Bloody Lips escrita por AppleOC


Capítulo 19
Reações


Notas iniciais do capítulo

Pirem, amores!!!!



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Capitulo 19

Edward P.O.V

Estava no quarto, esperando Bella se arrumar. Tínhamos que ir para a nova propriedade dos Cullens. Enquanto esperava comecei a refletir sobre as ultimas novidades sobre Bella.

Nessie acabou deixando escorregar de suas memórias alguns flashes do seu primeiro encontro com sua "mãe". A imagem de Bella foi a mais lamentável possível. Nunca imaginei que ela chegaria a um nível tão miserável, era triste de ver.

Outro ponto é que Bella foi expulsa de casa, por isso encontrou Nessie naquela floresta, e no fim se mudou da cidade com a cria. Aparentemente as duas tiveram que viver de roubos e assassinados para sobreviver em Nova York, à cidade que se mudaram. Apenas depois Bella voltou a morar com Renné e por fim acabou se mudando para Forks, para morar com seu pai.

Suspirei impaciente, estávamos com problemas sérios. O inimigo (seja lá quem, ou que, for) obviamente não quis atingir Charlie e sim Bella. É apenas um palpite, mas tenho quase certeza.

O fato de que Renné é uma bruxa não foi o motivo de sua morte. Afinal, desistiu de seus poderes a anos para manter a filha protegida. O porquê disso eu não sei, já que por ter poderes ela protegeria melhor à filha.

-O que foi? – Bella perguntou ao me ver parado no quarto.

-Pensando no passado. – Menti calmamente. Ela me olhou por alguns instantes e depois deu um sorriso de quem sabe algo, então compreendi que ela tinha conhecimento da minha mentira.

-Ele é a única coisa que não podemos lutar. – Ela respondeu sorrindo maliciosa.

-O que quer dizer? – Perguntei intrigado.

-Ele sempre volta. – Ela respondeu dando de ombros. – Não importa o quanto fuja, tem sempre que encarar isso algum dia.

-Nessie me contou. – Falei em tom indiferente, então ela me olhou com atenção

-Sobre?- Ela perguntou.

-Sua expulsão de casa. – Respondi e ela acenou com a cabeça distraída. – Sua mãe, certo?

-Sim, foi ela quem me expulsou. Meu humor ficou muito instável e intenso, brigamos e ela me expulsou. – Ela falou com o olhar fora de foco.

-Simples assim? – Perguntei estreitando os olhos

-Eu sei que é difícil de acreditar, mas foi simples assim. – Ela respondeu dando de ombro conformada.

-E depois? – Perguntei um tanto curioso com a versão dela.

-Nada demais. Mudei para Nova York com Nessie, pegávamos o dinheiro das nossas vitimas para sobreviver. Como disse nada demais. – Ela respondeu. Olha quem mentiu sutilmente. – Bom, vamos? Estou curiosa sobre o que Nessie faz na cidade. – Acrescentou tentando passando por mim. Segurei seu braço e a olhei por alguns instantes. Nem por um segundo acreditei nela, tinha mais naquela historia. Bella abriu um sorriso felino para mim.

-Você vai ter que contar. – Falei calmamente.

-Me conte algo sobre você, senhor. – Ela puxou seu braço, se soltando. – Eu já contei algo que queria saber, trato é trato. Sua vez. Agora, vamos! – Bella se virou para porta.

Olhei ao redor e vi seu notebook, enruguei a testa. Não sabia que ela tinha um. Por um momento pensei em dar uma olhada, mas meu celular vibrou.

-Alô?

-Edward, depois você faz isso. – Alice parecia impaciente. – Termine as coisas, precisamos de vocês aqui.

-Ok – Apenas ouvi o telefone sendo desligado.

Ia ser um longo dia...

Segui em direção a porta e fui atrás de Bella. Agora seria a hora de dar a noticia que sua família tinha diminuído.

Bella P.O.V

-Chega de enrolação, fale o que aconteceu! – Mandei exaspera. Fazia mais de quinze minutos que Nessie tagarelava sem parar sobre os últimos acontecimentos em Nova York. Ela falou tudo, menos o que aconteceu em Phoenix, que foi o ultimo e mais importante lugar que esteve.

-Er... – Nessie me olhou desconfortável. Entrei em alerta, Nessie não ficava desconfortável, era muito sem noção. – Talvez papai queira sair. – Edward já ia levantar, mas eu agarrei seu braço.

-Ele fica. Já sabe o que você vai dizer de qualquer maneira. – Lancei um olhar sujo para ele.

Edward me olhou por meio segundo, eu podia jurar que ele me olhou meio hesitante, mas se sentou e ficou quieto. Já sabia que noticias ruim vinham por ai, Edward era confiante demais na maior parte do tempo. Espere... Phoenix, talvez seja algo com Renné.

-Então... – Nessie respirou fundo para contar, mas fomos interrompidos por batidas na porta. Será que não tem hora menos apropriada?

-Isolou o quarto, não foi? – Edward mais afirmou do que perguntou enquanto abria a porta. Um Jake revoltado entrou no quarto, ele parecia soltar fumaça pelas vendas.

-Você... – Ele começou a falar para Nessie.

-Jacob! – Edward o cortou bruscamente. – Sente e escute, essa é a versão errada dos acontecimentos. – Ele disse entre os dentes, enquanto o empurrava para o sofá

Eu os encarei com o cenho franzido.

-Pode me dizer, ou quer uma água antes? – Disse irônica para Nessie, que suspirou.

-Bom, quando você não me retornou minhas mensagens...

Dez minutos depois...

-Então, eu só parei quando entrei em um quarto diferente. Tinha alguns livros velhos, vários pingentes, coisas de bruxa, sabe? Foi ai que eu encontrei sua mãe. – Ouvia tudo incrédula, já começava imaginava onde tudo ia acabar, mas não queria acreditar.

-Renné... – Parei era muito difícil imaginar – O sangue fresco que você sentiu quando entrou...?

-Sim, mãe. – Nessie disse em tom baixo – Eu encontrei o corpo dela.

Eu não me sentia assim desde que Renné me expulsou de casa. Era uma sensação de irrealidade com incredulidade. Não havia nenhum bolo se formando na minha garganta, em vez disso havia um frio na barriga que me fazia querer vomitar.

Meu Deus! Minha mãe morreu.

Senti como se tivesse levado outro tapa na cara de Renné. Suspirei olhando para baixo, buscando autocontrole. Então eu percebi o quão cautelosos todos na sala estavam.

-O... – Pigarreei, minha voz estava rouca. – O que você ia falar, Jacob? – Ele me olhou assustado, depois abaixou a cabeça. – Fale. – Usei meu tom frio.

Iria refletir sobre minha mãe depois. Uma coisa que eu gostava em ter o corpo de demônio, era a habilidade de ignorar alguns acontecimentos por algum tempo.

-Eu recebi uma ligação de Charlie... – Ele falou cauteloso – Segundo os Volturis, ela matou sua mãe. – Apontou para Nessie que ergueu a sobrancelha incrédula – Desculpe.

-Você nem pensou só agiu, correto? – Nessie falou enojada, eu conhecia aquele tom... – Não teve a consideração de pensar que minha mãe não sabia dá morte de Renné! Não tem respeito?

-Eu não falei nada! – Ele retrucou.

-Se não fosse por Edward, você teria falado. - Nessie respondeu raivosa.

-Nessie, vá para o banheiro se acalmar – Mandei secamente. Os olhos dela já estavam azuis claros, sabia que ela pularia em Jake.

Uma coisa ruim no nosso padrão de vida, é que as emoções vêm com muita força. Se controlar é realmente um problema. Um exemplo perfeito é no treinamento que faço com Jake. Eu viro um monstro e não tenho um pingo de piedade dele. Mas isso é por que eu deixo me libertar completamente. Ao contrario de mim, Nessie nunca foi muito tímida, por isso era mais difícil se controlar.

Nessie respirou fundo, então levantou e se retirou. Sem saber para quem olhar, encarei Edward que estava calado até aquele momento. Ele me encarava como se eu fosse me jogar no chão e morrer de tanto chorar.

Estranhamente, eu queria ser capaz de fazer isso. Qualquer tipo de reação seria bem vinda no momento, não importa o quão humilhante possa ser. Eu ainda sou um ser humano... Certo?

– Onde está meu pai? – Perguntei inexpressiva.

No mesmo instante senti algo cutucar meu escudo mental.

-Ele acabou de chegar – Edward disse quando puxei meu escudo para mim.

-Bella... – Charlie abriu a porta, seus olhos caíram em Jacob. – Você contou a ela? – Perguntou raivoso.

-Não foi ele quem contou. – Falei em tom baixo.

-Bellla, eu... Sinto muito. - Charlie disse me olhando sem graça.

-Tudo bem, eu não tinha muito contato com... Ela. – Parei de falar, minha voz estava estranha. Eu não consigo sentir nada em relação a isso, talvez essa seja minha dor:

O vazio que nossa briga criou e cresceu cada vez mais com o tempo.

-Vamos matar o demônio que fez isso. Mataram Renné para nos atingir, e apesar das nossas brigas do passado, ela não merecia isso.

Acenei com a cabeça sem saber direito o que fazer. Ouvimos passos no corredor e nos viramos. Em um movimento que nem eu percebi, uma bala foi disparada em direção a Nessie. A mesma caiu no chão com uma exclamação surpresa.

-O que pensa que está fazendo? – Perguntei, enquanto me levantava em um salto e ficava na frente de Nessie.

Charlie me olhou surpreso, sua arma estava apontada para Nessie, e devo dizer que a pontaria era certeira.

Nessie ficou de quatro atrás de mim e cuspiu a bala. Ela respirou fundo, olhou para cima e viu Charlie. Obviamente ela sabia quem ele era, por isso me olhou surpresa.

-Wow! Isso que é família, hein? Ele tentou te exorcizar e agora fica atirando na própria neta. – Ela falou se levantando. Charlie estreitou os olhos.

-Saia da frente, Bella! – Ele exclamou para mim, eu o olhei com os olhos ficando azul.

-Sabe Charlie, temos que esclarecer alguns erros. – Jake falou olhando para a arma e depois para mim, sua expressão delatava o pavor dele.

- Não tem o que esclarecer. – Charlie falou para Jake. - Ela matou Renné! – Acrescentou para mim.

-Abaixe a arma Charlie, não é necessário. – Edward respondeu. Charlie ergueu as sobrancelhas. – Ela não matou Renné só estava na casa para encontrar Bella. – Charlie franziu o cenho e abaixou a arma,

-Oh... – Charlie se sentou meio confuso. – Isso é impossível, eles não confundiram isso. As imagens a registram entrando lá, a hora bate, o...

-Charlie, ela não matou Renné, foi outro demônio. Eu li em sua mente. – Edward explicou. – Os Volturis foram enganados.

-Mas...

-Olha só, vovô... – Nessie falou, eu segurei o impulso de fazer careta. Ela não devia falar "vovô". – Eu cheguei à casa e a vi morta. Estava lá procurando minha mãe, que não respondia minhas mensagens. Quando vi o cadáver... – Ela olhou para mim com cara de desculpa. – Então, eu vim para cá e... Deixe te mostrar, ok?

Então Nessie atravessou a sala e tocou no rosto de Charlie, provavelmente mostrando tudo. Esse era o dom dela, mostrar suas lembranças pelo toque de mão. Mas o dom dela consegue ser ampliado para fora do toque físico, mas não dura muito, ela me disse que conseguia controlar por dez minutos da ultima vez que nos falamos.

-Ele não vai mais ataca-la - Edward disse para mim, em resposta me deixei cair no sofá.

-Que bom. Ainda bem que tudo foi esclarecido, não é mamãe? – Nessie disse para mim naturalmente enquanto se sentava ao lado de Charlie.

-Ela chamou você de mãe? – Charlie estava com as sobrancelhas quase saltando da testa.

-Por que não o chamaria, vovô? – Nessie perguntou sorrindo inocente. Estreitei os olhos, aquele sorriso era a prova de que ela fazia de propósito.

- Desde quando eu sou avô? – Charlie me lançou um olhar sujo. Talvez eu estivesse em problemas. – Você ficou grávida ou algo assim? É possível? – Ele olhou para Nessie analisando sua idade.

-Não sou mãe dela pelo sangue. – Respondi e depois comecei a explicação - Bom, tem algumas coisas que eu não dei os detalhes. Eu falei que me recusei a me alimentar no inicio, disso resultou um descontrole e eu ataque feito um animal.

-Sim, eu lembro. – Ele falou impaciente com a minha pausa.

-Eu também disse que apenas uma pessoa sobreviveu. – Então ele virou o olhar para Nessie, que abriu um sorriso. Seus olhos azuis chamavam a atenção, e para completar ela ergueu as sobrancelhas sugestivamente.

-E se esqueceu de dizer que a sobrevivente foi transformada, e que você a adotou como filha. – Charlie disse sarcástico para mim.

-Ela aparentemente tem um problema de memória – Edward acrescentou ironicamente.

-Algo muito comum para mamãe, pai. – Nessie dando uma risadinha. Estreitei meus olhos para ela.

-Agora, por que está chamando Edward de pai? – Charlie perguntou confuso.

-Eles estão noivos. – Nessie exclamou indignada – Qual é o problema de vocês, homens? Não pensam, não? Eles vão casar, lembra-se vovô? Olha ali as alianças! – Nessie acrescentou impaciente apontando para minha mão.

-Sim, mas ainda não casados – Charlie disfarçou rapidamente, claramente esqueceu que estávamos fingindo. Não o culpo, estamos em uma crise na qual ele está envolvido até o pescoço.

-Não interessa como ela chama Edward. – Cortei os dois. – O que interessa é que um demônio matou Renné. Isso é um recado bem claro, não é mesmo?

-Sim, um recado por morte deixa as coisas bem claras. – Jake falou se espreguiçando no sofá.

-Vão matar sem hesitar para nos atingir. Por isso Bella, você vai para a casa dos Cullen, e não sairá de lá. – Charlie acrescentou.

-O que? – Exclamei indignada.

-Os Volturis e os Cullens estão se juntando para se defender dos ataques de lobisomens que começaram a ocorrer. E você, filha, é um dos interesses dos inimigos – Ele respondeu me encarando sério.

-Mas...

-Sem mas. – Ele me cortou com um tom gélido. – Entenda, temos que proteger aquelas crianças e você. Se eles os pegarem serão as maiores armas dele.

-Acha que eu passaria para o lado deles? – Perguntei estreitando os olhos.

-Sinceramente? Não, mas eles ainda podem exorcizá-la e ai colocar um demônio para possuí-la.

-Tempo! – Nessie interrompeu e ignorou o olhar de Charlie para ela. Ele claramente não era acostumado a interrupções. – Como assim exorcizá-la?

-Uma vez que Bella tem o corpo de um demônio, é impossível um possuí-la. O ritual de exorcismo serve para reverter o processo de transformação.

-Então, me tornariam humana, e depois voltaria a ser um demônio, só que possuída mesmo? – Perguntei, acenaram em resposta. – Então, por que não me exorcizou meses atrás? Voltaria a ser humana.

-Por que você morreria. – Charlie respondeu – Por que acha que não tem sobreviventes as possessões demoníacas? Isso te destrói, ou te deixa insano. Annelise Michael é um exemplo disso.

-Quem? – Perguntei confusa.

-A garota que inspirou "O exorcismo de Emily Rose". – Nessie respondeu boquiaberta.

-Foi um dos casos mais problemáticos para os Volturis. A insanidade foi comprometida, o demônio a desfiou viva. Ele a possuiu, porém ela foi exorcizada, mas enlouqueceu e enfraqueceu muito. E sendo humana e frágil o demônio pôde voltar e infernizou a vida dela. – Edward explicou.

-Mas ela foi exorcizada! – Nessie exclamou.

-Isso não significa que o demônio não possa atormentá-la. – Jake respondeu sombrio.

-Se eu te exorcizasse, o demônio que lhe mordeu viria atrás de você e não sobreviveria nem uma semana.

-Mas... Você ia me exorcizar aquele dia. – Afirmei olhando-o incrédula, ele ia me matar mesmo.

-Sim, mas eu sou mais do que treinado e rico. Poderia colocá-la em uma clinica para sobreviver, o que não poderia garantir é sua sanidade mental. Mas quando vi que não havia nada em você, era perfeito. Eu tenho inimigos Bella, você corre mais risco que muitas pessoas, o fato de ter a resistência demoníaca veio a calhar.

-OK... – Eu murmurei, era coisa demais para digerir – Mas a parte de comer gente?

-Talvez seja bom que fiquemos um pouco a sós – Charlie falou para todos, que acenaram e saíram. – Eu convivo com vampiros há muito tempo, Bella. E eu matei mais do que você pode imaginar, então você matar alguns canalhas, não faz a menor diferença.

-Talvez devêssemos jogar o jogo da verdade. – Falei o encarando.

- Pode me contar tudo, e não apenas uma parte de sua vida. – Retrucou calmamente.

-O mesmo para você... – Fiz uma pausa o olhando de cima a baixo -... Pai.

Caímos em um silencio no quarto. Claramente nós éramos ótimos em conversa.

-Como está se sentido? – Ele perguntou quebrando o silencio.

-Em relação...? – Perguntei.

-A tudo. – Respondeu suspirando. – Principalmente a sua mãe.

-No momento estou sem qualquer reação – Respondi e Charlie ergueu a sobrancelha para mim. – Não me olhe assim! Não pode me culpar, eu amo Renné, de verdade, mas... – Parei tentando encontrar palavras – Perdemos o contato, ela seguiu em frente com a vida dela e eu segui com a minha. É meio irreal a imaginar... Morta. – Engoli em seco, quando pronunciei a ultima palavra – Eu só queria ter pedido perdão pelo o que fiz.

-E o que você fez?

-Eu fui horrível. – Deixei meus ombros caírem em sinal de derrota. – Tanto que ela me expulsou de casa. Discutimos muito feio aquele dia... Quando ela me pediu para voltarmos a morar juntas... Ambas nos sentíamos estranhas, ela nunca ficava no mesmo ambiente que eu por muito tempo, sabe?

-Era o instinto dela. – Ele respondeu. Ergui os olhos assustada.

-Então, ela sabia que eu...?

-Renné desistiu de seus poderes. – Charlie me cortou. – Muitos supõem que ela era uma bruxa fraca, mas ela era poderosa. Isso chamava a atenção das criaturas de nosso mundo. Uma bruxa era realmente valiosa, então ela desistiu dos poderes... – Ele levantou os olhos para mim e acrescentou. –... Para proteger você.

-Ela abriu mão deles por mim?

-Esse foi o motivo da nossa separação. – Charlie disse olhando para as mãos – Ela desistiu de quem era para você ficar segura. Eu, por outro lado, me recusei a deixar os Volturis.

-Por quê? Sem ofensa mais não é o melhor trabalho do mundo. – Ele deu uma risada amarga.

-Bella, você abriria mão de tudo que é e foi durante toda sua vida? Daquilo que você foi criado para existir?

Olhei para baixo.

-Se fosse por amor... – Dei um riso sem humor – Mas você não a amou, não é mesmo?

-Bella...

-Ela abriu mão dos poderes não só por mim, a ignorância foi o que ela quis me dar. Mas e você? O que fez?

-Não me julgue Bella. – Ele pediu, o mirei esperando ele continuar a falar. – Eu não tive escolha. No começo Renné e eu mantemos nossas profissões, mas ela desistiu depois de alguns ataques, a gota d'água foi... – Ele parou de falar.

-O que? O que aconteceu? – Sua expressão me despertou curiosidade.

-Sua mãe me pediu o divorcio quando chegou em casa e... Viu uma vampira lá. – Ele respondeu em tom baixo – Era... Hum... Ela era uma descendente nossa. – Ele pareceu desconfortável.

-O que há?

-Ela me disse que você era importante, que era vital que vivesse. Renné ficou muito assustada com aquilo. Então quando eu me recusei a deixar os Volturis, ela me pediu para se afastar das duas, por que eu atraia perigos por ser quem sou, era inevitável. Antes de vocês irem embora lhe dei esse colar. – Ele apontou para o meu pescoço. Eu nunca o tirava do pescoço.

Refleti rapidamente sobre tudo o que ele falou.

-Não era você que atraia, não é? – Ele acenou com a cabeça solene. - Era eu? A morte de Renné não foi para atingir você, foi para atingir a mim. – Divaguei.

- Ariadne nos deu o aviso, sua mãe a levou ao extremo. Por isso você viveu na ignorância até o demônio te atacar, infelizmente, a falta de poderes de sua mãe a fez não percebe o que Irina era.

-Ariadne? – Perguntei confusa.

-A vampira que nos "visitou". – Ele respondeu. – É por isso que eu quero que você passe a treinar mais que o normal, e redobre sua própria vigilância. Não quero que fique despreparada, caso caiamos em uma emboscada.

Acenei com a cabeça.

-Sei que você é capaz de coisas que nem imagina. – Charlie se levantou do sofá. – Mas eu vou protegê-la sempre, por mais que não goste. – Ele colocou a mão no meu ombro e a apertou de leve. – Agora, vamos já estamos correndo risco de ficar aqui por tanto tempo.

-Espere. Eu também tenho que falar algumas coisas – Eu falei me levantando.

-Sei que tem, mas não agora. Já estamos há muito tempo aqui. – Charlie me olhou por alguns instantes. Então pegou minha mão e me puxou para fora do quarto.

Jasper P.O.V

Suspirei cansado. Todos estavam sobrecarregados com toda a situação. Estávamos no escritório da nossa bela propriedade, que no momento é uma espécie de fortaleza com todos os membros Cullen de plantão.

Obviamente quando a família Swan chegou demos nossas condolências e no momento o centro da conversa é Nessie, a filha de Bella. Acabamos de ouvir toda historia: Bella expulsa de casa, descontrole total, vitimas e Nessie.

Bem, não é como se eu não tivesse estado nessa situação. De fato, sem Alice estaria perdido.

-Então, encontrei Nessie, e vocês já conhecem essa parte da historia. – Respondeu Bella, dando de ombros. - Depois daquilo vi que se ficasse na cidade daria mais problema, então decidi que nos duas iríamos para Nova York. Era perfeito lá, por ser cidade grande alguns desaparecimentos não era algo que chamaria atenção.

-Fico feliz que tenha contado – Carlisle falou em seu tom calmo. – Demonstra confiança em nós. – Bella acenou com a cabeça, Nessie sorriu para todos.

-Alice... – Edward chamou. Ele estava ao lado de Bella. – Por que não nos disse sobre Nessie?

-E estragar a surpresa? Nunca! – Alice exclamou divertida.

-Tem uma coisa que eu estou curiosa... – Nessie começou a falar.

-Diga, querida. – Esme incentivou sorridente.

-Por que vocês se matricularam em uma escola? – Ela perguntou confusa.

-É uma pequena brincadeira nossa. Afinal sempre é bom brincar com os humanos – Respondi dando de ombros.

-Verdade, a nossa vida pode ser bem tediosa depois de alguns anos. – Rose disse tranqüila. – Humanos são engraçadinhos, uma boa diversão.

-Eu achei interessante a idéia de ter atenção feminina durante oito horas por dia. – Bella revirou os olhos com a resposta do "noivo".

Todos se entreolharam em silencio. Nessie ergueu as sobrancelhas para Edward, suas emoções indicavam diversão. Emmett tossiu indiscretamente, Alice olhou para baixo com um sorriso, Rose e Esme compartilharam um sorriso cúmplice. Charlie olhou para o lado divertido, já Carlisle os olhou com um sorriso de quem sabia algo. Todos queriam rir, até mesmo Bella.

Edward realmente gosta de se colocar em certas situações. Então, Bella quebrou o silencio com uma risada.

-Só você mesmo, Edward. Sinceridade acima de tudo, não é mesmo? – Ela perguntou zombeteira, Edward acenou com um sorriso divertido – Mas também, não é como se eu nunca tivesse ido ao colégio para ter atenção. Eu já tive meus momentos.

-Boa mãe. – Nessie soltou um riso baixo.

Essa foi boa, porém as emoções de Edward não eram de diversão no momento, me segurei para não rir.

Ele tinha ciúme.

Edward P.O.V

– Sério, você não sabe que tem que tomar cuidado? Nessie não é burra, ok? Ela pode parecer, mas não é. – Bella falou para mim depois da reunião.

Cruzei os braços e a olhei cético.

-Um pouco de ciúme, viria a calhar. – Falei dando de ombros.

-Eu não sou ciumenta, Edward. Se eu fosse, provavelmente teria te castrado na frente de todo mundo. – Ela respondeu cruzando os braços.

-Como se já tivesse feito isso antes. – Retruquei cético, ela se virou para mim com um sorriso travesso.

-Não duvide da pessoa que você não lê a mente. – Ela falou se aproximando de mim.

- Então, você quer um noivo apaixonado? – Perguntei, uma idéia cruzou minha mente, se ela se aproximasse um pouco mais...

-É o que supostamente você devia ser. – Ela me olhou como se eu fosse estúpido.

-Você terá que ser uma noiva apaixonada. – Me aproximei mais.

-Eu sei fazer bem meu papel. – Respondeu sarcástica. Que criaturinha ardilosa!

-Ótimo, então vamos testar. – Dei um sorriso perverso e agarrei sua cintura.

-Não se atre... – Cortei-a com um beijo.

Diferente do primeiro, a beijei com calma, não estava tão desesperado assim. Foi muito agradável não receber nenhuma resistência, na verdade ela agarrou meus cabelos. Uma de minhas mãos subiu para a nuca dela, puxando-a para mim e me fazendo aprofundar o beijo.

O gosto dela era delicioso, algo cítrico. Beijei-a lentamente apreciando o quanto podia. Eu posso dizer que foram poucos os beijos calmos que eu dei em toda a minha existência.

Em compensação esse foi um dos melhores, não que o anterior tenha sido ruim, aquilo foi muito bom. Apertei minha mão em sua cintura, colando ainda mais nossos corpos.

De repente ela se separou de mim, totalmente ofegante. Seus lábios se encontravam inchados, o que fazia idéias não muito puras passarem por minha mente.

Então eu percebi o que exatamente eu estava fazendo. Não era algo certo, eu estaria usando Bella, que estava sendo muito pacietne e aceitando fingir um noivado. Se continuasse nesse ritmo, ela poderia criar sentimentos por mim, e eu sabia que eu não retribuiria. Não na mesma intensidade.

Bella suspirou e seu hálito me bateu, quer saber? Que se dane. Esmaguei os lábios dela novamente e teríamos evoluído se eu não tivesse ouvido algo na porta.

-Deixem de serem tímidos, arrombem a porta! – A voz de Nessie parecia ressoar em todo o ambiente.

Com um forte barulho a porta foi arrombada, Bella e eu nos separamos um tanto surpresos. Na porta estava Alice, Peter, Layla e Nessie, que tinha um sorriso no rosto. Como nenhum de nós dois percebeu o grupo ali?

-Tia! – Layla gritou na porta. – Vocês estavam que nem os casais dos filmes.

-Eca. – Peter resmungou.

-Ao menos eu sei que meus pais têm uma vida sexual saudável. – Alice deu uma risada baixa com o comentário de Nessie. Eu li os pensamentos daquela baixinha desgraçada.

"Como planejado!"

-Que time perfeito, Alice – Eu resmunguei sarcástico para a vampira na porta com as duas crianças e uma semi-demonio.

-Eu só achei que eles deviam ver a prova do amor de vocês. – Ela falou inocente.

-Engraçadinha você, hein? – Bella disse irônica. – Deram sorvetes para vocês? – Ela perguntou se sentando na cama com Layla e Peter.

-Sim, tio Charlie deu sorvete – Peter respondeu.

– Então, mãe, quem são essas mini-pessoas? – Nessie perguntou se sentando no sofá que tinha ali.

-Tia Rose, diz que somos demo... Demonizi... – Layla franziu o cenho tentando falar.

-Demoniozinhos? – Nessie perguntou estreitando os olhos.

-Isso! – Ela saltitou feliz.

-Você é filha da tia Bella? – Peter perguntou curioso. Ele estava ficando bom com no negocio de ver o futuro.

-Sim. Isso faz vocês serem algo perto de primos? – Ela perguntou para Bella. – Tanto faz, são as crianças que você salvou, não é?

-É... Como sabe disso? – Bella perguntou confusa.

-Jake. – Ela respondeu tranqüila.

-Ah sim! Ele sempre teve língua solta. – Bella respondeu.

-Você tem algum poder legal? – Peter perguntou animado.

-Eu mudo a cor dos meus olhos – Nessie falou sorrindo animada.

-Isso não é legal. É sem graça. – Peter disse torcendo o nariz. Alice e eu nos controlamos para não rir.

-Eu posso fazer você ter o pior pesadelo da sua vida apenas com minhas mãos e a criatividade. – Nessie falou, estreitando os olhos.

-Sério? – Ele perguntou animado.

-Acredite em mim, ela pode te traumatizar. – Eu falei mandando um olhar de aviso para Nessie.

-Eu jamais traumatizaria uma criança. – Uma imagem de Peter gritando a noite apareceu na mente de Alice.

-Por que acho que você está mentindo? – Alice perguntou cética.

-Por que ela está. – Bella respondeu pela filha – Não tente nada contra eles, eu dei minha palavra que os protegeria.

-Bom, a conversa ta boa, mas temos criaturas para interrogar Edward – Alice falou enquanto Nessie bufava.

-Sim, nós temos.

- Não, você não vai Bella. – Alice falou olhando para Bella, a mesma franziu o cenho.

-Você é protegida, querida. – Falei um tanto divertido.

-Me desculpe? – Ela ergueu as sobrancelhas, aquilo não parecia ser um bom sinal.

-Como Charlie disse, você é um dos alvos. Não pode ficar em contato com os lobisomens. – Alice falou.

-Vai ficar e ponto final – Falei impaciente quando ela abriu a boca para retruca. – Tenham uma boa tarde. – Me virei com Alice para fora do quarto.

"Ela não ficou feliz."

-Ao menos com raiva ela não se foca nos últimos acontecimentos.

"Sim, eu percebi a palidez dela quando chegou, sem duvida ainda está em choque com a morte a mãe." Alice respondeu mentalmente. "Só espero que ela não apronte."

-Isso é impossível, duvido que fique parada. Por isso fique de olho. – Pedi, enquanto fechava a porta da mansão. Iríamos para a parte subterrânea da propriedade, e era bem escondida.

Nessie P.O.V

Os minis-videntes tinham resolvido brincar na piscina e largaram mamãe e eu no quarto. No começo eu fiquei hesitante sobre os pequeninos, quero dizer, eles foram brincar na piscina! Mas mamãe fez um gesto indiferente com a mão e falou que a casa estava entupida de vampiros e transfiguradores que os salvariam em um instante.

Isso não soa muito seguro, não é mesmo? Afinal são vampiros e transfiguradores que viram lobos do tamanho de cavalos. Quando falei isso, ela rolou os olhos e apontou para a janela enorme que tinha vista para a piscina, então acenei com a cabeça.

Mamãe sempre pensava em tudo, ela era meio detalhista. Era realmente irritante, mas muito útil.

-O que tem para fazer aqui?

-Você pode ir treinar caso saia para alguma missão. – Disse. Mamãe claramente não estava feliz com o status de inútil até segunda ordem. – Eu costumo treinar com Jake, mas hoje eu estou exausta. Será que...?

-Eu não vou treinar com o Jake. Tire os dentinhos da chuva. – Respondi revoltada.

-Eu...

-Você sabe o que é impressão? – A cortei rudemente.

-Sei. – Suspirou.

-É amor mesmo, ou só um meio de procriação? – Perguntei ironicamente.

-Não faço idéia. – Mamãe falou dando de ombros. – Nessie... Você vai quebrar o coração dele.

-De um jeito ou outro eu vou fazer isso, é melhor não começar nada. – Respondi cansada.

-Então, você se recusa a aceitar sua suposta alma gêmea? – Ela ergueu as sobrancelhas.

-Sei que parece idiotice fazer algo assim. Mas eu não fui feita para amar, eu sou uma assassina, vivi os últimos anos na sujeira do mundo humano, os matando. Jacob parece ser... Bom. Eu não sou assim, não daria certo – Eu dei um pequeno e falso sorriso.

-Você finge muito bem, mas eu a conheço. Você sentiu algo quando olhou para ele, não?

Eu dei um sorriso culpado. Não poderia negar algo tão obvio, aquela sensação foi tão... Indescritível, não é algo que eu possa definir. Eu só queria ficar com aquele cara moreno...

Mas eu sei qual é a coisa certa a se fazer...

-Eu vou lutar contra, e você sabe disso.

-Sei. Mas eu te peço uma coisa... – Ela parou dando um riso. - Não o use para saber das coisas. – Mamãe me lançou um olhar tranqüilo, parece que fui pega.

-Eu tinha que saber sobre você e Edward. – Dei de ombros – E no carro Jake se prontificou a vi conosco. No inicio eu achei que tudo era tranqüilo, então ele começou a me contar a coisa de impressão durante o jantar. Quase pirei ali mesmo.

-Então, o que vai fazer com Jake? – Ela perguntou se recostando na cama.

-Direi "não" a todas as tentativas dele, ele é um pouquinho confiante, sabe? Acho que ele vai sair por ai dizendo que eu sou namorada dele ou algo do gênero sem falar comigo antes, então é melhor corta o mal pena raiz.

-Ele vai se machucar, Nessie. Por favor, seja delicada. – Mamãe me advertiu franzido o cenho.

-Nos conhecemos não faz nem vinte e quatro horas, mesmo com a tal impressão, eu duvido que ele esteja apaixonado por mim. – Revirei os olhos. – Eu aposto que é apenas uma forte atração sexual, nada que eu não possa dar um jeito.

-Cuidado. Esse não foi o caso de Emily e Sam.

-Pelo o que ele me contou, Sam só tomou uma atitude com Emily dias depois de conhecê-la. Eles estão indo lentamente, isso vira amor com o tempo, mas a questão é que os dois estão dispostos a isso, eu não estou. – Suspirei cansada.

-Filha... – Ela falou indo se sentar ao meu lado. – Faça o que quiser fazer, só não negue que não sinta o mesmo.

-Eu tive uma ótima mentora para mentiras, posso enganar a todos... Menos você e, bem, Edward. É irritante o fato dele mente, sabe? Cadê o direito a privacidade? – Brinquei, Bella deu um sorriso divertido. – Eu recebi sua mensagem. – Falei erguendo meu celular.

-Então? – Bella perguntou curiosa.

-Eu escutei a conversa deles, como pediu. Estão com dificuldades em encontrar um tal de Thomas. – Informei, Bella olhou para o espaço com aquela cara pensativa dela.

-Thomas?

-Ele é lobisomem. – Acrescentei.

- Louvain? – Eu podia ver as engrenagens rodando na cabeça dela.

-Isso. Ele é importante?

-É o filho de Bryan Louvain, o líder dos lobisomens. – Ela respondeu e se levantou. – Estranho, eu esperava que eles já tivessem o encontrado, ao que parece eles tem bastantes recursos.

-Sim, mas Thomas é um lobisomem de nascença e é difícil localiza-lo, segundo Charlie. Disse que não estava espantado, a única esperança são as crianças videntes, só que elas não têm visões quando querem. – Disse pensativa.

-Eles têm alguma foto dele? – Bella se virou para mim.

-Talvez um retrato falado. – Me inclinei, encarando-a ansiosa. – Você está mesmo pensando em...?

-O que acha de um pouco de diversão, Nessie? – Bella perguntou sorrindo de lado.

-Você não pode sair. – Falei me recostando no sofá.

-Mas você pode. – Os olhos de Bella brilhavam perversamente, e eu sabia imediatamente que ia adorar a idéia de mamãe.

Bella P.O.V

-Ok... – Ouvi Nessie murmurar.

Eu estava trancada no quarto ora olhando para o notebook, ora olhando os filhos de Mary lá fora. Estava com um fone no ouvido e todo o quarto estava isolado.

-Sai da garagem e ninguém me parou. – Ela comentou. – Como eu sou importante, não? – Acrescentou irônica.

-Cale a boca. – Respondi olhando para a janela, agora eu via Jake brincando com as crianças.

Pobrezinho... Nessie tinha topado com ele no caminho para a garagem e ela não foi lá muito educada. Ao menos Jake percebeu que seria difícil realmente tê-la como companheira.

Nessie havia se esgueirado para o escritório de Carlisle com minha ajuda e tirado uma foto do retrato de Thomas. Digamos que eu tenho contatos e não foi difícil localiza-lo, não com seu retrato.

O nome era Henry Adams, estava fazendo faculdade de administração em Olympia, que coincidência, não? Justamente na capital do estado.

-Ele faz faculdade em Olympia. – Falei assim quem li no notebook

-Estamos de férias. – Nessie respondeu – Obviamente, ele está ajudando o pai, preciso de algo mais exato.

-Ok. – Me inclinei no computador e achei o numero de telefone dele na pagina da faculdade. – O numero dele é 814734089 ligue que irei rastrear.

Alguns minutos depois Nessie estava a toda velocidade para Seattle. Ela falou que me ligaria amanhã. Agora eu estava sentada na cadeira pensando no que fazer.

Eu poderia sair correndo do quarto e informar todo mundo, mas era perigoso demais. Quero dizer, é muita coincidência que os lobisomens tenham invadido Forks e vigiado minha casa, e depois atacado Edward e eu na estrada quando ninguém sabia nossa localização...

Há não ser o pessoal de dentro. E essa coisa de atacar os Cullen também foi surpreendente.

Provavelmente tem alguém de dentro dando informações para eles. Por isso decidi ficar no quarto e fingir que estou na ignorância sobre o que Nessie foi fazer. Suspirei e olhei pela janela, Layla e Peter já haviam entrado e já estava escuro.

Levantei-me e fui para a varanda. O tempo fechado indicava chuva, nada surpreendente. Apenas me apoiei na parede, e finalmente me permiti refletir sobre tudo.

Tanta coisa em tão pouco tempo, eu simplesmente não sou de ferro.

No começo do ano eu era apenas uma estudante não humana com um segredo sujo de sangue, muito sangue. Agora... Bom, estava em uma baita encrenca com um monte de criaturas sobrenaturais.

Mary tinha razão sobre mim, eu tinha coração.

Mary... Não havia parado para pensar sobre ela até agora, finalmente percebo o quão corajosa ela havia sido, tinha dado sua vida para proteger os filhos. Deve ser difícil saber quando vai morrer.

Morte... Quando será que eu vou morrer?

Aposto que não vou durar muito tempo. Do jeito que as coisas andam...

Aquele lobisomem quase me matou com uma luta física, o tal demônio teria me capturado se Nessie não tivesse aparecido, quem mais viria a seguir?

E quem era Ariadne, a vampira que meu pai falou.

Fechei os olhos e suspirei. Agora era a imagem de Renné que eu tinha na minha mente... Me lembrei que no aeroporto eu quis pedir desculpas para ela, mas hesitei e desisti. Fui fraca.

De repente eu me dei conta de muita coisa.

Eu não poderia fazer as pazes com Renné, não poderia comer sua comida queimada, nem pedir o colo dela, e não sentiria mais o calor do seu abraço de mãe, e...

Eu não poderia voltar chama-la de mãe.

Nunca mais.

Respirei fundo e me deixei cair no chão.

E agora não tenho mais chance.

Então ali, naquela varanda com a chuva começando cair, senti as primeiras lagrimas escorrerem no meu rosto em um choro silenciosamente doloroso. Como se fosse para piorar tudo, minha mente começou a relembrar dos olhares chocados dela quando gritei com ela, quando a ofendi. O olhar transtornado dela quando brigamos, e de quando eu sai de casa. O ultimo olhar de dor que ela mandou para mim.

O pior eram os olhares que ela me lançava quando voltamos a morar juntas. Era como se fossemos apenas colegas de quarto sem nenhum vinculo, não partilhávamos segredos, ou trocávamos opiniões. Apenas algumas histórias do decorrer do dia, alguns monossílabos e aquele clima de tensão que sempre estava presente.

Eu ficava exausta, era uma rotina desgastante. A pior parte daquilo tudo foi quando eu descobri que era só comigo. Às vezes eu a espionava e via o quão feliz ela estava com sua vida de casada. Então, resolvi ir embora. Eu sabia que ela iria ser mais feliz comigo longe.

Eu nunca me arrependi da minha decisão, mas sei que foi uma verdadeira covardia da minha parte fazer isso.

Comecei a soluçar. Agora sim, a dor da perda havia sido atingida. Nesse ponto eu já estava molhada, mas eu não ligava, apenas cobri meu rosto com as mãos. Estava me permitindo fazer algo que não fazia há dois anos, era bom ter alguma reação. Aliviava as coisas, eu acho.

Edward P.O.V

Entrei no quarto quando já era mais de meia noite. Vi Bella dormindo, era realmente uma pena que eu não pudesse terminar o que começamos há horas atrás. Infelizmente só estava ali para trocar de roupa e sair.

-Bella. – Mexi no seu ombro. – Acorde.

Ela resmungou algo e se virou.

-O que é? – Ouvi sua voz, que estava abafada pelo travesseiro.

-Achei que gostaria de saber que não estarei na propriedade até amanhã à tarde. – Falei indo para o closet.

-Hã? – Ela ergueu a cabeça do travesseiro, o rosto estava consideravelmente inchado.

-Você entendeu.

-Aonde vai? – Ela perguntou curiosa, enquanto saia do closet, já abotoando a camisa. Ela estava apoiada na parede ao lado da porta.

-Segredo. – Não poderia contar a ela sobre Carmem, Eleazar e o clã Romeno, era algo que poucos sabiam e era melhor continuar assim.

-Obrigada pela confiança, meu amor. – Ela respondeu irônica.

-Onde foi que prendeu a ser tão atrevida? – Perguntei risonho.

-Como eu disse, tive uma época em que adorava a atenção masculina e essas coisas de adolescentes. Você sabe, todos aqueles hormônios explodindo, álcool e a descoberta dos prazeres do corpo. – Ela fez todos aqueles gestos exagerados que davam mais destaque as palavras. – Estamos no tempo onde ou você come, ou é comido. Eu realmente aprendi uma ou duas coisinhas com isso. – Bella piscou para mim e foi para a cama. – Boa noite e até amanhã.

-Buona notte, mio demone bella. – Disse distraidamente, estava no espelho fazendo o laço da gravata, por isso pude ver Bella parar no caminho e se virar confusa.

-O que disse? – Ergui a sobrancelha divertido com a sua pergunta.

-Non so che cosa ho detto? – Ela estreitou os olhos.

-Eu realmente espero que não esteja me ofendo.

-Non si offenda! Ma mi piacerebbe giocare a te nel letto e ti fanno perdere il fiato. – Respondi de brincadeira, mas havia um que muito verdadeiro naquela frase.

-Edward... – Ela cruzou os braços mal humoradas.

-Eu só disse "boa noite, Bella" – Não era 100 % verdade, mas estava valendo.

-Ok, italiano poliglota, americana que mal arranha no espanhol, entendi! – Ela disse se virando para cama.

-Não se menospreze americana. – Disse e aproveitei que estava passando por ela e lhe dei um tapa bunda.

-Sai daqui! – Ela exclamou, mas eu vi que estava segurando a risada. – Até amanhã, idiota.

Sai do quarto sorridente, Bella sempre me faria rir. Além disso, descobri que eu tinha a vantagem de falar o que bem quiser em italiano que ela não entenderia, era algo muito animador.

Meus pensamentos acabaram se voltando para o que ela disse, sobre a coisa de comer ou ser comido. Eu realmente não gostei da frase e de seu duplo sentido. Ainda mais quando penso que Bella estava envolvida nesse mundo de luxuria e prazeres do corpo. Não que eu não esteja, mas estou em outro patamar, vamos dizer assim.

Mas no meio disso tudo, me peguei pergunto como Bella perdeu a virgindade. Bêbada em uma festa ou com alguém especial? Adolescentes não são emotivas sobre isso?

Senti-me estranhamente raivoso, não gosto de imaginar algo que é meu nas mãos de outro. Não que Bella seja minha. Bom, tecnicamente ela pode ser considerada minha aos olhos do mundo e... Isso não importa!

A questão é que Bella não deve fazer sexo há anos, ela mesma me disse que não consegue controlar os desejos sexuais com os da ânsia pelo sangue. Mas eu sou um vampiro, pensei com um sorriso sacana, ela não poderia me matar no ato. Seria interessante provar toda a energia sexual acumulada... Muito interessante.

-Pensando em sexo? – Emmett me perguntou. Olhei-o incrédulo. – Sua cara é de maníaco sexual, e envolvendo a palavra "sexo" eu sei reconhecer no ato.

-Isso sem contar que eu te disse alguns segundos atrás. – Jasper falou irônico.

-Mas é obvio, Jasper. Aé para mim é obvio que é uma questão de tempo para os dois passarinhos se esconderem no ninho e deixar a minhoca correr feliz. – Emmett dando uma risada maliciosa no final.

-Dá onde ele tirou essa? – Jasper me perguntou.

-Uma serie de TV: Chuck. – Respondi e Jasper acenou com a cabeça.

-Sabe, faz sentido. – Ele comentou.

-Obrigado, loiro. – Emmett riu quando viu meu olhar incrédulo.

-É o que?

-Não tente negar Edward, você fez essa sua cara e está com essas emoções depois que saiu do quarto onde está sua... – Jasper brevemente e refletiu que todo sna casa escutavam. -... Noiva.

-Nada mais que o normal, mano. – Emmett respondeu, então olho para minha roupa. – Hum... Roupa de advogado... Vai sair?

-Negocios. – Respondi e os dois acenaram compreendendo que era a missão sigilosa. – O que queriam me falar antes de seus comentários muito úteis?

-Nessie saiu da casa. – Jasper informou. – Não acho que ha perigo, já que ninguém a conhece, mas é só pra você não ser o ultimo a saber.

-Eu nunca sou o ultimo a saber das coisas. – Falei desdenhoso.

-Você foi o ultimo de nós a saber sobre Bella. – Emmett retrucou zombeteiro.

-Eu...

-Não tenta responder Edward. – Jasper me cortou. – Você não tem o que retrucar, irmão.

-Tenham uma boa noite... – Dei um sorriso malvado –... Com os lobisomens. – Os dois fizeram uma careta.

As mulheres da família ficaram responsáveis de ajudar nas operações de localização e estratégia, já os homens ficaram com os interrogatórios e proteção. Eu estava livre disso tudo, pois tinham algo em especial para fazer.

-Bom, Carmem me aguarda.

-Mande lembranças ao marido dela, seja lá onde ele estiver. – Emmett falou – Vamos à tortura Jasper. – Esfregou as mãos.

P.O.V Jane

-Senhora? – Entrei no quarto de Athenodora.

-Sim, Jane? – A mulher loira se virou sorridente para mim, ela era realmente bem mais simpática que Caius, mas não posso negar que ele era divertido com todo aquele sangue e humor negro.

-Carlisle está aguardando no telefone. – Falei com um sorriso pequeno. Athenodora ergueu as sobrancelhas e levou o telefone ao ouvido.

-Sim? – Ela fez sinal para eu sentar.

-Athenodora com vão as coisas?

-Bem Carlisle, estamos tentando controlar tudo, mas sabe como são as guerras. – Ela respondeu revirando os olhos. – Agora me diga o que foi?

-Preciso que cuide de sua guarda, não quero que vejam Bella e se assustem. Edward não pode saber.

-Claro, mas isso não é problema. Eu tenho uma serviçal nova, e ela é muito boa em despistar os pensamentos da guarda. – Ela piscou o olho para mim, sorri de volta. Então, me virei quando senti uma presença no quarto. – Ninguém saberá sobre esse assunto, só espero que controle seus pensamentos.

-Sim, é claro. – Então me levantei e andei em direção a mulher encapuzada que havia entrado no quarto.

-Safira? – Perguntei curiosa.

-Sou uma mensageira dela, senhorita. – A mulher retirou o capuz revelando os cabelos negros. – Ela está cuidando da segurança com Ariadne em Forks.

-Cuidando, hã? – Falei sarcástica, tem algo estranho.

Voltei novamente minha atenção a Athenodora.

-Claro, Carlisle. Edward já foi ajudar Selene conforme solicitei a Carmem?

-Sim. Ele já saiu. Bem, tenho que ir agora. Cuidado na chegada. Nós estamos sem visões em relação a isso.

-Trarei os mais perigosos da minha guarda. – Então Athenodora desligou a ligação. Com um suspiro levantou os olhos e sorriu para nós. – Tudo pronto para amanhã?

-A mensagem de Safira é: Acontecerá conforme o planejado. –A mensageira informou.

-Senhora, o que...? – Comecei a perguntar, mas Athenodora levantou a mão em sinal de pare.

-Sinto muito, Jane. Mas você vai acabar sabendo demais. – Athenodora deu um sorriso pequeno. – Agora tenho que apagar a memória de todos.

-Athenodora. – Chamei novamente e ela se virou erguendo as sobrancelhas. – Não vamos estar em Forks amanhã. – Falei um tanto confusa. Por que ela perguntava se os preparativos estavam prontos para amanhã?

-Eu sei. – Ela deu um risinho malicioso, enquanto saia do quarto. – Eu sei.

Tradução do que Edward disse:

-Buona notte, mio demone bella. - Boa noite meu demônio bonito.

-Non so che cosa ho detto? - Eu não sei, o que eu disse?

-Non si offenda! Ma mi piacerebbe giocare a te nel letto e ti fanno perdere il fiato. - Não se ofenda! Mas eu gostaria de te jogar na cama e fazer-la perder o fôlego.  (morram feliz amores!)

Tradução by google tradutor, favor xingar a empresa pelos provaveis erros de italiano ;D


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Notas finais do capítulo

Levanta a mão quem não morreu com o capiulo!!!

Eu espero que tenham gostado! E que expressem isso nos reviews ;D

Sobre o capitulo: O final foi um tanto WTF? Por que raios eu coloquei isso? Bem, eu gosto de deixar no ar um aviso do que está por vir no proximo episodio!

Tivemos varias historias em andamento, o tiro carinhoso de Charlie foi algo ralmente rocante, não? Nessie irá dar trabalho para Jake, como puderam percebe, mais da dinamica de nosso casal princapal Bella X Edward...

Eu tambpem esclareci por que raios Renné não percebeu que a filha tinha um demonio como amiga. Vimos a reação de Bella ao saber sa morte da mãe e o que veio depois, sinceramente? Eu achei muito digno da personagem chorar depois. O momento em que a realidade deu um tapa na cara dela, certo?

Que missão é essa que Edward foi incubido com Carmem? Percebem que Carmem já é casada com Eleazar e ele está com os Romenos?

No POV de Jane nomes surgem... Nomes importantes na historia, então gravem o nome na mente!

Só pra constar, Athenodora é a esposa de Caius!
E Bella entrou de ferias durante seu "coma" de quatro dias, entenderam?

Bem, até mais amores!

Maça ;*