quarto, onde Hermione ainda dormia, e se jogou na cama, suspirando. Que reviravolta se dera em sua vida! Fazia parte de uma aliança contra o mais poderoso bruxo das trevas conhecido e... estava apaixonada!


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Notas finais do capítulo

Espero que comentem, pessoal!

Até o próximo!

Bjs,

Ana Christie



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